Catecismo Maior de Westminster
Catecismos de Westminster (1647): o Catecismo Maior compõe-se de 196 perguntas e respostas e se divide em três partes: 1) A finalidade do homem, a existência de Deus e as Escrituras Sagradas (perguntas 1-5); 2) O que o ser humano deve crer sobre Deus (6-90); 3) Quais são os nossos deveres (91-196). Algumas seções especiais são: Cristo, o Mediador (36-56), os Dez Mandamentos (98-148) e a Oração do Senhor (186-196). O Breve Catecismo tem 107 perguntas e respostas. A parte central trata da lei de Deus e dos Dez Mandamentos (perguntas 39-83).
Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.
1. Qual é o fim
supremo e principal do homem?
Resposta. O fim
supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
Rom. 11:36; 1 Cor.
10:31; Sal. 73:24-26; João 17:22-24.
2. Donde se infere
que há um Deus?
A própria luz da
natureza no espírito do homem e as obras de Deus claramente manifestam que
existe um Deus; porém só a sua Palavra e o seu Espírito o revelam de um modo
suficiente e eficazmente aos homens para a sua salvação
Rom. 1:19-20; 1
Cor. 2:9-10: II Tim. 3,15-17.
3. Que é a Palavra
de Deus?
As Escrituras
Sagradas, o Velho e o Novo Testamento, são a Palavra de Deus, a única regra de
fé e prática.
II Tim. 3:16; 11
Pedro 1:19 21; Isa. 8:20; Luc. 16:29, 31; Gal. 1:8-9.
4. Como se
demonstra que as Escrituras são a Palavra de Deus?
Demonstra-se que
as Escrituras são a Palavra de Deus - pela majestade e pureza do seu conteúdo,
pela harmonia de todas as suas partes, e pelo propósito do seu conjunto, que é
dar toda a glória a Deus; pela sua luz e pelo poder que possuem para convencer
e converter os pecadores e para edificar e confortar os crentes para a
salvação.
O Espírito de
Deus, porém, dando testemunho, pelas Escrituras e juntamente com elas no
coração do homem, é o único capaz de completamente persuadi-lo de que elas são
realmente a Palavra de Deus.
Os. 8:12; 1 Cor.
2:6-7; Sal. 119:18, 129, 140; Sal. 12:6; Luc. 24:27; At. 10:43 e 26;22; Rom,
16:25-27; At. 28:28; Heb. 4:12; Tiago 1:18; Sal. 19:7-9; Rom. 15:4: At 20:32;
João 16:13-14.
5. Que é o que as
Escrituras principalmente ensinam?
As Escrituras
ensinam principalmente o que o homem deve crer acerca de Deus e o dever que
Deus requer do homem.
João 20:31; 11
Tim. 1:13.
6. Que revelam as
Escrituras acerca de Deus?
As Escrituras
revelam o que Deus é, quantas pessoas há na Divindade, os seus decretos e como
Ele os executa.
Mas. 3:16-17; Isa.
46:9-10; At. 4:27-28,
7. Quem é Deus?
Deus é espírito,
em si e por si infinito em seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; todo -
suficiente, eterno, imutável, insondável, onipresente, infinito em poder,
sabedoria, santidade, justiça, misericórdia e clemência, longânimo e cheio de
bondade e verdade.
João 4:24; Exo.
3:14; Job. 11:7-9; At. 5:2; I Tim. 6:15; Mat. 5:48; Rom. 11:35-36 Sal. 90:2
-145:3 e 139:1, 2, 7; Mal. 2:6; Apoc. 4:8; Heb. 4:13; Rom. 16:27; Isa. 6:3;
Deut. 32:4; Exo. 34:6.
8. Há mais que um
Deus?
Há um só Deus, o
Deus vivo e verdadeiro.
Deut. 6:4: Jer.
10:10; 1 Cor. 8:4.
9. Quantas pessoas
há na Divindade?
Há três pessoas na
Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; estas três pessoas são um só Deus
verdadeiro e eterno, da mesma substância, iguais em poder e glória, embora
distintas pelas suas propriedades pessoais.
Mat. 3:16-17, e
28:19; 11 Cor. 13:14; João 10:30.
10. Quais são as
propriedades pessoais das três pessoas da Divindade?
O Pai gerou o
Filho, o Filho foi gerado pelo Pai, e o Espírito Santo procede do Pai e do
Filho, desde toda à eternidade.
Heb. 1:5-6; João
1:14 e 15:26; Gal. 4:6.
11. Donde se
infere que o Filho e o Espírito Santo são Deus, iguais ao Pai?
As Escrituras revelam
que o Filho e o Espírito Santo são Deus igualmente com o Pai, atribuindo-lhes
os mesmos nomes, atributos, obras e culto que só a Deus pertencem.
Jer. 23:6; Isa.
6:3, 5, 8; João 12:41; At. 28:25; 1 João 5:20; Sal. 45:6; At. 5:3-4; João 1:1;
Isa. 9:6; João 2:24-25; 1 Cor. 2:10-11; Col. 1:16; Gen. 1:2; Mat. 28:19; 11
Cor. 13:14.
12. Que são os
decretos de Deus?
Os decretos de
Deus são os atos sábios, livres e santos do conselho da sua vontade, pelos
quais, desde toda a eternidade, Ele, para a sua própria glória, imutavelmente
predestinou tudo o que acontece, especialmente com referência aos anjos e, os
homens. Isa. 45:6-7; Ef. 1:11; Rom. 11:33; Sal. 33:11: Ef. 1:4; Rom. 9:22-23.
13. Que decretou
Deus especialmente com referência aos anjos e aos homens?
Deus, por um
decreto eterno e imutável, unicamente do seu amor e para patentear a sua
gloriosa graça, que tinha de ser manifestada em tempo devido, elegeu alguns
anjos para a glória, e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna e
os meios para consegui-la; e também, segundo o seu soberano poder e o conselho
inescrutável da sua própria vontade (pela qual Ele concede, ou não, os seus
favores conforme lhe apraz), deixou e predestinou os mais à desonra e à ira,
que lhes serão infligidas por causa dos seus pecados, para patentear a glória
da sua justiça.
I Tim. 5:21; Ef.
2A0; II Tess. 2:13-14; 1 Pedro 1:2; Rom. 9:17-18, 21-22; Judas 4; Mat.
11:25-26.
14. Como executa
Deus os seus decretos?
Deus executa os
seus decretos nas obras da criação e da providência, segundo a sua presciência
infalível e o livre e imutável conselho da rua vontade.
Dan. 4:35; Ef.
1:11.
15. Que é a obra
da criação?
A obra da criação
é aquela pela qual Deus, pela palavra do seu poder, fez do nada o mundo, e tudo
quanto nele há, para si no espaço de seis dias, e tudo muito bom.
Gen. 1: Heb. 11:3; Apoc. 4:11; Rom. 11:36.
16. Como criou
Deus os anjos?
Deus criou todos
os anjos como espíritos imortais, santos, poderosos e excelentes em
conhecimento, para executarem os seus mandamentos e louvarem o seu nome,
todavia sujeitos à mudança.
Col. 1:16; Mat.
22:30; Luc. 20:36; Mat. 25:31, e 24:36; 1 Pedro 1:12; 11 Tess. 1:7, Sal.
91:11-12; Mat. 13:39; Sal. 103:20-21; 11 Pedro 2:4.
17. Como criou
Deus o homem?
Depois de ter
feito todas as mais criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea; formou-o do
pó, e a mulher da costela do homem; dotou-os de almas viventes, racionais e
imortais; fê-los conforme a sua própria imagem, em conhecimento, retidão e
santidade, tendo a lei de Deus escrita em seus corações e poder para a cumprir,
com domínio sobre as criaturas, contudo sujeitos a cair.
Gen. 1:7, e 2:7,
32 e 1:26; Mat. 19:4; Ecl. 12:9; Mat. 10:28; Col. 3:10; Ef. 4:24; Rom. 2:14-15;
Gen. 3:6, e 1:28, 3:1-19.
18. Quais são as
obras da providência de Deus?
As obras da
providência de Deus são a sua mui santa, sábia e poderosa maneira de preservar
e governar todas as suas criaturas e todas as suas ações, para a sua própria
glória.
Lev. 21:8; Sal.
104:24: Isa. 92:29; Ne. 9:6; Heb. 1:3; Sal. 103:19; Mat. 10:29-30; Gen. 45:7;
Rom. 11:36; Isa. 63:14.
19. Qual é a
providência de Deus para com os anjos?
Deus, pela sua providência,
permitiu que alguns dos anjos, voluntária e irremediavelmente, caíssem em
pecado e perdição, limitando e ordenando isso, como todos os pecados deles,
para a sua própria glória; e estabeleceu os mais em santidade e felicidade,
empregando-os todos, conforme lhe apraz, na administração do seu poder,
misericórdia e justiça.
Judas 6; Luc.
10:17; Mar. 8:38; 1 Tim. 5:21; Heb. 12:22; Sal. 103:20; Heb. 1:14.
20. Qual foi a
providência de Deus para com o homem no estado em que ele foi criado?
A providência de
Deus para com o homem no estado em que ele foi criado consistiu em colocá-lo no
Paraíso, designando-o para o cultivar, dando-lhe liberdade para comer do fruto
da terra; pondo as criaturas sob o seu domínio; e ordenando o matrimônio para o
seu auxílio; em conceder-lhe comunhão com Deus, instituindo o dia de descanso,
entrando em um pacto de vida com ele, sob a condição de obediência pessoal,
perfeita e perpetua, da qual a árvore da vida era um penhor, e proibindo-lhe
comer da árvore da ciência do bem e do mal sob pena de morte.
Gen. 1:28, e
21:15-16, e 1:26, e 3:8, e 2:3, Exo. 20:11; Gal. 3:12; Gen. 2:9, 16-17.
21. Continuou o
homem no estado em que Deus o criou no princípio?
Nossos primeiros
pais, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, pela tentação de
Satanás transgrediram o mandamento de Deus, comendo do fruto proibido, e por
isso caíram do estado de inocência em que foram criados.
Gen. 3:6-8, 13.
22. Caiu todo o
gênero humano na primeira transgressão?
O pacto sendo
feito com Adão, como representante, não para si somente, mas para toda a sua
posteridade, todo o gênero humano, descendendo dele por geração ordinária,
pecou nele e caiu com ele na primeira transgressão.
At. 17:26; Gen.
2:17.
23. A que estado
ficou reduzido o gênero humano por essa queda?
Essa queda reduziu
o gênero humano a um estado de pecado e miséria.
Rom. 5:12; Gal.
3:10.
24. Que é pecado?
Pecado é qualquer
falta de conformidade com a lei de Deus, ou a transgressão de qualquer lei por
Ele dada como regra, à criatura racional.
Rom. 3:23; 1 João
3:4; Gal. 3:10-12.
25. Em que
consiste o pecado desse estado em que o homem caiu?
O pecado desse
estado em que o homem caiu consiste na culpa do primeiro pecado de Adão, na
falta de retidão na qual este foi criado e na corrupção da sua natureza pela
qual se tornou inteiramente indisposto, incapaz e oposto a todo o bem
espiritual e inclinado a todo o mal, e isso continuamente: o que geralmente se
chama pecado original, do qual precedem todas as transgressões atuais.
Rom. 5:12, 19 e
5:6, e 3:10-12; Ef. 2:3; Rom.8:7-8; Gen. 6:1; Tiago 1:14-15; Mat. 15:19.
26. Como é o
pecado original transmitido de nossos primeiros pais à sua posteridade?
O pecado original
é transmitido de nossos primeiros pais à sua posteridade por geração natural,
de maneira que todos os que assim procedem deles são concebidos e nascidos em
pecado.
Sal 51:15; João
3:6.
27. Qual é a
miséria que a queda trouxe sobre o gênero humano?
A queda trouxe
sobre o gênero humano a perda da comunhão com Deus, o seu desagrado e maldição;
de modo que somos por natureza filhos da ira, escravos de Satanás e justamente
expostos a todas as punições, neste mundo e no vindouro.
Gen. 3:8, 24; Ef.
2:2-3; 11 Tim. 2:26; Luc. 11:21-22; Heb. 2:14; Lam. 3:39; Rom. 6:23; Mat.
25:41, 46.
28. Quais são as
punições do pecado neste mundo?
As punições do
pecado neste mundo são: ou interiores, como cegueira do entendimento,
sentimentos depravados, fortes ilusões, dureza de coração, remorso na
consciência e afetos baixos; ou exteriores como a maldição de Deus sobre as
criaturas por nossa causa e todos os outros males que caem sobre nós em nossos
corpos, nossos bens, relações e empregos -juntamente com a morte.
Ef. 4:18; Rom,
1:28; 11 Tess. 2:11; Rom. 2:5; Isa. 33:14; Rom. 1:26; Gen. 3:17; Deut. 28:15;
Rom. 6:21, 23.
29. Quais são as
punições do pecado no mundo vindouro?
As punições do
pecado no mundo vindouro são a separação eterna da presença consoladora de Deus
e os tormentos mais penosos na alma e no corpo, sem intermissão, no fogo do
inferno para sempre
II Tess. 1:9; Mar.
9:47-48: Luc. 16:24, 26; Apoc. 14:11.
30. Deixa Deus
todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria?
Deus não deixa
todos os homens perecer no estado de pecado e miséria, em que caíram pela
violação do primeiro pacto comumente chamado o pacto das obras; mas, por puro
amor e misericórdia livra os escolhidos desse estado e os introduz num estado
de salvação pelo segundo pacto comumente chamado o pacto da graça.
I Tess. 5:9; Gal.
3:lC; Tito 3:4-7, e 1:2.
31. Com quem foi
feito o pacto da graça?
O pacto da graça
foi feito com Cristo, como o segundo Adão, e nEle, com todos os eleitos, como
sua semente.
Gal. 3:16; Isa.
53:10-11; e 59:21.
32. Como é
manifestada a graça de Deus no segundo pacto?
A graça de Deus é
manifestada no segundo pacto em Ele livremente prover e oferecer aos pecadores
um Mediador e a vida e a salvação por Ele; exigindo a fé como condição de
interessá-los nEle, promete e dá o Espírito Santo a todos os seus eleitos, para
neles operar essa fé, com todas as mais graças salvadoras, e para os habilitar
a praticar toda a santa obediência, como evidência da sinceridade da sua fé e
gratidão para com Deus e como o caminho que Deus lhes designou para a salvação.
Gen. 3:15: Isa.
4:3-6; João 326, 6:27; Tito 2:5; 1 João 5:11-12; João 3:36, 1:2; Prov. 1:23;
Luc. 11:13; 1 Cor. 12:3, 9; Gal. 5:22-23; Eze. 34:27; Tiago 2:18, 12; II Cor.
5:14-15; Ef. 2:10.
33. Foi o pacto da
graça sempre administrado de uma só maneira?
O pacto da graça
não foi administrado da mesma maneira; mas as suas administrações no Velho
Testamento eram diferentes das debaixo do Novo.
Cor. 3:6-9; Heb.
8:7-13.
34. Como foi
administrado o pacto da graça no Velho Testamento?
O pacto da graça
foi administrado no Velho Testamento por promessas, profecias, sacrifícios,
pela circuncisão, pela páscoa e por outros símbolos e ordenanças: todos os
quais tipificaram. o Cristo, que havia de vir e eram naquele tempo suficientes
para edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tiveram, ainda
nesse tempo, a plena remissão do pecado e a salvação eterna.
Rom. 15:8; At.
3:24; Heb. 10:1; Rom. 4:11, 1 Cor. 5:7; Heb. 11:13; Gal. 3:7-9. 14.
35. Como é o pacto
da graça administrado no Novo Testamento?
No Novo
Testamento, quando Cristo, a substância, foi manifestado, o mesmo pacto da
graça foi e continua a ser administrado na pregação da palavra na celebração
dos sacramentos do batismo e da Ceia do Senhor; e assim a graça e a salvação
são manifestadas em maior plenitude, evidência e eficácia a todas as nações.
Luc. 24:47-48;
Mat. 28:19-20; 1 Cor. 11:23-25; Rom. 1: 16; 11 Cor. 3:6.
