Sermão Expositivo – 56.02
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“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” (Efésios 2:8,9 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Efésios 2:8,9 - (ACF):
Efésios 2:8,9 diz: "Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não
vem das obras, para que ninguém se glorie."
Este texto é uma afirmação clara da doutrina da salvação pela
graça através da fé em Cristo. A palavra "graça" (χάρις)
no grego significa "favor imerecido" e fala da bondade e amor de Deus
para conosco, mesmo sem merecimento. A palavra "fé" (πίστις)
significa confiança, crença e adesão a algo ou alguém. A fé é um dom de Deus,
concedido por sua graça, e é através dela que somos salvos.
O apóstolo Paulo enfatiza que a salvação não vem das obras,
mas é um dom gratuito de Deus. A palavra "obras" (ἔργα)
no grego refere-se a qualquer ação que alguém possa fazer para tentar merecer a
salvação. Mas Paulo é claro em afirmar que a salvação é um dom de Deus e não
pode ser conquistada por nossas próprias ações. Isso é importante porque, se a
salvação dependesse de nossas obras, poderíamos nos orgulhar e nos gloriar em
nossa própria justiça, o que seria um erro terrível.
A doutrina da salvação pela graça através da fé é uma das principais doutrinas da fé reformada e é central na teologia da aliança. A salvação é uma aliança de Deus com seu povo, baseada em sua graça e amor, e é recebida pela fé. Como hiper-calvinistas e supralapsarianos, acreditamos que a salvação é completamente obra de Deus desde antes da fundação do mundo, e que a fé é um dom concedido por Deus aos eleitos. Portanto, não há nada que possamos fazer para merecer ou conquistar nossa salvação, mas somos totalmente dependentes da graça de Deus em Cristo.
Sermão Expositivo – 57,02
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“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:28 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Gálatas 3:28 - (ACF):
Gálatas 3:28 na ACF diz: "Não há judeu nem grego; não há
servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus". Esse versículo é uma declaração poderosa da unidade em Cristo, que
transcende as diferenças culturais, étnicas e sociais.
A palavra grega traduzida como
"judeu" é Ἰουδαῖος (Ioudaios), que se refere a alguém
da tribo de Judá ou alguém que segue a religião judaica. A palavra grega
traduzida como "grego" é Ἕλλην (Hellen), que se refere
a alguém que é grego ou que segue a cultura grega.
Essas duas palavras representam diferenças
culturais e étnicas que eram muito importantes na época em que Paulo escreveu a
carta aos Gálatas. Os judeus e gregos tinham histórias, tradições e crenças
diferentes, que muitas vezes os separavam e criavam barreiras entre eles. Mas
em Cristo, essas diferenças são superadas e todos se tornam um povo de Deus.
A palavra grega traduzida como "servo" é δοῦλος
(doulos), que se refere a um escravo ou servo. A palavra grega
traduzida como "livre" é ἐλεύθερος (eleutheros), que se
refere a alguém que é livre ou independente. Essas duas palavras representam
diferenças sociais que também eram muito importantes na época de Paulo. Mas em
Cristo, essas diferenças são superadas e todos são iguais diante de Deus.
A palavra grega traduzida como "macho" é ἄρσην
(arsen), que se refere a um homem ou macho. A palavra grega traduzida
como "fêmea" é θῆλυς (thelys), que se refere a uma
mulher ou fêmea. Essas duas palavras representam diferenças de sexo que são
muito evidentes em nossa sociedade e cultura. Mas em Cristo, essas diferenças
também são superadas e homens e mulheres são igualmente amados e valorizados
por Deus.
Em resumo, Gálatas 3:28 é uma
declaração poderosa da unidade em Cristo que transcende todas as diferenças
culturais, étnicas e sociais. Em Cristo, todos são um povo de Deus, igualmente
amados e valorizados por Ele. Como presbiteriano ortodoxo, hiper-calvinista e
supralapsariano, afirmo que essa unidade é um resultado da Aliança da Graça, na
qual Deus escolheu um povo para Si mesmo, não com base em suas diferenças ou
méritos, mas somente por Sua graça eletiva. Em Cristo, todos os eleitos são um
em sua salvação e pertencem a uma mesma comunhão de santos.
Sermão Expositivo – 58.02
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“E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.” (Hebreus 9:15 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Hebreus 9:15 -
(ACF):
Hebreus 9:15 diz: "E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna".
Este versículo apresenta a doutrina Bíblica da Aliança Eterna,
pois fala sobre o papel de Cristo como o Mediador de um novo testamento, que é
superior ao primeiro. A palavra grega para "mediador" é "μεσίτης"
(mesitēs) que significa aquele que intercede em nome de outros. Cristo,
como Mediador, intercede em nosso favor diante de Deus, garantindo-nos a
salvação.
O texto também fala sobre a morte de Cristo como um evento
que possibilitou a remissão das transgressões cometidas sob o primeiro testamento. A
palavra grega para "remissão" é "ἄφεσις" (aphesis),
que significa perdão ou libertação. A morte de Cristo trouxe a
libertação do pecado e a possibilidade de recebermos a promessa da herança
eterna.
