segunda-feira, 8 de agosto de 2022


A Igreja Hoje e a Igreja da Reforma: Uma Comparação de Ortodoxia.

Autor: Rev. Prof. Dr. David J. Engelsma. Traduzido e adaptado por: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

As igrejas hoje estão muito longe do padrão da Reforma em doutrina, sacramentos e culto público. Este capítulo nos chama de volta ao modelo reformacional ortodoxo, que em si é o padrão bíblico.

Comparar a igreja protestante da Reforma com a “dita igreja” protestante do século XXI pode não ser um exercício meramente acadêmico. O assunto confronta todo protestante professo com o chamado para determinar se sua “dita igreja” é fiel às suas origens reformadas. Se ela não for, ele deve se esforçar em favor de sua reforma. Falhando nisso, por causa da obstinação de sua “igreja”, ele deve se unir a uma igreja reformada e ortodoxa que seja fiel aos princípios do protestantismo e, portanto, ao Senhor Jesus Cristo.

Como um dos credos da Reforma coloca, "é dever de todos os crentes, de acordo com a Palavra de Deus... unir-se a esta congregação, onde quer que Deus a tenha estabelecido". Todos aqueles que não o fazem, “agem contrariamente à ordenança de Deus”. Isso envolve separar-se de uma igreja que "atribui mais poder e autoridade a si mesma e suas ordenanças do que à Palavra de Deus, e não se submeterá ao jugo de Cristo" (Confissão Belga 28-29). Para alguns, uma comparação entre a igreja da Reforma e a “dita igreja” de hoje, pode acarretar em uma experiência dolorosa, levando a uma ação radical.

À medida que fazemos a comparação, isso ajudará a manter várias coisas em mente. Primeiro, estamos comparando o que poderíamos chamar de “o mundo da igreja protestante” no final do século 20 com a igreja produzida pela Reforma do século 16. Embora esta igreja logo se dividisse em duas igrejas, a Luterana e a Reformada, havia uma unidade fundamental do protestantismo primitivo, de modo que podemos falar de uma "Igreja Ortodoxa da Reforma".

Em segundo lugar, supõe-se que a igreja da Reforma era a igreja de Jesus Cristo, a única, santa e católica igreja, conforme estabelecida no mundo por Deus. Ela provou isso aderindo à Palavra de Deus. Ela não era impecável. Ela ainda não havia amadurecido completamente em Cristo. Mas ela era a verdadeira Igreja de Cristo, "formosa como a lua, clara como o sol e terrível como um exército com bandeiras" (Cântico 6:10). Ela pode e deve ser o padrão pelo qual o protestantismo hoje é mediano e quase insignificante; do ponto de vista da ortodoxia bíblica podemos afirmar que, 99,9% das “ditas igrejas” de hoje, se quer sabem o que o termo significa!!!

Terceiro, uma comparação como essa corre o risco de uma generalização injusta. Que enorme entidade é o "protestantismo hoje"! Que variedade desconcertante de denominações! Que diversidade desconcertante! Um perigo em particular deve ser evitado - o "erro de Elias". Em uma época idólatra, em meio a um Israel apóstata, o profeta desesperava da Igreja de Deus, supondo-se o único sobrevivente do povo que adorava a Deus em espírito e em verdade: "Eu, somente eu, fiquei" (I Reis 19: 14). Jeová desiludiu Elias dessa noção: "Deixei-me sete mil em Israel..." (v. 18). A condenação do protestantismo moderno, por mais veemente que seja, deve reconhecer que Deus preserva Sua igreja (eleita, reformada e 100% ortodoxa); hoje e que, mesmo dentro das denominações reformadas que estão se afastando da Palavra de Deus existe um remanescente fiel.

Quarto a nossa crítica ao protestantismo como aparece nas “igrejas” hoje, não é um exercício de mera luta partidária; nem é atribuível a um espírito estreito e partidário. Nós amamos a igreja de Cristo. Nós a amamos em sua imaturidade do Antigo Testamento; em sua maturidade neotestamentária; em sua beleza na época imediatamente após os apóstolos – a beleza da fidelidade doutrinária, do martírio e da caridade; em sua agonia na Idade Média, quando o diabo e os ímpios a seduziram para se tornar uma prostituta; em sua pureza e beleza da Reforma; e em cada manifestação dela hoje. É o amor pela igreja, escolhida e preciosa, que nos compele à comparação tão condenatória com as “igrejas” protestantes  de hoje.

Por que padrão?

A condição espiritual do protestantismo (evangelicalismo arminiano mundial); hoje é miserável. Não se pode ver neste movimento nada, literalmente nada; que a identifique como filho da igreja Reformada Ortodoxa. O Protestantismo agora se parece muito com a igreja católica da pré-Reforma (vendem todo tipo de quinquilharias, pregam todo tipo de mentira e praticam a famosa feitiçaria gospel/evangélica); sua miséria é agravada pelo fato de que, como a Igreja de Laodiceia de Apocalipse 3, ela supõe que é "rica e rica em bens, e [não tem] necessidade de nada". O mal das “igrejas” protestantes hoje é que elas pregam e creem em outro evangelho bem diferente do defendido pela igreja da Reforma Ortodoxa. As igrejas protestantes são pesadas e achadas em falta, sobretudo, no que diz respeito ao seu evangelho, à sua doutrina. Isso é fatal, pois o evangelho de uma igreja é o essencial. É o evangelho que faz de uma igreja a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Em sua obra, "Sobre o Ministério", Martinho Lutero escreveu:

O ministério público da Palavra, eu sustento, pelo qual os mistérios de Deus são conhecidos [é] a mais alta e maior das funções da Igreja, da qual depende todo o poder da Igreja, pois a Igreja não é nada sem a Palavra 100% Genuína; e tudo nela existe em virtude somente da Palavra. Por esse critério, o melhor que se pode dizer do protestantismo hoje é que ele não é nada além de um movimento enganoso.

A Reforma foi a restauração da pregação pura do evangelho. Esse tremendo evento de reforma da igreja e abalo mundial foi doutrinário. Era o propósito dos reformadores, como era o propósito do Espírito Santo, acabar com outros evangelhos (que na verdade, não era o evangelho); e restaurar o evangelho de Deus revelado nas Escrituras. Embora houvesse práticas abomináveis ​​na igreja católica da pré-Reforma, elas não foram a causa da Reforma. A causa da Reforma não foi o papado, antibíblico e tirânico como essa instituição é. Lutero disse mais de uma vez que teria vivido com o papa, se apenas o papa pregasse o evangelho.

