Cristo ou a Maçonaria - Resolução da Igreja Presbiteriana Ortodoxa dos EUA de 1942.
Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.
RELATÓRIO DO COMITÊ DAS SOCIEDADES SECRETAS.
Apresentado
a Nona Assembleia Geral (1942) da Igreja Presbiteriana Ortodoxa. Relatórios da
Assembleia Geral são tratados sérios e bem pensados sobre importantes assuntos,
mas eles não constituem documentos. Apenas a Confissão de Fé e o Catecismo, a
Forma de Governo, o Livro da Disciplina e as Diretrizes para a Adoração Pública
para Deus da Igreja Presbiteriana Ortodoxa expressam o entendimento oficial da igreja
sobre o que a Palavra de Deus ensina.
O RELATÓRIO.
Introdução:
Na
nona Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana Ortodoxa, reunida em Rochester,
Nova Iorque, entre 2 e 5 de junho de 1942, o Comitê das Sociedade Secretas
apresentou este relatório. A Assembleia instruiu o Comitê a mandar esse
relatório aos ministros e sessões da Igreja para estudo. O relatório trata de
um assunto com tal oportuna importância que o Comitê de Educação Cristã decidiu
publicar em suas séries de “Tratados para os dias de hoje”. O Comitê que
esboçou este relatório consistiu de R.B Kuiper, Presidente, Oscar Holkeboer,
Arthur O. Olson, Robert A. Wallace e Paul Woolley. O relatório é impresso
exatamente como apareceu nas minutas da Nona Assembleia Geral, exceto que os
dois parágrafos introdutórios foram omitidos. O Comitê de Educação Cristã é
responsável pelo título.
Considerações Preliminares.
1. Maçonaria e Outras Organizações Secretas. O encargo dado a essa comissão fala sobre sociedades secretas
juramentadas. A comissão, francamente, admite que não é uma tentativa de uma
investigação detalhada de todas essas sociedades secretas. Para alcançar isso
seria necessário ainda mais tempo do que foi devotado para a preparação desse
relatório, e muito mais tempo do que os membros dessa comissão tinham
disponível. Pode-se também duvidar se tal extensa investigação é necessária. Em
seu centro a comissão restringiu esse estudo as sociedades que são conhecidas
como a Antiga Ordem Livre de
Maçons Iniciados. Deve ser colocado
em mente que a Maçonaria, à qual é a mais antiga e maior das ordens secretas nesse país, é
geralmente admitida também como a mãe delas.
Tais
ordens populares como a Ordem dos Benevolentes e Protetores de Elks, os Cavaleiros
de Pythias, a Ordem Leal de Moose, a Ordem independente de Odd-Fellows, a Ordem
Aprimorada dos Homens Vermelhos, os Lenhadores do Mundo e a Ordem da Estrela do
Oriente são todas semelhantes em muitas maneiras com o seu protótipo, a Ordem
Maçônica. Seus rituais, seus segredos, termos de filiação, objetos e propósitos
tem graus de semelhanças aos da Maçonaria. Segue-se que: se as objeções que têm
sido apresentadas à Maçonaria são bem aceitas, logo, as mesmas objeções também
se aplicam ao cerne das outras ordens mencionadas e a qualquer ordem existente
com características similares.
2. Existe informação confiável disponível? Uma objeção geralmente levantada contra qualquer estudo de sociedades
secretas por não membros, toma a forma da seguinte declaração: Você não pode
conseguir nenhuma informação confiável. Pode ser dito categoricamente isso, no
caso da maioria das ordens, particularmente a Ordem Livre de Maçons Iniciados,
tal declaração não é correta. Informação confiável concernente a todos os pontos
importantes, e concernente a muitos outros pontos não tão importantes, são
acessíveis a qualquer um que fizer um estudo apropriado do assunto. Os
ditos segredos da Maçonaria constituem uma pequena porção do total das ações da
ordem. As ideias gerais da Maçonaria e a história e filosofia da ordem já foram
desenvolvidas por numerosos escritores Maçons e não-maçons em livros projetados
para o grande público assim como para Maçons. Claro, mesmo escritores Maçons
não concordam sempre e integralmente sobre esses tópicos, mas isso é verdade
para qualquer campo de pesquisa. No geral, a concordância entre eles é
impressionante. Muito do ritual Maçônico
é de caráter público e livros concernentes a discursos, mandamentos, orações e
assuntos similares são publicados sem segredo. Uma grande quantidade de
informação útil referente ao relacionamento da ordem com o Cristianismo é disponível em volumes dessa característica. Além
disso, as chamadas cerimônias, apertos, senhas e coisas semelhantes são
largamente disponíveis por meio de publicações reconhecidas por editoras
Maçônicas, em códigos cifrados. Esses códigos, ao menos alguns deles, não são
difíceis de ler. Eles podem ser usados como fontes originais de informação e também
como garantias que determinam a precisão do simples ritual Inglês no qual tem
sido publicado muitas fontes não-maçônicas. Entre os textos e descrições
publicadas por tais fontes existem os emanados por indivíduos que, por um
motivo ou outro, deixaram de ser membros da Ordem Maçônica.