36. Quem é o
Mediador do pacto da graça?
0 único Mediador
do pacto da graça é o Senhor Jesus Cristo, que, sendo o eterno Filho de Deus,
da mesma substância e igual ao Pai, no cumprimento do tempo fêz-se homem, e
assim foi e continua a ser Deus e homem em duas naturezas perfeitas e distintas
e uma só pessoa para sempre.
João 14:16; 1 Tim.
2:5; João 1:1 e 10:30; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Luc. 1:35; Rom. 9:5; Col. 2:9; Heb.
13:8.
37. Sendo Cristo o
Filho de Deus, como se fêz homem?
Cristo, o Filho de
Deus, fez-se homem tomando para si um verdadeiro corpo e uma alma racional
sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria, da sua
substância e nascido dela, mas sem pecado.
João 1:14; Mat.
26:38; Luc. 1:31, 35-42; Heb. 4:15, e 7:26.
38. Qual a
necessidade de o Mediador ser Deus?
Era necessário que
o Mediador fosse Deus para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de
cair debaixo da ira infinita de Deus e do poder da morte; para dar valor e
eficácia aos seus sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a
justiça de Deus, conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este
povo o seu Espírito, vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação
eterna.
At. 2:24; Rom.
1:4; At. 20:28; Heb. 7:25; Rom. 3:24-26; Ef. 1:6; Tito 2:14; João 15:26; Luc.
1:69, 71, 74; Heb. 5:9.
39. Qual a
necessidade de o Mediador ser homem?
Era necessário que
o Mediador fosse homem para poder levantar a nossa natureza e obedecer à lei,
sofrer e interceder por nós em nossa natureza, e simpatizar com as nossas
enfermidades; para que recebêssemos a adoção de filhos, e tivéssemos conforto e
acesso com confiança ao trono da graça.
Rom. 8:34; 11 Fed.
1:4; Mat. 5:17; Gal. 4:4, Rom. 5:19; Heb. 2:4; e 7:24-25, e 4:15-16; Gal. 4:5
40. Qual a
necessidade de o Mediador ser Deus e homem em uma só pessoa?
Era necessário que
o Mediador, que havia de reconciliar o homem com Deus, fosse Deus e homem e
isto em uma só pessoa, para que as obras próprias de cada natureza fossem
aceitas por Deus a nosso favor e que nós confiássemos nelas como as obras da
pessoa inteira.
Mat. 1:21, 23 e
3:17; 1 Ped. 2:6.
41. Por que foi o
nosso Mediador chamado Jesus?
O nosso Mediador
foi chamado Jesus, porque salva o seu povo dos pecados.
Mat. 1:21.
42. Por que foi o
nosso Mediador chamado Cristo?
O nosso Mediador
foi chamado Cristo, porque foi acima de toda a medida ungido com o Espírito
Santo; e assim separado e plenamente revestido com toda a autoridade e poder
para exercer as funções de profeta, sacerdote e rei da sua igreja, tanto no
estado da sua humilhação, como no da sua exaltação.
Mat. 3:16; João
3:24; Sal. 45:7, João 6:27; At. 3:22; Luc. 4:18, 21; Heb. 5:5-6; Isa- 9:6-7.
43. Como exerce
Cristo as funções de profeta?
Cristo exerce as
funções de profeta revelando a igreja em todos os tempos, pelo seu Espírito e
Palavra, por diversos modos de administração, toda a vontade de Deus em todas
as coisas concernentes à sua edificação e salvação.
João 1:18; 1 Pedro
1:10-12; Heb. 1:1-2; João 15:15; Ef. 4:11-13; João 20:31.
44. Como exerce
Cristo as funções de sacerdote?
Cristo exerce as
funções de sacerdote oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício sem mácula,
a Deus, para ser a reconciliação pelos pecados do seu povo e fazendo contínua
intercessão por ele.
Heb. 9:14, 28, e
2:17, e 7:35.
45. Como exerce
Cristo as funções de rei?
Cristo exerce as
funções de rei chamando do mundo um povo para si, dando-lhe oficiais, leis e
disciplinas para visivelmente o governar; dando a graça salvadora aos seus
eleitos; recompensando a sua obediência e corrigindo-os por causa dos seus
pecados; preservando-os por causa dos seus pecados; preservando-os e
sustentando-os em todas as tentações e sofrimentos; restringindo e vencendo
todos os seus inimigos, e poderosamente dirigindo todas as coisas para a sua própria
glória e para o bem do seu povo; e também castigando os que não conhecem a Deus
nem obedecem ao Evangelho.
Isa. 55:5; Gen.
49:10; 1 Cor. 12:28; João 15:14; Mat. 18:17-18; At. 5:31; Apoc. 22:12, e 3:19;
Rom. 8:37-39; 1 Cor. 15:25; Rom. 14:11, e 8:28; 11 Tess. 1:8; Sal. 2:9.
46. Qual foi o
estado da humilhação de Cristo?
O estado da
humilhação de Cristo foi aquela baixa condição, na qual, por amor de nós,
despindo-se da sua glória, Ele tomou a forma de servo em sua concepção e
nascimento, em sua vida, em sua morte e depois até à sua ressurreição.
Fil. 2:6-8; 11
Cor. 8:9.
47. Como se
humilhou Cristo na sua concepção e nascimento?
Cristo humilhou-se
na sua concepção e nascimento, em ser, desde toda a eternidade o Filho de Deus
no seio do Pai, quem aprouve, no cumprimento do tempo, tornar-se Filho do
homem, nascendo de uma mulher de humilde posição com diversas circunstâncias de
humilhação fora do comum.
I João 1:14, 18;
Luc. 2:7.
48. Como se
humilhou Cristo na sua vida?
Cristo humilhou-se
na sua vida, sujeitando-se à lei, a qual perfeitamente cumpriu, e lutando com
as indignidades do mundo, as tentações de Satanás e as enfermidades da carne,
quer comuns à natureza do homem, quer as procedentes dessa baixa condição.
Gal. 4:4; Mat.
5:17; Isa. 53:2-3; Heb. 12:2-3; Mat. 4:1; Heb. 2:17-18.
49. Como se
humilhou Cristo na sua morte?
Cristo humilhou-se
na sua morte porque, tendo sido traído por Judas, abandonado pelos seus
discípulos, escarnecido e rejeitado pelo mundo, condenado por Pilatos e
atormentado pelos seus perseguidores, tendo também lutado com os terrores da
morte e os poderes das trevas, tendo sentido e suportado o peso da ira de Deus,
Ele deu a sua vida como oferta pelo pecado, sofrendo a penosa, vergonhosa e
maldita morte da cruz.
Mat. 27:4, e
26:56; Isa. 53:3; Mat, 27:26; Luc, 22:44; Mat. 27:46; Isa. 53:10; Mat. 20:28;
Fil. 2:8; Gal. 3:13.
50. Em que
consistiu a humilhação de Cristo depois da sua morte?
A humilhação de
Cristo depois da sua morte consistiu em ser ele sepultado, em continuar no
estado dos mortos e sob o poder da morte até ao terceiro dia; o que, aliás, tem
sido exprimido nestas palavras: Ele desceu ao inferno (Hades).
1 Cor. 15:3-4;
Mat. 12:40.
51. Qual é o
estado de exaltação de Cristo?
O estado de
exaltação de Cristo compreende a sua ressurreição, ascensão, o estar sentado à
destra do Pai, e a sua segunda vinda para julgar o mundo.
I Cor. 15:4; Luc.
24:51; Ef. 4:10, e 1:20; A 1:11.
52. Como foi
Cristo exaltado na sua ressurreição?
Cristo foi
exaltado na sua ressurreição em não ter visto a corrupção na morte (pela qual
não era possível que Ele fosse retido), e o mesmo corpo em que sofrera, com as
suas propriedades essenciais (sem a mortalidade e outras enfermidades comuns a
esta vida), tendo realmente unido à sua alma, ressurgiu dentre os mortos ao
terceiro dia, pelo seu próprio poder, e por essa ressurreição declarou-se Filho
de Deus, haver satisfeito a justiça divina, ter vencido a morte e aquele que
tinha o poder sobre ela, e ser o Senhor dos vivos e dos mortos. Tudo isto fez
Ele na sua capacidade representativa, corno Cabeça da sua Igreja, para a
justificação e vivificação dela na graça, apoio contra os inimigos, e para lhe
assegurar sua ressurreição dos mortos no último dia.
At. 2:24; Sal.
16:10; Luc. 24:39; Rom. 6:9; Apoc. 1:18; João 2:19, e 10:18; Rom. 1:4 e
8:33-34; Heb. 2:14; Rom. 14:9; 1 Cor. 15:21-22; Ef. 1:22-23; Rom. 4:25; Ef.
2:5-6; 1 Cor. 15:20, 25-25; 1 Tess. 4:14.
53. Como foi
Cristo exaltado na sua ascensão?
Cristo foi
exaltado na sua ascensão em ter, depois da sua ressurreição, aparecido muitas
vezes aos seus apóstolos e conversado com eles, falando-lhes das coisas
pertencentes ao seu reino, impondo-lhes. o dever de pregarem o Evangelho a
todos os povos, e em subir aos mais altos céus, no fim de quarenta dias,
levando a nossa natureza e, como nosso Cabeça triunfante sobre os inimigos,
para ali, à destra de Deus, receber dons para os homens, elevar os nossos
afetos e aparelhar-nos um lugar onde Ele está e estará até à sua segunda vinda
no fim do mundo.
At. 1:2-3; Mat.
28:19; Heb. 6:20: Ef. 4:8, 10; At. 1:9; Sal. 68:18; Col. 3:1, 2; João 14:2-3;
At. 3:21.
54. Como é Cristo
exaltado em sentar-se à destra de Deus?
Cristo é exaltado
em sentar-se à destra de Deus, em ser Ele, como Deus-homem, elevado ao mais
alto favor de Deus o Pai, tendo toda a plenitude de gozo, glória e poder sobre
todas as coisas no céu e na terra; em reunir e defender a sua Igreja e subjugar
os seus inimigos; em fornecer aos seus ministros e ao seu povo dons e graças e
em fazer intercessão por eles. Fil. 2:9; At. 2:28; João 17:5; Ef. 1:22; Mat.
28:18; Ef. 4:11-12; Rom. 8:34.
55. Como faz
Cristo a sua intercessão?
Cristo faz a sua
intercessão apresentando-se em nossa natureza continuamente perante o Pai no
céu, pelo mérito da sua obediência e sacrifício cumpridos na terra, declarando
ser a Sua vontade que seja aplicado a todos os crentes respondendo a todas
acusações contra eles; adquirindo-lhes paz de consciência, não obstante as
faltas diárias, dando-lhes acesso com confiança ao trono da graça e aceitação
das suas pessoas e serviços.
Heb. 9:24 e 1:3;
João 17:9, 20,24; Rom. e 5:1-2, 1 João 2:1-2; Heb, 4:16; Ef. 11:6; 1 Ped 2:5.
56. Como há de ser
Cristo exaltado em vir segunda vez para julgar o mundo?
Cristo há de ser
exaltado na sua vinda para julgar o mundo, em que, tendo sido injustamente
julgado e condenado pelos homens maus, virá segunda vez no último dia com
grande poder e na plena manifestação da sua glória e da do seu Pai, com todos
os seus santos e anjos, com brado, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus,
para julgar o mundo em retidão.
At. 3:14-15; Mat.
24:30; Luc 9:26, I Tess. 4:16; At. 17:31.
57. Quais são os
benefícios que Cristo adquiriu pela sua mediação?
Cristo, pela sua
mediação, adquiriu a redenção, juntamente com todos os mais benefícios do pacto
da graça.
Heb. 9:12; 1 Cor.
1:20.
58. Como nos
tornamos participantes dos benefícios que Cristo adquiriu?
Tornamo-nos
participantes dos benefícios que Cristo adquiriu, pela aplicação deles, a nós,
que é especialmente a obra do Espírito Santo.
João 1:12; Tito
3:5-6; João 16:14-15.
59. Quem são
feitos participantes da redenção mediante Cristo?
A redenção é
aplicada e eficazmente comunicada a todos aqueles para quem Cristo a adquiriu,
os quais são nesta vida habilitados pelo Espírito Santo a crer em Cristo
conforme o Evangelho.
João 6:37, 39 e
10:15-16; Ef. 2:8; João 3:5.
60. Poderão ser
salvos por viver segundo a luz da natureza aqueles que nunca ouviram o
Evangelho e por conseguinte não conhecem a Jesus Cristo, nem nEle creem?
Aqueles que nunca
ouviram o Evangelho e não conhecem a Jesus Cristo, nem nEle creem, não poderão
se salvar, por mais diligentes que sejam em conformar as suas vidas à luz da
natureza, ou às leis da religião que professam; nem há salvação em nenhum
outro, senão em Cristo, que é o único Salvador do seu corpo, a Igreja.
Rom. 10:14; 11
Tess. 1:8-9; Ef. 2:12: João 3:18, e 8:24; 1 Cor. 1:21; Rom. 3:20, e 2:14-15;
João 4:22: At. 4:12; Ef. 5:23.
61. Serão salvos
todos os que ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja?
Nem todos os que
ouvem o Evangelho e pertencem à Igreja visível serão salvos, mas unicamente
aqueles que são membros verdadeiros da Igreja invisível.
Rom. 9:6; Mat.
7:21.
62. Que é a Igreja
visível?
A Igreja visível é
uma sociedade composta de todos quantos, em todos os tempos e lugares do mundo,
professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos.
1 Cor. 1:2; Gen.
17:7; At. 2:39; 1 Cor. 7:14.
63. Quais são os
privilégios da Igreja visível?
A Igreja visível
tem o privilégio de estar sob o cuidado e governo especial de Deus; de ser
protegida e preservada em todos os tempos, não obstante a oposição de todos os
inimigos; e de gozar da comunhão dos santos, dos meios ordinários de salvação e
das ofertas da graça por Cristo a todos os membros dela, no ministério do
Evangelho, testificando que todo o que crer nEle será salvo, não excluindo a
ninguém que queira vir a Ele.
Isa. 4:5-6; Mat.
16:18; At. 2:42; Sal. 147:19-20; Ef. 4:11-12; Rom. 8:9; João 6:37.
64. Que é a Igreja
invisível?
A Igreja invisível
é o número completo dos eleitos, que têm sido e que hão de ser reunidos em um
corpo sob Cristo, a cabeça.
Ef. 1:10; 22-23;
João 11:52 e 10:16.
65. Quais são os
benefícios especiais de que gozam por Cristo os membros da Igreja invisível?
Os membros da
igreja invisível gozam por Cristo da união e comunhão com Ele em graça e
gloria.
João 17:21, 24; 1
João 1:3.
66. Qual é a união
que os eleitos têm com Cristo?
A união que os
eleitos têm com Cristo é a obra da graça de Deus, pela qual são eles espiritual
e misticamente, ainda que real e inseparavelmente, unidos a Cristo, seu Cabeça
e esposo o que se efetua na sua vocação eficaz.
Ef. 2:5; 1 Cor.
6:17; João 10:28; EL 5:23; 1 Cor. 1:9; 1 Pedro 5:10.
67. Que é vocação
eficaz?
Vocação eficaz é a
obra do poder e graça onipotente de Deus, pela qual (do seu livre e especial
amor para com os eleitos e sem que nada neles o leve a Isto), Ele, no tempo
aceitável, os convida e atrai a Jesus Cristo pela sua palavra e pelo seu
Espírito, iluminando os seus entendimentos de urna maneira salvadora, renovando
e poderosamente determinando as suas vontades, de modo que eles, embora em si
mortos no pecado, tornam-se por isso prontos e capazes de livremente responder
à sua chamada e de aceitar e abraçar a graça nela oferecida e comunicada.
Ef. 1:18-20; 11
Tim. 1:8-9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; 11 Cor. 5:20; e 6:2, João 6:44; 11 Tess. 2:13-14;
At. 26:18; Eze. 11:19; João 6:45; Fil. 2:13.
68. Os eleitos são
os únicos eficazmente chamados?