A causa da Reforma também não foi a ultrajante imoralidade dos líderes da Igreja, desde os papas e cardeais gananciosos, prostitutas, humanistas e políticos até o humilde padre que vive em concubinato. Em sua "Resposta à Carta do Cardeal Sadolet", João Calvino explicou por que a Reforma ocorreu:

[Há] muitos exemplos de crueldade, avareza, intemperança, arrogância, insolência, luxúria e todo tipo de maldade, que são manifestados abertamente por homens de sua ordem, mas nenhuma dessas coisas nos levaria à tentativa que fizemos sob uma necessidade muito mais forte.

O que era essa "necessidade muito mais forte"? Calvino continuou, Essa necessidade era que a luz da verdade divina havia sido extinta, a Palavra de Deus enterrada... Já no início, em 1517, em suas 95 Teses, Lutero indicou o que visava a Reforma, quando escreveu, como a 62ª tese, O verdadeiro tesouro da igreja é o santo evangelho da glória e graça de Deus.

O Evangelho da Reforma:

Devemos, portanto, notar brevemente o que era esse “santo evangelho”, em contraste com o “outro evangelho” que estava destruindo a igreja. O evangelho restaurado pela Reforma é a boa notícia da salvação somente pela graça, somente para a glória de Deus. Este evangelho, encapsulado na epístola aos Romanos, proclama que a miséria de todo homem é que ele é um pecador, totalmente depravado e exposto à ira do Deus ofendido (Rm 3:9ss). A miséria do homem não são os vários males terrenos que sempre afligem a humanidade – pobreza, opressão, guerra, doença e morte, como uma calamidade natural, mas seu pecado, especialmente sua culpa diante do julgamento de um Deus justo. Sua grande necessidade é o perdão de seus pecados e uma justiça que se levantará no julgamento de Deus. Este perdão e justiça está em Jesus Cristo (Rm 10:3-4). Torna-se nosso através da fé em Jesus.

Quando cremos Nele, Deus considera a justiça de Jesus em nossa conta. Nossa justiça diante de Deus não é nada do que fizemos, ou o que somos, mas apenas o que Jesus fez por nós e o que Ele é em nosso favor. O povo de Cristo é justificado somente pela fé (Rm 3:20ss.). Essa fé justificadora não é a base do perdão de Deus ao pecador; não é obra do pecador ganhar a justiça; não é a alguma condição que o homem deva cumprir para ser salvo. Mas é o meio pelo qual Deus imputa a justiça de Cristo ao pecador culpado e o instrumento pelo qual ele abraça Cristo, sua justiça. De fato, a própria fé é um dom gracioso de Deus para o homem que a possui: "... a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Romanos 10:17).

Esta passagem aponta o papel vital que a pregação tem na grande obra de Deus de justificar Seu povo. É por meio da pregação que o Espírito Santo opera nos homens a fé que conhece e confia em Jesus Cristo, o Salvador, incluindo o arrependimento que os torna necessitados. Além disso, é na pregação que Deus apresenta Jesus Cristo aos homens, como objeto da fé (Rm 1:1ss.). Então, é através da pregação do evangelho que Deus pronuncia o veredicto divino na consciência do crente, para absolvê-lo: "... estou pronto para pregar o evangelho ... porque é o poder de Deus para a salvação a todo aquele que crê... porque nela se revela a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: O justo viverá da fé" (Rm 1:15-17). Não foi uma das menores acusações da Reforma contra a igreja católica da pré-Reforma, que ela não pregava. Essa igreja fez muitas coisas - construiu catedrais, fez peregrinações, mergulhou na política e fascinou as pessoas com espetáculos e liturgia; mas não pregou o verdadeiro evangelho de Cristo.

Se o meio do perdão que é o coração do evangelho é a pregação, a única base do perdão é a satisfação e expiação de Jesus Cristo. Em Sua paixão ao longo da vida, mas especialmente por Sua morte na cruz, Jesus pagou integralmente pelos pecados de Seu povo e cumpriu toda a justiça. A Reforma proclamou a cruz de Cristo como redenção do pecado – redenção eficaz, substitutiva, sangrenta, que cobre o pecado (Rm 3:24ss). Assim como declarou que Jesus é o eterno Filho de Deus (Rm 1:4), a ressurreição corporal de Jesus dentre os mortos provou que a cruz foi a efetiva aquisição da justiça para aqueles pecadores por quem Jesus foi entregue: " [Ele] ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4:25).

A fonte e fundamento desta salvação é a eterna e graciosa eleição de Deus (Rm 9-11). Em Cristo, Deus escolheu para a salvação um povo de todas as nações – Sua Igreja. A graça desta eleição é peculiarmente ilustrada pelo fato de que Deus não escolheu todos os homens, mas reprovou alguns, de acordo com Seu próprio beneplácito. A salvação é total e exclusivamente graciosa. A vida do homem que crê neste evangelho será uma vida de liberdade - liberdade para servir a Deus e ao próximo, em gratidão (Rm 12-15).

O "Evangelho" da Igreja Católica Apostólica Romana:

Em contraste com o evangelho estava o "outro evangelho" de Roma. Esse foi o ensinamento de que o pecador deve se salvar por suas próprias obras. A forma grosseira desse ensinamento, contra o qual Lutero entrou em guerra em 1517, nas 95 Teses, eram as indulgências: vender o perdão dos pecados por dinheiro. Mas a raiz do erro era a doutrina oficial de Roma de que os homens podiam e deviam conquistar a justiça de Deus por suas próprias boas obras. A justiça de um homem para com Deus consistia em parte na obra de Cristo e em parte em sua própria obra. A justificação era pela fé e pelas obras. O que tornava possível para um pecador conquistar, ou merecer, a salvação, de acordo com Roma, era a posse de um ídolo chamado de "livre-arbítrio". Embora 100% depravada, a humanidade não é totalmente caída; todos os homens retêm a capacidade de escolher Deus e o bem, e cooperar com a graça, quando a graça é oferecida nos sacramentos e na Palavra. Se um pecador apenas exercer seu "livre arbítrio" adequadamente, Deus concederá graça a ele. Em virtude de sua própria vontade e em virtude da graça concedida, o homem realiza boas obras. Com base nessas obras, bem como na obra de Cristo, Deus perdoa as transgressões do pecador e lhe paga a salvação que ele conquistou parcialmente!!!

A vida do homem que acreditava neste "evangelho" era escravidão - a escravidão do medo de que ele não tinha feito o suficiente para aplacar a Deus, e a escravidão de um serviço a Deus (frequentemente exigente, serviço árduo) por motivo de um escravo. Esta doutrina, este “evangelho”, a Reforma condenou como “outro evangelho”, nos termos de Gálatas 1:6-9: “Se alguém vos pregar outro evangelho além do que recebestes, seja anátema”. Não foi meramente uma apresentação defeituosa do evangelho; mas era heresia - negação de Cristo, desonra a Deus, destruição da Igreja, heresia que rouba o conforto. Gálatas 5:2 prova-nos que a Reforma estava certa nesta acusação: "Eis que eu vos digo que, se vos circuncidardes, Cristo de nada vos aproveitará", isto é, "se acrescentardes a Cristo alguma obra do homem como parte de sua justiça e como base da salvação, você destrói o evangelho por completo, e quem confia nessa obra, além de Cristo, será eternamente condenado”.