Quando as evidências deles concordam com aquilo vindo das fontes Maçônicas alguma garantia em ambas as direções é confirmada. Essa comissão tem tido o privilégio de entrevistar, pessoalmente, e questionar ex-membros que estavam ansiosos para prover quanta informação for necessária a esse comitê. É válido notar que o Maçom, Eugen Lenhoff, que escreveu um dos mais compreensivos e equilibrados livros sobre a Maçonaria, admite que signos, palavras e apertos, e cópias do Ritual e explanações sobre os símbolos, podem ser obtidos por qualquer pessoa (The Freemansons, p, 18). E em sua Introduction to Free Mansory, Carl H.Claudy, também um Maçom, diz: “Não existe obrigação de segredo sobre as verdades ensinadas pela Maçonaria, de outra maneira, livros como esse não poderiam ser legalmente escritos” (vol. 1, p. 34). Livrarias Maçônicas contêm livros sobre Maçonaria de alto grau e excelente posição são abertas ao público. Uma dessas é a Biblioteca do Rito Escocês de Chicago. Literatura maçônica pode ser adquirida pela Editora Macoy e Companhia de Suprimentos Maçonicos da Cidade de Nova Iorque. Para maiores informações nesses assuntos específicos os seguintes livros, entre outros, podem ser consultados: Eugen Lennhoff: The Freemasons. Translated by Einar Frame. London, Methuen, 1934. Theodore Graebner: A Treatise on Freemasonry. St. Louis: Concordia Publishing House, 1914. Theodore Graebner: The Secret Empire. St. Louis: Concordia Publishing House, 1927.
3. Críticas que não apresentam tanta relevância. Algumas críticas, que são algumas vezes oferecidas em relação as
ordens secretas, não parecem a esse comitê serem de peso para a constituição de
razões válidas de objeção. Uma dessas é a objeção quanto ao segredo como um
todo. Obviamente, não há nada de errado no segredo na hora e tempo próprio.
Toda família tem seus segredos. Sem segredos em suas preparações, exames
acadêmicos dificilmente poderiam ser conduzidos em nossas instituições de ensino.
Os pastores e grupos de nossas igrejas frequentemente lidam com assuntos
pessoais que são adequadamente não divulgados à congregação. Nosso Senhor,
ocasionalmente, ordenava a Seus discípulos para que não revelassem para todos
as coisas que Ele havia dito em privado. Certamente, em certas circunstâncias,
guardar segredo é pecado, mas não pode ser dito que guardar segredo é algo mal
em todas as situações. Outra objeção na mente de alguns é com relação a
juramentos de qualquer natureza. Se os juramentos da maçonaria são ou não repreensíveis,
será considerado em outro ponto desse relatório.
Por
hora, o comitê trata meramente que participar de um juramento não é condenável
sob toda e qualquer circunstância. A Confissão de Fé de Westminster afirma que
“um juramento justo, sendo imposto por uma autoridade justa, em tais termos,
deve ser aceito” (XXII,2). Ainda há outra objeção trazida algumas vezes contra
a Maçonaria: alegações concernentes as frívolas características dos símbolos,
apertos e artigos ritualísticos usados. Em situações particulares, como será
mostrado mais adiante, críticas dessa natureza podem ser realmente bem
fundamentadas. Mas, um exagerado ataque de frivolidade deve, na opinião dessa
comissão, ser evitado. O real sentido, significação e valores dos símbolos,
medidas em termos de poder emocional, são difíceis de serem mensuradas
corretamente por não participantes. O que parece frívolo para uma pessoa de
fora pode não ser para um iniciado. É constatado como falha da Maçonaria o
impedimento de mulheres, negros e deficientes de serem membros. O pior que pode
ser dito sobre isso é que desmente a ostentação Maçônica de universalidade. No
entanto, isso parece ser sim uma inconsistência. Mas, aparte disso, deve-se
tomar cuidado para não utilizar essa objeção desmedidamente. Maçons
proeminentes fundaram a Ordem da Estrela do Oriente para mulheres.
O
fato de algumas lojas oferecerem certos benefícios de saúde para seus membros, pode
ser uma das razões para restringir membros por um razoável “bom risco”. E,
certamente, não pode ser dito que toda organização tem a obrigação de abrir
suas portas para todos os homens e todas as estirpes. Existem aqueles que
interpretam “uma vida separada” de modo a descartar a associação de crentes
juntamente com os incrédulos em qualquer organização. Eles geralmente citam 2 Coríntios 6:14-18 para corroborar com essa visão. Mas, isso é um sério erro. A passagem
da Escritura citada condena a comunhão entre Cristãos e pagãos especificamente
nas matérias de religião e adoração. Argumentar que crentes não devem ter
comunhão com os incrédulos em, por exemplo, um clube do livro ou clube de
motocicleta, tem um sabor fortemente separatista Anabatista. O apóstolo Paulo
sofreu para dizer aos membros da igreja de Coríntios que eles não deviam deixar
a companhia com os fornicadores deste mundo, ou com os gananciosos e
usurpadores, ou idolatras, para eles dever-se-ia sair do mundo (1 Coríntios 5: 9). Portanto, é injustificável condenar os membros cristãos na ordem
Maçônica, baseando-se somente que nessa ordem há incrédulos.
II. A religião da Maçonaria:
1. A apresentação da questão. O parágrafo seguinte aborda o ponto central da presente investigação. É
a Maçonaria uma ordem religiosa ou não? Essa é uma pergunta crucial. Podendo-se
provar que a resposta a essa questão é afirmativa, então, a próxima pergunta,
não menos crucial que a primeira, nascerá: Qual religião a Maçonaria é? Caso seja
cristã, será algo bom e benéfico. Se for qualquer coisa, exceto Cristã, a
religião Maçônica é necessariamente falsa, dado que é axiomático que o
Cristianismo é a única religião verdadeira. E no caso, nenhum Cristão deve ter
comunhão com a Maçonaria.
