sábado, 20 de agosto de 2022

 

Cristo ou a Maçonaria - Resolução da Igreja Presbiteriana Ortodoxa dos EUA de 1942.

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

Uma das gravuras do documento de Leo Taxil, Paris, 1886. Em seu livro Os Mistérios da Maçonaria (1886), Leo Taxil afirma que os maçons adoram Baphomet.

RELATÓRIO DO COMITÊ DAS SOCIEDADES SECRETAS.

Apresentado a Nona Assembleia Geral (1942) da Igreja Presbiteriana Ortodoxa. Relatórios da Assembleia Geral são tratados sérios e bem pensados sobre importantes assuntos, mas eles não constituem documentos. Apenas a Confissão de Fé e o Catecismo, a Forma de Governo, o Livro da Disciplina e as Diretrizes para a Adoração Pública para Deus da Igreja Presbiteriana Ortodoxa expressam o entendimento oficial da igreja sobre o que a Palavra de Deus ensina.

 

O RELATÓRIO.


Introdução:

 

Na nona Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana Ortodoxa, reunida em Rochester, Nova Iorque, entre 2 e 5 de junho de 1942, o Comitê das Sociedade Secretas apresentou este relatório. A Assembleia instruiu o Comitê a mandar esse relatório aos ministros e sessões da Igreja para estudo. O relatório trata de um assunto com tal oportuna importância que o Comitê de Educação Cristã decidiu publicar em suas séries de “Tratados para os dias de hoje”. O Comitê que esboçou este relatório consistiu de R.B Kuiper, Presidente, Oscar Holkeboer, Arthur O. Olson, Robert A. Wallace e Paul Woolley. O relatório é impresso exatamente como apareceu nas minutas da Nona Assembleia Geral, exceto que os dois parágrafos introdutórios foram omitidos. O Comitê de Educação Cristã é responsável pelo título.

 

Considerações Preliminares.

 

1. Maçonaria e Outras Organizações Secretas. O encargo dado a essa comissão fala sobre sociedades secretas juramentadas. A comissão, francamente, admite que não é uma tentativa de uma investigação detalhada de todas essas sociedades secretas. Para alcançar isso seria necessário ainda mais tempo do que foi devotado para a preparação desse relatório, e muito mais tempo do que os membros dessa comissão tinham disponível. Pode-se também duvidar se tal extensa investigação é necessária. Em seu centro a comissão restringiu esse estudo as sociedades que são conhecidas como a Antiga Ordem Livre de Maçons Iniciados. Deve ser colocado em mente que a Maçonaria, à qual é a mais antiga e maior das ordens secretas nesse país, é geralmente admitida também como a mãe delas.

 

Tais ordens populares como a Ordem dos Benevolentes e Protetores de Elks, os Cavaleiros de Pythias, a Ordem Leal de Moose, a Ordem independente de Odd-Fellows, a Ordem Aprimorada dos Homens Vermelhos, os Lenhadores do Mundo e a Ordem da Estrela do Oriente são todas semelhantes em muitas maneiras com o seu protótipo, a Ordem Maçônica. Seus rituais, seus segredos, termos de filiação, objetos e propósitos tem graus de semelhanças aos da Maçonaria. Segue-se que: se as objeções que têm sido apresentadas à Maçonaria são bem aceitas, logo, as mesmas objeções também se aplicam ao cerne das outras ordens mencionadas e a qualquer ordem existente com características similares.

 

2. Existe informação confiável disponível? Uma objeção geralmente levantada contra qualquer estudo de sociedades secretas por não membros, toma a forma da seguinte declaração: Você não pode conseguir nenhuma informação confiável. Pode ser dito categoricamente isso, no caso da maioria das ordens, particularmente a Ordem Livre de Maçons Iniciados, tal declaração não é correta. Informação confiável concernente a todos os pontos importantes, e concernente a muitos outros pontos não tão importantes, são acessíveis a qualquer um que fizer um estudo apropriado do assunto. Os ditos segredos da Maçonaria constituem uma pequena porção do total das ações da ordem. As ideias gerais da Maçonaria e a história e filosofia da ordem já foram desenvolvidas por numerosos escritores Maçons e não-maçons em livros projetados para o grande público assim como para Maçons. Claro, mesmo escritores Maçons não concordam sempre e integralmente sobre esses tópicos, mas isso é verdade para qualquer campo de pesquisa. No geral, a concordância entre eles é impressionante. Muito do ritual Maçônico é de caráter público e livros concernentes a discursos, mandamentos, orações e assuntos similares são publicados sem segredo. Uma grande quantidade de informação útil referente ao relacionamento da ordem com o Cristianismo é disponível em volumes dessa característica. Além disso, as chamadas cerimônias, apertos, senhas e coisas semelhantes são largamente disponíveis por meio de publicações reconhecidas por editoras Maçônicas, em códigos cifrados. Esses códigos, ao menos alguns deles, não são difíceis de ler. Eles podem ser usados como fontes originais de informação e também como garantias que determinam a precisão do simples ritual Inglês no qual tem sido publicado muitas fontes não-maçônicas. Entre os textos e descrições publicadas por tais fontes existem os emanados por indivíduos que, por um motivo ou outro, deixaram de ser membros da Ordem Maçônica.