A condição de miséria do protestantismo atual:

Agora, como a igreja protestante hoje se compara com a igreja da Reforma, no que diz respeito ao evangelho? Esta é uma pergunta adequada, porque o evangelho da graça restaurado pela Reforma é a verdade imutável, as boas novas para todas as épocas. É uma noção particularmente tola e arrogante de alguns hoje que nós "homens modernos" precisamos de um novo evangelho. Mas isso é o mesmo que insistir e criar um novo cristo e uma nova salvação. Portanto, a pergunta está em ordem: onde está o protestantismo em relação ao evangelho proclamado pela Igreja Reformada Ortodoxa?

A Igreja Católica Romana hoje é a mesma que era nos dias da Reforma. Na questão essencial do evangelho, Roma não mudou; nem ela afirma ter mudado. Os Cânones e Decretos do Concílio de Trento, que condenam a depravação total, a negação do livre arbítrio, a justificação pela fé somente, a doutrina de um sacrifício de uma vez por todas a Cristo e a predestinação; que condenam aqueles que ensinam e acreditam nessas verdades absoluta; e que até mesmo abençoam a prática das indulgências, permanecem até hoje como o credo oficial de Roma.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) reafirmou explicitamente todas as doutrinas romanas contestadas pela Reforma. Um dos próprios romanos, o padre e autor Malachi Martin, desmente o sonho popular e protestante de que o Concílio Ecumênico Católico Romano, Vaticano II, efetuou mudanças básicas na Igreja Católica Romana. Em seu livro, The Jesuits, publicado em 1987, Martin escreve:

. . . a intenção, o esforço e a mensagem do Vaticano II eram simples. Eles formaram uma tentativa por parte da Igreja Católica Romana de apresentar sua antiga doutrina e perspectiva moral de uma maneira nova que seria inteligível para as mentes dos homens e mulheres modernos. A Igreja não mudou nenhuma doutrina. Não mudou nenhuma parte de seus bispos e papas hierarquicamente estruturados. Não abandonou nenhuma de suas perenes leis morais. Afirmou tudo (p. 477). Fica claro que Roma é uma igreja falsa, proclamando outro evangelho.

Mas e o protestantismo, herdeiro da Ortodoxia Reformada?

Muito cedo em sua história, a Igreja Luterana desviou-se da verdade e tornou-se um inimigo ferrenho da Igreja Reformada Ortodoxa, sobre a doutrina da salvação pela graça soberana – a mesma doutrina que foi a mensagem central da Reforma e que Lutero tão vigorosamente defendeu em Escravidão da Vontade. Logo após a morte de Lutero, Filipe Melanchthon, o principal teólogo luterano, ensinou, em sua obra popular sobre teologia, as Loci Communes, que a conversão do pecador é realizada por três fatores cooperativos – a Palavra de Deus, o Espírito Santo, e o livre arbítrio do homem. Em sua confissão, A Fórmula da Concórdia (1576), a Igreja Luterana prestou serviço da boca para fora à doutrina da eleição, cujo testemunho, de início fraco, foi prontamente corrompido por uma afirmação explícita de uma vontade universal de Deus para a salvação dos pecadores e por uma negação explícita da reprovação. Ela também lançou um ataque furioso à doutrina reformada da predestinação, caricaturando-a exatamente como Roma sempre fez e caluniando-a como “falsa, horrível e blasfema”, privando as mentes piedosas de “toda consolação”.

Hoje, grande parte do luteranismo compartilha a apostasia avançada do protestantismo em geral, negando doutrinas cardeais como a inspiração infalível das Escrituras, a criação e o nascimento virginal de Jesus. Em 1963, o luteranismo internacional se reuniu na Finlândia, para formular uma nova declaração sobre a verdade crucial da justificação. A conferência falhou, porque as Igrejas Luteranas foram incapazes de concordar com a doutrina que Lutero chamou de "o artigo de uma igreja em pé ou em queda". O medo de Lutero de que a igreja não seria capaz de manter a verdade que é a pedra angular do evangelho foi realizado em grande parte da igreja que leva seu nome.

Diante desses desenvolvimentos, A Igreja Anglicana ordena um bispo, o Bispo de Durham, que nega publicamente o nascimento virginal de Jesus Cristo e, portanto, Sua Divindade, e que ridiculariza a ressurreição corporal do Senhor como um "truque de conjuração com ossos". O Anticristo está sentado naquele templo de Deus, opondo-se e exaltando-se acima de tudo o que se chama Deus, ou que é adorado (II Tess. 2:4).

Quanto às maiores igrejas protestantes "principais" nos Estados Unidos no Brasil e em toda América do Sul e do Norte, e quiçá, no mudo inteirinho; são anátemas; sua apostasia da fé ortodoxa que foi uma vez entregue aos santos é terrível. Eles abandonaram completamente o evangelho. A miséria do homem não é mais pecado, mas pobreza e opressão física. O inimigo não é mais o diabo do inferno, mas o capitalismo selvagem do Ocidente!!! (nunca o comunismo da União Soviética), o governo da África do Sul (aparteid); ou mesmo qualquer que seja a heresia. A redenção não é mais pelo  sangue de Jesus, mas pela ação social, incluindo a ação violenta e revolucionária que derrama o sangue de todos os "opressores"!!! O povo de Deus não é mais pobre de espírito, mas pobre material e politicamente. A salvação não é mais paz com Deus, mas paz terrena e contas bancárias cheias de dinheiro a qualquer custo. Exemplos miseráveis ​​são as Igrejas Presbiterianas nos EUA e a Igrejas Unidas de Cristo, no Brasil a IURD. Igreja Universal do Reino de Deus, IIGD. Igreja Internacional da Graça de Deus, IMPD. Igreja Mundial do Poder de Deus, Assembleias de Deus, IPUB. Igreja Pentecostal Unida do Brasil, IADVC. Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. IPDA. Igreja Pentecostal Deus é Amor e outras...

A Igreja Presbiteriana, herdeira espiritual de John Knox, da Assembleia de Westminster, os Hodges e Thornwell, engavetou oficialmente a Confissão de Fé de Westminster e a substituiu pela Confissão de Fé humanística de 1967. Nada mais precisa ser dito.