2. É a Maçonaria uma Religião? Nesse ponto a evidência é absurda. Não existe espaço para, razoavelmente,
duvidar que a maçonaria seja uma religião. Não apenas os símbolos, ritos e
templos dessa ordem apontam inegavelmente para a sua religiosidade, mas grandes
e muitos autores Maçônicos declaram enfaticamente que ela seja isso. Das
inúmeras citações que poderiam ser dadas aqui a comissão selecionou algumas. J.S.
M Ward, autor de várias obras básicas Maçônicas, define religião como “um
sistema de ensino de verdades morais associados a crença em Deus” e então
declara: “Eu considero a Maçonaria uma escola suficientemente organizada de
misticismo para ser intitulada e chamada de uma religião”. Ele segue dizendo:
“Eu,
corajosamente, declaro a Maçonaria uma religião, ainda assim, não entrando em conflito
com qualquer outra religião, a menos que essa religião afirme que ninguém fora
de seus portões possa ser salvo” (Freemasonry: Its Aims and Ideals,
pp.182,185,187).
T.S.
Webb diz em seu Masonic Monitor: “O encontro de uma Loja Maçônica é, estritamente,
uma cerimônia religiosa. Os princípios religiosos da Maçonaria são poucos, simples,
mas fundamentais. Nenhuma loja ou associação Maçônica pode ser regularmente
aberta ou fechada sem orar” (p.284).
Albert
G. Mackey, Sumo Sacerdote Geral da Grande Capela Geral dos Estados Unidos, e
autor de inúmeras obras sobre a Maçonaria, tem isso a dizer: “Maçonaria é
enfaticamente uma instituição religiosa; ela ensina que Deus existe. Ela aponta
para o Domo Celeste acima onde é a Loja Eterna e onde Ele preside. Ela nos
instrui no caminho para alcançar os portais desse templo distante.” (The Mystic
Tie, p.32). E em seu Lexicon of Freemasonary a mesma famosa autoridade afirma:
“A religião, então, da Maçonaria é puro teísmo” (p.404). Extremamente significante
é o testemunho de Joseph Fort Newton, um zeloso defensor dos princípios
Maçônicos.
Ele
lamenta o fato que dentro das lojas há muitos que consideram aquilo “uma mera
ordem social que inculca ideais éticas e práticas filantrópicas”. Ele continua:
“Como alguns de nós prefere colocar, Maçonaria não é uma religião, mas a
Religião – não é uma igreja, mas a adoração na qual os homens de todas as religiões
podem unir-se” (The Religion of Masonry, pp.10,11). Com isso confirma a
declaração de A.G Mackey’s: “A verdade é que a Maçonaria é,
inquestionavelmente, uma instituição religiosa, sendo a religião de caráter
universal a qual todos os homens concordam” (Textbook of Masonic Jurisdiction,
p.95). Para ter certeza, H.L Haywood diz que “não existe nada como uma filosofia
Maçônica, assim como não existe nada como uma religião Maçônica” (The Great Teachings
of Masonry, p.18). Mas, em análise cuidadosa, torna-se claro que ele quis dizer
que a Maçonaria não é colocada na mesma categoria que as outras religiões; em
uma palavra, ela é uma “super-religião”. Ele afirma que a Maçonaria tem um fundamento religioso próprio e que é
uma religião universal (Idem, p. 99). Sem dúvidas, Haywood concordaria com
Newton que “Maçonaria não é uma religião, mas a Religião”. Isso é um testemunho
inequívoco, não dos críticos da Maçonaria, mas de autores Maçônicos, os quais
são reconhecidos pela própria Maçonaria como autoridades.
3. A Religião da Maçonaria Avaliada. Buscando avaliar a religião da Maçonaria devemos ter como padrão o
Cristianismo, a única verdadeira religião. É evidente que a Maçonaria não pode
simplesmente ser não-cristã. Neutralidade com relação ao Cristianismo é obviamente
impossível. Ou a Maçonaria é uma religião que concorda com o Cristianismo, ou
deve estar em desacordo com o Cristianismo. Ou ela é cristã ou deve ser
anticristã. Comparar em alguns pontos fundamentais os ensinamentos religiosos
da Maçonaria com os do Cristianismo, deve revelar qual dessas duas
possibilidades no abstrato é realmente concreta.
a. A origem da Religião Maçônica. O Cristianismo é diretamente baseado sobre a revelação sobrenatural de Deus
nas Escrituras do Velho e Novo Testamento. Muitas autoridades Maçônicas sofrem
para negar que a Maçonaria é baseada na Bíblia. A.G. Mackey’s Encyclopedia of
Freemasonry nos informa que na Maçonaria a Bíblia é considerada apenas como um
símbolo da vontade de Deus e que ela está em par com outros livros sagrados de
outras religiões (p.104). E falando da
Loja Azul, à qual é a fundação de toda a Maçonaria, tanto do Rito de York e do
Rito Escocês, Chase’s Digest of Masonic Law declara:
“A
Loja Azul Maçônica não tem nada a ver com a Bíblia; e se tivesse, isso não
seria Maçonaria, isso seria qualquer outra coisa” (p.207). Muitas
autoridades suportam que a Maçonaria é enraizada no paganismo antigo.
