domingo, 21 de agosto de 2022

 

O CRISTO DO ARMINIANISMO VS. O CRISTO DA BÍBLIA – Arminianos e Calvinistas são irmãos na fé?

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

Antes de começar, devo lembrar o leitor de que quando falo de “Calvinismo Vs. Arminianismo” eu estou me limitando ao seu sentido original e histórico, isto é, apenas ao que diz respeito à doutrina da salvação (soteriologia) e como ela funciona nos desígnios de Deus. Refiro-me ao Calvinismo tendo em vista somente os Cinco Pontos do Calvinismo, e não a tradição conhecida como “Reforma Protestante”, a qual engloba não somente a questão soteriológica, como também traz conceitos denominacionais que não estão de acordo com a Bíblia. Esses termos técnicos são inevitáveis para tratar do assunto “Predestinação Vs. Livre Arbítrio”, e, portanto, é a única forma de ensinar o leitor como Deus predestina Seus santos escolhidos à salvação e os perdidos à condenação.

A LÓGICA NOS DIZ QUE ARMINIANOS E CALVINISTAS NÃO SÃO IRMÃOS NA FÉ.

Existe um princípio imutável chamado Lógica. Esse princípio tem me acompanhado desde que conheci a Palavra de Deus, e tem sido meu escudo contra o sincretismo e ecumenismo religioso até aqui. A Lógica é, por definição, um gatilho bíblico que nos protege de proposições contraditórias e sofismas religiosos. Em suma, a Lógica se trata do raciocínio que se pauta na dedução, e este raciocínio é composto basicamente por duas premissas ou proposições (maior e menor), a partir das quais se alcança uma conclusão. Por exemplo: "Todos os homens são mortais. Frederico é homem. Logo, Frederico é mortal”. Se eu mudar uma das duas premissas que concluem que Frederico é mortal, a conclusão da mortalidade de Frederico estará errada. Ou seja, segundo a lógica, para que se afirme que Frederico é mortal em conformidade com uma premissa maior e menor, é obrigatoriamente necessário que (1) todos os homens sejam mortais e que (2) Frederico seja homem. Conclusão: Frederico é mortal.

Uma premissa errada leva a conclusões obviamente errôneas. Não se pode elaborar um silogismo básico e coerente quando as premissas de um determinado conceito não coadunam com a conclusão final. E é por isso que hoje eu irei dar uma breve explicação sobre a razão pela qual arminianos e calvinistas não são irmãos na fé e jamais poderiam ser. Quando quero dar uma resposta rápida, eu simplesmente digo que os arminianos servem a um deus estranho à Bíblia, e não ao Deus das Escrituras. Simples assim! Mas, a mera afirmação da minha parte não é o bastante para provar uma premissa e estabelecer uma conclusão. Isso é típico de analfabetos funcionais quando querem provar alguma ideia por meio da mera repetição de uma ideologia.

Portanto, tecerei abaixo dois princípios básicos, porém distintos, fáceis de se entender. Minha intenção neste artigo é mostrar o quanto a Igreja necessita de uma atenção urgente em relação ao “Jugo Desigual”, onde arminianos e calvinistas têm andado de mãos dadas e se ajuntado numa perversão doutrinária em massa, invalidando a Palavra de Deus e provocando danos irreversíveis à ortodoxia cristã.

1. O CRISTO DO ARMINIANISMO:

● O Cristo do Arminianismo ama a todas as pessoas do mundo e deseja que todas elas sejam salvas.

● Ele pagou pelos pecados de todos os homens, sem exceção, e faz tudo que está ao seu alcance a fim de convencer os ímpios a se converterem. Todavia, sua oferta aos pecadores e seu poder de salvar são, na maioria das vezes, frustrados. Por que? Porque a maioria dos ímpios dizem “Não” ao seu chamado e se negam a vir até ele.