A Igreja Unida de Cristo, recente amálgama da Igreja Congregacional (descendente dos Puritanos e Peregrinos) e das Igrejas Evangélicas e Reformadas, ousa anunciar sua deserção da Reforma. Em 1966, um de seus principais teólogos, Douglas Horton, escreveu um livreto, "A Igreja Unida de Cristo", no qual explicava sua denominação ao mundo:

... o vínculo que une os membros da Igreja Unida aos católicos [romanos] é essencial, e as diferenças entre eles são em grande parte acidentais.

Novamente: Muitas vezes, ao longo da história, as questões teológicas que outrora dividiram a Igreja acabaram por desaparecer no nada ou mesmo se transformaram em laços de concordância. A doutrina da justificação pela fé era crucial para os protestantes no século XVI, por exemplo, assim como a autoridade da Bíblia. No entanto, uma vez que hoje muitos teólogos católicos e protestantes estão de acordo com esses assuntos, assim, é sentido pelos clérigos unidos, amanhã pode nos mostrar que as diferenças que regem o pensamento teológico hoje são, em geral, secundárias e suscetíveis de serem resolvido.

Com referência à Reforma: ... muitas das grandes divisões na cristandade foram o resultado não de teologias opostas, mas de más relações humanas ... É obviamente para nós ... substituir boas relações humanas ruins.

Em sua própria admissão, a Igreja Unida de Cristo vendeu seu direito de primogenitura da Reforma, com referência específica aos princípios formais e materiais da Reforma, a única autoridade das Escrituras e justificação somente pela fé. Agora está pronto para a união com Roma, com quem professa ser essencialmente um.

Se olharmos para as Igrejas Reformadas Ortodoxas, herdeiras de João Calvino, para um toque de trombeta claro, alto, certo e destemido, contra toda essa partida iníqua, ficamos amargamente desapontados. Eles também abandonaram o padrão e se tornaram traidores. A respeito deles também, é verdade, como canta uma versão do Salmo 74: "Em meio a Teus átrios são erguidos / Os estandartes do inimigo / E mãos ímpias com machado e fogo / Deitaram o Teu templo por terra." O "machado e fogo" são erudição crítica superior, universalismo e pura conformidade com o mundo. Onde deveríamos encontrar uma defesa escancarada de uma Bíblia inerrante e autoritária, encontramos, em vez disso, a admissão da falibilidade das Escrituras; a negação da verdade história de Gênesis 1-11; e a insistência de que muito do Novo Testamento é a palavra equivocada do homem (sobre o terremoto no momento da ressurreição de Jesus, sobre a liderança do marido, sobre a exclusão das mulheres dos ofícios na igreja, e sobre muitos outros assuntos); em vez da Palavra de Deus.

Onde esperamos que a mensagem da salvação pela graça livre, soberana e particular seja proclamada, como é exigido pelo credo dessas igrejas, os Cânones de Dort, há uma negação ousada da predestinação, expiação limitada e depravação total, ou um silêncio ensurdecedor em relação a essas doutrinas da graça. Onde esperamos ouvir um chamado à santidade, em obediência a todos os mandamentos da lei de Deus, ouvimos dos filhos degenerados daquele "teólogo da santidade", João Calvino, uma aprovação da homossexualidade. No infame "Relatório da Comissão sobre Igreja e Teologia ao Sínodo Geral das Igrejas Reformadas na Holanda, Bentheim 1981", essas igrejas falam de "muitos homoafetivos cristãos sinceros". Eles afirmam:

Haverá ... cristãos homoafetivos que - também em muita luta e oração - através de uma amizade crescente encontram um amigo genuíno, homem ou mulher, com quem estão preparados e dispostos a compartilhar as alegrias e tristezas da vida. Somente essa união íntima pode criar uma atmosfera de confiança e confiança na qual as pessoas possam se entregar umas às outras. Eles também se sentirão constrangidos a envolver Deus em seu relacionamento.

A Igreja não pode condenar tal relacionamento; Pelo contrário, devemos "aceitar uns aos outros no processo contínuo de compreensão e reflexão". Onde esperamos ver a separação da infidelidade e da idolatria, em um fiel cumprimento do pacto matrimonial com o único Marido e Amante da Igreja, Jesus, vemos, em vez disso, Igrejas Reformadas na cama com os apóstatas do Conselho Nacional e Mundial de Igrejas, ou desejando tal união carnal, e olhando descaradamente a própria Roma. Na verdade, eles dão sinais de que, como as igrejas do Conselho Mundial, agora desejam as religiões do mundo e seus deuses; enfim, a “igreja” de hoje, está uma desgraça só.

O mundo da igreja protestante também inclui as igrejas que se chamam "evangélicas". Eles não foram retrógrados em criticar Roma e escoriar os "Teólogos liberais". Como seu nome indica, eles se orgulham de proclamar o evangelho (evangel é a palavra grega para "evangelho"). No entanto, uma grande parte do "protestantismo evangélico", embora pregue sobre o pecado, Jesus, o sangue e o céu, perverteu o evangelho genuíno. Seu erro é a mentira do "livre-arbítrio".

Sustentam que todo homem possui naturalmente a capacidade espiritual de tomar uma decisão por Cristo, abrir seu coração a Deus e aceitar a salvação oferecida. Sustenta que toda a salvação, desde a eleição até a glória final, depende diretamente da vontade do homem. Seu reverenciado representante é o herege teólogo liberal, Billy Graham.

Este evangelho é um evangelho diferente daquele da Reforma; e é outro evangelho que não o evangelho da graça das Escrituras. Não é nem um pouco melhor do que o evangelho de Roma. Há, de fato, muitos "evangélicos" que proclamam uma dependência da salvação do homem que teria envergonhado Roma no século XVI, e que teria dado uma pausa àquele velho vendedor de salvação, Tetzel. Roma ensina que a salvação é o homem correr, isto é, trabalhar; o "protestantismo evangélico" ensina que é da vontade do homem; ambos se opõem igualmente ao ensino do evangelho de que a salvação vem de Deus que mostra misericórdia, como Paulo declarou em Romanos 9:16. O apóstolo mencionou "correr" aqui, porque o Espírito Santo viu Roma chegando; ele mencionou "dispostos", porque o Espírito viu "protestantes evangelicalistas".

Que a doutrina do livre-arbítrio é "outro evangelho", no sentido de Gálatas 1:6 e segs., foi o julgamento de Agostinho (cf. seus "Escritos Antipelagianos" em The Nicene and Post-Nicene Fathers, vol. V, Eermans, 1956). Foi o julgamento tanto de Lutero, que, em seu livro The Bondage of the Will, declarou que a questão da escravidão ou liberdade da vontade do homem natural era a questão básica da Reforma, quanto de Calvino, que, nos capítulos 2 ao 5 do Livro 2 das Institutas, refuta aqueles que ensinam o livre-arbítrio, caracterizando-os como "inimigos da graça divina", e seus esforços em favor do livre-arbítrio como a ereção de "sua estátua monumental do livre-arbítrio", ou seja, idolatria. Os Cânones de Dort; e os presbiterianos o fizeram por implicação quando, na Confissão de Fé de Westminster, eles confessaram a escravidão da vontade de ser a verdade do evangelho (capítulo 9). Ao abraçar o livre-arbítrio, o "protestantismo evangelicalista" voltou ao vômito do qual Cristo libertou Sua igreja pela Reforma.