Por
exemplo, J.S.M. Ward, que depois de quatorze anos de pesquisa, escreveu seu
maior livro, Freemasonary and the Ancient Gods, traça os princípios religiosos
da Maçonaria a partir das religiões da Índia e do México antigo e dos mistérios
pagãos Egípcio e Romano (por exemplo, p.314). E A.T. C. Pierson, outro famoso
intérprete da Maçonaria, diz em sua Traditions, Origin and Early History of
Freemasonry que a religião Maçônica vem do Oriente e tem referências em
religiões primitivas, as quais as primeiras ocupações eram a adoração ao sol
(p.34).
Alguns
autores Maçons apresentam a alegação de que a Maçonaria representa o mais
antigo sistema religioso no mundo e constitui a base comum sobre a qual todos
os sistemas religiosos da história foram fundados. O
que quer que se possa pensar sobre a alegação da Maçonaria a respeito da
antiguidade, isso é claro para James Putt, um crítico da Maçonaria, que afirma conclusivamente
sobre o fato da origem da Maçonaria:
“Esta,
então, é a situação: A Maçonaria alega ser a essência de todas as religiões.
Ela guarda a mais antiga adoração esotérica. Ela visa uma religião universal
baseada nas inspirações religiosas dos homens. Ela é naturalista e
evolucionista, ao invés de supernatural e revelada.” (Masonary, p.24).
b. O Deus da Maçonaria. O Deus do Cristianismo é o Deus da Bíblia, a Santíssima Trindade. Ele
é também o Deus da Maçonaria, ou o Deus da Maçonaria é outro? Reconhecidas autoridades
Maçônicas respondem à pergunta. Diz T.S. Webb em seu Masonic Monitor: “Tão
ampla é a religião da Maçonaria, e tão cuidadoso são todos os princípios
sectários excluídos do sistema, que os Cristãos, os Judeus, os Muçulmanos, em
suas inúmeras seções e divisões, podem combinar harmonicamente em seu trabalho
moral e intelectual com os Budistas, os Parsis [1], os Confucionistas, e os
adoradores de Deidades sob qualquer forma” (p. 285).
Isso
equivale a dizer que o Deus da Maçonaria é essa Deidade que é adorada
igualmente por adeptos de todas as religiões. Que a concepção de Deus difere
essencialmente de todas as outras concepções de deuses e que o Deus da Bíblia é
o único Deus – essas verdades são ignoradas e, por implicação necessária, negadas.
Em perfeita harmonia com Webb e seu ensinamento concernente ao Deus da Maçonaria
está o argumento de J.S.M. Ward: “A Maçonaria tem ensinado que cada homem pode,
por si mesmo criar sua própria concepção de Deus e, assim, alcançar a salvação”
(Freemasonry: Its Aims and Ideals, p. 187).
No
entanto, o Cristianismo sustenta que apenas o Deus que se revelou na Bíblia é o
verdadeiro Deus e todos os outros deuses são produtos da especulação humanas,
são ídolos. A transcendência divina é audaciosamente negada por J.F. Newton.
Após louvar como sendo os três grandes rituais da raça humana, o ritual Prajapati
do Hinduísmo antigo, a Missa da Igreja Cristã e Terceiro Degrau da Maçonaria,
ele diz: “Eles testificam o mais profundo discernimento da alma humana, que Deus
torna-se homem e que o homem pode torna-se Deus” (The Religion of Masonary,
p.37).
Em
um panfleto intitulado The Relation of The Liberal Churches and the Fraternal
Orders, e publicado pela American Unitarian Association, E.A. Coil, ministro da
First Unitarian Society of Marietta, Ohio, e uma vez Mestre de Adoração da Loja
Maçônica da cidade, pediu por uma cooperação mais próxima entre as igrejas
liberais e as ordens fraternas. Ele baseia seu pedido na disputa de que ambos
têm essencialmente a mesma concepção de Deus. Ambos, assegura ele, acreditam em
uma paternidade universal de Deus (p. 9). Com isso, concorda a afirmativa de
J.F Newton: “As bases de nosso Templo da Fraternidade descansam sobre a
realidade da Paternidade Divina” (The Religion of Masonary, p.116). Desnecessário
dizer que o Pai universal de toda a humanidade não é o Pai de Nosso Senhor
Jesus Cristo e aqueles que colocam fé nEle tem recebido o direito de serem
chamados filhos de Deus (João 1:12).
c. Maçonaria e a Palavra de Deus. Como já foi mostrado, a Maçonaria nega ser fundamentada na Bíblia. A.G.
Mackey diz: “Por alguns anos uma tentativa tem sido feita por algumas Grandes
Lojas no sentido de adicionar às qualificações morais e religiosas simples
outras, que requer acreditar na divina autenticidade das Escrituras. Há muito a
se lamentar que Maçons, algumas vezes, irão esquecer a lei fundamental de sua
instituição, e esforçar-se para adicionar ou diminuir a perfeita e completa
construção, como ela foi deixada pelos descendentes deles. Toda vez que isso é
feito, a beleza de nosso templo sofre. Portanto, na instância aqui referida, a
lei fundamental da Maçonaria requer apenas a crença no Supremo Arquiteto do
universo e em uma vida futura, ainda que se diga com uma peculiar tolerância,
que em todos os assuntos de crença religiosa, espera-se que os maçons sejam
dessa religião na qual todos os homens concordam. Embaixo desse abrigo, dessa
sábia provisão, os cristãos e os judeus, os muçulmanos e os brâmanes são
permitidos de unir-se ao redor desse altar comum e a Maçonaria torna-se, na
prática, assim como na teoria, universal” (Text-book of Masonic Jurisprudence,
pp. 94, 95). É significante, contudo, que no ritual Maçônico usado nas ditas terras
Cristãs, como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, sobejarem citações da Bíblia.