 

Quando as evidências deles concordam com aquilo vindo das fontes Maçônicas alguma garantia em ambas as direções é confirmada. Essa comissão tem tido o privilégio de entrevistar, pessoalmente, e questionar ex-membros que estavam ansiosos para prover quanta informação for necessária a esse comitê. É válido notar que o Maçom, Eugen Lenhoff, que escreveu um dos mais compreensivos e equilibrados livros sobre a Maçonaria, admite que signos, palavras e apertos, e cópias do Ritual e explanações sobre os símbolos, podem ser obtidos por qualquer pessoa (The Freemansons, p, 18). E em sua Introduction to Free Mansory, Carl H.Claudy, também um Maçom, diz: “Não existe obrigação de segredo sobre as verdades ensinadas pela Maçonaria, de outra maneira, livros como esse não poderiam ser legalmente escritos” (vol. 1, p. 34). Livrarias Maçônicas contêm livros sobre Maçonaria de alto grau e excelente posição são abertas ao público. Uma dessas é a Biblioteca do Rito Escocês de Chicago. Literatura maçônica pode ser adquirida pela Editora Macoy e Companhia de Suprimentos Maçonicos da Cidade de Nova Iorque. Para maiores informações nesses assuntos específicos os seguintes livros, entre outros, podem ser consultados: Eugen Lennhoff: The Freemasons. Translated by Einar Frame. London, Methuen, 1934. Theodore Graebner: A Treatise on Freemasonry. St. Louis: Concordia Publishing House, 1914. Theodore Graebner: The Secret Empire. St. Louis: Concordia Publishing House, 1927.

 

3. Críticas que não apresentam tanta relevância. Algumas críticas, que são algumas vezes oferecidas em relação as ordens secretas, não parecem a esse comitê serem de peso para a constituição de razões válidas de objeção. Uma dessas é a objeção quanto ao segredo como um todo. Obviamente, não há nada de errado no segredo na hora e tempo próprio. Toda família tem seus segredos. Sem segredos em suas preparações, exames acadêmicos dificilmente poderiam ser conduzidos em nossas instituições de ensino. Os pastores e grupos de nossas igrejas frequentemente lidam com assuntos pessoais que são adequadamente não divulgados à congregação. Nosso Senhor, ocasionalmente, ordenava a Seus discípulos para que não revelassem para todos as coisas que Ele havia dito em privado. Certamente, em certas circunstâncias, guardar segredo é pecado, mas não pode ser dito que guardar segredo é algo mal em todas as situações. Outra objeção na mente de alguns é com relação a juramentos de qualquer natureza. Se os juramentos da maçonaria são ou não repreensíveis, será considerado em outro ponto desse relatório.


Por hora, o comitê trata meramente que participar de um juramento não é condenável sob toda e qualquer circunstância. A Confissão de Fé de Westminster afirma que “um juramento justo, sendo imposto por uma autoridade justa, em tais termos, deve ser aceito” (XXII,2). Ainda há outra objeção trazida algumas vezes contra a Maçonaria: alegações concernentes as frívolas características dos símbolos, apertos e artigos ritualísticos usados. Em situações particulares, como será mostrado mais adiante, críticas dessa natureza podem ser realmente bem fundamentadas. Mas, um exagerado ataque de frivolidade deve, na opinião dessa comissão, ser evitado. O real sentido, significação e valores dos símbolos, medidas em termos de poder emocional, são difíceis de serem mensuradas corretamente por não participantes. O que parece frívolo para uma pessoa de fora pode não ser para um iniciado. É constatado como falha da Maçonaria o impedimento de mulheres, negros e deficientes de serem membros. O pior que pode ser dito sobre isso é que desmente a ostentação Maçônica de universalidade. No entanto, isso parece ser sim uma inconsistência. Mas, aparte disso, deve-se tomar cuidado para não utilizar essa objeção desmedidamente. Maçons proeminentes fundaram a Ordem da Estrela do Oriente para mulheres.

 

O fato de algumas lojas oferecerem certos benefícios de saúde para seus membros, pode ser uma das razões para restringir membros por um razoável “bom risco”. E, certamente, não pode ser dito que toda organização tem a obrigação de abrir suas portas para todos os homens e todas as estirpes. Existem aqueles que interpretam “uma vida separada” de modo a descartar a associação de crentes juntamente com os incrédulos em qualquer organização. Eles geralmente citam 2 Coríntios 6:14-18 para corroborar com essa visão. Mas, isso é um sério erro. A passagem da Escritura citada condena a comunhão entre Cristãos e pagãos especificamente nas matérias de religião e adoração. Argumentar que crentes não devem ter comunhão com os incrédulos em, por exemplo, um clube do livro ou clube de motocicleta, tem um sabor fortemente separatista Anabatista. O apóstolo Paulo sofreu para dizer aos membros da igreja de Coríntios que eles não deviam deixar a companhia com os fornicadores deste mundo, ou com os gananciosos e usurpadores, ou idolatras, para eles dever-se-ia sair do mundo (1 Coríntios 5: 9). Portanto, é injustificável condenar os membros cristãos na ordem Maçônica, baseando-se somente que nessa ordem há incrédulos.

 

II. A religião da Maçonaria:

 

1. A apresentação da questão. O parágrafo seguinte aborda o ponto central da presente investigação. É a Maçonaria uma ordem religiosa ou não? Essa é uma pergunta crucial. Podendo-se provar que a resposta a essa questão é afirmativa, então, a próxima pergunta, não menos crucial que a primeira, nascerá: Qual religião a Maçonaria é? Caso seja cristã, será algo bom e benéfico. Se for qualquer coisa, exceto Cristã, a religião Maçônica é necessariamente falsa, dado que é axiomático que o Cristianismo é a única religião verdadeira. E no caso, nenhum Cristão deve ter comunhão com a Maçonaria.