Indiferença Doutrinária e Ortodoxa:

Ainda outra característica relacionada do protestantismo hoje, por causa da qual se sai mal em comparação com a igreja da Reforma, é a indiferença do protestantismo à verdade. Ainda há alguns, talvez muitos, que conhecem a verdade. Eles sabem o que a Reforma representava. Eles sabem que as igrejas protestantes abandonaram, ou estão em processo de abandono, sua herança doutrinária. Mas isso não os perturba, muito menos os move a agir.

Este é um pecado, não só dos líderes, mas também do povo. O povo não suportará a sã doutrina; o povo resiste à pregação expositiva e doutrinária; o povo clama por entretenimento nos serviços de adoração divina, em vez de instrução; as pessoas tolerar desvios da Escritura e permitem que os lobos destruam o aprisco de Cristo, olhando enquanto seus próprios filhos e netos, os cordeiros do rebanho, são destruídos (cf. II Tim. 4: Sess.; Atos 20:28 e segs.). Jeremias 5: 30-31 “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?”.

Existem várias expressões notáveis ​​da indiferença do protestantismo atual à verdade plena da sã doutrina. Um  é o movimento ecumênico – o esforço para unir as igrejas. Enquanto a ecumenicidade bíblica encontra unidade e fundamenta a união na unidade doutrinária, unidade essa que é expressa em credo, as uniões do CMI. (Conselho Mundial de Igrejas); e da volta das igrejas protestantes (evangelicalistas); para a Igreja Católica Apostólica Roma, são efetuadas com desrespeito à diferença doutrinária e ao mesmo tempo, ao custo da verdade; A indiferença à verdade é o petróleo que faz funcionar toda a vasta maquinaria da ecumenicidade moderna.

Outra indicação de indiferença à verdade aparece entre o "protestantismo evangélico" em sua disposição de se unir e cooperar com igrejas e grupos que mantêm doutrinas amplamente em desacordo com a doutrina proclamada pela igreja da Reforma, e diferem acentuadamente entre essas igrejas e grupos, na causa do evangelicalismo. Um exemplo flagrante disso foi o empreendimento ecumênico no evangelismo há alguns anos, conhecido como Chave 73. Seu objetivo era "levantar uma confederação cristã abrangente na América do Norte sob o qual todas as denominações, congregações e grupos cristãos pudessem se concentrar no evangelismo durante 1973". Reuniu grupos como Campus Crusade, completamente "livre-arbítrio" em teologia e prática, e o Exército da Salvação e igrejas como a Batista Americana, a Igreja Cristã, os Irmãos em Cristo, a Metodista Unida, a Anglicana, a Igreja do Nazareno, a Episcopal Metodista Africana, a Igreja Reformada na América as Assembleias de Deus e a Católico Romano. Qualquer que tenha sido o resultado na América do Norte no que diz respeito ao evangelismo, muitas igrejas e grupos se uniram na realização do chamado fundamental da Igreja de Cristo, ou seja, pregar o evangelho, em total desrespeito à solidez doutrinária e ao acordo doutrinário da sã doutrina.

Este espírito, por muito tempo a força motriz nas igrejas "liberais" do Conselho Mundial de Igrejas, agora permeia as igrejas "evangélicas" em todo o mundo; Ignoram o fato de que o principal requisito do evangelismo é a mensagem, a doutrina, que será proclamada; se recusam a perguntar sobre qualquer igreja, ou grupo, se esquivam da verdade do evangelho; se fazem de surdos ao aviso do profeta de que dois não podem andar juntos, a menos que estejam de acordo; e omitem notar, por enquanto, que se as igrejas podem cooperar na pregação do evangelho, elas também podem se unir institucionalmente; Omissas ao extremo são as declarações na literatura oficial do "Congresso 88: Um Festival Nacional de Evangelicalismo" (programado para Chicago em agosto de 1988; com o objetivo de evangelizar os sem igreja na América;

... milhares de católicos e protestantes ... têm se esforçado silenciosamente para desfazer o escândalo da desunião cristã que rasgou o manto sem costura de Cristo... Vamos se unirem em Chicago, compartilhando ideias, recursos financeiros, ajudando a levar a “Grande Comissão de nosso Senhor” e sua oração por uma igreja unificada!!! Como assim??? O diabo é o pai destes filhos feios; são todos hereges e blasfemos.

Ainda outra expressão de indiferença à verdade é o poderoso movimento no protestantismo hoje que exalta a operação do “Espírito Santo” e o sentimento religioso do membro da “igreja”, em detrimento da pregação bíblica sólida, expositiva, ortodoxa, falta de ênfase na sã doutrina e crença na verdade absoluta do evangelho; Este movimento está devastando o protestantismo hoje; Assume várias formas, todas perniciosas.

Uma forma é a "igreja feliz", onde a salvação é sentir-se bem consigo mesmo; uma congregação abençoada é um povo que sorri e aperta a mão do próximo; e o embaixador de Cristo é um homem que dá um alegre "bom dia" ao rebanho e permite que a audiência saia do culto com pensamentos superficiais e positivos.

Outro é o ensino que explicitamente deprecia a doutrina e a ortodoxia teológica em favor das obras místicas do “Espírito Santo” e da experiência dessas obras; O professor chinês, Watchman Nee, é um influente fornecedor dessa ideologia/filosofia antibíblica e perigosa. Em seu livro, The Release of the Spirit, ele escreve:

[Quando um irmão foi quebrantado pelo Espírito] ao ouvir uma mensagem, ele usará seu espírito para contatar o espírito do pregador, em vez de se concentrar na pronúncia das palavras ou na apresentação da doutrina... É verdade que sempre que o Espírito de Deus agir sobre qualquer irmão, ele nunca mais julgará os outros meramente pela doutrina, palavras ou eloquência... quando houver o fluir do Seu Espírito, esqueceremos a teologia que aprendemos. Tudo o que sabemos é que o Espírito veio. Em vez de mero conhecimento, temos uma "luz interior" (pp. 87-88).”