Todos os eleitos,
e somente eles, são eficazmente chamados; ainda que outros o possam ser, e
multas vezes são exteriormente chamados pelo ministério da palavra e tenham
algumas operações comuns do Espírito, contudo, pela sua negligência e desprezo
voluntário da graça que é oferecida, são justamente deixados na sua
incredulidade e nunca vêm sinceramente a Jesus Cristo. At. 13:48, e 2:47; Mat.
22:14, e 13:20-21; Sal. 81:11-12; João 12:38-40.
69. Que é a
comunhão em graça que os membros da Igreja invisível têm com Cristo?
A comunhão em
graça que os membros da Igreja invisível têm com Cristo é a participação da
virtude da sua mediação, na justificação, adoção, santificação e tudo o que
nesta vida manifesta a união com Ele.
Rom. 8:30; Ef.
1:5; 1 Cor. 1:30.
70. Que é
justificação?
Justificação é um
ato da livre graça de Deus para com os pecadores, no qual Ele os perdoa, aceita
e considera justas as suas pessoas diante dEle, não por qualquer coisa neles
operada, nem por eles feita mas unicamente pela perfeita obediência e plena
satisfação de Cristo, a eles imputadas por Deus e recebidas só pela fé.
Rom. 3:22-25, e
4:5; 11 Cor. 5:19, 21; Ef. 1:6-7; Rom, 3:24, 25, 28, e 5:17-19, e 4:6-8, e 5:1;
At. 10:43.
71. Como é a
justificação um ato da livre graça de Deus?
Ainda que Cristo,
pela sua obediência e morte, prestasse uma verdadeira satisfação real e plena à
justiça de Deus a favor dos que são justificados, contudo a sua justificação é
de livre graça para eles desde que Deus aceita a satisfação de um fiador, a qual
podia ter exigido deles; e proveu este fiador,
Seu único Filho,
imputando-lhes a justiça deste e não exigindo deles nada para a sua
justificação senão a fé, a qual também é dom de Deus.
Mat. 20:28; Rom.
5:8-10, 19; 1 Tim. 2:5-6; Isa. 53:5-6; Heb. 7:22; Rom. 8:32; 11 Cor. 5:21; Rom.
3:25; Ef. 2:8, e 1:7.
72. Que é a fé
justificadora?
A fé justificadora
é a que salva. É operada. pelo Espírito e pela Palavra de Deus no coração do
pecador que, sendo por eles convencido do seu pecado e miséria e da sua incapacidade,
e das demais criaturas, Para o restaurar desse estado, não somente aceita a
verdade da promessa do Evangelho, mas recebe e confia em Cristo e na sua
justiça, que lhe são oferecidos no Evangelho, para o perdão de pecados e para
que a sua pessoa seja aceita e reputada justa diante de Deus para a salvação.
Heb. 10:39; 1 Cor,
12:3, 9; Rom. 10:14, 17; João 16:8-9; At. 16:30; Ef. 1:13; Ef. 10:43; Fil. 3.9;
At. 15:11.
73. Como justifica
a fé o pecador diante de Deus?
A fé justifica o
pecador diante de Deus, não por causa das outras graças que sempre a
acompanham, nem por causa das boas obras que são os frutos dela, nem como se
fosse a graça da fé, ou qualquer ato dela, que lhe é imputado para a
justificação; mas unicamente porque a fé é o instrumento pelo qual o pecador
recebe e aplica a si Cristo e a sua justiça.
Rel. Gal. 3:11;
Rom. 3:28, e 4:5; João 1:12; Gal2:16.
74. Que é adoção?
Adoção é um ato da
livre graça de Deus, em seu único Filho Jesus Cristo e por amor dEle, pelo qual
todos os que são justificados são recebidos no número dos filhos de Deus,
trazem o seu nome, recebem o Espírito do Filho, estão sob o seu cuidado e
dispensações paternais, são admitidos a todas as liberdades e privilégios dos
filhos de Deus, feitos herdeiros de todas as promessas e co-herdeiros com
Cristo na glória.
1 João 3:1; Ef.
1:5; Gal. 4:4-5: João 1:12; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 103:13;
Mat. 6:32; Rom. 8:17.
75. Que é
santificação?
Santificação é a
obra da graça de Deus, pela qual os que Deus escolheu, antes da fundação do
mundo, para serem santos, são nesta vida, pela poderosa operação do seu
Espírito, aplicando a morte e a ressurreição de Cristo, renovados no homem
interior, segundo a imagem de Deus, tendo os germes do arrependimento que
conduz à vida e de todas as outras graças salvadoras implantadas em seus
corações, E tendo essas graças de tal forma excitadas, aumentadas e
fortalecidas, que eles morrem, cada vez mais para o pecado e ressuscitam para
novidade de vida.
Ef. 1:4; 1 Cor.
6:11; 11 Tess. 2:13; Rom. 6:4~6; Fil. 3:10; Ef. 4:23-24; At. 11:18; 1 João 3:9;
Judas. 20; Ef. 3:16-19; Col. 1:10-11; Rom. 6:4-6.
76. Que é o
arrependimento que conduz à vida?
O arrependimento
que conduz à vida é uma graça salvadora, operada no coração do pecador pelo
Espírito e pela Palavra de Deus, pela qual, reconhecendo e sentindo, não
somente o perigo, mas também a torpeza e odiosidade dos seus pecados, e
apreendendo a misericórdia de Deus em Cristo para com os arrependidos, o
pecador tanto se entristece pelos seus pecados e os aborrece, que se volta de
todos eles para Deus, tencionando e esforçando-se a andar constantemente com
Deus em todos os caminhos da nova obediência.
Luc. 24:47; II
Tim. 2:25; João 16:8-9; At. 11:18, 20:21; Eze. 18:30, 32; Luc. 15:17-18; Eze.
36-31. e 16:61, 63; Sal. 130:34; Joel 2:12-13; Jer. 31:18-19; II Cor. 7:11; At.
26:18; 1 Reis 8:47-48; Eze. 14:6; Sal. 119:59, 128; Rom. 6:17-18; Luc. 19:8.
77. Em que difere
a justificação da santificação?
Ainda que a santificação seja inseparavelmente unida com a justificação, contudo elas diferem nisto: na justificação Deus imputa a justiça de Cristo, e na santificação o seu Espírito infunde a graça e dá forças para a exercer. Na justificação o pecado é perdoado, na santificação ele é subjugado; aquela liberta a todos os crentes igualmente da ira vingadora de Deus, e isto perfeitamente nesta vida, de modo que eles nunca mais caem na condenação; esta não é igual em todos os crentes e nesta vida não é perfeita em crente algum, mas vai crescendo para a perfeição.
I Cor. 6:11, e 1:30; Rom. 4:6, 8; Eze.
36:27; Rom. 6:6, 14, e 8:1, 33-34; Heb. 5:12-14; 1 João 1:8, 10; 11 Cor. 7:1:
Fil. 3:12-14.
78. Como é que a
santificação dos crentes é imperfeita?
A santificação dos
crentes é imperfeita por causa dos restos do pecado que permanecem neles, e das
perpétuas concupiscência da carne contra o espirito; por isso são eles, muitas
vezes arrastados pelas tentações e caem em muitos pecados, são impedidos em
todos os seus serviços espirituais, e as suas melhores obras são imperfeitas
emanchadas diante de Deus. Rom. 7:18, 23; Gal. 5:17; Heb. 12:1; Isa. 64:6.
79. Não poderão os
crentes verdadeiros cair do estado de graça, em razão das suas imperfeições e
das multas tentações e pecados que os surpreendem?
Os crentes verdadeiros, em razão do amor imutável de Deus e do seu decreto e pacto de lhes dar a perseverança, da união inseparável entre eles e Cristo, da contínua intercessão de Cristo por eles e do Espírito e semente de Deus permanecendo neles, nunca poderão total e finalmente cair do estado de graça, mas são conservados pelo poder de Deus, mediante a fé para a salvação.
Jer. 31:3; João
13:1; 11 Tim. 2:19; Beb. 13:2021; 11 Sam. 23:5; 1 Cor. 1:8-9; Heb. 7:25; Luc.
22:32; 1 João 3:9, e 2:27; Jer. 32:40; João 10:28; 1 Ped. 1:5; Fil. 1:6.
80. Poderão os
crentes verdadeiros ter certeza infalível de que estão no estado da graça e de
que neste estado perseverarão até a salvação?
Aqueles que
verdadeiramente creem em Cristo, e se esforçam por andar perante Ele com toda a
boa consciência, podem, sem uma revelação extraordinária, ter a certeza
infalível de que estão no estado de graça, E de que neste estado perseverarão
até a salvação, pela fé baseada na verdade das promessas de Deus e pelo
Espírito que os habilita a discernir em si aquelas graças às quais são feitas
as promessas da vida, testificando aos seus espíritos que eles são filhos de
Deus.
I João 2:3; 1 Cor.
2:12; 1 João 4:13, 16 e 3:14,. 18-21, 24; Heb. 6:11-12; Rom. 8:16; 1 João 5:13;
11 Tim. 1: 12.
81. Têm todos os
crentes sempre a certeza de que estão no estado da graça e de que serão salvos?
A certeza da graça
e salvação, não sendo da essência da fé, crentes verdadeiros podem esperar
muito tempo antes do consegui-la; e depois de gozar dela podem sentir
enfraquecida e interrompida essa certeza, por muitas perturbações, Pecados,
tentações e deserções; contudo nunca são deixados sem uma tal presença e apoio
do Espírito de Deus, que os guarda de caírem em desespero absoluto.
II Ped 1:10; 1
João 5:13; Sal. 77:7-9, e 22:1 e 31:22, e 73:13-15, 23; 1 João 3:9; Isa.
54:7-11.
82. Em que tempo
se realiza a comunhão em glória que os membros da Igreja invisível têm com
Cristo?
A comunhão em
glória que os membros da Igreja Invisível têm com Cristo realiza-se nesta vida
e imediatamente depois da morte, e é finalmente aperfeiçoada na ressurreição e
no dia do juízo.
II Cor 3:18; Col.
3:3; Luc. 23:43; 11 Cor. 5:8; 1 Tess. 4:17.
83. Qual é a
comunhão em glória com Cristo de que os membros da Igreja invisível gozam nesta
vida?
Aos membros da
Igreja Invisível são comunicadas, nesta vida, as primícias da glória com Cristo
visto serem membros dEle, a Cabeça, e, estando nEle têm, parte naquela glória
que na sua plenitude lhe pertence; e como penhor dela sentem o amor de Deus, a
paz de consciência, o gozo do Espírito Santo e a esperança da glória. Do mesmo
modo, o sentimento, da ira vingadora de Deus, o terror da consciência e uma
terrível expectação do juízo, são para os ímpios o princípio dos tormentos, que
eles hão de sofrer depois da morte. Ef. 2:5-6; Rom. 5:5; 11 Cor. 1:22; Rom.
5:1-2 e 14:17; Gen. 4:13; Mat. 27:4; Heb. 10:27; Mar. 9:48.
84. Morrerão todos
os homens?
A morte, sendo imposta
como o estipêndio do pecado, está decretada a todos que uma vez morram, pois
todos são pecadores.
Rom. 6:23; Heb.
9:27; Rom. 5:12.
85. A morte sendo
o estipêndio do pecado, por que não são os justos livrados dela, visto que
todos os seus pecados são perdoados em Cristo?
Os justos no
último dia serão libertados da própria morte, e no ato de morrer estarão
isentos do aguilhão e maldição dela, de modo que, embora morram, contudo, vem
isto do amor de Deus, Para os livrar perfeitamente do pecado e miséria e os
tornar capazes de maior comunhão com Cristo na glória, na qual eles
imediatamente entram.
1 Cor. 15:26,
55-57; Rom. 14:8; Sal. 116:15; Apoc. 14.:13; Luc. 16:25, e 23:45; Fil. 1:23.
86. Que é a
comunhão em glória com Cristo de que os membros da Igreja invisível gozam
imediatamente depois da morte?
A comunhão em
glória com Cristo de que os membros da Igreja invisível gozam imediatamente
depois da morte, consiste em serem aperfeiçoadas em santidade as suas almas e
recebidas nos mais altos céus onde veem a face de Deus em luz e glória,
esperando a plena redenção de seus corpos, os quais até na morte continuam
unidos a Cristo, e descansam nas suas sepulturas, como em seus leitos, até que
no último dia sejam unidos novamente às suas almas. Quanto às almas dos ímpios,
são imediatamente depois da sua morte lançadas no inferno onde permanecem em
tormentos e trevas exteriores; e os seus corpos ficam guardados nas suas
sepulturas, como em cárceres, até à ressurreição e juízo do grande dia.
At. 7:55, 59;
Apoc. 7:13;14, e 19:8; II Cor5:8; Fil. 1:23: At. 3:21; Ef. 4:20; Apoc. 7:15; I
Cor. 13:12; Rom. 8:11, 23; 1 Tess. 4:6; 1 Reis 2:10; João11:11; I Tess, 4:14;
Luc. 16:23-24; Judas 7.
87. Que devemos
crer acerca da ressurreição?
Devemos crer que
no último dia haverá uma ressurreição geral dos mortos, dos justos e dos
injustos; então os que se acharem vivos serão mudados em um momento, e os
mesmos corpos dos mortos, que têm jazido na sepultura, estando então novamente
unidos às suas almas para sempre, serão ressuscitados pelo poder de Cristo. Os
corpos dos justos, pelo Espírito e em virtude da ressurreição de Cristo, como
cabeça deles, serão ressuscitados em poder, espirituais e incorruptíveis, e
feitos semelhantes ao corpo glorioso dEle; e os corpos dos ímpios serão por Ele
ressuscitados para vergonha, como por um juiz ofendido.
At. 24:15; I Cor.
15:51-53: I Tess. 4:15-17; I Cor. 15:21-23, 42-44; Fil. 3:21; João 5:28-29;
Dan. 12:2.
88. Que se seguirá
imediatamente depois da ressurreição?
Imediatamente
depois da ressurreição se seguirá o juízo geral e final dos anjos e dos homens,
o dia e a hora do qual homem nenhum sabe, para que todos vigiem, orem e estejam
sempre prontos para a vinda do Senhor. Mat. 16:27; II Ped. 2:4; 11 Cor. 5:10;
Mat. 36, 42, 44.
89. Que sucederá
aos ímpios no dia do juízo?
No dia do juízo os
ímpios serão postos à mão esquerda de Cristo, e sob clara evidência e plena
convicção das suas próprias consciências terão pronunciada contra si a
terrível, porem justa, sentença de condenação; então serão excluídos da
presença favorável de Deus e da gloriosa comunhão com Cristo, com e seus
santos, e com todos os santos anjos e lançados no inferno, para serem punidos
com tormentos indizíveis, do corpo e da alma, com o diabo e seus anjos para
sempre. Mat. 25:23, e 22:12; Luc. 19:22; Mat. 25:41-42, 46; II Tess. 1:8-9
90. Que sucederá
aos justos no dia do juízo?
No dia do juízo os
justos, sendo arrebatados para encontrar a Cristo nas nuvens, serão postas à
sua destra e ali, abertamente, reconhecidos e justificados, se unirão com Ele
para julgar os réprobos, anjos e homens; e serão recebidos no céu, onde serão
plenamente e para sempre libertados de todo o pecado e miséria, Cheios de gozos
inefáveis, feitos perfeitamente santos e felizes, no corpo e na alma, na companhia de
inumeráveis santos e anjos, mas especialmente na imediata visão e fruição de
Deus o Pai, de nosso Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo, por toda a
eternidade. É esta a perfeita e plena comunhão de que os membros da Igreja
invisível gozarão com Cristo em glória, na ressurreição e no dia do juízo.
I Tess, 4:17; Mat.
25:33, e 10:32; I Cor. 6:2-3; Mat. 25:34, 46; Ef. 5:27; Sal 16:11; Heb.
12:22-23; I João 3:2; I Cor, 13:12; I Tess. 4:17-18.
91. Qual é o dever
que Deus requer do homem?
O dever que Deus
requer do homem é obediência à sua vontade revelada.
Deut. 29:29; Miq.