Não pode ser negado que esse fato tem cegado os olhos de muitos para a real
característica da ordem Maçônica. E, no entanto, nenhum discernimento agudo é
requerido para penetrar esse fino véu, de aparente cristandade. Considerando-se
a essência de todas as religiões, a Maçonaria não tem dificuldade em se adaptar
à religião predominante de qualquer região. Portanto, em um país historicamente
cristão, como a América, emprega a Bíblia em seu ritual e, da mesma forma,
emprega o Alcorão em países muçulmanos. A título de fato, maçons eminentes,
como A. G. Mackey, admitem abertamente que, para eles, a Bíblia e os livros
sagrados de outras religiões estão todos em pé de igualdade. (Encyclopedia of
Freemasonry, p. 104).
Frequentemente,
no ritual maçônico, a inspirada Palavra de Deus é seriamente mutilada e, em
muitos casos, essa mutilação consiste na omissão do nome de Jesus Cristo. No
ritual maçônico de Mackey, o nome de Cristo é omitido em 1 Pedro 2: 5 (p. 271),
2 Tessalonicenses 3: 6 (p. 348) e 2 Tessalonicenses 3:12 (p. 349). Com
referência à elisão do nome do Salvador de 1 Pedro 2: 5, a seguinte explicação
é oferecida: "As passagens são feitas, com pequenas, mas, necessárias
modificações da Primeira Epístola de Pedro" (p. 272). A razão para esta
modificação é óbvia: A Maçonaria não afirma ser cristã, mas, pelo contrário, pretende
ser a essência de todas as religiões; portanto, seu ritual não tem lugar para
material distintamente cristão. Que a omissão do Nome que está acima de todo
nome seja descrita como uma modificação leve, mas necessária, revela muito. Em
vista do exposto, espera-se que o nome de Cristo seja omitido também das
orações oferecidas na loja. De fato, W.P. Loveless, um ex-capelão maçônico que
se desligou, tem o seguinte a dizer: "Como capelão na Loja Maçônica,
ofereci as orações da Loja e ouvi muitas outras, mas nunca uma em nome do
Senhor Jesus Cristo. Seu nome é excluído" (The Christian and Secret
Societies, p. 14).
Repetidas
vezes, porções rituais maçônicas da Palavra de Deus são erroneamente aplicadas
e mesmo, deve-se dizer, blasfemadas. Um exemplo impressionante pode ser citado:
Na página 286 de Masonic Ritualist de Mackey, encontra-se uma gravura da pedra
angular maçônica. Acima e ao lado dela, lê-se: "As seguintes passagens das
Escrituras são aqui adequadamente introduzidas: - 'Esta é a pedra que foi
rejeitada pelos construtores, que se tornou a pedra principal de esquina.' -
Atos 4. 11 'Ao que vencer, darei para comer do maná oculto; e darei a ele uma
pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, que ninguém conhece, salvo quem
o recebe.' - Ap. 2. 17." O mesmo uso blasfemo da Sagrada Escritura aparece
na seguinte citação da Freemasonry and the Ancient Gods de J.S.M. Ward: "A
luz é a chave que abre a porta para nossos mistérios e é a mesma luz que
“brilha em todas as letras do Corão”, e é a Luz de Mitra, que é a luz de Ahura-Mazda.
É a mesma Luz da qual Moisés fechava seus olhos quando ela lhe apareceu na
sarça, e o sinal de um R (oyal) A (rch) ainda é feito por um nativo de Arunta,
na Austrália, quando ele volta do grau final através do qual ele passa nas
misteriosas cerimônias peculiares àquele povo primitivo. É a luz da qual está
escrita em nossas Escrituras que 'a luz brilha nas trevas e as trevas não a
compreendiam “(pp. 61, 62). Não é exagero afirmar que a Maçonaria comete a mais
séria violência contra à Palavra de Deus escrita e causa o mais grave
despautério a Jesus Cristo, a Palavra encarnada.
d. A Ética da Maçonaria. Em seu livro-texto de Jurisprudência Maçônica, A. G. Mackey é cuidadoso
ao explicar que a lei moral da Maçonaria não é a lei moral da Bíblia. Lemos:
"Todo maçom é obrigado por sua posse a obedecer à lei moral. Agora, essa
lei moral não deve ser considerada confinada ao decálogo de Moisés, dentro dos
quais em limites estreitos os escritores eclesiásticos tecnicamente a retêm,
mas, antes, deve-se aludir ao que é chamado lex naturae ou lei da natureza.
Esta é a lei moral à qual a antiga alegação já citada se refere e que ela
declara ser a lei da Maçonaria. E isso foi sabiamente feito, pois, é evidente
que nenhuma lei menos universal poderia ter sido adequadamente selecionada para
o governo de uma instituição cuja característica proeminente é sua
universalidade. Os preceitos de Jesus não poderiam ter sido obrigatórios para
um judeu; um cristão teria negado as sanções do Corão; um maometano deve ter
rejeitado a lei de Moisés, e um discípulo de Zoroastro se voltaria de todos
para os ensinamentos de seu Zend Avesta. A lei universal da natureza, que os
autores das 'Antigas alegações' chamaram adequadamente de lei moral, é,
portanto, a única lei adequada em todos os aspectos a ser adotada como o código
maçônico "(p. 502). H. L. Haywood, em seus
Grreat Teachings of Masonary, coloca a ética maçônica em uma base
experimental, humanística e utilitária.