Nee fala de "duas maneiras muito diferentes de ajuda diante de nós. Primeiro, 'há uma maneira que parece certa' na qual a ajuda é recebida de fora - através da mente - pela doutrina e sua exposição. Muitos até professam ter sido grandemente ajudado desta forma. No entanto, é uma 'ajuda' muito diferente daquela ajuda que Deus realmente pretende." "A ajuda que Deus realmente pretende", é clara, é "o caminho do espírito tocando o espírito... até que tenhamos encontrado este caminho, não encontramos o verdadeiro cristianismo" (p. 89). Isso é misticismo, feitiçaria, gnosticismo, falsa doutrina e heresia em sua pior expressão!!! Para uma igreja, ou para um indivíduo, o abraço desse "espírito" é o beijo da morte. Aliás, essa filosofia expõe a igreja e o indivíduo à escravização cultual do líder místico/carismático.

Uma terceira forma de expressão de indiferença à verdade que consiste em exaltar o Espírito de engano do final dos tempos que se passa pelo Espírito Santo; enquanto menospreza a sã doutrina é os nefastos movimentos: carismático católico, pentecostal e neopentecostal. (Para uma análise completa desse movimento, do ponto de vista da Fé Reformada Ortodoxa, o leitor é convidado a ler o panfleto, "Provem os Espíritos: Um Exame Reformado Ortodoxo destas heresias.") O movimento carismático-pentecostal-neopentecostal é, no fundo, um ataque ao evangelho genuíno de Jesus Cristo - à única suficiência e autoridade da Sagrada Escritura; ao conteúdo da Sagrada Escritura, a saber, Jesus Cristo e Ele crucificado; e à única maneira de recebermos a salvação da cruz, ou seja, acreditando na sã doutrina, quando ela é pregada. O neopentecostalismo é um antigo erro de roupagem nova: o misticismo gnóstico. É em praticamente todos os detalhes o misticismo que tentou e se opôs à Reforma Protestante, assim que o movimento estava em andamento. A Reforma foi travada em duas frentes, e não em apenas uma.

Tão feroz e importante quanto o conflito com o catolicismo romano à direita foi a guerra da Reforma com os "profetas celestiais" à esquerda. Esses foram os radicais que culparam a Reforma por não ir além da mera doutrina para a plena experiência do Espírito Santo; que denegriram a doutrina e a pregação; que se gabava do poder de operar milagres (poder que a Reforma livremente reconheceu que não tinham); e que se gloriaram em tal habitação do “Espírito” a ponto de provocar Lutero a pensar que esses inimigos da Reforma certamente "engoliram o “Espírito Santo”, com penas e tudo". Este movimento atraiu multidões da fé da Reforma. A diferença entre a fé da Reforma e o protestantismo herege de hoje é que a igreja da Reforma disse não a esse misticismo!!!

Por causa de sua sublime indiferença à doutrina, isto é, à verdade, o movimento carismático é uma das forças mais poderosas e eficazes em ação no mundo hoje, pela união de todos os protestantes e pela união de protestantes e católicos romanos. Isso foi ilustrado pelo Congresso Norte-Americano sobre o “Espírito Santo” e o Evangelicalismo Mundial, que se reuniu em Novas Orleans no verão de 1987. Cerca de 40 denominações ou irmandades foram representadas no Congresso, que pretendia tanto reunir as igrejas quanto unir as igrejas na obra de evangelizar o mundo. Dos 35.000 participantes, 51% eram católicos romanos (cf. Christianity Today [4 de setembro de 1987], pp. 44ss.).

A recusa dos membros das igrejas protestantes em lutar pela verdade também é uma evidência de indiferença à verdade. Há protestantes que não apenas sabem o que é a verdade, mas também a abraçam pessoalmente. Eles estão bem cientes de que sua igreja está corrompendo a verdade, ou abandonando-a; e eles estão preocupados com isso. Mas eles não lutam pela fé verdadeiramente ortodoxa, pelo menos não com o zelo que resultou na reforma protestante.

Aparentemente, essas pessoas podem viver com a mentira. Eles se desculpam assim: "Independentemente de sua infidelidade, esta é minha igreja, e a igreja de meus pais e avós antes de mim. Eu amo minha igreja. Não posso pensar em causar nenhum problema para ela, muito menos deixá-la."

Certamente, o amor pela igreja e o desejo pela paz e unidade da igreja, manifestados na própria congregação, são qualidades boas e louváveis. Mas fazer do amor pela igreja um argumento contra a luta vigorosa pela verdade, e um argumento para tolerar a mentira, não apenas para si mesmo, também para a família, é um argumento ruim. Este mesmo argumento foi o argumento mais forte de Roma contra a Reforma: "Você faz cisma na Mãe Igreja!" Na Dieta de Worms, em 1521, quando os inimigos de Lutero, tanto imperiais quanto eclesiásticos, instavam-no a retratar-se de seus livros e a retratar-se de seus ensinamentos, eles o advertiram “gentilmente e amigavelmente... que ele deveria ter em mente a unidade da igreja santa, católica e apostólica... que não desfaça o que deve respeitar, venerar e adorar... O apelo para manter a unidade da igreja era poderoso, não apenas por causa da ênfase das Escrituras na unidade da Igreja, mas também porque os homens no século XVI conheciam apenas um instituto, e isso, santificado por séculos”.

A refutação da Reforma foi: "Onde o evangelho é corrompido, a Igreja deixa de existir". Calvino escreveu: "Cristo ordenou em Sua Igreja que, se (a pura pregação do evangelho) for removida, todo o edifício deve cair" (Institutas 4.1.11). Para aqueles que pleitearam tolerância de erros doutrinários em nome da Mãe Igreja, Calvino respondeu:

Há algo de especioso em nome da moderação, e a tolerância é uma qualidade que tem uma aparência justa e parece digna de louvor; mas a regra que devemos observar em todos os perigos é nunca suportar pacientemente que o sagrado nome de Deus seja atacado com blasfêmias ímpias - que Sua verdade eterna seja suprimida pelas mentiras do diabo - que Cristo seja insultado, Seus santos mistérios almas poluídas, infelizes assassinadas cruelmente, e a Igreja deixada a se contorcer em extremo sob o efeito de uma ferida mortal. Isso não seria mansidão, mas indiferença sobre coisas para as quais todas as outras deveriam ser adiadas (A hoje, uma extrema necessidade de Reformar a Igreja evangelicalista mística e gnóstica). O povo protestante, tolerando falsas doutrinas e apegando-se a institutos apóstatas, não entende que seus ancestrais desistiram de tudo – pela doutrina. Eles não entendem que homens de carne e osso como eles um dia ousaram tudo e arriscaram lançar o mundo em um tumulto – por doutrina.