6:8; I Sam. 15:22.
92. Que revelou
Deus primeiramente ao homem como regra da sua obediência?
A regra de
obediência revelada a Adão no estado de inocência, e a todo o gênero humano
nele, além do mandamento especial de não comer do fruto da árvore da ciência do
bem e do mal, foi a lei moral.
Gen. 1:27; Rom.
10:5, e 2:14:15; Gen. 2:17
93. Que é a lei
moral?
A lei moral é a
declaração da vontade de Deus, feita ao gênero humano, dirigindo e obrigando
todas as pessoas à conformidade e obediência perfeita e perpétua a ela - nos
apetites e disposições do homem inteiro, alma e corpo, e no cumprimento de
todos aqueles deveres de santidade e retidão que se devem a Deus e ao homem,
prometendo vida pela obediência e ameaçando com a morte a violação dela.
Deut. 5:1, 31, 33;
Luc. 10:26-28; Gal 3:10; I Tess. 5:28; Luc. 1:75; At. 24,:16; Rom. 10:15.
94. É a lei moral
de alguma utilidade ao homem depois da queda?
Embora nenhum
homem, depois da queda, possa alcançar a retidão e a vida pela lei moral,
todavia ela é de grande utilidade a todos os homens, tendo uma utilidade
especial aos não regenerados e outra aos regenerados.
Rom. 8:3; Gal.
2:16; I Tim. 1:8.
95. De que
utilidade é a lei moral a todos os homens?
A lei moral é de
utilidade a todos os homens, para os instruir sobre a natureza e vontade de
Deus e sobre os seus deveres para com Ele, obrigando-os, a andar conforme a
essa vontade; para os convencer de que são incapazes de a guardar e do estado
poluto e pecaminoso da sua natureza, corações e vidas; para os humilhar,
fazendo-os sentir o seu pecado e miséria, e assim ajudando-os a ver melhor como
precisam de Cristo e da perfeição da sua obediência.
Lev. 20:7-8; Rom.
7:12; Tiago 2:10; Miq. 6:8; Sal. 19:11-12; Rom. 3:9, 20, 23 e 7:7, 9, 13; Gal.
3:21-22; Rom. 10:4.
96. De que
utilidade especial é a lei moral, aos homens não regenerados?
A lei moral é de
utilidade aos homens não regenerados para despertar as suas consciências a fim
de fugirem da ira vindoura e forçá-los a recorrer a Cristo; ou para deixá-los
inescusáveis e sob a maldição do pecado, se continuarem nesse estado e caminho.
I Tim. 1:9-10;
Gal. 3:10, 24; 1:20.
97. De que
utilidade especial é a lei moral aos regenerados?
Embora os que são
regenerados e crentes em Cristo sejam libertados da lei moral, como pacto de
obras, de modo que nem são justificados, nem condenados por ela; contudo, além
da utilidade geral desta lei comum a eles e a todos os homens é ela de
utilidade especial para lhes mostrar quanto devem a Cristo por cumpri-la e
sofrer a maldição dela, em lugar e para bem deles, E assim provocá-los a uma
gratidão maior e a manifestar esta gratidão por maior cuidado da sua parte em
conformarem-se a esta lei, como regra de sua obediência.
Rom. 6:14 e 7:4,
6; Gal. 4:4-5; Rom. 3:20 e .8:1, 34 e 7:24-25; Gal. 3:13-14; Rom. 8:3-4; II
Cor. 5:21; Col. 1:12-14; Rom. 7:22 e 12:2; Tito 2:11-14.
98. Onde se acha a
lei moral resumidamente compreendida?
A lei moral
acha-se resumidamente compreendida nos dez mandamentos, que foram dados pela
voz de Deus no monte Sinal e por Ele escritos em duas tábuas de pedra, e estão
registrados no capítulo vigésimo do Êxodo. Os quatro primeiros mandamentos
contêm os nossos deveres para com Deus e os outros seis os nossos deveres para
com o homem.
Deut. 10,4; Mat.
22:37-40.
99. Que regras
devem ser observadas para a boa compreensão dos dez mandamentos?
Para a boa
compreensão dos dez mandamentos as seguintes regras devem ser observadas:
1. Que a lei é
perfeita e obriga a todos à plena conformidade do homem inteiro à retidão dela
e à inteira obediência para sempre; de modo que requer a sua perfeição em todos
os deveres e proíbe o mínimo grau de todo o pecado.
Sal. 19:7, Tiago
2:10; Mat. 5:21-22.
2. Que a lei é
espiritual, e assim se estende tanto ao entendimento, à vontade, aos afetos e
a, todas as outras potências da alma - como às palavras, às obras e ao
procedimento.
Rom. 7:14; Deut.
6:5; Mat. 22:37-39 e 12:36-37.
3. Que uma e a
mesma coisa, em respeitos diversos, é exigida ou proibida em diversos
mandamentos.
Col. 3:5; 1 Tim.
6:10; Prov. 1:19; Amós 8:5.
4. Que onde um
dever é prescrito, o pecado contrário é proibido; e onde um pecado é proibido,
o dever contrário é prescrito; assim como onde uma Promessa está anexa, a
ameaça contrária está inclusa; e onde uma ameaça está anexa a promessa
contrária está inclusa. Isa. 58:13; Mat. 15:4-6; Ef. 4:28; Exo. 20:12, Prov.
30:17; Jer. 18:7-8; Exo. 20:7.
5. Que o que Deus
proíbe não se há de fazer em tempo algum, e o que Ele manda é sempre um dever;
mas nem todo o dever especial é para se cumprir em todos os tempos.
Rom. 3:8; Deut.
4:9; Miat. 12:7; Mar. 14:7.
6. Que, sob um
pecado ou um dever, todos os da mesma classe são proibidos ou mandados,
juntamente com todas as coisas, meios, ocasiões e aparências deles e
provocações a eles.
Heb. 10:24-25; I
Tess. 5:22; Gal. 5:26; Col. 3:21; Judas 23.
7. Que aquilo que
nos é proibido ou mandado temos a obrigação, segundo o lugar que ocupamos, de
procurar que seja evitado ou cumprido por outros segundo o dever das suas
posições.
Exo. 20; Lev.
19:17; Gen. 18:19; Deut. 6:6:7; Jos. 24:15.
8. Que, quanto ao
que é mandado a outros, somos obrigados, segundo a nossa posição e vocação, a
ajudá-los, e a cuidar em não participar com outros do que lhe é proibido.
II Cor 1:24; I
Tim. 5:221; Ef 5:7.
100. Que pontos
devemos considerar nos dez mandamentos?
Devemos considerar
nos dez mandamentos - o prefácio, o conteúdo dos mesmos mandamentos e as
divinas razões anexas a alguns deles para lhes dar maior força.
101. Qual é o
prefácio dos dez mandamentos?
O prefácio dos dez
mandamentos é: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito,
da casa da servidão". Nestas palavras Deus manifesta a sua soberania como
JEOVA (Senhor), o eterno, imutável e todo-poderoso Deus, existindo em si e por
si, cumprindo todas as suas palavras e obras, manifestando que é um Deus em
pacto, com todo o seu povo e com o Israel antigo; que assim como tirou a estes
da servidão do Egito, assim nos libertou do cativeiro espiritual, e que,
portanto, é nosso dever aceitar a Ele só por nosso Deus e guardar todos os seus
mandamentos.
Exo. 20:2; Isa.
44:6; Exo. 3:14 e 6:13; At. 17:24, 28; Gen. 17:7; Rom. 3:29; Luc. 1:74-75 1
Pedro 1:15-18.
102. Qual é o
resumo dos quatro mandamentos que contêm o nosso dever para com Deus?
O resumo dos
quatro mandamentos que contêm o nosso dever para com Deus é amar ao Senhor
nosso Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todas as nossas
forças e de todo o nosso entendimento.
Luc. 10:27.
103. Qual é o
primeiro mandamento?
O primeiro
mandamento é: "Não terás outros deuses diante de mim."
Exo. 20:3.
104. Quais são os
deveres exigidos no primeiro mandamento?
Os deveres
exigidos no primeiro mandamento são - o conhecer e reconhecer Deus como único
verdadeiro Deus e nosso Deus, e adorá-lo e glorificá-lo como tal; Pensar e
meditar nÊle, lembrar-nos dÊle, altamente apreciá-lo, honrá-lo, adorá-lo,
escolhê-lo, amá-lo, desejá-lo e temê-lo; crêr nÊle, confiando, esperando,
deleitando-nos e regozijando-nos nÊle; ter zêlo por Ele; invocá-lo, dando-Lhe
todo louvor e agradecimentos, prestando-Lhe toda a obediência e submissão do
homem todo; ter cuidado de o agradar em tudo, e tristeza quando Ele é ofendido
em qualquer coisa; e andar humildemente com Ele.
I Cron. 28:9;
Deut. 26:17; Isa. 43:10; Sal. 95:6-7; Mat. 4:10; Sal. 29:2; Mat. 3:16; Sal.
63:6; Ec. 12:1; Sal. 71:19; Mat. 1:6; Isa. 45:23; Jos. 24:22; Deut. 6:5; Sal.
73:25; Isa. 8:13; Exo. 14:31; Isa. 26:4; Sal. 130:7; e 37:4; e 12:11; Rom.
12:11; Fil. 4:6; Jer 7:23; Tiago 4:7; I João 3:22; Sal. 119:136; Jer. 31:18;
Miq. 6:8.
105. Quais são os pecados proibidos no primeiro mandamento?
Os pecados proibidos no primeiro mandamento são - o ateísmo, negar ou não ter um Deus; a idolatria, ter ou adorar mais do que um Deus, ou qualquer outro juntamente com o verdadeiro Deus ou em lugar dÊle; O não tê-lo e não confessá-lo como Deus, e nosso Deus; a omissão ou negligência de qualquer coisa devida a Ele, exigida neste mandamento; a ignorância, o esquecimento, as más concepções, as falsas opiniões, os pensamentos indignos e ímpios quanto a Ele; o pesquisar audaz e curioso dos seus segredos; toda a impiedade, todo o ódio de Deus, egoísmo, espírito interesseiro e toda a aplicação desordenada e imoderada do nosso entendimento, vontade ou afetos e outras coisas e o desvio destes de Deus, em tudo ou em parte; a vã credulidade, a incredulidade, a heresia, as crenças errôneas, a desconfiança, o desespero; a resistência obstinada e a insensibilidade sob os juízos de Deus; a dureza de coração; a soberba; a presunção; a segurança carnal; o tentar a Deus; o uso de meios ilícitos, a confiança nos lícitos; os deleites e gozos carnais; um zelo corrupto, cego e indiscreto; A tibieza e o amortecimento nas coisas de Deus; o alienar-nos e apostatar-nos de Deus; o orar ou prestar qualquer culto religioso a santos, anjos ou qualquer outra criatura; todos os pactos com o diabo; o consultar com ele e dar ouvidos às suas sugestões; O fazer dos homes senhores da nossa fé e consciência; o fazer pouco caso e desprezar a Deus e aos mandamentos; o resistir e entristecer o seu Espírito; O descontentamento e impaciência com as suas dispensações; acusá-lo estultamente dos males com que Ele nos aflige, e o atribuir o louvor de qualquer bem que somos, temos ou podemos fazer à fortuna, aos ídolos, a nós mesmos, ou a qualquer outra criatura.
Sal. 14:1; Ef.
2:12; Jer. 2:27-28; I Tess. 1:4; Sal. 81:11; Isa. 43:22-23; Jer. 4:22; Ose.
4:1-6; Jer. 2:32; At.17:23, 29; Isa. 40:18; Sal. 50:21; Deut. 29:29; Tito 1:16;
Heb.12:16; Rom. 1:30; II Tim. 3:2; Fil. 2:21; I João 2:15-16; e 4:1; Heb. 3:12;
Gal. 5:20; At. 26:9; Sal. 78:22; Gen. 4:13; Jer. 5:3; Isa. 43:25; Rom. 2:5;
Jer. 13:15; Sal. 19:13; Sof. 1:12; Mat. 4:7; Rom. 3:8; Jer. 17:5; II Tim. 3:4;
Gal. 4:17; Apoc. 3:1 e 3:16; Ez. 14:5; Isa. 1:4-5; Oze. 4:12; Apoc. 19:10; Col.
2:18; Rom. 1:25; lev. 20:6; At. 5:3; II Co. 1:24; Deut. 32:15; Prov. 13:13; At.
7:51; Ef. 4:30; Sal. 73:2-3; Job. 1:22; Luc. 12:19; Dan. 5:23; Deut. 8:17; Hab.
1:16.
106. Que nos
ensina especialmente pelas palavras "além de mim" no primeiro
mandamento?
As palavras
"além de mim" no primeiro mandamento ensinam-nos que Deus, que tudo
vê, nota especialmente e se ofende muito, com o pecado de ter-se qualquer outro
Deus, de maneira que elas sirvam de argumento para nos dissuadir desse pecado e
de agravá-lo com uma provocação mui ousada; assim como para nos persuadir e
fazer como diante dos olhos de deus tudo o que fizemos no seu serviço.
Sal. 44:20-21; I
Cron. 28:29
107. Qual é o
segundo mandamento?
O segundo
mandamento é: "Não farás para tí imagem de escultura, nem figura alguma de
tudo o que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra; nem de coisas que
haja debaixo da terra. Não as adorarás nem lhe dará culto, porque eu sou o
Senhor teu Deus, o Deus forte e zeloso, que vinga a iniquidade dos pais nos
filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e que usa de
misericórdia até mil gerações com aqueles que me amam e que guardam os meus
preceitos." Exo. 20:4-6.
108. Quais são os
deveres exigidos no segundo mandamento?
Os deveres
exigidos no segundo mandamento são - o receber, observar e guardar, puros e
inalterados, todo o culto e todas as ordenanças religiosas que Deus instituiu
na sua Palavra, especialmente a oração e ações de graças em nome de Cristo; a
leitura, a prédica, e o ouvir da Palavra; a administração e a recepção dos
sacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e a sua
manutenção; o jejum religioso, o jurar em nome de Deus e o fazer os votos a
Ele; bem como o desaprovar, detestar e opor-nos a todo o culto falso, e,
segundo a posição e vocação de um, o remover tal culto e todos os símbolos de
idolatria.
Deut. 32:43; Mat
28:20; I Tim. 6:13-14; Fil. 4:6; Ef. 5:20; Deut. 17:18-19; At. 15:21; II Tim.
4:2; At 10:33; Mat. 28:19 e 16:18 e 18:15-17; I Co 12:28; Ef. 4:11-12; Tim.
5-17-18; Joel 2:12; I Co 7:5; Deut. 6:13; Sal. 76:11; At. 17:16-17; Sal 16:4;
Deut. 7:5; Isa. 30:22.
109. Quais são os
pecados proibidos no segundo mandamento?
Os pecados proibidos no segundo mandamento são - o estabelecer, aconselhar, mandar, usar e aprovar de qualquer maneira qualquer culto religioso não instituído por Deus; o fazer qualquer imagem de Deus, de todas e qualquer das três pessoas, quer interiormente no espírito, quer exteriormente em qualquer forma de imagem ou semelhança de criatura alguma; toda a adoração dela, ou de Deus nela ou por meio dela; o fazer qualquer imagem de deuses imaginários e todo o culto ou serviço a eles pertencentes; Todas as invenções supersticiosas, corrompendo oculto de Deus, acrescentando ou tirando dele, quer sejam inventadas e adotadas por nós, quer recebidas por tradição de outros, embora sob o título de antiguidade, de costume, de devoção, de boa intenção, ou por qualquer outro pretexto; a simonia, o sacrilégio; toda a negligência, desprezo, impedimento e oposição ao culto e ordenanças que Deus instituiu.
Num. 15:39; Deut. 13:6-8; Oze. 5:11; Miq. 6:16; I Reis 11:33 e 12:23; Deut. 12:30-32 e 4:15-16; At. 17:29; Rom. 1:21-23,25; Gal. 4:8; Exo. 32:5,8; I Reis 18:26-28; At.17:22; Col. 2 :21-23; Mal. 1:7-8,14; Deut. 4:2; Sal. 104:39; Mat. 15:9; I Ped. 1:8; Jer. 44:17; Isa. 55:3-5; Gal. 1:13-14; I Sam. 13:12 e 15:21; At. 8:18-19; Rom. 2:22; Mal. 3:8 e 1:7,13; Mat. 22:5 e 23:13; At. 13:45.