Diz
este professor da Maçonaria: "A experiência humana, individual e racial, é
a única autoridade final na moral. Errado é o que machuca a vida humana ou
destrói a felicidade humana. Atos não são certos ou errados intrinsecamente,
mas de acordo com seus efeitos prejudiciais ou úteis "(p. 39). Um
desrespeito mais flagrante à lei de Deus é dificilmente imaginável. Neste
contexto, deve ser feita referência aos juramentos maçônicos. De acordo com A
Treatise on Freemasonry de Theodore Graebner (págs. 22, 23), segue um exemplo
do primeiro juramento exigido na Maçonaria, que todo candidato iniciado como
Maçom Aprendiz deve fazer:
"Eu,
Fulano de Tal, por livre vontade e acordo, na presença do Deus Todo-Poderoso e de
Sua Loja de Adoração, erigida a Ele e dedicada ao Santo São João, por meio
deste, aqui prometo e juro solenemente e sinceramente que sempre saudarei,
nunca ocultarei e nunca revelarei nenhuma das artes secretas, partes ou pontos
dos mistérios ocultos da Maçonaria Antiga, que até então eram antigos, que
podem neste momento ou em qualquer período futuro serem comunicados a mim como
tal, para qualquer pessoa ou pessoas a quem, exceto para um irmão verdadeiro e
legítimo Maçom, ou dentro de uma Loja de Maçons regularmente constituída, e nem
a ele nem a eles, até que por julgamento rigoroso, devido investigação ou
informações legais eu o tenha encontrado, tendo eles o mesmo direito que eu. "Além
disso, prometo e juro que não vou escrever, imprimir, pintar, carimbar,
manchar, cortar, esculpir, fabricar, nem gravá-los, nem fazer com que o mesmo
seja feito em qualquer coisa móvel ou imóvel, capaz de receber a menor
impressão de que uma palavra, sílaba, letra ou caractere, pela qual o mesmo
possa se tornar legível ou inteligível para qualquer pessoa sob o Domo do Céu,
e os segredos da Maçonaria sejam assim obtidos ilegalmente através da minha
indignidade.
"A
tudo isso eu prometo e juro solenemente e sinceramente, com uma resolução firme
de manter e executar o mesmo sem
qualquer equívoco, reserva mental ou evasão secreta de qualquer coisa, obrigando-me
a uma pena não menor que ter minha garganta cortada, minha língua arrancada por
suas raízes e enterrada nas areias ásperas do mar, na maré baixa, onde a maré
diminui e flui duas vezes em vinte e quatro horas, nunca devo violar conscientemente
ou de bom grado, isso é meu solene juramento ou obrigação como Maçom Aprendiz
Iniciado. Então, ajude-me Deus e mantenha-me firme no devido desempenho do
mesmo. " Do ponto de vista da ética cristã, esse juramento está aberto a
críticas sérias em mais de um ponto. O cristão, vinculado, como ele é, a manter
a justiça e a equidade diante de Deus e do homem da melhor maneira possível,
não tem o direito de se comprometer antecipadamente a manter em segredo algo
cuja influência em questões de justiça e moral ele não pode conhecer. E, além
da questão de se um juramento não é uma transação muito solene para uma
cerimônia de importância duvidosa como a recepção a uma mera organização
humana, deve-se dizer sem hesitação que a violência desse juramento é
claramente contrária aos princípios de discursos de Nosso Senhor em Mateus 5: 34-37.
De
acordo com o ritual cifrado, um Mestre Maçom assume a promessa solene "de
que não terei relações carnais ilícitas com a esposa, a mãe, a irmã ou a filha
de um irmão, sabendo que são assim". Na opinião do comitê, alguns críticos
da Maçonaria são muito severos ao denunciar esse compromisso. Por exemplo, foi
dito que evidentemente não deixa "nenhuma estação fechada" para
outras mulheres e protege até os parentes das mulheres de um irmão maçônico
apenas quando se sabe que são. Isso parece ser um exagero. Uma promessa de
abster-se de relações ilícitas com algumas mulheres não implica necessariamente
uma reserva de liberdade para se envolver em tais relações com outras mulheres.
Não obstante, não se pode negar que essa promessa introduz uma distinção que
não é apenas estranha à ética cristã, mas até contrária a ela. O cristianismo
exige que um homem respeite a castidade, não apenas de certas mulheres, mas de
todas elas.