Eles não entendem mais as palavras do poderoso hino de Lutero, "Deixem os bens e parentes irem / Esta vida mortal também" - para doutrina. A gravidade dessa indiferença à verdade é que é indiferença à glória de Deus. Deus é glorificado na verdade do evangelho; e Ele é desonrado quando os homens transformam Sua verdade em mentira. A Igreja da Reforma ardia de desejo pela glória de Deus. Onde isso pode ser encontrado no protestantismo hoje? Deus julga esse desprezo por Sua glória no evangelho, assim como pune aqueles que não O glorificam como Deus quando Ele é revelado na criação (Rm 1:18ss.). Por falta de amor à verdade, homens e mulheres são punidos nestes últimos dias por uma forte ilusão, do próprio Deus, de que devem acreditar em uma mentira, "para que sejam condenados todos os que não creram na verdade..." (II Tess. 2:10-12).

Rejeição da Palavra:

Tudo isso – abandono do evangelho da graça, adoção do outro evangelho das obras e do livre-arbítrio e indiferença à verdade – pode ser resumido como rejeição da Palavra de Deus. Este foi o pecado da igreja pré-Reforma: ela rejeitou a Palavra negando a autoridade única das Escrituras, e ela rejeitou a Palavra repudiando a mensagem das Escrituras – salvação somente pela graça. Tudo de errado com aquela igreja pode ser atribuído a esse mal. Este é o mal do protestantismo hoje.

Há muitas outras evidências da rejeição da Palavra pelo protestantismo. Não apenas desafia a autoridade das Escrituras, mas também obscurece a clareza das Escrituras. Quando Gênesis 1-3 é interpretado de tal maneira que não é mais uma história direta e factual, mas um mito religioso, de modo que os seis dias agora são bilhões de anos; "segundo sua espécie" é agora "cada espécie evoluindo para outra espécie"; Adão é agora o macaco supremo; e comer o fruto proibido é agora a fraqueza inerente do macaco supremo, desde o início, bem, então o crente "comum" diz:

"Não consigo entender a Bíblia". O pastor "comum" diz a mesma coisa. O resultado é que os homens desistem das Escrituras, ou que eles entreguem a interpretação dela ao cientista e teólogo profissional. Assim surge um novo papado, agora protestante – único intérprete autorizado da Bíblia. Há também um ataque à própria pregação.

O protestantismo fechou o círculo. Roma insistiu, contra a Reforma, como ela ainda insiste hoje, que os fiéis devem ser ensinados por quadros, estátuas e imagens, "livros para os leigos". Ignorando a resposta 98 ​​do Catecismo de Heidelberg , "Deus ... terá Seu povo ensinado, não por imagens mudas, mas pela pregação viva de Sua Palavra", até mesmo os protestantes reformados hoje clamam por imagens, peças, danças, diálogos, grupos musicais e outras tolices semelhantes. nos cultos de adoração, no lugar da pregação.

Há também muitos protestantes que, nessa época, concordam com Roma que a parte principal do culto é a liturgia e que a Eucaristia, não a pregação, é o principal meio de graça. Outra evidência da rejeição da Palavra de Deus é a proliferação de versões não confiáveis ​​e até deliberadamente falsificadas da Bíblia sagrada, por exemplo, a imensamente popular A Bíblia Viva, Nova Versão Internacional, Nova Versão Na Linguagem de Hoje, Almeida Revista e Atualizada, Almeida Revista e Corrigida, Nova Almeida Atualizada dentre outras... a ACF. (Almeida Corrigida Fiel); é hoje chamada de velha almeida!!! Como assim??? Chamar a única bíblia fiel de VELHA ALMEIDA!!! A antiga Roma reteve as Escrituras; agora os protestantes enterram a Palavra com versões corruptas. No final, não há diferença; são todos da mesma laia e hereges.

Consequências:

A rejeição da Palavra de Deus sempre tem consequências gravíssimas; e as falsas “igrejas” protestantes sofrem essas consequências. O protestantismo não tem paz. Falta-lhe a bendita certeza do perdão, da vida eterna, do amor paternal de Deus. Nem um "evangelho social ou capitalista liberal" nem uma "teologia da libertação ou da prosperidade" dão paz com Deus. O evangelho da salvação pela vontade do homem deve sempre cantar com Roma a triste canção de que ninguém pode ter certeza de sua salvação eterna, como os próprios arminianos (proponentes do livre-arbítrio no século XVII) admitiram.

Nem o falar em línguas e a experiência duvidosa podem fazer o que a doutrina da justificação pela fé só fez na era da Reforma, e ainda faz hoje: dar ao mais miserável dos pecadores a confiança de que ele, mesmo ele pessoalmente, é filho querido de Deus, e herdeiro da vida eterna. Um protestantismo que rejeitou um Deus soberano insiste que os males que se abatem sobre seu povo não estão sob o controle de Deus, como se isso fosse um grande bem, em vez de um grito de terror; perdeu o conforto da Reforma de que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8: 28). Ele é permeado de medos, ansiedades, dúvidas e dependências de bebida, drogas, pílulas, trabalho e prazer. "Oh, protestantismo, se você soubesse, mesmo você, pelo menos neste seu dia, as coisas que pertencem à sua paz! mas agora elas estão escondidas de seus olhos." (Romanos 8:28). Ele é permeado de medos, ansiedades, dúvidas e dependências de bebida, drogas, pílulas, trabalho e prazer. "Oh, protestantismo, se você soubesse, mesmo você, pelo menos neste seu dia, as coisas que pertencem à sua paz! mas agora elas estão escondidas de seus olhos." (Romanos 8:28). Ele é permeado de medos, ansiedades, dúvidas e dependências de bebida, drogas, pílulas, trabalho e prazeres carnais.

"Oh, protestantismo, se você soubesse, mesmo você, pelo menos neste seu dia, as coisas que pertencem à sua paz! mas agora elas estão escondidas de seus olhos." O protestantismo é profano. Por um lado, é desprovida de boas obras genuínas, adoração a Deus em espírito e em verdade; submissão ao Estado e empregador; fidelidade no casamento e no lar. Por outro lado, é caracterizado por boas obras bizarras.

A igreja católica da pré-Reforma teve suas boas obras malucas: cruzadas; peregrinações; relíquias; indulgências; e similar. O mesmo acontece com o protestantismo hoje: promovendo a desobediência civil e a revolução em casa e no exterior; saltando na onda mundial do neoliberalismo econômico;  defesa do assassinato dos “comunista”; advogando licença  para assassinos profissionais (mercenários); perversidades; e semelhantes "exercícios de falsa piedade". É mundano por completo. Não é uma peregrinação; não busca a "cidade que tem fundamentos". Quanto à disciplina, a igreja; Que o "protestantismo evangelicalista" não se gabe de sua santidade superior.