 

2. É a Maçonaria uma Religião? Nesse ponto a evidência é absurda. Não existe espaço para, razoavelmente, duvidar que a maçonaria seja uma religião. Não apenas os símbolos, ritos e templos dessa ordem apontam inegavelmente para a sua religiosidade, mas grandes e muitos autores Maçônicos declaram enfaticamente que ela seja isso. Das inúmeras citações que poderiam ser dadas aqui a comissão selecionou algumas. J.S. M Ward, autor de várias obras básicas Maçônicas, define religião como “um sistema de ensino de verdades morais associados a crença em Deus” e então declara: “Eu considero a Maçonaria uma escola suficientemente organizada de misticismo para ser intitulada e chamada de uma religião”. Ele segue dizendo:

 

“Eu, corajosamente, declaro a Maçonaria uma religião, ainda assim, não entrando em conflito com qualquer outra religião, a menos que essa religião afirme que ninguém fora de seus portões possa ser salvo” (Freemasonry: Its Aims and Ideals, pp.182,185,187).

 

T.S. Webb diz em seu Masonic Monitor: “O encontro de uma Loja Maçônica é, estritamente, uma cerimônia religiosa. Os princípios religiosos da Maçonaria são poucos, simples, mas fundamentais. Nenhuma loja ou associação Maçônica pode ser regularmente aberta ou fechada sem orar” (p.284).

 

Albert G. Mackey, Sumo Sacerdote Geral da Grande Capela Geral dos Estados Unidos, e autor de inúmeras obras sobre a Maçonaria, tem isso a dizer: “Maçonaria é enfaticamente uma instituição religiosa; ela ensina que Deus existe. Ela aponta para o Domo Celeste acima onde é a Loja Eterna e onde Ele preside. Ela nos instrui no caminho para alcançar os portais desse templo distante.” (The Mystic Tie, p.32). E em seu Lexicon of Freemasonary a mesma famosa autoridade afirma: “A religião, então, da Maçonaria é puro teísmo” (p.404). Extremamente significante é o testemunho de Joseph Fort Newton, um zeloso defensor dos princípios Maçônicos.

 

Ele lamenta o fato que dentro das lojas há muitos que consideram aquilo “uma mera ordem social que inculca ideais éticas e práticas filantrópicas”. Ele continua: “Como alguns de nós prefere colocar, Maçonaria não é uma religião, mas a Religião – não é uma igreja, mas a adoração na qual os homens de todas as religiões podem unir-se” (The Religion of Masonry, pp.10,11). Com isso confirma a declaração de A.G Mackey’s: “A verdade é que a Maçonaria é, inquestionavelmente, uma instituição religiosa, sendo a religião de caráter universal a qual todos os homens concordam” (Textbook of Masonic Jurisdiction, p.95). Para ter certeza, H.L Haywood diz que “não existe nada como uma filosofia Maçônica, assim como não existe nada como uma religião Maçônica” (The Great Teachings of Masonry, p.18). Mas, em análise cuidadosa, torna-se claro que ele quis dizer que a Maçonaria não é colocada na mesma categoria que as outras religiões; em uma palavra, ela é uma “super-religião”. Ele afirma que a Maçonaria tem um fundamento religioso próprio e que é uma religião universal (Idem, p. 99). Sem dúvidas, Haywood concordaria com Newton que “Maçonaria não é uma religião, mas a Religião”. Isso é um testemunho inequívoco, não dos críticos da Maçonaria, mas de autores Maçônicos, os quais são reconhecidos pela própria Maçonaria como autoridades.

 

3. A Religião da Maçonaria Avaliada. Buscando avaliar a religião da Maçonaria devemos ter como padrão o Cristianismo, a única verdadeira religião. É evidente que a Maçonaria não pode simplesmente ser não-cristã. Neutralidade com relação ao Cristianismo é obviamente impossível. Ou a Maçonaria é uma religião que concorda com o Cristianismo, ou deve estar em desacordo com o Cristianismo. Ou ela é cristã ou deve ser anticristã. Comparar em alguns pontos fundamentais os ensinamentos religiosos da Maçonaria com os do Cristianismo, deve revelar qual dessas duas possibilidades no abstrato é realmente concreta.

 

a. A origem da Religião Maçônica. O Cristianismo é diretamente baseado sobre a revelação sobrenatural de Deus nas Escrituras do Velho e Novo Testamento. Muitas autoridades Maçônicas sofrem para negar que a Maçonaria é baseada na Bíblia. A.G. Mackey’s Encyclopedia of Freemasonry nos informa que na Maçonaria a Bíblia é considerada apenas como um símbolo da vontade de Deus e que ela está em par com outros livros sagrados de outras religiões (p.104).  E falando da Loja Azul, à qual é a fundação de toda a Maçonaria, tanto do Rito de York e do Rito Escocês, Chase’s Digest of Masonic Law declara:

 

“A Loja Azul Maçônica não tem nada a ver com a Bíblia; e se tivesse, isso não seria Maçonaria, isso seria qualquer outra coisa” (p.207). Muitas autoridades suportam que a Maçonaria é enraizada no paganismo antigo.

 

Por exemplo, J.S.M. Ward, que depois de quatorze anos de pesquisa, escreveu seu maior livro, Freemasonary and the Ancient Gods, traça os princípios religiosos da Maçonaria a partir das religiões da Índia e do México antigo e dos mistérios pagãos Egípcio e Romano (por exemplo, p.314). E A.T. C. Pierson, outro famoso intérprete da Maçonaria, diz em sua Traditions, Origin and Early History of Freemasonry que a religião Maçônica vem do Oriente e tem referências em religiões primitivas, as quais as primeiras ocupações eram a adoração ao sol (p.34).

