O CRISTO DO ARMINIANISMO VS. O CRISTO DA BÍBLIA – Arminianos e Calvinistas são irmãos na fé?
Antes de começar, devo lembrar o leitor de que
quando falo de “Calvinismo Vs. Arminianismo” eu estou me limitando ao seu
sentido original e histórico, isto é, apenas ao que diz respeito à doutrina da
salvação (soteriologia) e como ela funciona nos desígnios de Deus. Refiro-me ao
Calvinismo tendo em vista somente os Cinco Pontos do Calvinismo, e não a
tradição conhecida como “Reforma Protestante”, a qual engloba não somente a
questão soteriológica, como também traz conceitos denominacionais que não estão
de acordo com a Bíblia. Esses termos técnicos são inevitáveis para tratar do
assunto “Predestinação Vs. Livre Arbítrio”, e, portanto, é a única forma de
ensinar o leitor como Deus predestina Seus santos escolhidos à salvação e os
perdidos à condenação.
A LÓGICA NOS DIZ
QUE ARMINIANOS E CALVINISTAS NÃO SÃO IRMÃOS NA FÉ.
Existe um princípio imutável chamado Lógica.
Esse princípio tem me acompanhado desde que conheci a Palavra de Deus, e tem
sido meu escudo contra o sincretismo e ecumenismo religioso até aqui. A Lógica
é, por definição, um gatilho bíblico que nos protege de proposições
contraditórias e sofismas religiosos. Em suma, a Lógica se trata do raciocínio
que se pauta na dedução, e este raciocínio é composto basicamente por duas
premissas ou proposições (maior e menor), a partir das quais se alcança uma
conclusão. Por exemplo: "Todos os homens são mortais. Frederico é homem.
Logo, Frederico é mortal”. Se eu mudar uma das duas premissas que concluem que
Frederico é mortal, a conclusão da mortalidade de Frederico estará errada. Ou
seja, segundo a lógica, para que se afirme que Frederico é mortal em
conformidade com uma premissa maior e menor, é obrigatoriamente necessário que
(1) todos os homens sejam mortais e que (2) Frederico seja homem. Conclusão:
Frederico é mortal.
Uma premissa errada leva a conclusões
obviamente errôneas. Não se pode elaborar um silogismo básico e coerente quando
as premissas de um determinado conceito não coadunam com a conclusão final. E é
por isso que hoje eu irei dar uma breve explicação sobre a razão pela qual
arminianos e calvinistas não são irmãos na fé e jamais poderiam ser. Quando
quero dar uma resposta rápida, eu simplesmente digo que os arminianos servem a
um deus estranho à Bíblia, e não ao Deus das Escrituras. Simples assim! Mas, a
mera afirmação da minha parte não é o bastante para provar uma premissa e
estabelecer uma conclusão. Isso é típico de analfabetos funcionais quando
querem provar alguma ideia por meio da mera repetição de uma ideologia.
Portanto, tecerei abaixo dois princípios
básicos, porém distintos, fáceis de se entender. Minha intenção neste artigo é
mostrar o quanto a Igreja necessita de uma atenção urgente em relação ao “Jugo
Desigual”, onde arminianos e calvinistas têm andado de mãos dadas e se ajuntado
numa perversão doutrinária em massa, invalidando a Palavra de Deus e provocando
danos irreversíveis à ortodoxia cristã.
1. O CRISTO DO
ARMINIANISMO:
● O Cristo do Arminianismo ama a todas as
pessoas do mundo e deseja que todas elas sejam salvas.
● Ele pagou pelos pecados de todos os homens,
sem exceção, e faz tudo que está ao seu alcance a fim de convencer os ímpios a
se converterem. Todavia, sua oferta aos pecadores e seu poder de salvar são, na
maioria das vezes, frustrados. Por que? Porque a maioria dos ímpios dizem “Não”
ao seu chamado e se negam a vir até ele.