● Seu poder é limitado e seu sacrifício na cruz foi em vão, pois os pecadores receberam desse "deus" um dom chamado “livre arbítrio”, com o qual o homem decide, por si mesmo, ir ou não em direção a Cristo para se entregar a ele. O “livre arbítrio” do homem não pode ser violado por Cristo e o homem é quem decide se aceita ou não servir a ele.

● O Cristo do Arminianismo morreu na cruz por todo o mundo, isto é, por cada indivíduo da humanidade, sem exceção. Com isso, ele estabeleceu a possibilidade de salvação para todos, dando a oportunidade do homem escolher ser salvo ou não pelo sangue derramado no madeiro. Sua morte na cruz não fora suficiente para salvar os escolhidos de Deus. Seu sacrifício depende inteiramente da escolha do homem em se converter de seus pecados ou não. Sendo assim, muitos homens pelos quais Cristo morreu irão para o inferno.

● Esse Cristo débil, impotente e frustrado perde a muitos pelos quais ele morreu e “salvou”, visto que os tais abandonam a “fé” por si mesmos. Deste modo, quando Cristo os convence de que são verdadeiramente “salvos” e lhes implanta a “certeza da salvação”, esta segurança não está alicerçada na vontade soberana de Deus ou em Seu poder inesgotável, mas na escolha humana, quando o homem aceita Jesus em seu coração (e haja apelos carismáticos para convencer um pecador a “aceitar” esse falso cristo).

2. O CRISTO DA BÍBLIA.

● Esse é o Cristo do Calvinismo (Pesquisar sobre os Cinco Pontos do Calvinismo). Ele veementemente ama somente aos que lhe pertencem, os quais Deus escolheu incondicionalmente para a vida eterna, antes mesmo da fundação do mundo (Ef 1.4). Ele jamais sequer orou pelos réprobos e deixou isso muito bem registrado (Jo 17.9), visto que o amor do Pai não recai, em nenhum nível ou aspecto, sobre os que foram predestinados à perdição. Antes, Sua ira sobre os tais permanece eternamente (Sl 5.5; 11.5; 73.17-20; Sl 92.5-7; Pv 3.33; Pv 24.16; Ml 1.2-4; Hc 1.13; Jo 17.9; Jo 3.36; 13.1; Rm 9.13; 1Pe 3.12; Ef 1.4,9,11; Rm 8.30; 2Tm 1.9; 1Ts 5.9; Rm 9.11-16; Ef. 1.19; 2.8-9; Jd 1).

● Deus, por meio do Espírito Santo, eficazmente chama os Seus eleitos de modo que, por meio da vocação a eles concedida, não podem resistir por si mesmos e certamente se converterão.  Antes que o mundo fosse criado, Deus escolheu e predestinou os Seus à salvação. Ele não fez qualquer uma dessas escolhas com base em Sua onisciência ou porque previu fé em tais homens, mas os escolheu segundo o Seu eterno e imutável propósito, conforme Seu santo conselho e beneplácito de Sua vontade, de acordo com Sua graça única [e não múltipla]. Esse Deus, o único Deus, não se baseou em nenhuma fé prevista ou em alguma boa obra humana para salvar os Seus escolhidos, nem por qualquer outra característica na criatura que pudesse movê-Lo como condição para salvá-los (Ef 1.4, 9, 11; Rm 8.30; 2Tm. 1.9; 1Ts, 5.9; Rm 9.11-16; Ef 1.19: e 2.8-9).