 

Alguns autores Maçons apresentam a alegação de que a Maçonaria representa o mais antigo sistema religioso no mundo e constitui a base comum sobre a qual todos os sistemas religiosos da história foram fundados. O que quer que se possa pensar sobre a alegação da Maçonaria a respeito da antiguidade, isso é claro para James Putt, um crítico da Maçonaria, que afirma conclusivamente sobre o fato da origem da Maçonaria:

 

“Esta, então, é a situação: A Maçonaria alega ser a essência de todas as religiões. Ela guarda a mais antiga adoração esotérica. Ela visa uma religião universal baseada nas inspirações religiosas dos homens. Ela é naturalista e evolucionista, ao invés de supernatural e revelada.” (Masonary, p.24).

 

b. O Deus da Maçonaria. O Deus do Cristianismo é o Deus da Bíblia, a Santíssima Trindade. Ele é também o Deus da Maçonaria, ou o Deus da Maçonaria é outro? Reconhecidas autoridades Maçônicas respondem à pergunta. Diz T.S. Webb em seu Masonic Monitor: “Tão ampla é a religião da Maçonaria, e tão cuidadoso são todos os princípios sectários excluídos do sistema, que os Cristãos, os Judeus, os Muçulmanos, em suas inúmeras seções e divisões, podem combinar harmonicamente em seu trabalho moral e intelectual com os Budistas, os Parsis [1], os Confucionistas, e os adoradores de Deidades sob qualquer forma” (p. 285).

 

Isso equivale a dizer que o Deus da Maçonaria é essa Deidade que é adorada igualmente por adeptos de todas as religiões. Que a concepção de Deus difere essencialmente de todas as outras concepções de deuses e que o Deus da Bíblia é o único Deus – essas verdades são ignoradas e, por implicação necessária, negadas. Em perfeita harmonia com Webb e seu ensinamento concernente ao Deus da Maçonaria está o argumento de J.S.M. Ward: “A Maçonaria tem ensinado que cada homem pode, por si mesmo criar sua própria concepção de Deus e, assim, alcançar a salvação” (Freemasonry: Its Aims and Ideals, p. 187).

 

No entanto, o Cristianismo sustenta que apenas o Deus que se revelou na Bíblia é o verdadeiro Deus e todos os outros deuses são produtos da especulação humanas, são ídolos. A transcendência divina é audaciosamente negada por J.F. Newton. Após louvar como sendo os três grandes rituais da raça humana, o ritual Prajapati do Hinduísmo antigo, a Missa da Igreja Cristã e Terceiro Degrau da Maçonaria, ele diz: “Eles testificam o mais profundo discernimento da alma humana, que Deus torna-se homem e que o homem pode torna-se Deus” (The Religion of Masonary, p.37).

 

Em um panfleto intitulado The Relation of The Liberal Churches and the Fraternal Orders, e publicado pela American Unitarian Association, E.A. Coil, ministro da First Unitarian Society of Marietta, Ohio, e uma vez Mestre de Adoração da Loja Maçônica da cidade, pediu por uma cooperação mais próxima entre as igrejas liberais e as ordens fraternas. Ele baseia seu pedido na disputa de que ambos têm essencialmente a mesma concepção de Deus. Ambos, assegura ele, acreditam em uma paternidade universal de Deus (p. 9). Com isso, concorda a afirmativa de J.F Newton: “As bases de nosso Templo da Fraternidade descansam sobre a realidade da Paternidade Divina” (The Religion of Masonary, p.116). Desnecessário dizer que o Pai universal de toda a humanidade não é o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e aqueles que colocam fé nEle tem recebido o direito de serem chamados filhos de Deus (João 1:12).

 

c. Maçonaria e a Palavra de Deus. Como já foi mostrado, a Maçonaria nega ser fundamentada na Bíblia. A.G. Mackey diz: “Por alguns anos uma tentativa tem sido feita por algumas Grandes Lojas no sentido de adicionar às qualificações morais e religiosas simples outras, que requer acreditar na divina autenticidade das Escrituras. Há muito a se lamentar que Maçons, algumas vezes, irão esquecer a lei fundamental de sua instituição, e esforçar-se para adicionar ou diminuir a perfeita e completa construção, como ela foi deixada pelos descendentes deles. Toda vez que isso é feito, a beleza de nosso templo sofre. Portanto, na instância aqui referida, a lei fundamental da Maçonaria requer apenas a crença no Supremo Arquiteto do universo e em uma vida futura, ainda que se diga com uma peculiar tolerância, que em todos os assuntos de crença religiosa, espera-se que os maçons sejam dessa religião na qual todos os homens concordam. Embaixo desse abrigo, dessa sábia provisão, os cristãos e os judeus, os muçulmanos e os brâmanes são permitidos de unir-se ao redor desse altar comum e a Maçonaria torna-se, na prática, assim como na teoria, universal” (Text-book of Masonic Jurisprudence, pp. 94, 95). É significante, contudo, que no ritual Maçônico usado nas ditas terras Cristãs, como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, sobejarem citações da Bíblia. Não pode ser negado que esse fato tem cegado os olhos de muitos para a real característica da ordem Maçônica. E, no entanto, nenhum discernimento agudo é requerido para penetrar esse fino véu, de aparente cristandade. Considerando-se a essência de todas as religiões, a Maçonaria não tem dificuldade em se adaptar à religião predominante de qualquer região. Portanto, em um país historicamente cristão, como a América, emprega a Bíblia em seu ritual e, da mesma forma, emprega o Alcorão em países muçulmanos. A título de fato, maçons eminentes, como A. G. Mackey, admitem abertamente que, para eles, a Bíblia e os livros sagrados de outras religiões estão todos em pé de igualdade. (Encyclopedia of Freemasonry, p. 104).