110. Quais são as
razões anexas ao segundo mandamento para lhe dar maior força?
As razões anexas
para o segundo mandamento, para lhe dar maior força, contidas nestas palavras:
"Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus forte e zeloso, que vinga a
iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me
aborrecem e que usa de misericórdia até mil gerações com aqueles que me amam e
que guardam os meus preceitos", são, além da soberania de Deus sobre nós e
o seu direito de propriedade em nós, o seu zelo fervoroso pelo seu culto e
indignação vingadora contra todo o culto falso, considerando-o uma apostasia
religiosa, tendo por inimigos os violadores desse mandamento e ameaçando
puni-los até diversas gerações e tendo por amigos os que guardam os seus
mandamentos, prometendo-lhes a misericórdia até muitas gerações.
Exo. 20:5-6; Sal.
14:11; Apoc. 15:3-4; Exo. 34:13-14; I Co. 10-20-22; Oze 2:2-4; Deut. 5:29.
111. Qual é o
terceiro mandamento?
O terceiro mandamento
é: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá
por inocente aquele que tomar em vão o nome do Senhor seu Deus".
Exo. 20:7
112. O que se
exige no terceiro mandamento?
No terceiro
mandamento exige-se que o Nome de Deus, os seus títulos, atributos, ordenanças,
a Palavra, os sacramentos, a oração, os juramentos, os votos, as sortes, suas
obras e tudo quanto por meio do quê Deus se faz conhecido, sejam santa e
reverentemente usados em nossos pensamentos, meditações, palavras e escritos,
por uma afirmação santa de fé e um comportamento conveniente, para a glória de
Deus e para o nosso próprio bem e o de nosso próximo.
Dt. 28:58; Mq 4:5;
Jr 4:2; 32:39. Leia-se todo o Salmo 8.Sl
29:2;76:11;102: 18;105:2,5;107: 21,22;138:2;Mt.1:14;3:16;6:9; I Tm 2:8; At
1:24,26; I Co 10:31;11:28,29; Fp 1:27;Cl 3:17; I Pe 2:12;3:15; Ap 15:3,4.
113. Quais são os
pecados proibidos no terceiro mandamento?
Os pecados
proibidos no terceiro mandamento são: o não usar o nome de Deus como nos é
requerido e o abuso no uso dele por uma menção ignorante, vã, irreverente,
profana, supersticiosa ou ímpia, ou outro modo de usar os títulos, atributos,
ordenanças, ou obras de Deus; a blasfêmia, o perjúrio, toda abominação,
juramentos, votos e sortes ímpios; a violação dos nossos juramentos e votos,
quando lícitos, e o cumprimento deles, se por coisas ilícitas; a murmuração e
as rixas, as consultas curiosas, e a má aplicação dos decretos e providência de
Deus; a má interpretação, a má aplicação ou qualquer perversão da Palavra, ou
de qualquer parte dela; as zombarias profanas, questões curiosas e sem
proveito, vãs contendas ou a defesa de doutrinas falsas; o abuso das criaturas
ou de qualquer coisa compreendida sob o nome de Deus, para encantamentos ou
concupiscências e práticas pecaminosas; a difamação, o escárnio, vituperação,
ou qualquer oposição à verdade, à graça e aos caminhos de Deus; a defesa da
religião por hipocrisia ou para fins sinistros; O envergonhar-se da religião ou
o ser uma vergonha para ela, por meio de uma conduta inconveniente, imprudente,
infrutífera e ofensiva, ou por apostasia.
Êx5:2;Dt18:10,11;23:16;29:29;Ml1:6,7,12;2:2;Et3:7;9:24;Ez13:22;17:19;Lv24:11;Zc5:4;Pv30.9;ISm16:5;17:43;25:22,32-34;IIRs19:22;21:9,10;Jr5:7;7:4;23:10;Is5:4,12;Sl1:1;24:4;50: 16;73: 1215; 139: 20. LeiaseMt5:2148.Mt6:13,5,16;22:29;23:14;Mc6:26;8:38;At4:18;13:45,50;17:23;23:12;19:9,13;Rm2:23,24;3:57;9:14,19,20;12:14;13:13,14;ICo6:5,6;Gl
3:1-3;Ef 5:4,15,17; Cl 2.20-22; I Ts 2:16; I Tm 6:4,5,20;II Tm
2:14;3:5;4:3,4;Tt 3:9;I Pe 4:4;II Pe 1:8,9; 3:3,16;Hb 6:6;10:26-31;Jd 4.
114. Quais são as
razões anexas ao terceiro mandamento?
As razões anexas
ao terceiro mandamento, contido nestas palavras:” O Senhor teu Deus”, e,
“porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o Seu nome”, são
porque ele é o Senhor e nosso Deus, portanto o seu Nome não deve ser profanado
nem por forma alguma abusado por nós; Especialmente porque ele estará tão longe
de absolver e poupar os transgressores deste mandamento, que não os deixará
escapar de seu justo juízo, embora muitos escapem das censuras e punições dos
homens.
Ex 20:7; Lv 19:12;
Dt 28:58,59; I Sm 2:12,17,22;3:13.
115. Qual é o
quarto mandamento?
O quarto
mandamento é: “Lembra-te de santificar o dia de sábado, trabalharás seis dias e
farás neles tudo o que tens para fazer. O sétimo dia, porém, é o sábado do
Senhor teu Deus. Não farás nesse dia obra alguma, nem tu, nem o teu filho, nem
a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o
peregrino que vive das tuas portas para dentro. Porque o Senhor fez em seus
dias o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há, e descansou ao sétimo dia:
por isso o Senhor abençoou o dia sétimo e o santificou.”
Ex 20:8-11.
116. Que se exige
no quarto mandamento?
No quarto
mandamento exige-se que todos os homens santifiquem ou guardem santos para Deus
todos os tempos estabelecidos, que Deus designou em sua Palavra, expressamente
um dia inteiro em cada sete; que era o sétimo desde o princípio do mundo até à
ressurreição de Cristo, e o primeiro dia da semana desde então, e há de assim
continuar até ao fim do mundo; o qual é o sábado cristão, que no Novo
Testamento se chama Dia do Senhor.
Gn 2:3; Is
56:2,4,6,7; I Co 16:2; At 20:7; Jo 20:19-27; Ap 1:10.
117. Como deve ser
santificado o Sábado ou Dia do Senhor (=Domingo)?
O Sábado, ou Dia
do Senhor (=Domingo), deve ser santificado por meio de um santo descanso por
todo aquele dia, não somente de tudo quanto é sempre pecaminoso, mas até de
todas as ocupações e recreios seculares que são lícitos em outros dias; e em
fazê-lo o nosso deleite, passando todo o tempo (exceto aquela parte que se deve
empregar em obras de necessidade e misericórdia) nos exercícios públicos e
particulares do culto de Deus. Para este fim havemos de preparar os nossos
corações, e, com toda previsão, diligência e moderação, dispor e
convenientemente arranjar os nossos negócios seculares, para que sejamos mais
livres e mais prontos para os deveres desse dia.
Ex.
16:25,26;20:8,10; Lv 23:3; Is 58:13,14; Ne 13.19; Jr 17:21,22; Mt 12:1-14; Lc
4:16;23:54-56; At 20:7.
118. Por que é o
mandamento de guardar o sábado (=Dia do Senhor ou Domingo) mais especialmente
dirigido aos chefes de família e a outros superiores?
O mandamento de
guardar o sábado (=Dia do Senhor ou Domingo) é mais especialmente dirigido aos
chefes de família e a outros superiores, porque estes são obrigados não somente
a guardá-lo por si mesmos, mas também fazer que seja ele observado por todos os
que estão sob o seu cuidado; e porque são, às vezes, propensos a embaraçá-los
por meio de seus próprios trabalhos.
Êx 23:12.
119. Quais são os
pecados proibidos no quarto mandamento?
Os pecados
proibidos no quarto mandamento são: toda omissão dos deveres exigidos, toda
realização descuidosa, negligente e sem proveito, e o ficar cansado deles; toda
profanação desse dia por ociosidade e por fazer aquilo que é em si pecaminoso,
e por todas as obras, palavras e pensamentos desnecessários acerca de nossas
ocupações e recreios seculares.
Ex 22:26; Ez
23:38;33:31,32; Is 58:13,14; Jr 17:27; Ml 1:13; Am 8:5.
120. Quais são as
razões anexas ao quarto mandamento, para lhe dar maior força?
As razões anexas
ao quarto mandamento, para lhe dar maior força, são tiradas da equidade dele,
concedendo-nos Deus seis dias de cada sete para os nossos afazeres, e
reservando apenas um para si, nestas palavras: “Seis dias trabalharás e farás
tudo o que tens para fazer”; de Deus exigir uma propriedade especial nesse dia:
“O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus”; Do exemplo de Deus, que “em seis
dias fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e descansou no dia
sétimo”; e da bênção que Deus conferiu a esse dia, não somente santificando-o para ser um dia santo para o
seu serviço, mas também determinando-o para ser um meio de bênção para nós em
santificá-lo; “portanto o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.” Ex
20:9,10,11.
121. Por que a
expressão “lembra-te” se acha colocada no princípio do quarto mandamento?
A expressão “lembra-te” se acha colocada no princípio do quarto mandamento, em parte devido ao grande benefício que há em nos lembrarmos dele, sendo nós assim ajudados em nossa preparação para guardá-lo; e porque, em o guardar, somos ajudados a guardar melhor todos os mais mandamentos, e a manter uma grata recordação dos dois grandes benefícios da criação e da redenção, que contém em si a breve súmula da religião; e em parte porque somos propensos a esquecer-nos deste mandamento, visto haver menos luz da natureza para ele, e restringir nossa liberdade natural quanto a coisas permitidas em outros dias; Porque este dia aparece somente uma vez em cada sete, e muitos negócios seculares intervêm e muitas vezes nos impedem de pensar nele, seja para nos prepararmos para ele, seja para o santificarmos; E porque Satanás, com os seus instrumentos, se esforça para apagar a glória e até a memória deste dia, para introduzir a irreligião e a impiedade.
Gn 2:2,3; Ex
16:23;20:8,12,20;34.21; Nm 15:37,38,40; Ne 13.19;13:15-23; Jr 17:21-23; Lm 1:7;
Sl 118:22,24; Lc 23:54,56; Hb 4.9.
122. Qual é o
resumo dos seis mandamentos que encerram o nosso dever para com o homem?
O resumo dos seis
mandamentos que encerram o nosso dever para com o homem, é amar o nosso próximo
como a nós mesmos, e fazer aos outros aquilo que desejamos que eles nos façam.
Mt 7:12;22:39.
123. Qual é o
quinto mandamento?
O quinto
mandamento é: “Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma longa vida sobre
a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.”
Ex 20.12.
124. Que
significam as palavras “pai” e “mãe”, no quinto mandamento?
As palavras “pai”
e “mãe”, no quinto mandamento, abrangem não somente os próprios pais, mas
também todos os superiores em idade e dons, especialmente todos aqueles que,
pela ordenação de Deus, estão colocados sobre nós em autoridade, quer na
Família, quer na Igreja, quer no Estado.
Gn 4:20,21;45:8;
II Rs 2:12;5:13; Is 49:23; Pv 23:22,25; I Tm 5:1,2;Gl 4:19.
125. Por que são
os superiores chamados “pai” e “mãe”?
Os superiores são
chamados “pai” e “mãe” para lhes ensinar que, em todos os deveres para com os
seus inferiores, devem eles, como verdadeiros pais, mostrar amor e ternura para
com aqueles, conforme as suas diversas relações; e para levar os inferiores a
cumprirem os seus deveres para com os seus superiores, pronta e alegremente,
como se estes fossem seus pais.
Ef 6:4; I Ts
2.7,8,11,12; I Co 4:14-16.
126. Qual é o
alcance geral do quinto mandamento?
O alcance geral do
quinto mandamento é o cumprimento dos deveres que mutuamente temos uns para com
os outros em nossas diversas relações como inferiores, superiores ou iguais. Ef
5:21; I Pe 2:17; Rm 12:10.
127. Qual é a
honra que os inferiores devem aos superiores?
A honra que os
inferiores devem ao superiores é toda a devida reverência sincera, em palavras
e em procedimento; a oração e ações de graças por eles; a imitação de suas
virtudes e graças; a pronta obediência aos seus mandamentos e conselhos legítimos;
a devida submissão às suas correções; a fidelidade, a defesa, a manutenção de
suas pessoas e autoridade, conforme os seus diversos graus e a natureza de suas
posições; suportando as suas fraquezas e encobrindo-as com amor, para que sejam
uma honra para eles e para o seu governo.
Gn 9:23; Ml 1:6;
Pv 31:23,38,39; Lv 19:3,32; I Sm 26:15,16; I Rs 2:19;Sl 127:3-5; Mt 22:21; Rm
16:6,7; Ef 6:1,2; I Pe 2:13,1,18-20;4;3:6;
I Tm 2:1,2;5:17,18; Fl 3:17;Tt 2:9,10; Hb 12:9;13:7.
128. Quais são os
pecados dos inferiores contra os seus superiores?
Os pecados dos
inferiores contra os seus superiores são: toda negligência dos deveres exigidos
para com eles; a inveja, o desprezo e a rebelião contra suas pessoas e
posições, em seus conselhos, mandamentos e correções legítimos; a maldição, a
zombaria e todo comportamento rebelde e escandaloso, que vem a ser uma vergonha
e desonra para eles e para o seu governo.
Êx 21:15; Dt
21:18,20,21; Pv 19:26;30:11,17; I Sm 8:7;10:27; II Sm 15:1-12; Is 2:25;3:5; Sl
2:25;106:16; Mt 15:5,6.
129. Que se exige
dos superiores para com os seus inferiores?
Exige-se dos
superiores, conforme o poder que recebem de Deus e a relação em que se acham
colocados, que amem os seus inferiores, que orem por eles e os abençoem; que os
instruam, aconselhem e admoestem, aprovando, animando e recompensando os que
fazem o bem, e reprovando, repreendendo e castigando os que fazem o mal;
Protegendo-os e provendo-lhes tudo o que é necessário para a alma e o corpo; e
que, por um procedimento sério, prudente, santo e exemplar glorifiquem a Deus,
honrem-se a si mesmos, e assim preservem a autoridade com que Deus os revestiu.
Dt 6:6,7; Cl 3:19;
I Sm 12:23; Jó 1:5; Pv 29:15; I Rs 3:28;8:55,56; Is 1:17; Ef 6:3,4; Rm 13:3,4;
I Pe 2:14;3:7; Tt 2:4,15; I Tm 4:12;5:8.
130. Quais são os
pecados dos superiores?
Os pecados dos
superiores, além da negligência dos deveres que lhe são exigidos, são a ambição
incontrolável, a busca desordenada da própria glória, repouso, proveito ou
prazer; a exigência de coisas ilícitas ou fora do alcance de os inferiores
poderem realizar; aconselhando, encorajando ou favorecendo-os naquilo que é
mau; dissuadindo, desanimando ou reprovando-os naquilo que é bom;
corrigindo-os indevidamente; expondo-os descuidadosamente ao dano, à tentação e
ao perigo; provocando-os à ira; ou de alguma forma desonrando-se a si mesmos,
ou diminuindo a sua autoridade por um comportamento injusto, indiscreto,
rigoroso ou negligente.
Gn 9:21; Ex
34:2,4; Lv 19:29; Dt 17:17; I Rs 12:13,14; Is 56:10,11;58:7; Jr
5:30,31;6:13,14; Dn 3:4,6; Mt 14:8;23:2,4; Mc 6.4; Jo 5:4;7:18,46-48; At 4:18;
Ef 6:4; I Pe 2:19,20; Fp 2:21;Hb 12:10.
131. Quais são os
deveres dos iguais?