● Ele não somente ama Seus escolhidos incondicionalmente, como também os “leva pela orelha”, não importando se eles querem ou não ser salvos. Ele os preserva por meio da disciplina, de modo que nenhuma de Suas ovelhas podem decair da graça que uma vez foi dada aos santos. Nenhuma de Suas ovelhas pode se perder ou ser arrebatada de Suas mãos (Jo 10.28). Ainda que cometam pecados no curso de suas vidas, tais escolhidos de Cristo serão preservados pelo poder do Espírito Santo e perseverarão na genuína fé e doutrina até o fim. Pelo eterno e mui livre propósito da Sua vontade, Deus preordenou todos os meios conducentes a esse fim glorioso. Ou seja, os santos eleitos, tendo nascido escravos do pecado de Adão, são remidos por Cristo e presenteados pela verdadeira fé, por meio do Espírito e no devido tempo determinado por Deus. Por esta razão, os santos escolhidos de Deus são justificados, adotados, santificados e guardados por Cristo nesta fé imutável e eterna. Não há absolutamente ninguém além dos eleitos que seja remido, chamado de forma eficaz, justificado nos céus, adotado, santificado e glorificado por causa da salvação conquistada por Cristo na cruz do calvário (1Pe 1.2; Ef 1.4 e 2.10; 2Ts 2.13; 1Ts. 5.9-10; Tt 2.14; Rm 8.30; Ef 1.5; 1Pe 1.5; Jo 6.64-65; 17.9; Rm 8.28; 1Jo 2.19).

● Contrariando radicalmente o falso Cristo do Arminianismo, o Cristo da Bíblia soberanamente regenera o pecador eleito à margem de sua aceitação ou rejeição temporária. Visto que, sem a regeneração espiritual, o pecador está morto espiritualmente (Rm 3), o pecador jamais pode escolher a Cristo por si mesmo (Jo 6.65). A fé não é uma contribuição do homem para sua salvação. A fé não provém do coração do homem, mas é um dom recebido do alto. Não há nenhuma participação do homem nesse processo salifico. A salvação, bem como todos os frutos que dela procedem, é uma dádiva exclusiva de Deus, não do homem (Jo 3.3; 6.44,65; 15.16; Rm 9.16; Ef 2.1,8-10; Fp 1.29; Hb 12.2).

● O Deus da Bíblia concede misericórdia a quem Ele quer e a recusa a quem Ele quer. Cristo morreu somente pelos eleitos, conquistando eficazmente a salvação para todos aqueles por quem Ele morreu. Sua morte foi uma satisfação vicária, que poderosamente quitou a dívida de Seu povo eleito. Ele escolhe ou recusa Sua bondade como Lhe apraz, para a glória do Seu soberano poder sobre as suas criaturas. Com isto, o restante dos homens foi predestinado à perdição eterna, para louvor da gloriosa justiça de Deus, que não tem a obrigação de salvar ninguém, mas o fez por pura graça. Sem a Sua graça, nenhum homem seria salvo e todos caminhariam segundo sua própria inclinação para o mal (Rm 1.18-32; 3). A justiça de Deus requer que Ele não contemple os réprobos e os lance no inferno por causa de seus pecados (Mt 11.25-26; Rm 9.17-22; 2Tm. 2.20; Jd 1.4; 1Pe 2.8).

PREMISSA MAIOR:

Um é o Cristo do Arminianismo e o outro é o Cristo da Bíblia. Um é falso e o outro é verdadeiro. São dois cristos avaliados aqui, e ambos são completamente opostos. Se você está assustado com isso, saiba que a Bíblia diz que existem milhares deles (Mt 24.24; 1Co 8.5) e não somente dois ou três. Se, conforme apresentado pelo artigo, os dois cristos são tão radicalmente distintos, um deles tem de ser o verdadeiro: ou aquele que não possui sequer uma base bíblica sólida, ou Aquele que testifica cada uma das passagens da Escritura Sagrada, as quais foram aqui supracitadas.