 

Frequentemente, no ritual maçônico, a inspirada Palavra de Deus é seriamente mutilada e, em muitos casos, essa mutilação consiste na omissão do nome de Jesus Cristo. No ritual maçônico de Mackey, o nome de Cristo é omitido em 1 Pedro 2: 5 (p. 271), 2 Tessalonicenses 3: 6 (p. 348) e 2 Tessalonicenses 3:12 (p. 349). Com referência à elisão do nome do Salvador de 1 Pedro 2: 5, a seguinte explicação é oferecida: "As passagens são feitas, com pequenas, mas, necessárias modificações da Primeira Epístola de Pedro" (p. 272). A razão para esta modificação é óbvia: A Maçonaria não afirma ser cristã, mas, pelo contrário, pretende ser a essência de todas as religiões; portanto, seu ritual não tem lugar para material distintamente cristão. Que a omissão do Nome que está acima de todo nome seja descrita como uma modificação leve, mas necessária, revela muito. Em vista do exposto, espera-se que o nome de Cristo seja omitido também das orações oferecidas na loja. De fato, W.P. Loveless, um ex-capelão maçônico que se desligou, tem o seguinte a dizer: "Como capelão na Loja Maçônica, ofereci as orações da Loja e ouvi muitas outras, mas nunca uma em nome do Senhor Jesus Cristo. Seu nome é excluído" (The Christian and Secret Societies, p. 14).

 

Repetidas vezes, porções rituais maçônicas da Palavra de Deus são erroneamente aplicadas e mesmo, deve-se dizer, blasfemadas. Um exemplo impressionante pode ser citado: Na página 286 de Masonic Ritualist de Mackey, encontra-se uma gravura da pedra angular maçônica. Acima e ao lado dela, lê-se: "As seguintes passagens das Escrituras são aqui adequadamente introduzidas: - 'Esta é a pedra que foi rejeitada pelos construtores, que se tornou a pedra principal de esquina.' - Atos 4. 11 'Ao que vencer, darei para comer do maná oculto; e darei a ele uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, que ninguém conhece, salvo quem o recebe.' - Ap. 2. 17." O mesmo uso blasfemo da Sagrada Escritura aparece na seguinte citação da Freemasonry and the Ancient Gods de J.S.M. Ward: "A luz é a chave que abre a porta para nossos mistérios e é a mesma luz que “brilha em todas as letras do Corão”, e é a Luz de Mitra, que é a luz de Ahura-Mazda. É a mesma Luz da qual Moisés fechava seus olhos quando ela lhe apareceu na sarça, e o sinal de um R (oyal) A (rch) ainda é feito por um nativo de Arunta, na Austrália, quando ele volta do grau final através do qual ele passa nas misteriosas cerimônias peculiares àquele povo primitivo. É a luz da qual está escrita em nossas Escrituras que 'a luz brilha nas trevas e as trevas não a compreendiam “(pp. 61, 62). Não é exagero afirmar que a Maçonaria comete a mais séria violência contra à Palavra de Deus escrita e causa o mais grave despautério a Jesus Cristo, a Palavra encarnada.

 

d. A Ética da Maçonaria. Em seu livro-texto de Jurisprudência Maçônica, A. G. Mackey é cuidadoso ao explicar que a lei moral da Maçonaria não é a lei moral da Bíblia. Lemos: "Todo maçom é obrigado por sua posse a obedecer à lei moral. Agora, essa lei moral não deve ser considerada confinada ao decálogo de Moisés, dentro dos quais em limites estreitos os escritores eclesiásticos tecnicamente a retêm, mas, antes, deve-se aludir ao que é chamado lex naturae ou lei da natureza. Esta é a lei moral à qual a antiga alegação já citada se refere e que ela declara ser a lei da Maçonaria. E isso foi sabiamente feito, pois, é evidente que nenhuma lei menos universal poderia ter sido adequadamente selecionada para o governo de uma instituição cuja característica proeminente é sua universalidade. Os preceitos de Jesus não poderiam ter sido obrigatórios para um judeu; um cristão teria negado as sanções do Corão; um maometano deve ter rejeitado a lei de Moisés, e um discípulo de Zoroastro se voltaria de todos para os ensinamentos de seu Zend Avesta. A lei universal da natureza, que os autores das 'Antigas alegações' chamaram adequadamente de lei moral, é, portanto, a única lei adequada em todos os aspectos a ser adotada como o código maçônico "(p. 502). H. L. Haywood, em seus Grreat Teachings of Masonary, coloca a ética maçônica em uma base experimental, humanística e utilitária.