● Seu poder é limitado e seu sacrifício na
cruz foi em vão, pois os pecadores receberam desse "deus" um dom
chamado “livre arbítrio”, com o qual o homem decide, por si mesmo, ir ou não em
direção a Cristo para se entregar a ele. O “livre arbítrio” do homem não pode
ser violado por Cristo e o homem é quem decide se aceita ou não servir a ele.
● O Cristo do Arminianismo morreu na cruz por
todo o mundo, isto é, por cada indivíduo da humanidade, sem exceção. Com isso,
ele estabeleceu a possibilidade de salvação para todos, dando a oportunidade do
homem escolher ser salvo ou não pelo sangue derramado no madeiro. Sua morte na
cruz não fora suficiente para salvar os escolhidos de Deus. Seu sacrifício
depende inteiramente da escolha do homem em se converter de seus pecados ou
não. Sendo assim, muitos homens pelos quais Cristo morreu irão para o inferno.
● Esse Cristo débil, impotente e frustrado
perde a muitos pelos quais ele morreu e “salvou”, visto que os tais abandonam a
“fé” por si mesmos. Deste modo, quando Cristo os convence de que são
verdadeiramente “salvos” e lhes implanta a “certeza da salvação”, esta
segurança não está alicerçada na vontade soberana de Deus ou em Seu poder
inesgotável, mas na escolha humana, quando o homem aceita Jesus em seu coração
(e haja apelos carismáticos para convencer um pecador a “aceitar” esse falso
cristo).
2. O CRISTO DA
BÍBLIA.
● Esse é o Cristo do Calvinismo (Pesquisar
sobre os Cinco Pontos do Calvinismo). Ele veementemente ama somente aos que lhe
pertencem, os quais Deus escolheu incondicionalmente para a vida eterna, antes
mesmo da fundação do mundo (Ef 1.4). Ele jamais sequer orou pelos réprobos e
deixou isso muito bem registrado (Jo 17.9), visto que o amor do Pai não recai,
em nenhum nível ou aspecto, sobre os que foram predestinados à perdição. Antes,
Sua ira sobre os tais permanece eternamente (Sl 5.5; 11.5; 73.17-20; Sl 92.5-7;
Pv 3.33; Pv 24.16; Ml 1.2-4; Hc 1.13; Jo 17.9; Jo 3.36; 13.1; Rm 9.13; 1Pe
3.12; Ef 1.4,9,11; Rm 8.30; 2Tm 1.9; 1Ts 5.9; Rm 9.11-16; Ef. 1.19; 2.8-9; Jd
1).
● Deus, por meio do Espírito Santo,
eficazmente chama os Seus eleitos de modo que, por meio da vocação a eles
concedida, não podem resistir por si mesmos e certamente se converterão. Antes que o mundo fosse criado, Deus escolheu
e predestinou os Seus à salvação. Ele não fez qualquer uma dessas escolhas com
base em Sua onisciência ou porque previu fé em tais homens, mas os escolheu
segundo o Seu eterno e imutável propósito, conforme Seu santo conselho e
beneplácito de Sua vontade, de acordo com Sua graça única [e não múltipla].
Esse Deus, o único Deus, não se baseou em nenhuma fé prevista ou em alguma boa
obra humana para salvar os Seus escolhidos, nem por qualquer outra
característica na criatura que pudesse movê-Lo como condição para salvá-los (Ef
1.4, 9, 11; Rm 8.30; 2Tm. 1.9; 1Ts, 5.9; Rm 9.11-16; Ef 1.19: e 2.8-9).
● Ele não somente ama Seus escolhidos
incondicionalmente, como também os “leva pela orelha”, não importando se eles
querem ou não ser salvos. Ele os preserva por meio da disciplina, de modo que
nenhuma de Suas ovelhas podem decair da graça que uma vez foi dada aos santos.