e. Salvação de acordo com a Maçonaria. Toda religião tem uma doutrina de salvação e, para essa regra, a
Maçonaria não é exceção. O ensino maçônico sobre esse importante assunto está em
harmonia com o ensino das Escrituras Sagradas, ou os dois estão em desacordo? A
resposta a essa pergunta pode muito bem ser inequívoca. O
Cristianismo afirma ser a única religião verdadeira e estabelece o único
caminho de salvação. O próprio Cristo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6). “E em nenhum outro há
salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os
homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12). Mas a Maçonaria ensina que há
salvação em outras religiões também. W. L. Wilmhurst, Grand Registrar do Distrito
Oeste de Yorkshire diz: “Nossa ciência em sua universalidade limita nossa
concepção a ninguém exemplar. Leve o mais próximo e mais familiar a você,
aquele sob cuja égide você nasceu racialmente e que, portanto, pode lhe servir
melhor; pois cada um é capaz de levá-lo ao centro, embora cada um possa ter seu
método separado. Para o irmão judeu, ele diz: 'Pegue o pai dos fiéis e
compreenda o que significa estar reunido em seu seio'. Para o irmão cristão,
ele aponta para cujo peito está o amado discípulo. Para o irmão hindu, aponta
para Krishna, etc. Para o budista, aponta para a Maitreja da compaixão
universal. E para os muçulmanos, isso aponta para o Profeta e o significado de estar
vestido em seu manto” (The Masonic Initiation, p. 105). De acordo com o ‘A
Testemunha de Covenanter’ de 10 de julho de 1940, J.S. M. Ward tentou expressar
a mesma ideia em verso:
“Baco
morreu e ressuscitou, na planície síria dourada; Osíris se levantou do túmulo, E
assim a humanidade salvou; Adônis também derramou seu sangue pelo dilúvio
amarelo da Síria; Zoroastro nasceu Mirthra de sua caverna de terra. E nós hoje
em terras cristãs nós com eles podemos dar as mãos".A doutrina cristã da salvação
é heterosotérica; ensina que o homem deve ser salvo por outro. A doutrina de salvação
da Maçonaria, por outro lado, é autosotérica; ensina que o homem deve e pode
salvar a si mesmo. "A Maçonaria", diz J. S. M. Ward, "ensinou
que cada homem pode, por si mesmo, elaborar sua própria concepção de Deus e,
assim, alcançar a salvação" (Maçonaria: Seus Objetivos e Ideais, p. 187). E
em seu livro What Masonry Means, que é calorosamente recomendado em uma
introdução de J.F. Newton, William F. Hammond diz: "A concepção de imortalidade
da Maçonaria é algo para o qual o homem deve se qualificar enquanto ainda está
na carne. Os maçons são ensinados pela comunhão da disciplina para a comunhão
da vida eterna " O caminho cristão da salvação é sobrenatural. Mas, o caminho
maçônico da salvação é naturalista. Segundo o cristianismo, o novo nascimento é
uma obra sobrenatural do Espírito Santo nos eleitos de Deus. Segundo muitas
autoridades maçônicas, uma pessoa nasce de novo através da iniciação em uma
loja. HL Haywood, por exemplo, declara: "Todo o processo (de iniciação)
deve ser transformado em uma das experiências mais cruciais da vida do
candidato, que o transformará no centro de seu ser. É como a mudança moral e
espiritual que surge sobre um homem que passa pela experiência religiosa
conhecida como 'conversão' ou 'regeneração'.
A
iniciação maçônica deve ser bastante profunda e revolucionar uma experiência.
Como resultado, o candidato deve se tornar um novo homem "(The Great
Teachings of Masonry, pp. 30, 31). A salvação pela graça é o cerne da doutrina
cristã da salvação. No entanto, a Maçonaria ensina corajosamente a salvação por
obras e caráter. Diz William E. Hammond: "A Maçonaria inculca a fé na
imortalidade como indispensável à vida moral e exorta seus membros a se
qualificarem para a vida eterna pela prática dessas qualidades - integridade,
comunhão e serviço - que razoavelmente se espera que constituam a felicidade de
uma pessoa em uma vida futura" (What Maçonaria Significa, p. 175). Nesse
ponto, podem ser introduzidas duas citações um tanto longas do panfleto citado,
A Relação das Igrejas Liberais e as Ordens Fraternas, por E. A. Coil, um
ministro Unitário e um Mestre Maçônico de Adoração. Diz este escritor sem peso
na consciência: "Que a diferença fundamental nos princípios incorporados
nos credos históricos da cristandade e nos de nossas ordens secretas modernas
não tenha sido claramente pensada é indicada pelo fato de que muitos se
comprometem a ambos.
Existem
homens maçons que, nas igrejas, subscrevem a doutrina de que 'somos
considerados justos diante de Deus somente pelo mérito de nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo, pela fé e não por nossas próprias obras ou méritos', e
se juntam entusiasticamente no canto de hinos em que essa ideia está
incorporada. Então, em suas reuniões na loja, eles concordam com entusiasmo com
a seguinte declaração: 'Embora nossos pensamentos, palavras e ações possam estar
ocultos dos olhos dos homens, ainda assim o Olho Que Tudo Vê, a quem o sol, a
lua e as estrelas obedecem e sob cujo cuidado vigilante chega a realizar suas
estupendas revoluções, permeia os recantos mais íntimos do coração humano e nos
recompensa de acordo com nossos méritos.