 

Diz este professor da Maçonaria: "A experiência humana, individual e racial, é a única autoridade final na moral. Errado é o que machuca a vida humana ou destrói a felicidade humana. Atos não são certos ou errados intrinsecamente, mas de acordo com seus efeitos prejudiciais ou úteis "(p. 39). Um desrespeito mais flagrante à lei de Deus é dificilmente imaginável. Neste contexto, deve ser feita referência aos juramentos maçônicos. De acordo com A Treatise on Freemasonry de Theodore Graebner (págs. 22, 23), segue um exemplo do primeiro juramento exigido na Maçonaria, que todo candidato iniciado como Maçom Aprendiz deve fazer:

 

"Eu, Fulano de Tal, por livre vontade e acordo, na presença do Deus Todo-Poderoso e de Sua Loja de Adoração, erigida a Ele e dedicada ao Santo São João, por meio deste, aqui prometo e juro solenemente e sinceramente que sempre saudarei, nunca ocultarei e nunca revelarei nenhuma das artes secretas, partes ou pontos dos mistérios ocultos da Maçonaria Antiga, que até então eram antigos, que podem neste momento ou em qualquer período futuro serem comunicados a mim como tal, para qualquer pessoa ou pessoas a quem, exceto para um irmão verdadeiro e legítimo Maçom, ou dentro de uma Loja de Maçons regularmente constituída, e nem a ele nem a eles, até que por julgamento rigoroso, devido investigação ou informações legais eu o tenha encontrado, tendo eles o mesmo direito que eu. "Além disso, prometo e juro que não vou escrever, imprimir, pintar, carimbar, manchar, cortar, esculpir, fabricar, nem gravá-los, nem fazer com que o mesmo seja feito em qualquer coisa móvel ou imóvel, capaz de receber a menor impressão de que uma palavra, sílaba, letra ou caractere, pela qual o mesmo possa se tornar legível ou inteligível para qualquer pessoa sob o Domo do Céu, e os segredos da Maçonaria sejam assim obtidos ilegalmente através da minha indignidade.

 

"A tudo isso eu prometo e juro solenemente e sinceramente, com uma resolução firme de  manter e executar o mesmo sem qualquer equívoco, reserva mental ou evasão secreta de qualquer coisa, obrigando-me a uma pena não menor que ter minha garganta cortada, minha língua arrancada por suas raízes e enterrada nas areias ásperas do mar, na maré baixa, onde a maré diminui e flui duas vezes em vinte e quatro horas, nunca devo violar conscientemente ou de bom grado, isso é meu solene juramento ou obrigação como Maçom Aprendiz Iniciado. Então, ajude-me Deus e mantenha-me firme no devido desempenho do mesmo. " Do ponto de vista da ética cristã, esse juramento está aberto a críticas sérias em mais de um ponto. O cristão, vinculado, como ele é, a manter a justiça e a equidade diante de Deus e do homem da melhor maneira possível, não tem o direito de se comprometer antecipadamente a manter em segredo algo cuja influência em questões de justiça e moral ele não pode conhecer. E, além da questão de se um juramento não é uma transação muito solene para uma cerimônia de importância duvidosa como a recepção a uma mera organização humana, deve-se dizer sem hesitação que a violência desse juramento é claramente contrária aos princípios de discursos de Nosso Senhor em Mateus 5: 34-37.   

 

De acordo com o ritual cifrado, um Mestre Maçom assume a promessa solene "de que não terei relações carnais ilícitas com a esposa, a mãe, a irmã ou a filha de um irmão, sabendo que são assim". Na opinião do comitê, alguns críticos da Maçonaria são muito severos ao denunciar esse compromisso. Por exemplo, foi dito que evidentemente não deixa "nenhuma estação fechada" para outras mulheres e protege até os parentes das mulheres de um irmão maçônico apenas quando se sabe que são. Isso parece ser um exagero. Uma promessa de abster-se de relações ilícitas com algumas mulheres não implica necessariamente uma reserva de liberdade para se envolver em tais relações com outras mulheres. Não obstante, não se pode negar que essa promessa introduz uma distinção que não é apenas estranha à ética cristã, mas até contrária a ela. O cristianismo exige que um homem respeite a castidade, não apenas de certas mulheres, mas de todas elas.

 

e. Salvação de acordo com a Maçonaria. Toda religião tem uma doutrina de salvação e, para essa regra, a Maçonaria não é exceção. O ensino maçônico sobre esse importante assunto está em harmonia com o ensino das Escrituras Sagradas, ou os dois estão em desacordo? A resposta a essa pergunta pode muito bem ser inequívoca. O Cristianismo afirma ser a única religião verdadeira e estabelece o único caminho de salvação. O próprio Cristo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6). “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Mas a Maçonaria ensina que há salvação em outras religiões também. W. L. Wilmhurst, Grand Registrar do Distrito Oeste de Yorkshire diz: “Nossa ciência em sua universalidade limita nossa concepção a ninguém exemplar. Leve o mais próximo e mais familiar a você, aquele sob cuja égide você nasceu racialmente e que, portanto, pode lhe servir melhor; pois cada um é capaz de levá-lo ao centro, embora cada um possa ter seu método separado. Para o irmão judeu, ele diz: 'Pegue o pai dos fiéis e compreenda o que significa estar reunido em seu seio'. Para o irmão cristão, ele aponta para cujo peito está o amado discípulo. Para o irmão hindu, aponta para Krishna, etc. Para o budista, aponta para a Maitreja da compaixão universal. E para os muçulmanos, isso aponta para o Profeta e o significado de estar vestido em seu manto” (The Masonic Initiation, p. 105). De acordo com o ‘A Testemunha de Covenanter’ de 10 de julho de 1940, J.S. M. Ward tentou expressar a mesma ideia em verso:

 