Os deveres dos
iguais são o considerar a dignidade e o merecimento uns dos outros, tendo cada
um aos outros por superiores; e o alegrar-se com os dons e a promoção uns dos
outros como sendo de si mesmos.
Rm 12:10;15-16; Fp
2:3,4; I Pe 2:17.
132. Quais são os
pecados dos iguais?
Os pecados dos
iguais, além da negligência dos deveres exigidos, são a depreciação do
merecimento, a inveja dos dons, a tristeza causada pela promoção ou
prosperidade dos outros, e a usurpação da preeminência que uns têm sobre
outros.
Nm 12:2; Pv 13:21;
Is 65:5; Mt 20.15;25-27; Lc 15:28,29;22:24-26; Rm 13:8; II Tm 3:3; At 7:9; Gl
5:26; I Jo 3:12; III Jo 9.
133. Qual é a
razão anexa ao quinto mandamento para lhe dar maior força?
A razão anexa ao
quinto mandamento, para lhe dar maior força, contida nestas palavras: “para que
se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”, é uma
promessa de longa vida e prosperidade, tanto quanto sirva para a glória de Deus
e para o bem de todos quantos guardem este mandamento. Ex 20.12; Dt 5:16; I Rs
8:25; Ef 6:2,3.
134. Qual é o
sexto mandamento?
O sexto mandamento
é: “Não matarás.” Êx 20.13.
135. Quais são os
deveres exigidos no sexto mandamento?
Os deveres
exigidos no sexto mandamento são todo empenho cuidadoso e todos os esforços
legítimos para a preservação de nossa vida e a de outros, resistindo a todos os
pensamentos e propósitos, subjugando todas as paixões, e evitando todas as
ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar injustamente a vida de
alguém; Por meio de justa defesa dela contra a violência; por paciência em
suportar a mão de Deus; sossego mental, alegria de espírito e uso sóbrio da
comida, bebida, remédios, sono, trabalho e recreios; por
pensamentos caridosos, amor, compaixão, mansidão, benignidade, bondade,
comportamento e palavras pacíficos, brandos e corteses; a longanimidade e
prontidão para se reconciliar, suportando pacientemente e perdoando as
injúrias, dando bem por mal, confortando e socorrendo os aflitos, e protegendo
e defendendo o inocente.
Gn37:21,22;Dt22:8;ISm14:45;19:4,5;24:12;25:32,33;26:9-11;IRs21:9,10,19;Jr26.15,16;Sl37:8,11; 82:4; 127:2;Pv1:10,11,15;10:12;17:22;22:24,25;23:20,29,30;24:11,12;25:16;31:8,9;Is38:21;58:7;Zc7:9;Mt4:6,7;5:22,24;9:12;10:23;25:35,36;
Mc6:31;Lc10:33,34;21:19;Rm12:18,20,21;13:10;ICo4:12,13;13:4,5;Ef
4:26;5:29;ITm4:8;5:23;IPe 2:20;3:3,4,8,9; I Ts 5:14; II Ts 3:10,12; Cl 3:12,13;
Hb 12:5; Tg 3:17.
136. Quais são os
pecados proibidos no sexto mandamento?
Os pecados
proibidos no sexto mandamento são: o tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto
no caso de justiça pública, guerra legítima, ou defesa necessária; a
negligência ou retirada dos meios lícitos ou necessários para a preservação da
vida; a ira pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de vingança; todas as paixões
excessivas e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, bebida, trabalho e
recreios; as palavras provocadoras; a opressão, a contenda, os espancamentos,
os ferimentos e tudo o que tende à destruição da vida de alguém.
Gn 9:6; Ex
1:14;20:9,10;21:18-36;22:2; Nm 35:16,31,33; Dt 20.1-20; Is 3:15; Pv
10:12; 12: 18;14:30;15:1;28:17; Mt 5:22;6:31,34;25:42,43; Lc 21:34; At 16:28; Rm
12:19; Gl 5:;15; Ef 4:31; Hb 11.32-34; I Pe 4:3,4; I Jo 3:15; Tg 2:5,16;4:1.
137. Qual é o
sétimo mandamento?
O sétimo
mandamento é: “Não adulterarás.” Ex 20.14.
138. Quais são os
deveres exigidos no sétimo mandamento?
Os deveres
exigidos no sétimo mandamento são: castidade no corpo, mente, afeições,
palavras e comportamento; e a preservação dela em nós mesmos e nos outros; a
vigilância sobre os olhos e todos os sentidos; a temperança, a conservação da
sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles que
não têm o dom da continência, o amor conjugal e a coabitação; o trabalho
diligente em nossas vocações; o evitar todas as ocasiões de impurezas e
resistir às suas tentações.
Jr 5:7; Pv
2:16,20;5:8,18,19;23:31,33;31:27; Mt 5:28;
I Ts 4:4,5; Ef 4:29; Cl 4:6; I Pe 3:2,7; I Co 5:9;7:2,5,9; I Tm
2:9;5:13,14; Tt 2:4,5;
139. Quais são os
pecados proibidos no sétimo mandamento?
Os pecados
proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são:
adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências
desnaturais; todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros;
todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares
lascivos, O
comportamento impudente ou leviano; o vestuário imoderado; a proibição de
casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou
ter bordéis e a frequentação deles; os votos embaraçadores de celibato; a
demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido
ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a
bebedice, a sociedade
impura; Cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as
demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos
outros.
Lv
18:1-21;19:29;20:15,16; Jr 5:7; Pv 4:23,27;5:7,8; II Sm 13:14; II Rs 23:7; Ml
2:16; Ez 16:49; Gl 5:19; Ef 5:5,11; Mt 5:32;19:5,10-12;Mc 6:18,22; I Co
5:1,13;7:2,12,13; Rm 1:26,27;13:13,14;I Tm 4:3;5:14,15; I Pe 4:3; II Pe
2:17,18; Hb 13:4.
140. Qual é o
oitavo mandamento?
O oitavo
mandamento é: “Não furtarás.” Ex 20:15.
141. Quais são os
deveres exigidos no oitavo mandamento?
Os deveres
exigidos no oitavo mandamento são: a verdade, a fidelidade e a justiça nos
contratos e no comércio entre os homens, dando a cada um o que lhe é devido, a
restituição de bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; a doação e a
concessão de empréstimo, livremente, conforme as nossas forças e as
necessidades de outrem; a moderação de nossos juízos, vontades e afetos, em
relação às riquezas deste mundo; o cuidado e empenho providentes em adquirir,
guardar, usar e distribuir aquelas coisas que são necessárias e convenientes
para o sustento de nossa natureza, e que condizem com a nossa condição; o meio
lícito de vida e a diligência no mesmo; a frugalidade; o impedimento de
demandas forenses desnecessárias e fianças, ou outros compromissos semelhantes;
e o esforço por todos os modos justos e lícitos para adquirir, preservar e
adiantar a riqueza e o estado exterior, tanto de outros como o nosso próprio.
Êx23:4,5;Lv6:4,5;25:25;Dt15:7,8,10;22:1-4;Sl
15:2,4; Pv 6:1-5;10:4;11:15;12:27;21:20;27:23,24; Mq 6:8; Zc 8:16; Lc 6:30,38;
Jo 6:12; Rm 12:5-8,11;13:7; I Co 6:7; Gl 6:10; Ef 4:28; Fp 2:4; I Tm
5:8;6:8,9,17,18.
142. Quais são os
pecados proibidos no oitavo mandamento?
Os pecados
proibidos no oitavo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são:
o furto, o roubo, o tráfico de seres humanos e a recepção de qualquer coisa
furtada; as transações fraudulentas e os pesos e medidas falsos; a remoção de
marcos de propriedade, a injustiça e a infidelidade em contratos entre os
homens ou em questões de confiabilidade; a opressão, a extorsão, a usura, o
suborno, as vexatórias demandas forenses, o cerco injusto de propriedades e a
desapropriação; a acumulação de gêneros para encarecer o preço; os meios
ilícitos de vida, e todos os outros modos injustos e pecaminosos de tirar ou de
reter de nosso próximo aquilo que lhe pertence, ou de nos enriquecer a nós
mesmos; a cobiça, a estima e o amor desordenado aos bens mundanos, a
desconfiança, a preocupação excessiva e o empenho em obtê-los, guardá-los e
usar deles; a inveja diante da prosperidade de outrem; assim como a ociosidade,
a prodigalidade, o jogo dissipador e todos os outros modos pelos quais
indevidamente prejudicamos o nosso próprio estado exterior; E o ato de
defraudar a nós mesmos do devido uso e conforto da posição em que Deus nos
colocou.
Êx21:16;Lv25:17;Dt12:7;16:14;19:14;Is5:8;33:15;Sl37:21;50:18;62:10;73:3;Pv1:19;3:30;11:1,26;18:9;20:10;21:6,17;23:5,20,21;29:19;29:24;Ez22:12,29;Am8:5;Mq2:2;Mt6:25,34;23:25;Lc12:15;16:11,12; At 19:19;I Co 6:7;I
Jo 2:15,16;3:17; Tg 2:15,16;5:4,9; Ef 4:28; I Tm 1:10;I Ts 4:6; II Ts 3:11.
143. Qual é o nono
mandamento?
O nono mandamento
é: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” Ex 20:16.
144. Quais são os
deveres exigidos no nono mandamento?
Os deveres
exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens
e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a
verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade,
somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais
coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes;
amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação; Entristecer-nos pelas suas
fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e
graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu
respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras;
prezar e cuidar de nossa boa reputação e defendê-la quando for necessário;
cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro,
honesto, amável e de boa fama.
Lv 19:15;Ef 4:25;
Pv 14:5;17:9;22:1;25:23;26:24,25;31:9; Sl 15:2-4;82:3;101:5;119:158; II Cr
19:9; Jr 9:3;42:4; Jo 8:49;At 20:20,27; Rm 1:8;I Co 1:4,5;13:4-7;II Co
1:17,18;11:18,23;12:21; Fp 4:8; Cl 3:9; II Tm 1:4,5; I Pe 1:8; III Jo 3,4,12;
Hb 6:9.
145. Quais são os
pecados proibidos no nono mandamento?
Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quanto prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas, aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; Resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprimir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranquilos quando a iniquidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades, mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem; adular e vangloriar; elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamento ou palavra; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mau; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; Regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecido de outros; prejudicar; O desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos.
Gn3:5,12,13;4:9;9:22;21:9;26:7,9;Ex23:1;Lv5:1;19:11,15-17;ISm2:24;22:9,10;IISm12:13,14;IRs21:8;Is 5:23;28:22;29:20,21;58:1;59:4,13;Jr9:3;20:10;48:27;Sl12:2,3;15:3;22:9,10;35:15,16;50:20;52:14;56:5;69:10;Pv6:1619;16:28;17:15;19:5;25:9;28:13;29:11,12;Dn6:3,4;Ed4:12,13;Mt7:1,3;21:15;26:60,61;27:28,29;Lc3:14;18:11;Jo2:19;7:24;At5:3;6:13;7:57;12:22;Fp 3:18,19;Cl 3:9; Rm 1:29-31;2:1;3:8; I Co 3:21;6:10;13:4,5; Gl 4:29;5:26; II Tm 3:2,3;6:4; II Pe 2:2; Tg 2:13;4:11; Tt 3:2; Jd 16.
146. Qual é o
décimo mandamento?
O décimo
mandamento é: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não desejarás a sua mulher,
nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa
alguma que lhe pertença.” Ex 20.17.
147. Quais são os
deveres exigidos no décimo mandamento?
Os deveres
exigidos no décimo mandamento são: um pleno contentamento com a nossa condição
e uma disposição caridosa da alma para com o nosso próximo, de modo que todos
os nossos desejos e afetos relativos a ele se inclinem para todo o seu bem e
promovam o mesmo.
Hb 13:5; I Tm
1:5;6:6; Fp 2:4; Rm 12:15.
148. Quais são os
pecados proibidos no décimo mandamento?
Os pecados
proibidos no décimo mandamento são: o descontentamento com o nosso estado; a
inveja e a tristeza pelo bem de nosso próximo, juntamente com todos os desejos
e afetos desordenados para com qualquer coisa que lhe pertença.
Dt 5:21; Sl
112:9,10; Ne 2:10; I Co 10:10; Gl 5:26; Tg 3:14,16; Rm 7:7;13:9; Cl 3:5.
149. Será alguém
capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus?
Nenhum homem, por
si mesmo, ou por qualquer graça que receba nesta vida, é capaz de guardar
perfeitamente os mandamentos de Deus; mas diariamente os viola por pensamentos,
palavras e obras. Gn 6:5;8:21; I Rs 8:46; Sl 17:15;19:12; Tg 1:14;3:2,8; Jo
15:5; I Jo 1:8;2:6.
150. São todas as
transgressões da lei de Deus igualmente odiosas em si mesmas à vista de Deus?
Todas as
transgressões da lei de Deus não são igualmente odiosas; mas alguns pecados em
si mesmo, e em razão de diversas circunstâncias agravantes, são mais odiosos à
vista de Deus do que outros.
Ed 9:14; Sl
78:17,32,56; Hb 2:2,3.
151. Quais são as
circunstâncias agravantes que tornam alguns pecados mais odiosos do que outros?
Alguns pecados se
tornam mais agravantes:
1º Em razão dos
ofensores, se forem pessoas de idade mais madura, de maior experiência ou
graça; se forem eminentes pela vida cristã, dons, posição, ofícios; se forem
guias para outros e pessoas cujo exemplo será, provavelmente, seguido por
outros.
Jr 2:8;5:4,5; I Rs
11:9; II Sm 12:7,9,14; Ez 8:11,12; Lc 12:47; Jo 3:10; I Co 5:1; Tg 4:17; Rm 2:21,22,24; Gl 2:14; II Pe 2:2.
2º Em razão das
pessoas ofendidas, se as ofensas forem diretamente contra Deus, seus atributos
e culto, contra Cristo e sua graça; contra o Espírito Santo, seu testemunho e
operações; contra superiores, pessoas eminentes e aqueles a quem estamos
especialmente relacionados e a quem devemos favores; contra os santos,
especialmente contra os irmãos fracos; contra as suas almas ou as de quaisquer
outros, e contra o bem geral de todos ou de muitos.
Nm 12:8;I Sm 2:25;
Ml 1:14; Sl 41:9;55:12-14;Pv 30:17;Zc 2:8; Mt 12:31,32;21:38,39;23:34-38; Jo
3:18,36; At 5:4; Rm 2:4;14:13,15,21; I Co 8:11,12;10:21,22; Ef 4:30;I Ts
2:15,16; I Jo 5:10; Hb 6:4-6;10:29;12:25; Jd 8.
3º Pela natureza e
qualidade da ofensa, se for contra a letra expressa da lei, se violar muitos
mandamentos, se contiver em si muitos
pecados; se for concebida, não só no coração, mas manifestar-se em palavras e
ações, escandalizar a outrem e não admitir reparo algum; se for contra os
meios, misericórdias, juízos, luz da natureza, convicção da consciência,
admoestação pública ou particular, censuras da igreja, punições civis;
se for contra as nossas orações, propósitos, promessas, votos, pactos, obrigações a Deus ou aos
homens; se for feita deliberada, voluntária, presunçosa,
impudente, jactanciosa, maliciosa, frequente e obstinadamente, com
displicência, persistência, reincidência, depois do arrependimento.
Nm14:22,23;15:20;Lv26:25;Dt32:6;Ed9:13,14;Is1:2,3;3:9;57:17;Jr5:13;6:15,16;9:3,5;31:32;42:5,6,2022;Ez17:18;20:12,13;35:5,6;Dn5:22;Mq2:1,2;Am4:811;Sl36:4;52:1;78:34,36,37;Pv2:14,17;6:32,35;20:25;29:1;Zc7:11,12;Mt11:2124;16:6;18:7,17;Jo
15:22; Cl 3:5; I Tm 6:10;Tt 3:10; II Pe
2:20,21; Rm 1:20,21,31;2:23,24;13:1-5; III Jo 10; Hb 6:4,6.