Esse novo testamento é superior ao
primeiro porque é baseado em melhores promessas e foi selado com o sangue de
Cristo (Hebreus 8:6-7). A palavra grega para "testamento" é "διαθήκη"
(diathēkē), que também pode ser traduzido como "aliança". A
aliança que Cristo estabeleceu é superior à antiga aliança, pois é eterna e não
depende mais da obediência humana para ser cumprida.
Portanto, podemos ver que Hebreus 9:15 nos ensina sobre a obra redentora de Cristo como Mediador da nova e eterna aliança, que nos garante o perdão dos pecados e a promessa da herança eterna. Como presbiteriano ortodoxo, hiper-calvinista e supralapsariano, creio que a salvação é obra exclusiva de Deus e que a obra de Cristo é suficiente para nos salvar.
Sermão Expositivo – 59.02
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“Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a
terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus;
tudo o que há na terra expirará. Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e
entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos
contigo. E de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás
entrar na arca, para os conservar vivos contigo; macho e fêmea serão. Das aves
conforme a sua espécie, e dos animais conforme a sua espécie, de todo o réptil
da terra conforme a sua espécie, dois de cada espécie virão a ti, para os
conservar em vida. E leva contigo de toda a comida que se come e ajunta-a para
ti; e te será para mantimento, a ti e a eles. Assim fez Noé; conforme a tudo o
que Deus lhe mandou, assim o fez.” (Gênesis 6:17-22 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Gênesis
6:17-22 - (ACF):
O texto de Gênesis 6:17-22 é parte da
narrativa do dilúvio, um evento que representa a ira de Deus contra a
pecaminosidade da humanidade e sua obra corrompida. Nesse evento, a justiça
divina se manifesta em meio a um mundo destruído pelo pecado, mas também há
espaço para a graça e a misericórdia divinas, como veremos pela doutrina da
Aliança.
A palavra chave nesse texto é
"aliança", que aparece cinco vezes em Gênesis 6:18-22. A Aliança é
uma estrutura teológica que une a Bíblia, desde o Gênesis até o Apocalipse, e é
a forma como Deus se relaciona com o seu povo. Uma aliança é um acordo solene
entre duas partes, com obrigações e benefícios mútuos.
No texto em questão, Deus estabelece uma aliança com Noé,
após dar-lhe instruções detalhadas sobre a construção da arca. Essa aliança é
unilateral, ou seja, é Deus quem estabelece as condições e promete cumprir sua
parte, sem exigir nada da parte de Noé. Essa é a essência da doutrina da graça
soberana, que é central para o calvinismo.
O termo hebraico usado para "aliança" é berith
e ocorre cinco vezes nesse trecho: em Gênesis 6:18, 9:9, 9:11, 9:12 e 9:13. O
termo grego correspondente é diatheke, que é usado no Novo
Testamento para falar da aliança em Jesus Cristo. Isso mostra a continuidade da
doutrina da Aliança desde o Antigo até o Novo Testamento.
Noé é descrito como "um varão justo e perfeito em
suas gerações" (Gênesis 6: 9), o que é importante para entendermos a razão
pela qual Deus escolheu estabelecer uma aliança com ele. Noé é um exemplo de
justiça e obediência, que são características dos eleitos de Deus. É evidente
que a salvação de Noé foi pela graça e não por mérito próprio, mas a justiça
que ele demonstrou foi um fruto
da sua fé.
Deus estabelece os termos da aliança
com Noé: ele promete preservar a vida de Noé e sua família, bem como de todas
as criaturas que entrarem na arca. Ele também promete que nunca mais haverá um
dilúvio para destruir toda a carne, como havia acontecido. Deus estabelece um
sinal da aliança, que é o arco-íris, que será um lembrete perpétuo da promessa
divina.
Essa aliança é uma ilustração da
salvação em Jesus Cristo, que é baseada na graça e na justiça divinas. Assim
como Noé foi salvo da ira divina pelo dilúvio, os eleitos são salvos da ira
divina pelo sacrifício de Jesus na cruz. Essa salvação é uma obra soberana de
Deus, que escolheu salvar alguns para a glória eterna.
Em suma, a doutrina da Aliança é
central para entendermos o texto de Gênesis 6:17-22 e a narrativa do dilúvio
como um todo. Deus estabelece uma aliança com Noé, baseada na graça e na
justiça divinas, para preservar a vida em meio à destruição causada pelo
pecado. Essa aliança é um modelo para a salvação em Jesus Cristo, que é um ato
soberano de Deus, baseado em sua graça e justiça.