Até
uma criança pequena, uma vez chamada a atenção para o assunto, consegue
observar que é impossível harmonizar a declaração de credo aqui citada, com a
declaração tirada do monitor de uma de nossas maiores e mais eficazes ordens secretas,
e encontrado, em substância, nas liturgias de quase todas as outras. Se 'Somos
considerados justos diante de Deus, pelo mérito de nosso Senhor e Salvador,
Jesus Cristo, pela fé e não por nossas próprias obras ou méritos', então não é
possível que seja verdade que o Olho Que Tudo Vê 'permeia os recessos mais
íntimos do coração humano, e nos recompensará de acordo com nossos méritos. Uma
declaração exclui a outra. Os homens não podem se inscrever de forma
consistente nos dois " (pp. 10,11). Coil continua dizendo: "Tenho
dedicado muito tempo à investigação do assunto e digo, sem medo de uma
contradição bem-sucedida, que as igrejas liberais, desde o início, têm se
desenvolvido ao mesmo tempo em pensamento e sentimento, da mesma forma que a
maioria de nossas grandes fraternidades modernas: eles defenderam e defendem a
paternidade de Deus, a irmandade do homem, a imortalidade e a salvação por caráter,
e esses são os mesmos princípios pelos quais quase todas as grandes
fraternidades são defendidas. Recebendo esses princípios na infância, como
devem ser ensinados nas escolas e igrejas dominicalmente, as pessoas não terão
que desaprendê-las ou negá-las se optarem por se identificar com quase qualquer
uma de nossas fraternidades atuais, como são apresentadas hoje nas escolas e
dominicalmente nas igrejas precisarão desaprender, negar ou ignorar muito do
que lhes foi ensinado caso venham a se tornarem membros de uma loja" (pp.
17,18).
f. A irmandade da Maçonaria. A Escritura nos diz que Deus: “E de um só sangue fez toda a geração dos
homens, para habitar sobre toda a face da terra” (Atos 17:26). Portanto, não é
errado afirmar que há uma irmandade física de todos os homens. Pode-se até
admitir que, em virtude de tais remanescentes no homem caído da imagem original
de Deus, como razão e consciência, todos os homens sejam irmãos em mais do que
um sentido físico. Mas, as Escrituras negam enfaticamente que a irmandade
universal do homem é espiritual. Pelo contrário, ensina que existe uma antítese
espiritual absoluta entre crentes e incrédulos. Espiritualmente eles são
opostos como justiça e iniquidade, luz e trevas, Cristo e Belial (2 Coríntios
6:14, 15). A Maçonaria se orgulha da irmandade de seus membros e se gloria na
irmandade universal do homem. Diz J. F. Newton: "Se alguém pedisse para
definir a Maçonaria em uma única frase, diria: Maçonaria é a realização de Deus
pela prática da fraternidade". Ele continua descrevendo a fraternidade
universal como física, intelectual e espiritual. É espiritual, segundo ele,
porque, embora as religiões sejam muitas, "a religião é uma". Ele
acrescenta que o gênio da religião de Jesus foi "a extensão da ideia da
família para incluir toda a humanidade" (The Religion of Masonry, pp. 116,
123ff.).
E E.A. Coil diz: "Está ficando cada vez
mais claro para mim, à medida que os fatos relacionados ao assunto são
revelados, que as fraternidades e igrejas chamadas de 'Liberal' têm trabalhado
em linhas paralelas; mas, porque uma coloca ênfase de autoridade na paternidade
de Deus e, portanto, enfatiza a teologia, enquanto a outra coloca a ênfase
principal na irmandade do homem e, portanto, enfatiza a sociologia, elas não
perceberam que estavam ocupando praticamente o mesmo terreno "(The Relation
of the Liberal Churches and the Fraternal Orders, pp. 9, 10).
g. O universalismo da Maçonaria. Existe um universalismo cristão. Deus tem Seus eleitos em todas as épocas
e todas as nações. Desde a queda do homem, o Filho de Deus tem reunido os
eleitos em Sua igreja por Sua Palavra e Espírito. Em Cristo Jesus não há judeu nem
grego, servidão nem liberdade, homem nem mulher, pois todos são um nEle
(Gálatas 3:28). João viu as quatro criaturas vivas e os vinte e quatro anciãos
caírem diante do Cordeiro e os ouviu cantar: “Porque foste morto, e com o teu
sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação”
(Apocalipse 5:9). A Maçonaria também
reivindica o universalismo, mas seu universalismo difere radicalmente do
Cristianismo, na medida em que nega o particularismo e o exclusivismo cristãos. O
Cristianismo afirma ter o único livro verdadeiro, a Bíblia. A Maçonaria coloca
este livro em pé de igualdade com os livros sagrados de outras religiões.
O
Cristianismo reivindica o único Deus verdadeiro, o Deus da Bíblia, e denuncia
todos os outros deuses como ídolos. A Maçonaria reconhece os deuses de todas as
religiões. O Cristianismo descreve Deus como o Pai de Jesus Cristo e daqueles
que pela fé nEle receberam o direito de serem chamados filhos de Deus. O Deus
da Maçonaria é o pai universal de toda a humanidade. O Cristianismo sustenta
que apenas a adoração a Deus que se revelou na Sagrada Escritura é a adoração
verdadeira. A Maçonaria honra como verdadeira adoração a adoração de inúmeras
outras divindades. O Cristianismo reconhece apenas um Salvador, Jesus Cristo, o
único mediador entre Deus e o homem.
A Maçonaria reconhece muitos salvadores. O Cristianismo reconhece apenas um caminho de salvação, o da graça pela fé. A Maçonaria rejeita esse caminho e substitui a salvação por obras e caráter. O Cristianismo ensina a irmandade daqueles que creem em Cristo, a comunhão dos santos, a igreja universal, o único corpo de Cristo. A Maçonaria ensina a irmandade dos maçons e a irmandade universal do homem. O Cristianismo se gloria em ser a única religião verdadeiramente universal. A Maçonaria roubaria do cristianismo essa glória e a apropriaria para si mesma. O Cristianismo sustenta que é a única religião verdadeira. A Maçonaria nega essa alegação e se orgulha de ser a própria religião.
Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.
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