4º Pelas
circunstâncias de tempo e de lugar, se for no dia do Senhor ou em outros tempos
de culto divino, imediatamente antes, depois destes ou de outros auxílios para
prevenção ou remédio contra tais quedas; se em público ou em presença de outros que são capazes de ser
provocados ou contaminados por essas transgressões.
Is
3:9;22:12-14;58:3,4; II Rs 5:26; I Sm 2:22-24; Jr 7:9,10,11; Ez 23:38; II Cr
36:15,16; Ne 9:13-16; Pv 7:14,15; I Co 11:20,21.
152. O que cada
pecado merece da parte de Deus?
Todo pecado, até o
menor, sendo contra a soberania, bondade e santidade de Deus, e contra a sua
justa lei, merece a sua ira e maldição, nesta vida e na vindoura, e não pode
ser expiado, senão pelo sangue de Cristo.
Lv 11:45. Leia-se
Dt 28:15-68. Dt 32:6; Pv 13:21; Ml 1:14; Hc 1:13; Mt 25:41; Rm 6:21,23; Tg
2:10,11; I Pe 1:15,1618,19; I Jo 1:7;3:4; Rm 7:12; Gl 3:10; Ef 5:6; Hb 9:22.
153. Que exige
Deus de nós para que possamos escapar à sua ira e maldição, em que incorremos
pela transgressão da lei?
Para escaparmos à
ira e maldição de Deus, em que incorremos pela transgressão da lei, ele exige
de nós o arrependimento para com Deus, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo e o
uso diligente de todos os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os
benefícios de sua mediação.
At 20:21; Mc 1:15;
Jo 3:18. Vejam-se os textos citados sob
a questão 154.
154. Quais são os
meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os benefícios de sua mediação?
Os meios
exteriores e ordinários, pelos quais Cristo comunica à sua Igreja os benefícios
de sua mediação, são todas as suas ordenanças, especialmente a Palavra, os
Sacramentos e a Oração; todas essas ordenanças se tornam eficazes aos eleitos
em sua salvação.
Mt 28:19-20; At
2:42,46; I Tm 4:16; I Co 1:21; Ef 5:19,20;6:17,18.
155. Como a
Palavra se torna eficaz para a salvação?
O Espírito de Deus
torna a leitura, e especialmente a pregação da Palavra, um meio eficaz para
iluminar, convencer e humilhar os pecadores; para lhes tirar toda confiança em
si mesmos e os atrair a Cristo; para os conformar à sua imagem e os sujeitar à
sua vontade; para os fortalecer contra as tentações e corrupções; para os
edificar na graça e estabelecer os seus corações em santidade e conforto
mediante a fé para a salvação.
Jr23:28,29;Sl19:11.LeiaseAtos8:2738.At2:37,41;17:11,12;20:32;26:18;Mt4:7,10;Rm6:17;10:14,17;16:25;I
Co 3:4-11;Sl 19:11;IICo3:4-11,18;10:4,5;Cl1:27,28;Ef 4:11,12;6:16,17;II Tm
3:15-17;I Ts 3:2,13; Hb 4:12.
156. A Palavra de
Deus deve ser lida por todos?
Embora não seja
permitido a todos lerem a Palavra publicamente à congregação, contudo os homens
de todas as condições têm obrigação de lê-la em particular para si mesmos e com
as suas famílias; e para este fim as Santas Escrituras devem ser traduzidas das
línguas originais para as línguas vulgares.
Dt 6:6,7;17:18,19;
Is 34:16; Jo 5:39; Sl 78.5,6; I Co 14:18,19.
157. Como a
Palavra de Deus deve ser lida?
As Santas
Escrituras devem ser lidas com um alto e reverente respeito; com firme
persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus e de que somente Ele pode
habilitar-nos a entendê-las; com desejo de conhecer, crer e obedecer à vontade
de Deus nelas revelada; com diligência e atenção ao seu conteúdo e propósito;
com meditação, aplicação, abnegação e oração.
Dt 11:13,14; Sl
1:2;119:18,97; II Cr 34:21; Ne 8:5; Is 66:2; Pv 3:5; Mt 13:23; Mc 4:20; Lc
22:44-48;24:45; At 2:38,39;8:30,34;17:11; I Ts 2:13; II Pe 1:16-21;2:2; Gl
1:15,16;Tg 1:21,22.
158. Por quem a
Palavra de Deus deve ser pregada?
A Palavra de Deus
deve ser pregada somente por aqueles que têm dons suficientes, e são
devidamente aprovados e chamados para o ministério.
Ml 2:7; Rm 10:15;
I Co 12:28,29; I Tm 3:2,6;4:14; II Tm
2:2.
159. Como a
Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para isto são chamados?
Aqueles que são
chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina,
diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras
persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente,
tornando conhecido todo o
conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos
ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de
seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter,
edificar e salvar as almas.
Jr 23:28; Lc
12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm 2:10,15;4:2,5; I Co
2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19; Cl 1:28; Ef 4:12; I
Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.
160. Que se exige
dos que ouvem a Palavra pregada?
Exige-se dos que
ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência, preparação e oração;
que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor,
mansidão e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela e
conversem a seu respeito uns com os outros; que a escondam nos seus corações e
produzam os devidos frutos em suas vidas.
Dt 6:6,7;Sl
84:1,2,4;119:11,18; Lc 8:18; I Pe 2:1,2; Ef 6:17,18; At 17:11; Hb 2:1;4:12; Tg
1:21.
161. Como os
sacramentos se tornam meios eficazes da salvação?
Os sacramentos
tornam-se meios eficazes da salvação, não porque tenham qualquer poder em si,
nem qualquer virtude derivada da piedade ou da intenção de quem os administra,
mas unicamente pela operação do Espírito Santo e pela bênção de Cristo que os
instituiu.
At 8:13,23; I Co
3:7;6:11; I Pe 3:21.
162. O que é um
sacramento?
Um sacramento é
uma santa ordenança instituída por Cristo em sua Igreja, para significar, selar
e conferir àqueles que estão no pacto da graça os benefícios da mediação de
Cristo; para os fortalecer e lhes aumentar a fé e todas as mais graças, e os
obrigar à obediência; para testemunhar e nutrir o seu amor e comunhão uns para
com os outros, e para distingui-los dos que estão fora.
Mt 28:20;26:26,27;
At 2:38;22:16; Rm 4:11;6:4;9:8; I Co 10:16,17,21;11:24-2612:13; Ef 4:3-5; Gl
3:27,29;4:15;5:6.
163. Quais são as
partes de um sacramento?
As partes de um
sacramento são duas: uma, um sinal exterior e sensível usado segundo a própria
instituição de Cristo; a outra, uma graça interior e espiritual significada
pelo sinal.
Veja-se Confissão
de Fé, Cap. XXVII, seção II e as passagens ali citadas.
164. Quantos
sacramentos instituiu Cristo sob o Novo Testamento?
Sob o Novo
Testamento, Cristo instituiu em sua Igreja somente dois sacramentos: o Batismo
e a Ceia do Senhor.
Mt 26:26,27;28:19;
I Co 11:23-26.
165. O que é
Batismo?
Batismo é um
sacramento no Novo Testamento no qual Cristo ordenou a lavagem com água em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para ser um sinal e selo de nos unir a si
mesmo, da remissão de pecados pelo seu sangue e da regeneração pelo seu
Espírito; da adoção e ressurreição para a vida eterna; e por ele os batizados são solenemente
admitidos à Igreja visível e entram em um comprometimento público, professando
pertencer inteira e unicamente ao Senhor.
Mt 28:19; Mc 1:4;
Jo 3:5; I Co 15:29; Rm 6:3,4;Gl 3:27; Gl 3:26,27; At 2:41;22:16; Tt 3:5; Ap
1:5.
166. A quem deve
ser administrado o Batismo?
O Batismo não deve
ser administrado aos que estão fora da Igreja visível, e assim estranhos aos
pactos da promessa, enquanto não professarem a sua fé em Cristo e obediência a
Ele; porém as crianças, cujos pais, ou um só deles, professarem fé em Cristo e obediência
a ele, estão, quanto a isto, dentro do pacto e devem se batizadas.
Gn 17:7-9; Lc
18:16; At 2:38,39,41; I Co 7:14; Rm 11:16; Cl 1:11,12; Gl 3:17,18,29.
167. Como devemos
tirar proveito de nosso Batismo?
O dever
necessário, mas muito negligenciado, de tirar proveito de nosso Batismo deve
ser cumprido por nós durante toda a nossa vida, especialmente no tempo de
tentação, quando assistimos à administração desse sacramento a outros, por meio
de séria e grata consideração de sua natureza e dos fins para os quais Cristo o
instituiu, dos privilégios e benefícios conferidos e selados por ele e do voto
solene que nele fizemos por meio de humilhação devida à nossa corrupção
pecaminosa, Ás nossas faltas, e ao andarmos contrários à graça do Batismo e aos
nossos votos; por crescermos até à certeza do perdão de pecados e de todas as
mais bênçãos a nós seladas por esse sacramento; por fortalecer-nos pela morte e
ressurreição de Cristo, em cujo nome fomos batizados para mortificação do
pecado e a vivificação da graça e por esforçar-nos a viver pela fé, a ter a
nossa conversação em santidade e retidão como convém àqueles que deram os seus
nomes a Cristo, e a andar em amor fraternal, como batizados pelo mesmo Espírito
em um só corpo.
Sl22:10,11; Rm
4:11,12;6:2-5,22; I Co 1:11,13;12:13,25,26; I Pe 3:21; Gl 3:26,27.
168. O que é a
Ceia do Senhor?
A Ceia do Senhor é
um sacramento do Novo Testamento no qual, dando-se e recebendo-se pão e vinho,
conforme a instituição de Jesus Cristo, é anunciada a sua morte; e os que dignamente
participam dele, alimentam-se do corpo e do sangue de Cristo para sua nutrição
espiritual e crescimento na graça; têm a sua união e comunhão com ele
confirmadas; Testemunham e renovam a sua gratidão e consagração a Deus e o seu
mútuo amor uns para com os outros, como membros do mesmo corpo místico. Mt
26:26,27; I Co 10:16-21;11:23-27.
169. Como ordenou
Cristo que o pão e o vinho fossem dados e recebidos no sacramento da Ceia do
Senhor?
Cristo ordenou que
os ministros da Palavra, na administração deste sacramento da Ceia do Senhor,
separassem o pão e o vinho do uso comum pela palavra da instituição, ações de
graça e oração; que tomassem e partissem
o pão e dessem, tanto este como o vinho, aos comungantes, os quais, pela mesma
instituição, devem tomar e comer o pão e beber o vinho, em grata recordação de
que o corpo de Cristo foi partido e dado, e o seu sangue derramado em favor
deles.
Mc 14:22-24.
170. Como se
alimentam do corpo e do sangue de Cristo os que dignamente participam da Ceia
do Senhor?
Desde que o corpo
e o sangue de Cristo não estão, nem corporal, nem carnalmente, presentes no,
com ou sob o pão e o vinho na Ceia do Senhor, mas, sim, espiritualmente à fé do
comungante, não menos verdadeira e realmente do que estão os mesmos elementos aos
seus sentidos exteriores, assim os que dignamente participam do sacramento da
Ceia do Senhor se alimentam do corpo e do sangue de Cristo, não de uma maneira
corporal e carnal, mas espiritual, contudo verdadeira e realmente, visto que
pela fé recebem e aplicam a si mesmos o Cristo crucificado e todos os
benefícios de sua morte.
As especificações
enumeradas nas respostas às questões 170 a 175 são deduzidas na natureza da
Ceia do Senhor como estabelecida no N.T. Os textos são dados para mostrar que
estas especificações estão de acordo com o tema geral das Escrituras.
Jo 6:51,53; At
3:21; I Co 10.16; Gl 3:1; Hb 11:1.
171. Os que
recebem o sacramento da Ceia do Senhor, como devem preparar-se para o receber?
Os que recebem o
sacramento da Ceia do Senhor devem preparar-se para o receber, examinando-se a
si mesmos, se estão em Cristo, a respeito de seus pecados e necessidades, da
verdade e medida de seu conhecimento, fé, arrependimento e amor para com Deus e
para com os irmãos; da caridade para com todos os homens, perdoando aos que
lhes têm feito mal; de seus desejos de ter Cristo e de sua nova obediência,
renovando o exercício destas graças pela meditação séria e pela oração
fervorosa.
Êx 12:15; II Cr
30:18,19;Is 55:1; Sl 26:6; Mt 5:23,24;26:26; Lc 1:53; Jo 7:37; I Co
5:7,8;10:17;11:18-20,24,28,29,31; II Co 13:5 ; Hb 10:21,22,24.
172. Uma pessoa
que duvida de que esteja em Cristo, ou de que esteja convenientemente
preparada, pode chegar-se à Ceia do Senhor?
Uma pessoa que
duvida de que esteja em Cristo, ou de que esteja convenientemente preparada
para participar do sacramento da Ceia do Senhor, pode ter um verdadeiro
interesse em Cristo, embora não tenha ainda a certeza disto; mas aos olhos de
Deus o tem, se está devidamente tocada pelo receio da falta desse interesse, e
sem fingimento deseja ser achada em Cristo e apartar-se da iniquidade. Neste
caso, desde que as promessas são feitas, e este sacramento é ordenado para o
alívio dos cristãos fracos e que estão em dúvida, deve lamentar a sua
incredulidade e esforçar-se para ter as suas dúvidas dissipadas; e, assim
fazendo, pode e deve chegar-se à Ceia do Senhor para ficar mais fortalecida.
Is.40:11,29,31;50:10;54:7,8,10;Sl31:22;42:11;Mt5:3,4;11:28;
26:28; Mc 9:24; At 9:6;16:30;Rm 7:24,25; I Co 11:28 ;II Tm 2:19.
173. Alguém que
professa a fé, e deseja participar da Ceia do Senhor, pode ser excluído dela?
Os que forem
achados ignorantes ou escandalosos, não obstante a sua profissão de fé e o
desejo de participar da Ceia do Senhor, podem e devem ser excluídos desse
sacramento, pelo poder que Cristo legou à sua Igreja, até que recebam instrução
e manifestem mudança. I Co 5:3-5,11;11:29 ;II Co 2:5-8.
174. Que se exige
dos que recebem o sacramento da Ceia do Senhor, na ocasião de sua celebração?
Exige-se dos que
recebem o sacramento da Ceia do Senhor que, durante a sua celebração, esperem
em Deus, nessa ordenança, com toda a santa reverência e atenção; que
diligentemente observem os elementos e os atos sacramentais; que atentamente
discriminem o corpo do Senhor, e, cheios de amor, meditem na sua morte e
sofrimentos, e assim se despertem para um vigoroso exercício das suas graças,
julgando-se a si mesmos e entristecendo-se pelo pecado; tendo fome e sede
ardentes de Cristo, Alimentando-se nele pela fé, recebendo da sua plenitude,
confiando nos seus méritos, regozijando-se no seu amor, sendo gratos pela sua
graça e renovando o pacto que fizeram com Deus e o amor a todos os santos.
II Cr 30:21; Zc
12:10; Sl 22:26;63:1; Jr 50:5; Lc 22:19;
Jo 1:16;6:35; At 2:42; I Co 10:17;11:29,31; Gl 2:20;3:1; Fp 3:9; Cl 1:19; I Pe
1:8.
175. Qual é o
dever dos crentes depois de receberem o sacramento da Ceia do Senhor?
O dever dos
crentes, depois de receberem o sacramento da Ceia do Senhor, é o de seriamente
considerar como se portaram nele, e com que proveito; se foram vivificados e
confortados; devem bendizer a Deus por isto, pedir a continuação do mesmo,
vigiar contra a reincidência, cumprir seus votos e animar-se a atender sempre a esta ordenança;
se não acharem, porém, nenhum benefício, deverão refletir novamente, e com mais
cuidado, na sua preparação para este sacramento e no comportamento que tiverem
na ocasião, Podendo, em uma e outra coisa, aprovar-se diante de Deus e de suas
próprias consciências, esperando com o tempo o fruto de sua participação; se
perceberem, porém, que nessas coisas foram remissos, deverão humilhar-se, e
para o futuro participar desta ordenança com mais cuidado e diligência.
