A Santificação Completa!!!
Autor: Rev. Prof. Dr. Herman
Hanko. Traduzido e adaptado por: Rev. Prof. Dr.
Albuquerque G. C.
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“Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao
conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa
de Cristo” (Efésios 4:13). Um leitor pergunta: “Somos ensinados no Catecismo de
Heidelberg que nós, como
crentes, temos 'apenas um pequeno começo' da nova obediência. Se é assim e
continua por toda a nossa vida, por que Paulo fala de nós alcançando a 'medida
da estatura da plenitude de Cristo' em Efésios 4:13?” A citação do Catecismo de
Heidelberg diz:
P. 113. O que o décimo mandamento exige de nós?
A. Que mesmo a menor inclinação ou pensamento
contrário a qualquer um dos mandamentos de Deus nunca surge em nossos corações;
mas que em todos os momentos odiamos todo pecado com todo o nosso coração e nos
deleitamos em toda justiça.
P. 114. Mas aqueles que se convertem a Deus podem
guardar perfeitamente esses mandamentos?
R. Não; mas mesmo os homens mais santos, enquanto
nesta vida, têm apenas um pequeno começo dessa obediência; ainda assim, com uma
resolução sincera, eles começam a viver não apenas de acordo com alguns, mas
todos os mandamentos de Deus. É interessante notar que, embora o Catecismo
esteja discutindo o décimo mandamento, “Não cobiçarás”, a resposta não diz nada
sobre a cobiça, mas concentra-se na incompletude da santificação nesta vida.
Há, no entanto, uma boa e razoável razão para isso.
O décimo mandamento é o único de todos os mandamentos que fala especificamente
dos requisitos internos da lei. Os outros mandamentos, em primeira leitura,
referem-se à nossa conformidade exterior à vontade de Jeová. O décimo mandamento
nos diz que a conformidade externa com a lei de Deus não é suficiente; devemos
estar sem pecado em nossos corações, mentes e almas. Esta é uma verdade
extremamente importante, esquecida ou ignorada por aqueles que falam tão
levianamente sobre uma vida inteiramente santificada e que se satisfazem apenas
com a observância externa da lei, enquanto Jesus nos diz que o amor é o
cumprimento de toda a lei.
O fato é que nesta vida não alcançamos a perfeição
que teremos no céu na vida futura. E Paulo está falando dessa perfeição final
em Efésios 4:13. Somente no céu possuiremos a plena unidade da fé, o
conhecimento do Filho de Deus, o homem perfeito, a medida da estatura da
plenitude de Cristo. Temos apenas um pequeno começo da nova obediência. Em
outro lugar, discutindo nossa justificação, o Catecismo dá como razão por que
nossas boas obras não podem ser o fundamento de nossa justificação: “As nossas
melhores obras nesta vida são todas imperfeitas e contaminadas pelo pecado” (A.
62). É a arrogância imponente do homem orgulhoso que se gaba de suas boas obras como
base da justificação - como Roma e aqueles que ensinam os pontos de vista da
Visão Federal, arminiana, gnosticismo, amiraldianismo e etc... Nossos corações são regenerados. Pela
regeneração, nascemos de novo. O novo homem é criado pela obra do Espírito de
Cristo. Para nos ajudar a entender isso, poderíamos chamar o coração do homem
de toda a natureza do homem (corpo e alma) no microcosmo, algo como um carvalho
está, em sua totalidade, em uma bolota. Nossas naturezas, incluindo nossos corpos
e nossas almas (mentes e vontades), permanecem totalmente depravadas.
Mas nossos corações regenerados exercem grandes e
poderosas influências, através da obra do Espírito Santo, em toda a nossa
natureza. Conhecemos Deus com nossas mentes (enquanto também conhecemos o
pecado); desejamos servir ao Senhor de acordo com Sua santa lei (embora também
desejemos o pecado); oramos, cantamos Salmos, confessamos o nome de Cristo, nos
submetemos à vontade de Deus, etc... (embora muito imperfeitamente). Esta é a
luta entre a carne e o Espírito (Gl 5:17), a luta que Paulo descreve tão
eloquentemente em Romanos 7:13-25.
No entanto, devemos lembrar:
1) Somos justificados, isto é, estamos completamente
sem pecado na mente e no coração de Deus com base na obra perfeita de Cristo.
2) Embora a luta dentro de nós seja longa e amarga,
sempre somos vitoriosos sobre toda e qualquer influência do mal; quando
confessamos nossos pecados, quando assim procedemos, logo encontramos o perdão
e andamos em uma vida nova e santa.
3) Nós guardamos a lei de Deus. Nós a guardamos tão
bem que podemos até mesmo ordenar a Deus que nos examine, sabendo que Ele
encontrará justiça ali. Leia Salmos 139:23, embora oremos ao mesmo tempo, a
oração do versículo 24. Leia Salmos 26. Na verdade, esta verdade é quase um
tema principal nos Salmos.
O salmista repetidamente pleiteia sua justiça como
uma razão pela qual Deus deveria abençoá-lo. Ele não está se gabando como o
fariseu; ele está consciente da justiça de Cristo imputada a ele. Mas ele
também está confessando como andou e anda de acordo com a vontade de Deus pelo
poder salvador do Espírito Santo.
4) A cada momento, nos aproximamos da plena
santificação que será nossa quando chegarmos à glória. Nossa santificação é como a pintura de um quadro. Gradualmente,
aproxima-se de sua
conclusão e perfeição. Cada pincelada o aproxima. O artista pode estar usando
tintas inferiores e pincéis ruins; ele pode estar trabalhando em uma tela suja.
Mas ele supera com sua grande habilidade todos os obstáculos até que a pintura
seja tão boa que esteja pendurada em um lugar especial no Louvre. O Deus Triúno
é o artista habilidoso que, segundo nos dizem as Escrituras, completará a boa
obra que Ele começou em nós.
Autor: Rev. Prof. Dr. Herman Hanko. Traduzido e adaptado por: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.
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