segunda-feira, 22 de agosto de 2022

 

O Pacto (Aliança Eterna); de Deus com o Seu Povo Eleito.

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

O Pacto (Aliança Eterna); de Deus com o Seu Povo Eleito.

Duas breves considerações da teologia do pacto:  A e B.

A - UM POVO SÓ:

Existe, e sempre tem existido, apenas um povo de Deus. Israel era a Igreja do Velho Testamento, e a Igreja é Israel no Novo Testamento. Apenas um povo escolhido e sua formação histórica.

B - DOIS PACTOS:

Deus projetou a história da salvação em dois pactos.

1 - O pacto das obras.

O pacto das obras prometia a vida, se eles fossem obedientes. Porém punia com a morte se desobedecessem. Adão quebrou sua aliança com Deus ao transgredir o único mandamento que havia recebido. Este foi o primeiro pacto.

E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:16,17 - ACF).

2 - O pacto da Graça.

Jesus nasceu, obedeceu integralmente ao Deus Pai e instaura o novo pacto. O pacto que salva pela graça mediante a fé.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; (Efésios 2:8,9 - ACF).

Vamos aprofundar um pouco mais, para que fique bem clara; a relevância de compreendermos o pacto (aliança eterna); de Deus com seus eleitos e eleitas e o que isso representa para nós (igreja de Cristo) nos dias de hoje!!!

A Teologia do Pacto goza de inteira aceitação entre a grande maioria dos teólogos desde muito cedo na história cristã, ela não é uma invenção moderna. O primeiro pensador a tratar sobre isso foi Agostinho de Hipona. Ele que esclareceu biblicamente o que seria o pacto de Deus com o homem. Desde então há muitos documentos da história da Igreja que comentam sobre esse ensino. A doutrina pactual é usada na CFW. (Confissão de Fé de Westminster) (1646), na Declaração de Savoy (1658), de Londres, e na Confissão Batista Particular de 1689. Esta doutrina ensina que Deus administra a Aliança da graça de diferentes formas durante a história. Vamos olhar agora a CFW. Confissão de Fé de Westminster.

DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM:

- Confissão de Fé de Westminster capítulo VII:

I. Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele, como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual agradou-lhe expressar por meio de um pacto.

II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e, nele, à sua posteridade, sob a condição de perfeita e pessoal obediência.

III. Tendo-se o homem tornado, pela sua queda, incapaz de ter vida por meio deste pacto, o Senhor dignou-se a fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; neste pacto da graça ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação através de Jesus Cristo, exigindo deles a fé, para que sejam salvos, e prometendo o seu Santo Espírito a todos os que estão ordenados para a vida, a fim de dispô-los e habilitá-los a crer.

Se a primeira aliança se constituía numa relação entre Deus e o homem na qual Adão deveria cumprir uma única regra: não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, sendo que o descumprimento traria a morte para si. A bênção estava na obediência e a maldição na desobediência.

A aliança com Adão falhou, mas a aliança da Graça é infalível. Cristo morreu para tornar nossa Salvação uma realidade incontestável, uma aliança eterna. Ele foi capaz de cumprir o pacto por mim e por você, nos ligando novamente a Deus e nos fazendo dignos de sermos chamados filhos de Deus.

Depois da falha de Adão e Eva não resta mais nenhum meio de salvação a não ser a confiança nos méritos de Jesus, o Filho de Deus, como nosso Salvador. Desta forma, em Cristo a Igreja torna-se o novo Israel e o Povo Santo no Novo testamento, pois não há mais divisão entre gentio e judeu. Como lemos:

Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (Gálatas 3:28 – ACF).

O pacto das obras, estava embasado no princípio de "cumpra sua parte no contrato e viverás". A única condição a ser satisfeita era a obediência simples de uma ordem simples: "não coma da árvore proibida".  No caso, o primeiro pacto é considerado como um trabalho, um esforço. Então se Adão houvesse mantido a ordem, e não desobedecesse, seria mérito dele, era seu esforço adquirindo a promessa, seu trabalho sendo recompensado. De fato, Adão falhou miseravelmente, advindo daí a necessidade de um novo pacto.

Então temos o sublime Pacto da Graça, ele é progressivo e podemos enxergar dentro dele alianças. Vamos vê-las surgindo gradativamente das Escrituras. Estas alianças são modos de Deus administrar sua graça salvadora, são formas diferentes do mesmo grande Pacto da Graça. Percebemos primeiramente 4 Alianças dentro do Pacto da Graça, três no Antigo Testamento e uma no Novo Aliança com Noé, Aliança com Abraão, Aliança da Lei. Percebemos que depois destas se dará a conhecer uma aliança permanente, preparada desde a eternidade. Esta última chamar-se-á Aliança da Graça e confirmada no Novo Testamento.