ICr15:12-14; Is
8:17; Sl 27:4;50:14;77:6;123:1,2;139:23,24; Os 14:2; At 2:42,46,47; I Co
10:12;11:17,25,26,30,31; II Co 2:14;7:11; Rm 11:20.
176. Em que concordam
os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor?
Os sacramentos do
Batismo e da Ceia do Senhor concordam em ser Deus o autor de ambos; em ser
Cristo e os seus benefícios a parte espiritual de ambos; em ambos serem selos
do mesmo pacto, em não deverem ser administrados senão pelos ministros do
Evangelho, e em deverem ser continuados na igreja de Cristo até a sua segunda
vinda.
Mt
26:27,28;28:19,20; Mc 28:19; Rm 4:11;6:3,4; I Co 10:16;11:23,26; Cl 2:11.
177. Em que
diferem os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor?
Os sacramentos do
Batismo e da Ceia do Senhor diferem em dever o Batismo ser administrado uma vez
só, com água, para ser sinal e selo da nossa união com Cristo, e administrado
também às crianças; enquanto que a Ceia do Senhor deve ser celebrada
frequentemente, com os elementos de pão e vinho, para representar e mostrar
Cristo como o alimento espiritual para a alma, e para confirmar a nossa
permanência e crescimento nele, e isso apenas para aqueles que têm idade e
condições de se examinarem a si mesmos.
Mt 3:11; Jo
6:51-53; At 2:38,39; I Co 7:14;10:16;11:26,28; Gl 3:27; Cl 2:19.
178. Que é oração?
Oração é um
oferecimento de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo e com o auxílio de seu
Espírito, e com a confissão de nossos pecados e um grato reconhecimento de suas
misericórdias.
Sl 32:5,6;62:8; Dn
9:4; Jo 16:23,24; Rm 8:26; Fp 4:6.
179. Devemos orar
somente a Deus?
Sendo Deus o único
que pode esquadrinhar o coração, ouvir os pedidos, perdoar os pecados e cumprir
os desejos de todos, o único em que se deve crer e a quem se deve prestar culto
religioso, a oração, que é uma parte especial do culto, deve ser oferecida por
todos a ele só, e a nenhum outro.
II Sm 22:32; I Rs
8:39; Is 42:8; Jr 3:23; Sl 65:2;145:16,19; Mq 7:18; Mt 4:10; Lc 4:8; Jo
14:1; At 1:24; Rm 8:27; I Co 1:2.
180. O que é orar
em nome de Cristo?
Orar em nome de
Cristo é, em obediência ao seu mandamento e em confiança nas suas promessas,
pedir a misericórdia por amor dele, não por mera menção de seu nome; porém
derivando o nosso ânimo para orar, a nossa coragem, força e esperança de sermos
aceitos em oração, de Cristo e sua mediação.
Dn 9:17; Mt 7:21;
Lc 6:46; Jo 14:13,14; I Jo 5:13-15; Hb 4:14-16.
181. Por que
devemos orar em nome de Cristo?
O homem, em razão
de seu pecado, ficou tão afastado de Deus que a ele não se pode chegar sem ter
um mediador; e não havendo ninguém, no céu ou na terra, constituído e preparado
para esta gloriosa obra, senão Cristo unicamente, o nome dele é o único por
meio do qual devemos orar.
Jo 6:27; I Jo
14:6; Ef 3:12; I Tm 2:5; Cl 3:17;Hb 7:25-27;13:15.
182. Como o
Espírito nos ajuda a orar?
Não sabendo nós o
que havemos de pedir, como convém, o Espírito nos assiste em nossa fraqueza,
habilitando-nos a saber por quem, pelo quê, e como devemos orar; operando e
despertando em nossos corações (embora não em todas as pessoas, nem em todos os
tempos, na mesma medida) aquelas apreensões, afetos e graças que são
necessários para o bom cumprimento desse dever.
Sl 10:17;80:18;Zc
12:10; Rm 8:26.
183. Por quem
devemos orar?
Devemos orar por
toda a Igreja de Cristo na terra, pelos magistrados e outras autoridades, por
nós mesmos, pelos nossos irmãos e até mesmo pelos nossos inimigos, e pelos
homens de todas as classes, pelos vivos e pelos que ainda hão de nascer; porém,
não devemos orar pelos mortos, nem por aqueles que se sabe terem cometido o
pecado para a morte.
Gn 32:11; II Sm
7:29; Sl 28:9; Mt 5:44; Jo 17:20; Ef 6:18;Sl 28:9; I Tm 2:1,2; II Ts 1:11;3:1;
Cl 4:3; Tg 5:16; I Jo 5:16.
184. Pelo que
devemos orar?
Devemos orar por
tudo quanto realça a glória de Deus e o bem-estar da Igreja, o nosso próprio
bem ou o de outrem; nada, porém, que seja ilícito.
Sl
51:18;122:6;125:4; Mt 6:9;7:11; I Ts
5:23; II Ts 3:16; I Jo 5:14; Tg 4:3.
185. Como devemos
orar?
Devemos orar com solene
apreensão da majestade de Deus e profunda convicção de nossa própria
indignidade, necessidades e pecados; com corações penitentes, gratos e francos;
com entendimento, fé, sinceridade, fervor, amor e perseverança, esperando nele
com humilde submissão à sua vontade.
Gn18:27;Sl17:1;33:8;5l:17;81:10;86:1;95:6;130:3;144:3;15:18;Mq
7:7; Lc 15:17-19;18:13; Mt 5:23,24; 26:39; Jo 4:24; Ef 3:20,216:18; I Co
14:15;Tg 1:6;5:16; I Tm 1:2,8; Hb 10:22.
186. Que regra
Deus nos deu para nos dirigir na prática da oração?
Toda a Palavra de
Deus é útil para nos dirigir na prática da oração; mas a regra especial é
aquela forma de oração que nosso Salvador Jesus Cristo ensinou aos seus
discípulos, geralmente chamada “Oração do Senhor”.
II Tm 3:16,17; I
Jo 5:14; Mt 6:9-13; Lc 11:2-4.
187. Como a Oração
do Senhor deve ser usada?
A Oração do Senhor
não é somente para direcionamento, como modelo segundo o qual devemos orar; mas
também pode ser usada como uma oração, contanto que seja feita com
entendimento, fé, reverência e outras graças necessárias para o correto
cumprimento do dever da oração. Mt 6:9; Lc 11:2.
188. De quantas
partes consiste a Oração do Senhor?
A Oração do Senhor
consiste de três partes: prefácio, petições e conclusão.
189. O que nos
ensina o prefácio da Oração do Senhor?
O prefácio da
Oração do Senhor, que é: “Pai nosso que estás nos céus”, nos ensina, quando
orarmos, a nos aproximarmos de Deus com confiança na sua bondade paternal e no
nosso interesse nele; com reverência e todas as outras disposições de filhos,
afetos celestes e a devia apreensão do seu soberano poder, majestade e graciosa
condescendência; bem assim o orar com outros e por eles.
Sl
95:6,7;104:1;113:4-6;123:1; Lm 3:41; Is 63:15; Zc 8:21;6:9; Lc 11:13; At 12:5;
Rm 8:15.
190. O que pedimos
na primeira petição?
Na primeira
petição, que é: “Santificado seja o teu nome” – reconhecendo a inteira
incapacidade e indisposição que há em nós e em todos os homens, de honrar a
Deus como é devido -, pedimos que ele, pela sua graça, nos habilite e nos
incline, a nós e aos demais, a conhecê-lo, confessá-lo e altamente estimar, a
ele e a seus títulos, atributos, ordenanças, palavras, obras e tudo aquilo por
meio do qual ele se dá a conhecer; a glorificá-lo em pensamentos, palavras e
obras; que ele impeça e remova o ateísmo, a ignorância, a idolatria, a
profanação e tudo quanto o desonre; que pela sua soberana providência dirija e
disponha tudo para a sua própria glória.
II Rs 19:16; Is
64:1,2; Jr 14:21.Leiam-se os Salmos 8 e
14inteiros. Sl19: 14;51:15;67: 14;72:19; 74:18,22;83:18;86:10,15;97:7;107:32;145:6-8;
Mt 6:9; II Co 2:14;3:5.; IITs 3:1; Ef 1:17,18;3:20,21; Fp 1:11;
191. O que pedimos
na segunda petição?
Na segunda petição, que é: “Venha o teu reino”- reconhecendo que nós e todos os homens estamos, por natureza, sob o domínio do pecado e de Satanás -, pedimos que o domínio do mal seja destruído, o Evangelho seja propagado por todo o mundo, os judeus chamados, e a plenitude dos gentios seja consumada; que a igreja seja provida de todos os oficiais e ordenanças do Evangelho, purificada da corrupção, aprovada e mantida pelo magistrado civil; Que as ordenanças de Cristo sejam administradas com pureza, feitas eficazes para a conversão daqueles que estão ainda nos seus pecados, e para a confirmação, conforto e edificação dos que estão já convertidos; que Cristo reine nos nossos corações, aqui, e apresse o tempo da sua segunda vinda e de reinarmos nós com ele para sempre; que lhe apraza exercer o reino de seu poder em todo o mundo, do modo que melhor contribua para estes fins.
Is 64:1,2; Sl
67(todo);68:1; Ml 1:11; Mt 6:10;9:38; Rm
10:1;11:25; II Co 4:2; Ef 2:2,3;3:14,17;5:26,27; At 26:18; II Ts 2:16,17;3:1;
Ap 12:9;22:20.
192. O que pedimos
na terceira petição?
Na terceira
petição, que é: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”-
reconhecendo que, por natureza, nós e todos os homens somos, não só
inteiramente incapazes e indispostos a conhecer e fazer a vontade de Deus, mas
propensos a rebelar-nos contra sua palavra, a desanimar-nos e a murmurar contra
sua providência, e inteiramente inclinados a fazer a vontade da carne e do
diabo -, pedimos que Deus, pelo seu Espírito, tire de nós e dos demais toda a
cegueira, fraqueza, indisposição e perversidade do coração, e pela sua graça
nos faça capazes e prontos para conhecer, fazer e submeter-nos à sua vontade em
tudo, com humildade, alegria, fidelidade, diligência, zelo, sinceridade e constância,
como os anjos fazem no céu.
Dn7:10;ISm3:18;Ez11:19;Is38:3Jr31.18;Sl73:3;103:2022;119:4,35,112;123:2;Mq6:8;Mt6:10;20:11;26: 201;At21:14;ICo2:24;Rm2:7;7:24,25;8:7;12:11;Tt3:3;Ef1:17,18;2:2,3;3:16;6:6;
II Co 1:12.
193. O que pedimos
na quarta petição?
Na quarta petição,
que é: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”- reconhecendo que, em Adão e pelo
nosso próprio pecado, perdemos o nosso direito a todas as bênçãos exteriores
desta vida, e que merecemos ser, por Deus, totalmente privados delas, tendo
elas se transformado em maldição para nós, no seu uso; que nem elas podem de si
mesmas nos sustentar, nem nós podemos merecê-las nem pela nossa diligência
consegui-las, mas que somos propensos a desejar, obter e usar delas
ilicitamente -, pedimos, por nós mesmos e por outros, que tanto eles como nós,
dependendo da providência de Deus, de dia em dia, no uso de meios lícitos
possamos, do seu livre dom e conforme parecer bem à sua sabedoria paternal,
gozar de uma porção suficiente desses favores e tê-los continuados e abençoados
para nós em nosso santo e confortável uso e contentamento; e que sejamos
guardados de tudo quanto é contrário ao nosso sustento e conforto temporais.
Gn 3:17;32:10; Dt
8:3,18;28:15-68. Lm 3:22; Sl 90:17;144:12-15;
Pv 10:22;30:8,9; Jr 6:13; Os 12:7; Mt 6:11; Tg 4:3,13-15; I Tm 4:4-5;6:6-8.
194. O que pedimos
na quinta petição?
Na quinta petição,
que é: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos
nossos devedores”- reconhecendo que nós e todos os demais somos culpados do
pecado original e atual, e por isso nos tornamos devedores à justiça de Deus;
que nem nós nem outra criatura qualquer pode fazer a mínima satisfação por essa
dívida -, pedimos, por nós mesmos e por outros, que Deus, da sua livre graça e
pela obediência e satisfação de Cristo adquiridas e aplicadas pela fé, nos
absolva da culpa e da punição do pecado, que nos aceite no seu Amado, continuem
o seu favor e graça em nós, perdoe as nossas faltas diárias e nos encha de paz
e gozo, dando-nos diariamente mais e mais certeza de perdão; que tenhamos mais
coragem de pedir e sejamos mais animados a esperar, uma vez que já temos este
testemunho em nós, que de coração já perdoamos aos outros as suas ofensas.
Sl51:712;130:3;143:2;Mq6:6,7;Os14:1;Mt6:12,14,15;18:2435;Lc11:4; Rm 3:9,19,24,25;5:1,2,19;15:13; At 13:39; Ef 1:6; II Pe 1:2.
195. O que pedimos
na sexta petição?
Na sexta petição, que é: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” - reconhecendo que o mui sábio, justo e gracioso Deus, por diversos fins, santos e justos, pode dispor as coisas de maneira que sejamos assaltados, frustrados e feitos por algum tempo cativos pelas tentações; que Satanás, o mundo e a carne estão prontos e são poderosos para nos desviar e enlaçar, que nós, depois do perdão de nossos pecados, devido à nossa corrupção, fraqueza e falta de vigilância, estamos, não somente sujeitos a ser tentados e dispostos a nos expor às tentações, mas também, de nós mesmos, incapazes e indispostos para lhes resistir, sair ou tirar proveito delas: e que somos dignos de ser deixados sob o seu poder -, pedimos que Deus de tal forma reja o mundo e tudo o que nele há, subjugue a carne, restrinja a Satanás, disponha tudo, conceda e abençoe todos os meios de graça e nos desperte à vigilância no seu uso; que nós e todo o seu povo sejamos guardados, pela sua providência, de sermos tentados ao pecado; ou que, quando tentados, sejamos poderosamente sustentados pelo Espírito, e habilitados a ficar firmes na hora da tentação; Ou, quando, fracassados, sejamos levantados novamente, recuperados da queda, e que façamos dela uso e proveito santos; que a nossa santificação e salvação sejam aperfeiçoadas, Satanás calcado aos nossos pés e nós inteiramente libertados o pecado, da tentação e de todo o mal, para sempre.
IICr32:31;Jó2:2,6;Pv7:22;Sl19:13;51:10,12;81:11,12;119:133;
Mt 6:13;26:41; Mc 4:19; Lc 21:34; I Pe 1:6,7;5:8,10; Tg1:14; Gl 5:17; Rm
7:18,19;8:28;16:20; I Tm 6:9; Jo17:15; Hb2:18;13:20,21;I Co 10:13; II Co 12:8;
Ef 3:1416;4:11,12; I Ts 3:13;5:23.
196. O que nos
ensina a conclusão da Oração do Senhor?
A conclusão da Oração do Senhor, que é: “Porque teu é o reino e o poder e a glória para sempre. Amém”, nos ensina a reforçar as nossas petições com argumentos que devem ser derivados, não de qualquer mérito que haja em nós ou em qualquer outra criatura, mas de Deus; e ajuntar louvores às nossas orações, atribuindo a Deus, unicamente, a soberania eterna, onipotência e gloriosa excelência; em virtude do quê, como ele pode e quer socorrer-nos, assim nós, pela fé, Estamos animados a instar com ele a que atenda aos nossos pedidos, e a confiar tranquilamente que assim o fará. E para testemunhar os nossos desejos e certeza de sermos ouvidos, dizemos: Amem.
I Cr 29:10-13; Jó 23:3,4; Jr 14:20,21; Dn 9:4,7-9; Mt 6:13; Fp 4:6; Ef 3:12,20,21; Lc 11:13; Hb 10:19-22; I Jo 5:14; Rm 8:32; I Co 14:16; Ap 22:20,21.
Pesquisador, Tradutor, Editor e Organizador: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.
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