“Baco morreu e ressuscitou, na planície síria dourada; Osíris se levantou do túmulo, E assim a humanidade salvou; Adônis também derramou seu sangue pelo dilúvio amarelo da Síria; Zoroastro nasceu Mirthra de sua caverna de terra. E nós hoje em terras cristãs nós com eles podemos dar as mãos".A doutrina cristã da salvação é heterosotérica; ensina que o homem deve ser salvo por outro. A doutrina de salvação da Maçonaria, por outro lado, é autosotérica; ensina que o homem deve e pode salvar a si mesmo. "A Maçonaria", diz J. S. M. Ward, "ensinou que cada homem pode, por si mesmo, elaborar sua própria concepção de Deus e, assim, alcançar a salvação" (Maçonaria: Seus Objetivos e Ideais, p. 187). E em seu livro What Masonry Means, que é calorosamente recomendado em uma introdução de J.F. Newton, William F. Hammond diz: "A concepção de imortalidade da Maçonaria é algo para o qual o homem deve se qualificar enquanto ainda está na carne. Os maçons são ensinados pela comunhão da disciplina para a comunhão da vida eterna " O caminho cristão da salvação é sobrenatural. Mas, o caminho maçônico da salvação é naturalista. Segundo o cristianismo, o novo nascimento é uma obra sobrenatural do Espírito Santo nos eleitos de Deus. Segundo muitas autoridades maçônicas, uma pessoa nasce de novo através da iniciação em uma loja. HL Haywood, por exemplo, declara: "Todo o processo (de iniciação) deve ser transformado em uma das experiências mais cruciais da vida do candidato, que o transformará no centro de seu ser. É como a mudança moral e espiritual que surge sobre um homem que passa pela experiência religiosa conhecida como 'conversão' ou 'regeneração'.

 

A iniciação maçônica deve ser bastante profunda e revolucionar uma experiência. Como resultado, o candidato deve se tornar um novo homem "(The Great Teachings of Masonry, pp. 30, 31). A salvação pela graça é o cerne da doutrina cristã da salvação. No entanto, a Maçonaria ensina corajosamente a salvação por obras e caráter. Diz William E. Hammond: "A Maçonaria inculca a fé na imortalidade como indispensável à vida moral e exorta seus membros a se qualificarem para a vida eterna pela prática dessas qualidades - integridade, comunhão e serviço - que razoavelmente se espera que constituam a felicidade de uma pessoa em uma vida futura" (What Maçonaria Significa, p. 175). Nesse ponto, podem ser introduzidas duas citações um tanto longas do panfleto citado, A Relação das Igrejas Liberais e as Ordens Fraternas, por E. A. Coil, um ministro Unitário e um Mestre Maçônico de Adoração. Diz este escritor sem peso na consciência: "Que a diferença fundamental nos princípios incorporados nos credos históricos da cristandade e nos de nossas ordens secretas modernas não tenha sido claramente pensada é indicada pelo fato de que muitos se comprometem a ambos.

 

Existem homens maçons que, nas igrejas, subscrevem a doutrina de que 'somos considerados justos diante de Deus somente pelo mérito de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, pela fé e não por nossas próprias obras ou méritos', e se juntam entusiasticamente no canto de hinos em que essa ideia está incorporada. Então, em suas reuniões na loja, eles concordam com entusiasmo com a seguinte declaração: 'Embora nossos pensamentos, palavras e ações possam estar ocultos dos olhos dos homens, ainda assim o Olho Que Tudo Vê, a quem o sol, a lua e as estrelas obedecem e sob cujo cuidado vigilante chega a realizar suas estupendas revoluções, permeia os recantos mais íntimos do coração humano e nos recompensa de acordo com nossos méritos.

 

Até uma criança pequena, uma vez chamada a atenção para o assunto, consegue observar que é impossível harmonizar a declaração de credo aqui citada, com a declaração tirada do monitor de uma de nossas maiores e mais eficazes ordens secretas, e encontrado, em substância, nas liturgias de quase todas as outras. Se 'Somos considerados justos diante de Deus, pelo mérito de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, pela fé e não por nossas próprias obras ou méritos', então não é possível que seja verdade que o Olho Que Tudo Vê 'permeia os recessos mais íntimos do coração humano, e nos recompensará de acordo com nossos méritos. Uma declaração exclui a outra. Os homens não podem se inscrever de forma consistente nos dois " (pp. 10,11). Coil continua dizendo: "Tenho dedicado muito tempo à investigação do assunto e digo, sem medo de uma contradição bem-sucedida, que as igrejas liberais, desde o início, têm se desenvolvido ao mesmo tempo em pensamento e sentimento, da mesma forma que a maioria de nossas grandes fraternidades modernas: eles defenderam e defendem a paternidade de Deus, a irmandade do homem, a imortalidade e a salvação por caráter, e esses são os mesmos princípios pelos quais quase todas as grandes fraternidades são defendidas. Recebendo esses princípios na infância, como devem ser ensinados nas escolas e igrejas dominicalmente, as pessoas não terão que desaprendê-las ou negá-las se optarem por se identificar com quase qualquer uma de nossas fraternidades atuais, como são apresentadas hoje nas escolas e dominicalmente nas igrejas precisarão desaprender, negar ou ignorar muito do que lhes foi ensinado caso venham a se tornarem membros de uma loja" (pp. 17,18).