O Senhor nos provê salvação sob a forma de uma aliança que procede exclusivamente da graça incondicional de Deus. Esta aliança alcança os salvos depois do advento de Cristo, como os que nasceram antes, como Noé, Abraão e Moisés. Todo homem que foi, é ou será salvo, o será mediante a graça divina.

E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. (Hebreus 9:15 – ACF).

AS TRÊS ALIANÇAS:

Voltando a Gênesis tomamos conhecimento de três alianças: a primeira feita com Adão, chamada de aliança Adâmica em Gn. 3.14-19, promete um redentor que nasceria do ventre da mulher. Outra feita com Noé, Aliança Noética, registrada em Gn. 6.17-22; Gn. 8.20-22; Gn. 9.1-7 e Gn. 9.8-17. Aliança Abraâmica, registrada em Gn. 15.18 e Gn. 17.2, ligadas com a promessa de Gn. 12.1-3. Todas as três primeiras registradas em Gênesis. Nos livros de Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio percebemos mais uma aliança, a quarta: a Aliança do Sinai. Falaremos dela logo adiante.

É importante notar que essas 4 alianças são em essência participantes do mesmo Pacto da Graça que estamos estudando. Elas são apenas um modo de Deus reafirmar o Pacto de Gênesis com Adão e Eva.

E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gênesis 3:15 – ACF).

Embora não compreendessem perfeitamente, os santos do AT. (Antigo Testamento); eram salvos pelo Sangue do Cordeiro que havia sido morto antes da fundação do mundo (I Pedro 1.20). Este cordeiro (o filho de Deus, Jesus Cristo); havia sido profetizado em Gênesis 3.15.

Mais adiante veremos que Noé fora salvo pela graça, por meio da fé (Hebreus 11.7). Abraão também fora salvo mediante a sua fé, que lhe havia sido imputada por justiça (Gênesis 15.6). A justificação pela fé é o cerne do pacto da nova aliança; vamos agora a aliança Sinaítica.

ALIANÇA DO SINAI:

Este foi um pacto instituído por Deus com Moisés no Monte Sinai, quando Deus entregou-lhe a Lei. A Lei já existia, ou seja, seu princípio já estava vigorando desde a criação de Adão e Eva. Não matar, não roubar, não blasfemar, o dia do descanso, tudo isso foi posto na relação entre Deus e o homem. Porém no Sinai a Lei veio para marcar o território do pecado, para que ele pudesse mostrar toda a sua malignidade e também para mostrar ao homem a sua total incapacidade de salvar-se a si mesmo.

Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. (Romanos 3:20 – ACF).

A Confissão de Fé de Westminster, no capítulo 18, divide esses aspectos em lei moral, civil e cerimonial.

1 - Lei Civil ou Judicial –

Representa a legislação dada à sociedade israelita ou à nação de Israel; por exemplo, define os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições.

2 - Lei Religiosa ou Cerimonial –

Representa a legislação levítica do Velho Testamento; por exemplo, prescreve os sacrifícios e todo o simbolismo cerimonial.

3 - Lei Moral –

Representa a vontade de Deus para o ser humano, no que diz respeito ao seu comportamento e aos seus principais deveres.

A NOVA ALIANÇA:

A “Nova Aliança”, é representada pela palavra grega “kainós” é usada para "nova", cujo sentido é de renovado. Desta forma o Novo Testamento renova o pacto de maneira perfeita e definitiva. Todos os pactos do Antigo Testamento estão total e cabalmente incluídos e cumpridos pela Nova Aliança.

Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados. (Jeremias 31:31-34 – ACF).

A Nova Aliança (Jeremias 31.31-34) é um pacto que abrange toda a humanidade, mas que primeiro foi pronunciado para um povo, o povo de Israel. Na Nova Aliança, Deus promete perdoar os pecados, e nos livrar da morte eterna. Agora que estamos sob a Nova Aliança, tanto os judeus quanto os gentios podem ser livres da condenação.

Podemos dizer que Cristo resume e cumpre todas as alianças em si mesmo, fazendo tudo aquilo que Adão nunca pode fazer. A doutrina do Pacto abrange, amarra e explica todo o projeto de Deus para o homem e sua graça e bondade em nos salvar de nossos pecados. Ela une Antigo e Novo Testamento num único e magnífico bloco sagrado. Precisamos manter esta doutrina em nossa mente e coração, para sermos gratos a Deus por tão grande e imerecida salvação.

Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que entre vós foi pregado por nós, isto é, por mim, Silvano e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim. Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós.  (2 Coríntios 1:19,20 – ACF).

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.
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