Sermão Expositivo – 60.02
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“E abençoou Deus a Noé e a seus
filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra. E o temor
de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave
dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas
vossas mãos são entregues. Tudo quanto
se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a
erva verde. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo
o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a
vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o
seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem. Mas
vós frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e
multiplicai-vos nela.” (Gênesis 9:1-7 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Gênesis 9:1-7 -
(ACF):
Gênesis 9:1-7 é um texto que trata da aliança que Deus
estabelece com Noé e seus descendentes após o dilúvio. Através desta aliança,
Deus dá a Noé e seus descendentes o mandato para encher a terra e governá-la,
bem como a promessa de que nunca mais destruirá toda a vida na terra com um
dilúvio.
No versículo 1, o texto começa com a bênção de Deus a
Noé e seus filhos, dizendo: "Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra". A palavra
hebraica traduzida como "frutificai" é "parah",
que significa "ser frutífero, ser fecundo". Isso mostra que Deus
deseja que a humanidade seja produtiva e cresça em número. A palavra hebraica
traduzida como "multiplicai-vos" é "raba",
que significa "ser numeroso, aumentar em número". Isso enfatiza a
importância da procriação e do aumento da população.
No versículo 2, Deus dá a Noé e seus filhos autoridade
sobre os animais e os peixes. Ele diz: "E tomei e dominai sobre os peixes
do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a
terra". A palavra hebraica traduzida como "dominai" é "radah",
que significa "governar, reinar". Isso mostra que Deus deu a Noé e
seus descendentes a responsabilidade de governar e cuidar da criação.
No versículo 3, Deus permite que a humanidade coma
carne, mas com uma condição: "Tudo o que se move e vive vos será para
mantimento; como as ervas verdes, vos tenho dado tudo". A palavra hebraica
traduzida como "mantimento" é "oklah", que
significa "comida, alimento". Isso indica que Deus quer que a
humanidade se alimente com uma variedade de alimentos, incluindo carne.
No versículo 4, Deus proíbe a humanidade de comer
carne com sangue: "Porém a carne com a sua vida, isto é, com o seu sangue,
não comereis". A palavra hebraica traduzida como "vida" é "nephesh",
que se refere à vida ou alma de um ser vivo. Isso mostra que Deus valoriza a
vida e não permite que a humanidade trate os animais de forma cruel ou
desrespeitosa.
No versículo 5, Deus institui a pena de morte para
aquele que derrama o sangue de outro ser humano: "Certamente requererei o
vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei;
como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do
homem". A palavra hebraica traduzida como "requererei" é "sha'ol",
que significa "exigir, buscar, demandar". Isso mostra que Deus leva a
vida humana muito a sério e exige justiça para aqueles que a tiram.
No versículo 6, Deus reitera a importância da vida humana ao
afirmar: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será
derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem". A palavra
hebraica traduzida como "imagem" é "tselem",
que se refere a uma imagem ou representação de alguém ou algo. Isso indica que
Deus valoriza a humanidade como seus representantes na terra e que a vida
humana é sagrada.
No versículo 7, Deus abençoa Noé e seus filhos
novamente e reitera o mandato de encher a terra: "Frutificai e
multiplicai-vos, e povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela".
A palavra hebraica traduzida como "povoai" é "male",
que significa "encher, preencher". Isso mostra que Deus quer que a
humanidade habite e preencha a terra com sua presença.
Gênesis 9:1-7 apresenta a aliança de
Deus com Noé e seus descendentes após o dilúvio. Através desta aliança, Deus dá
a humanidade o mandato de governar e cuidar da criação, a permissão para comer
carne e a proibição de comer carne com sangue, e a exigência de justiça para
aqueles que tiram a vida humana. O texto ressalta a importância da vida humana
e a responsabilidade da humanidade em encher e governar a terra de forma justa
e piedosa.
Como um convicto; Presbiteriano
Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, entendemos que a aliança
estabelecida por Deus com Noé e seus descendentes é uma das várias alianças que
Deus faz com a humanidade ao longo da história bíblica. Essas alianças são
baseadas na graça de Deus e destinadas a cumprir seu propósito eterno de
redimir um povo para si mesmo.
Além disso, como Supralapsarianos,
entendemos que a vontade de Deus é a causa primária de todas as coisas,
incluindo a salvação e a condenação dos homens. Isso significa que a aliança
com Noé e seus descendentes é parte do plano eterno de Deus para redimir seu
povo e cumprir seus propósitos.
Em conclusão, a aliança de Gênesis
9:1-7 é um testemunho da graça e da justiça de Deus para com a humanidade. Ele
dá a humanidade a responsabilidade de governar e cuidar da criação,
permitindo-lhe comer carne, mas proibindo que comam carne com sangue, e exige
justiça para aqueles que tiram a vida humana. Como Presbiterianos Ortodoxos,
Hiper-calvinistas e Supralapsarianos, entendemos que essa aliança é parte do
plano eterno de Deus para salvar seu povo e cumprir seus propósitos divinos.
“Todos, nascem arminianos, é a graça de Deus que vai tornar alguns e apenas alguns; hiper-calvinistas supralapsarianos!!!”
Atenciosamente, respeitosamente e fraternalmente:
Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C. Ph.D. Th.D.