 

f. A irmandade da Maçonaria. A Escritura nos diz que Deus: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra” (Atos 17:26). Portanto, não é errado afirmar que há uma irmandade física de todos os homens. Pode-se até admitir que, em virtude de tais remanescentes no homem caído da imagem original de Deus, como razão e consciência, todos os homens sejam irmãos em mais do que um sentido físico. Mas, as Escrituras negam enfaticamente que a irmandade universal do homem é espiritual. Pelo contrário, ensina que existe uma antítese espiritual absoluta entre crentes e incrédulos. Espiritualmente eles são opostos como justiça e iniquidade, luz e trevas, Cristo e Belial (2 Coríntios 6:14, 15). A Maçonaria se orgulha da irmandade de seus membros e se gloria na irmandade universal do homem. Diz J. F. Newton: "Se alguém pedisse para definir a Maçonaria em uma única frase, diria: Maçonaria é a realização de Deus pela prática da fraternidade". Ele continua descrevendo a fraternidade universal como física, intelectual e espiritual. É espiritual, segundo ele, porque, embora as religiões sejam muitas, "a religião é uma". Ele acrescenta que o gênio da religião de Jesus foi "a extensão da ideia da família para incluir toda a humanidade" (The Religion of Masonry, pp. 116, 123ff.).

 

E  E.A. Coil diz: "Está ficando cada vez mais claro para mim, à medida que os fatos relacionados ao assunto são revelados, que as fraternidades e igrejas chamadas de 'Liberal' têm trabalhado em linhas paralelas; mas, porque uma coloca ênfase de autoridade na paternidade de Deus e, portanto, enfatiza a teologia, enquanto a outra coloca a ênfase principal na irmandade do homem e, portanto, enfatiza a sociologia, elas não perceberam que estavam ocupando praticamente o mesmo terreno "(The Relation of the Liberal Churches and the Fraternal Orders, pp. 9, 10).

 

g. O universalismo da Maçonaria. Existe um universalismo cristão. Deus tem Seus eleitos em todas as épocas e todas as nações. Desde a queda do homem, o Filho de Deus tem reunido os eleitos em Sua igreja por Sua Palavra e Espírito. Em Cristo Jesus não há judeu nem grego, servidão nem liberdade, homem nem mulher, pois todos são um nEle (Gálatas 3:28). João viu as quatro criaturas vivas e os vinte e quatro anciãos caírem diante do Cordeiro e os ouviu cantar: “Porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação” (Apocalipse 5:9). A Maçonaria também reivindica o universalismo, mas seu universalismo difere radicalmente do Cristianismo, na medida em que nega o particularismo e o exclusivismo cristãos. O Cristianismo afirma ter o único livro verdadeiro, a Bíblia. A Maçonaria coloca este livro em pé de igualdade com os livros sagrados de outras religiões.

 

O Cristianismo reivindica o único Deus verdadeiro, o Deus da Bíblia, e denuncia todos os outros deuses como ídolos. A Maçonaria reconhece os deuses de todas as religiões. O Cristianismo descreve Deus como o Pai de Jesus Cristo e daqueles que pela fé nEle receberam o direito de serem chamados filhos de Deus. O Deus da Maçonaria é o pai universal de toda a humanidade. O Cristianismo sustenta que apenas a adoração a Deus que se revelou na Sagrada Escritura é a adoração verdadeira. A Maçonaria honra como verdadeira adoração a adoração de inúmeras outras divindades. O Cristianismo reconhece apenas um Salvador, Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e o homem.

 

A Maçonaria reconhece muitos salvadores. O Cristianismo reconhece apenas um caminho de salvação, o da graça pela fé. A Maçonaria rejeita esse caminho e substitui a salvação por obras e caráter. O Cristianismo ensina a irmandade daqueles que creem em Cristo, a comunhão dos santos, a igreja universal, o único corpo de Cristo. A Maçonaria ensina a irmandade dos maçons e a irmandade universal do homem. O Cristianismo se gloria em ser a única religião verdadeiramente universal. A Maçonaria roubaria do cristianismo essa glória e a apropriaria para si mesma. O Cristianismo sustenta que é a única religião verdadeira. A Maçonaria nega essa alegação e se orgulha de ser a própria religião.

Pintura Alegórica de 1870, representando George Washington como Mestre de sua Loja Maçônica.

III. Conclusão:

O comitê considera que as evidências apresentadas sobre a religião da Maçonaria permitem apenas uma conclusão. Embora várias objeções comumente levantadas contra a Maçonaria pareçam não ter peso, o comitê conclui que a Maçonaria é uma instituição religiosa e, como tal, é definitivamente anticristã.

Longe do comitê afirmar que não há cristãos entre os membros da fraternidade maçônica. Assim como muitos que confiam na vida eterna unicamente nos méritos de Cristo continuam como membros de igrejas que negaram a fé, sem dúvida muitos cristãos sinceros, desinformados ou até mesmo enganados, sobre o verdadeiro caráter da Maçonaria, mantêm sua participação sem peso de consciência. Mas, isso de forma alguma altera o fato de que pertencer à fraternidade maçônica é inconsistente com o cristianismo.

Ação da Nona Assembleia Geral (1942) referente ao Relatório apresentado: o relatório foi recebido e o Comitê recebeu instruções para enviá-lo aos ministros e sessões para seu estudo.
 
[1] Grupo religioso que emigrou do Oriente Médio para a Índia, devido perseguição de mulçumanos, e lá manteve sua tradição religiosa ligada ao Zoroastrismo, antiga religião persa fundamentada nos ensinamentos do profeta Zoroastro (ou Zaratustra – Século VI a.C.). Parsis é uma derivação grega de Persas ou Pérsia (atual Irã) [Nota dos Editores].

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

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