Nenhuma de Suas ovelhas pode se perder ou ser arrebatada de Suas mãos (Jo
10.28). Ainda que cometam pecados no curso de suas vidas, tais escolhidos de
Cristo serão preservados pelo poder do Espírito Santo e perseverarão na genuína
fé e doutrina até o fim. Pelo eterno e mui livre propósito da Sua vontade, Deus
preordenou todos os meios conducentes a esse fim glorioso. Ou seja, os santos
eleitos, tendo nascido escravos do pecado de Adão, são remidos por Cristo e
presenteados pela verdadeira fé, por meio do Espírito e no devido tempo
determinado por Deus. Por esta razão, os santos escolhidos de Deus são
justificados, adotados, santificados e guardados por Cristo nesta fé imutável e
eterna. Não há absolutamente ninguém além dos eleitos que seja remido, chamado
de forma eficaz, justificado nos céus, adotado, santificado e glorificado por
causa da salvação conquistada por Cristo na cruz do calvário (1Pe 1.2; Ef 1.4 e
2.10; 2Ts 2.13; 1Ts. 5.9-10; Tt 2.14; Rm 8.30; Ef 1.5; 1Pe 1.5; Jo 6.64-65;
17.9; Rm 8.28; 1Jo 2.19).
● Contrariando radicalmente o falso Cristo do
Arminianismo, o Cristo da Bíblia soberanamente regenera o pecador eleito à
margem de sua aceitação ou rejeição temporária. Visto que, sem a regeneração
espiritual, o pecador está morto espiritualmente (Rm 3), o pecador jamais pode
escolher a Cristo por si mesmo (Jo 6.65). A fé não é uma contribuição do homem
para sua salvação. A fé não provém do coração do homem, mas é um dom recebido
do alto. Não há nenhuma participação do homem nesse processo salifico. A
salvação, bem como todos os frutos que dela procedem, é uma dádiva exclusiva de
Deus, não do homem (Jo 3.3; 6.44,65; 15.16; Rm 9.16; Ef 2.1,8-10; Fp 1.29; Hb
12.2).
● O Deus da Bíblia concede misericórdia a quem
Ele quer e a recusa a quem Ele quer. Cristo morreu somente pelos eleitos,
conquistando eficazmente a salvação para todos aqueles por quem Ele morreu. Sua
morte foi uma satisfação vicária, que poderosamente quitou a dívida de Seu povo
eleito. Ele escolhe ou recusa Sua bondade como Lhe apraz, para a glória do Seu
soberano poder sobre as suas criaturas. Com isto, o restante dos homens foi
predestinado à perdição eterna, para louvor da gloriosa justiça de Deus, que
não tem a obrigação de salvar ninguém, mas o fez por pura graça. Sem a Sua
graça, nenhum homem seria salvo e todos caminhariam segundo sua própria
inclinação para o mal (Rm 1.18-32; 3). A justiça de Deus requer que Ele não
contemple os réprobos e os lance no inferno por causa de seus pecados (Mt
11.25-26; Rm 9.17-22; 2Tm. 2.20; Jd 1.4; 1Pe 2.8).
PREMISSA MAIOR:
Um é o Cristo do Arminianismo e o outro é o
Cristo da Bíblia. Um é falso e o outro é verdadeiro. São dois cristos avaliados
aqui, e ambos são completamente opostos. Se você está assustado com isso, saiba
que a Bíblia diz que existem milhares deles (Mt 24.24; 1Co 8.5) e não somente
dois ou três. Se, conforme apresentado pelo artigo, os dois cristos são tão
radicalmente distintos, um deles tem de ser o verdadeiro: ou aquele que não
possui sequer uma base bíblica sólida, ou Aquele que testifica cada uma das passagens
da Escritura Sagrada, as quais foram aqui supracitadas.