PREMISSA MENOR:

A Bíblia expressamente diz que não se pode servir e amar a dois senhores. A Bíblia é enfática em dizer que você deve amar um e odiar o outro (Mt 6.24). Você certamente pode ter dois amigos, dois irmãos, dois carros, dois hobbies e até dois empregos. Mas a Escritura o proíbe categoricamente de servir a dois cristos. Ou você ama e serve a um, ou você ama e serve a outro. A palavra “Servo”, muitas vezes empregada de forma romantizada em nossas traduções bíblicas, significa literalmente “Escravo”. Ou você é escravo do verdadeiro Cristo ou é escravo do falso. A escravidão é absoluta e não permite sociedade com outros senhores. A escravidão exige tudo aquilo que lhe pertence — todo o seu tempo, toda a sua lealdade, todo o seu trabalho, todo o seu coração, toda a sua alma. Os cristãos professos dos nossos dias insistem em acreditar que estão servindo ao genuíno Cristo dando as mãos para os que servem ao falso cristo. E não somente isto: Os que insistem em servir a dois cristos chamam os seguidores do falso cristo de irmãos! O fato é que você pode até pensar que está sendo um cristão agindo assim; você pode achar que ama a Jesus porque “vai à igreja” regularmente e porque é apaixonado pelo evangelho que você criou com a sua própria mente; mas a sua prostituição não será ignorada no dia do juízo, visto que você pensa que pode andar com o Cristo da Bíblia e ter um pequeno caso com outro cristo – o falso cristo.

A Diferença entre Calvinismo e Arminianismo é ainda mais profunda que se pode parecer à primeira vista. Não é simplesmente questão de ênfase, mas de conteúdo. O calvinista crê em um Deus que realmente salva; enquanto o arminiano crê em um Deus que possibilita que o homem se salve. O calvinista crê em um Deus Pai que elege de fato; o arminiano crê em um Deus Pai que apenas ratifica a eleição que os homens farão sobre si mesmos. O calvinista crê em um Redentor que objetivamente redime pecadores; o arminiano crê em um redentor em potencial, que apenas viabiliza a redenção dos salvos. O calvinista crê em um Espírito Santo que chama soberana e eficazmente indivíduos; o arminiano crê em um Espírito Santo que apenas “persuade moralmente”, mas que pode ser resistido. O lema do calvinista é: “Seja feita a Tua vontade”. O lema central da seita arminiana é: "Levante-se e caminhe comigo, ó Criador; vou lhe mostrar o que eu quero".

CONCLUSÃO LÓGICA:

Arminianos e calvinistas não são irmãos. Jamais o poderiam ser. Eles não possuem a mesma fé. Eles não servem ao mesmo Cristo. Não há qualquer vínculo entre o Cristo da seita arminiana e o Cristo da Bíblia. Eu poderia falar sobre o cristo do Catolicismo Romano, do Espiritismo e de muitos outros milhares de cristos espalhados pelo mundo religioso. Todavia, não há, no atual século, um falso cristo que tenha enganado tanta gente como o cristo do arminianismo, com seu evangelho ardiloso e sagaz. Tenho plena convicção e afirmo com propriedade que, sem explanações como essas do artigo, a maioria das pessoas passaria a vida inteira sem notar a diferença entre um Cristo e outro. Tudo isso é resultado do sincretismo e ecumenismo religiosos que reinam soberanos em todo o mundo, em especial nas seitas denominacionais, onde o intento é adquirir membros para encherem seus templos luxuosos e cheios de adornos judaicos.

UM CHAMADO À SEPARAÇÃO:

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso" (2 Coríntios 6.14-18).

Essa passagem se aplica – veementemente – a membros de seitas arminianas. Um “jugo” é tudo aquilo que une. Aqueles que pertencem a uma seita arminiana ou pentecostal estão unidos em um compromisso oficial e em uma aliança com seus membros “irmãos”. Muitos de seus membros/irmãos não dão nenhuma evidência de terem nascido de novo. Eles podem acreditar em um “Deus Soberano”, mas qual o amor que eles têm pela soberania exaustiva de Deus? Qual é a sua relação com os eternos decretos de Deus? Eles simplesmente as negam. “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3).

Pode aqueles que devem o seu tudo a Cristo, tanto para o tempo presente quanto para a eternidade, ter comunhão com aqueles que desprezam e rejeitam ao Deus da Palavra? Portanto, que todo e qualquer leitor cristão que esteja em jugo desigual com arminianos saia debaixo dele sem demora.

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

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