segunda-feira, 22 de agosto de 2022

 

A Ordem dos Decretos de Deus, Supralapsarianismo ou Infralapsarianismo??? 

(Os Trinitarianos e os Presbiterianos Ortodoxos; são 100% Supralapsarianos); Por: Rafael Gabas.

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

Poderíamos declarar que Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil ‘antes de Cristo', ‘anteriormente' ao nascimento de Moisés, e ‘antes' que houvesse algum homem na terra? Poderíamos dizer que a bomba atômica foi jogada sobre o Japão ‘antes da criação do mundo', e que você, leitor, esteve lendo este artigo ‘desde a eternidade'? Essas perguntas parecem ridículas, mas, seguindo o raciocínio dos que ensinam a predestinação calvinista nos dias atuais, elas deveriam ser respondidas da seguinte forma: “Sim, tudo o que existiu e existirá já ocorreu eternamente diante de Deus, que decretou todos estes eventos. Porém, não devemos esquecer que tais decretos mantém uma lógica entre si, de modo que os decretos da criação do mundo e do nascimento de Pedro Álvares Cabral vieram antes do decreto do Descobrimento do Brasil. Todas as coisas são conhecidas perfeitamente por Deus desde todo o sempre, mas Ele as vê entrelaçadas numa cadeia racional de acontecimentos.” É assim que a maioria dos reformados (Infralapsarianos); entendem que Deus destinou as pessoas à salvação:

(1) Ele decretou a demonstração de Sua glória na criação;

(2) A formação de Adão;

(3) A queda espiritual deste;

(4) A escolha de alguns para serem salvos;

(5) A destinação dos outros ao castigo de seu (s) pecado (s);

(6) O envio de Cristo para morrer pelos escolhidos;

(7) A chamada eficaz destes, levando-os à conversão.

Para os calvinistas atuais, (Infralapsarianos); a Bíblia afirma que Deus elegeu Seu povo “antes da criação do mundo” (Ef 1.4), “de antemão” (Rm 8.29) e “antes dos tempos dos séculos” (2Tm 1.9; Tt 1.1), porque, apesar da eleição ocorrer logicamente após a criação e a queda, atingindo um grupo de indivíduos já existentes, manchados com o pecado de Adão, ela foi decretada desde a eternidade. Essa é uma falácia tão grotesca, que me assusta como pude aceitá-la por tanto tempo, crendo que esse era um calvinismo bíblico e sadio. Seria o mesmo que afirmar que o mundo foi criado ‘antes dos tempos eternos', ou que Adão pecou ‘antes da criação do mundo'. Se os decretos da criação e da queda vieram antes do decreto da eleição e da reprovação, qual o sentido de a Bíblia enfatizar, repetidamente, uma anterioridade nestes últimos atos (marcada pelo termo “pré”), que só seria real para Deus? A eleição e a reprovação não ocorreram após a primeira transgressão, quando a humanidade se tornou uma massa condenada, mas “antes da criação do mundo”, “antes dos tempos dos séculos”; essas expressões seriam supérfluas, se Deus houvesse escolhido os Seus após decretar a criação e a queda, pois, nesse caso, se deveria dizer que a eleição ocorreu após a entrada do pecado.

Para a maior parte dos calvinistas, Deus amou os Seus filhos desde a eternidade, no mesmo sentido em que Ele curou a Ezequias desde a eternidade, inspirou as cartas de Paulo desde a eternidade, e criou o mundo desde a eternidade – ou seja: apesar dessas coisas acontecerem no tempo, em função de decretos prévios, elas foram arquitetadas fora do tempo, antes da criação do mundo, sendo consideradas certas por Deus.

Isso é um jogo de palavras para fugir da realidade em que a Bíblia apresenta a verdade da predestinação: como a decisão inicial de Deus, o Pai, para revelar Sua glória através de Seu Filho, elegendo alguns homens para serem livrados do castigo e revestidos de Sua glória, e lançando os outros na destruição eterna. A ordem correta dos decretos segundo os calvinistas supralapsarianos, é esta:

(1) Revelar a glória de Deus na morte e ressurreição do Filho encarnado, em favor dos pecadores (Jo 17.25; Rm 11.36; Cl 1.16; 1Pe 1.20; Ap 13.8);

(2) Escolher alguns indivíduos para serem livrados da condenação (Ef 1.4);

(3) Rejeitar os outros, para servirem para demonstrar Sua ira;

(4) Tornar todos, eleitos e reprovados, em culpáveis;

(5) Criar o homem;

(6) Criar o Universo;

(7) Fazer o homem pecar;

(8) Enviar o Filho para sofrer os pecados dos eleitos;

(9) Chamá-los à vida eterna pelo Espírito Santo.

Essa ordem, à primeira vista, pode parecer ilógica, pois coloca o decreto da queda vindo antes do decreto da criação. Contudo, partindo do primeiro ponto, fica fácil enxergar que os outros são consequências do propósito original de Deus, para exibir Seu amor libertador e Sua ira vindicativa em (e através de) Cristo, como o Salvador ressuscitado. Porém, não havia mundo para Ele se encarnar, e nenhum indivíduo que pudesse ser amado ou odiado, razão pela qual Deus imaginou a humanidade que formaria e selecionou alguns de seus membros para serem atingidos pela obra de Cristo, destinando o restante à destruição;

Isso deixa claro que a eleição e a reprovação foram incondicionais, sem observar nenhuma condição preenchida pelos homens, pois nenhuma pessoa possuía qualquer característica, boa ou má, nem Adão havia quebrado a aliança, nem o Universo havia sido criado; ao contrário: tudo isso foi projetado para cumprir a eleição e a reprovação.

A Bíblia ensina que a criação e a queda foram decretadas para que Deus enviasse Seu Filho como Salvador do mundo, demonstrando Seu amor eterno (que não começou com a queda) sobre os eleitos, e demonstrar o poder de Sua ira sobre os reprovados. Após eleger Seus filhos e odiar os outros, Deus deveria torná-los, todos, em seres culpáveis, dignos da condenação eterna, a fim de que houvesse um estado de miséria do qual os eleitos fossem removidos, e os reprovados fossem castigados.

Num próximo artigo, analisaremos as bases bíblicas dessas coisas, comentando as passagens de Rm 8.28-9.24, versículo por versículo. Aqui, pretendi apenas esclarecer a mecânica do sistema que defendo.

Ilustres, Supralapsarianos: Lucidus, Gottschalk, Thomas Bradwardine, Pedro Valdo, Wycliffe, Huss, Jerônimo Zanchi, Teodoro de Beza, Francis Gomarus, Willian Twisse, Louis Berkhof, Gordon Clark, Robert L. Reymond, W. Gary Crampton, Vincent Cheung e o Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C. Nós, os Trinitarianos Reformados, confessamos que, Deus “tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor” (Ef 3.9-11).

A Bíblia ensina que a criação e a queda foram decretadas para que Deus enviasse Seu Filho como Salvador do mundo, demonstrando Seu amor eterno (que não começou com a queda); sobre os eleitos e eleitas, e demonstrar o poder de Sua ira sobre os reprovados. Nó, os Trinitarianos Reformados e Presbiterianos Ortodoxos, somos 100% Supralapsarianos!!!

Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.
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