PREMISSA MENOR:
A Bíblia expressamente diz que não se pode
servir e amar a dois senhores. A Bíblia é enfática em dizer que você deve amar
um e odiar o outro (Mt 6.24). Você certamente pode ter dois amigos, dois
irmãos, dois carros, dois hobbies e até dois empregos. Mas a Escritura o proíbe
categoricamente de servir a dois cristos. Ou você ama e serve a um, ou você ama
e serve a outro. A palavra “Servo”, muitas vezes empregada de forma romantizada
em nossas traduções bíblicas, significa literalmente “Escravo”. Ou você é
escravo do verdadeiro Cristo ou é escravo do falso. A escravidão é absoluta e
não permite sociedade com outros senhores. A escravidão exige tudo aquilo que
lhe pertence — todo o seu tempo, toda a sua lealdade, todo o seu trabalho, todo
o seu coração, toda a sua alma. Os cristãos professos dos nossos dias insistem
em acreditar que estão servindo ao genuíno Cristo dando as mãos para os que
servem ao falso cristo. E não somente isto: Os que insistem em servir a dois
cristos chamam os seguidores do falso cristo de irmãos! O fato é que você pode
até pensar que está sendo um cristão agindo assim; você pode achar que ama a
Jesus porque “vai à igreja” regularmente e porque é apaixonado pelo evangelho
que você criou com a sua própria mente; mas a sua prostituição não será
ignorada no dia do juízo, visto que você pensa que pode andar com o Cristo da
Bíblia e ter um pequeno caso com outro cristo – o falso cristo.
A Diferença entre Calvinismo e Arminianismo é
ainda mais profunda que se pode parecer à primeira vista. Não é simplesmente
questão de ênfase, mas de conteúdo. O calvinista crê em um Deus que realmente
salva; enquanto o arminiano crê em um Deus que possibilita que o homem se
salve. O calvinista crê em um Deus Pai que elege de fato; o arminiano crê em um
Deus Pai que apenas ratifica a eleição que os homens farão sobre si mesmos. O
calvinista crê em um Redentor que objetivamente redime pecadores; o arminiano
crê em um redentor em potencial, que apenas viabiliza a redenção dos salvos. O
calvinista crê em um Espírito Santo que chama soberana e eficazmente
indivíduos; o arminiano crê em um Espírito Santo que apenas “persuade
moralmente”, mas que pode ser resistido. O lema do calvinista é: “Seja feita a
Tua vontade”. O lema central da seita arminiana é: "Levante-se e caminhe
comigo, ó Criador; vou lhe mostrar o que eu quero".
CONCLUSÃO LÓGICA:
Arminianos e calvinistas não são irmãos.
Jamais o poderiam ser. Eles não possuem a mesma fé. Eles não servem ao mesmo
Cristo. Não há qualquer vínculo entre o Cristo da seita arminiana e o Cristo da
Bíblia. Eu poderia falar sobre o cristo do Catolicismo Romano, do Espiritismo e
de muitos outros milhares de cristos espalhados pelo mundo religioso. Todavia, não
há, no atual século, um falso cristo que tenha enganado tanta gente como o
cristo do arminianismo, com seu evangelho ardiloso e sagaz. Tenho plena
convicção e afirmo com propriedade que, sem explanações como essas do artigo, a
maioria das pessoas passaria a vida inteira sem notar a diferença entre um
Cristo e outro. Tudo isso é resultado do sincretismo e ecumenismo religiosos
que reinam soberanos em todo o mundo, em especial nas seitas denominacionais,
onde o intento é adquirir membros para encherem seus templos luxuosos e cheios
de adornos judaicos.
UM CHAMADO À
SEPARAÇÃO:
“Não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão
tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte
tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?
Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e
entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos
receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, Diz
o Senhor Todo-Poderoso" (2 Coríntios 6.14-18).
Essa passagem se aplica – veementemente – a
membros de seitas arminianas. Um “jugo” é tudo aquilo que une. Aqueles que
pertencem a uma seita arminiana ou pentecostal estão unidos em um compromisso
oficial e em uma aliança com seus membros “irmãos”. Muitos de seus
membros/irmãos não dão nenhuma evidência de terem nascido de novo. Eles podem
acreditar em um “Deus Soberano”, mas qual o amor que eles têm pela soberania
exaustiva de Deus? Qual é a sua relação com os eternos decretos de Deus? Eles
simplesmente as negam. “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de
acordo?” (Amós 3.3).
Pode aqueles que devem o seu tudo a Cristo, tanto para o tempo presente quanto para a eternidade, ter comunhão com aqueles que desprezam e rejeitam ao Deus da Palavra? Portanto, que todo e qualquer leitor cristão que esteja em jugo desigual com arminianos saia debaixo dele sem demora.