As igrejas com um nome de ortodoxia e conservadorismo estão cheias de pessoas não biblicamente divorciadas e recasadas. A epidemia grassa no "protestantismo evangélico", sem controle. Deus odeia o divórcio (Mal. 2:16). Jesus Cristo julga explicitamente o homem e a mulher que se casam novamente após o divórcio, o cônjuge original ainda vivo, um adúltero e uma adúltera (Marcos 10:11-12; Lucas 16:18). Paulo e João excluem o adúltero impenitente do reino dos céus (I Cor. 6:9-10; Apoc. 22:15). Mas os púlpitos "evangelicalistas" estão em silêncio! Os anciãos "evangélicos" estão inativos! Os membros da igreja "evangélica" ou celebram o casamento adúltero ou torcem as mãos pervertidamente! os teólogos "Evangelicalista" escrevem livros “piedosos” e inteligentes; defendendo a abominação, para que ninguém precise ter uma consciência culpada! Isso expõe muito da agitação do protestantismo "evangélico" sobre o aborto, o feminismo, o casamento e a família como hipocrisia. O aborto é a maneira pagã de se livrar de uma criança indesejada; o divórcio é a maneira protestante de se livrar de filhos indesejados. O aborto é o assassinato de uma criança; o divórcio é o assassinato de toda a família e, via de regra, o assassinato também da família da mulher ou do homem cobiçado.

O "protestantismo evangelicalista" pode falar tão bem entre si, ou educadamente recusar-se a falar sobre isso. Mas chegará o Dia em que eles falarão sobre isso com Deus, o justo Juiz; e eles nunca falarão bem ao Deus que é Ele mesmo fiel na aliança, mesmo ao custo da entrega de Seu próprio Filho querido!!!

Causas da apostasia:

Por que tantos do universo da igreja protestante vieram a apostatarem da Palavra de Deus? Em parte, é obra do Diabo, o "antigo inimigo" da Igreja, cujo ofício ficou evidente desde o início ao atacar a Palavra de Deus: "Sim, disse Deus?" (Gn 3: 1). Em parte, é devido ao espírito do Anticristo, que já está no mundo e que prepara o caminho para o Homem do Pecado, provocando uma grande apostasia nas igrejas, principalmente as reformadas e outrora ortodoxas; (II Tess. 2). Em parte, é o estrago feito por falsos mestres – pastores maçons nas igrejas; teólogos maçons nos seminários; e professores maçons nas escolas confessionais, especialmente as faculdades e universidades nominalmente “cristãs”; "... haverá entre vós falsos mestres, que secretamente introduzirão heresias condenáveis ​​... e muitos seguirão seus caminhos perniciosos ..." (II Pedro 2:1-2).

Mas nada disso poderia ter sucesso sem a incredulidade dos homens em relação à Palavra de Deus. Os homens duvidam da verdade, poder, suficiência e valor da Palavra. Eles duvidam que a Palavra seja capaz de reunir, defender e preservar a Igreja. Eles duvidam se a Palavra guardará as crianças e os jovens. Eles duvidam que a Palavra possa confortar os aflitos. Eles duvidam se a Palavra pode resistir ao teste da ciência. Eles duvidam que homens eruditos aprovem os ensinamentos da Palavra – criação, depravação total, predestinação, a aliança inquebrável do casamento. Eles duvidam se a Palavra é relevante para o homem moderno. Então eles desistem e apostatam da Palavra de Deus. Que loucura não!!!

A Palavra de Deus é a verdade! A Palavra de Deus é santa! A Palavra de Deus é onipotente! A Palavra de Deus é preciosa! A Palavra de Deus é o único poder para a salvação! A Palavra de Deus é a única luz nas trevas da vida terrena! A Palavra de Deus julga tudo e todos, e não é julgada por ninguém e nada! A Palavra de Deus está repleta de significado, dando significado a todas as coisas; sem a Palavra, o homem moderno, com toda a sua vida vã, é irrelevante. A Palavra de Deus permanece! Ele permanece, ileso, apesar de todos os ataques contra ele! Permanece, quando a moda deste mundo passar e a sabedoria deste mundo se dissipar como fumaça! Assim também permanecem aqueles que reverenciam a Palavra de Deus e confiam nela com uma fé infantil - a verdadeira Igreja  de Deus no mundo.

Que todo filho e filha da Reforma Ortodoxa em uma igreja que teimosamente corrompe ou abandona o evangelho recuperado pela Reforma "saia dela" (Ap 18:4), e se junte a uma igreja que mostra claramente as marcas da verdadeira igreja - a pura pregação da Palavra, a pura administração dos sacramentos e o exercício adequado da disciplina - ou instituir a igreja novamente. É irônico que homens e mulheres que elogiam a Reforma se recusem a tomar a ação que foi essencial para a Reforma, ou seja, a separação de uma igreja irremediavelmente corrupta, e continuem privando a si mesmos e suas famílias daquilo que a Reforma visava, ou seja, uma igreja sã e fiel, na qual Deus é adorado corretamente e os santos são edificados pela pura Palavra de Deus. Que todo santo protestante dentro de uma igreja que está proclamando fielmente o evangelho da Reforma louve a Deus por Sua bondade; amem esta igreja; e doem-se em seu apoio, pelo amor da verdade. Quanto a nós nas Igrejas Protestantes Reformadas na América, vamos agradecer a Deus pelo que Ele nos dá nestas igrejas: o puro evangelho de Sua graça, em Seu Filho, Jesus, o Cristo. Devemos ser gratos, pois ao nos dar a verdade, Deus nos deu tudo de si. Devemos ser humildes, pois nada temos, e nada somos, que não tenha sido dado por mera graça. Devemos ser fiéis em salvaguardar o tesouro que nos chegou pela Reforma. Devemos ser ativos em confessá-lo e proclamá-lo aos outros. Em tudo isso, devemos estar constantemente reformando, pois ainda não alcançamos, nem ainda somos perfeitos. Falando a verdade em amor, devemos "crescer em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" (Efésios 4:15). Devemos nos familiarizar mais profundamente com os tesouros da Reforma, lendo os três grandes tratados da Reforma de Lutero - "Uma Carta Aberta à Nobreza Cristã", "O Cativeiro Babilônico da Igreja" e "A Liberdade de um Cristão", bem como seu: “A Escravidão da Vontade e as Instituições de Calvino”, “Um Tratado da Eterna Predestinação de Deus” e "Uma Defesa da Providência Secreta de Deus";

Estudando os credos da Reforma; e, acima de tudo, lendo e estudando as próprias Escrituras Sagradas, pois elas “podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (II Tim. 3:15). E vamos orar! Oremos hoje pela Igreja de Deus, para que ela seja chamada das trevas da ignorância e da mentira para a luz do conhecimento de Deus em verdade. Oremos por nós mesmos, para que Deus não nos aflija com a pior de todas as pragas – uma fome da Palavra, mas que Ele nos encha com o Espírito de Cristo, que nos guia em toda a verdade, como o Filho de Deus prometeu (João 16:13).

Autor: Rev. Prof. Dr. David J. Engelsma. Traduzido e adaptado por: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

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