sexta-feira, 12 de agosto de 2022

 

Remissão dos Pecados na Terra e no Céu!!!

Autor: Rev. Prof. Dr. Herman Hanko. Traduzido e adaptado por: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

“Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos”. (João 20:23).

Embora dois leitores tenham enviado este texto, nenhuma pergunta o acompanhou. Presumi que os leitores simplesmente gostariam de uma explicação da passagem.

Quem está familiarizado com as narrativas do evangelho se lembrará, ao ler o texto acima, que Jesus falou palavras semelhantes a Seus apóstolos em Cesaréia de Filipe quando Pedro fez aquela maravilhosa confissão: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (veja Mt. 16:19). E essas mesmas palavras são repetidas em Mt. 18:18.

No contexto dessas palavras em João 20, o Senhor apareceu  a Seus discípulos no cenáculo na noite do dia de Sua ressurreição. Tomé não estava lá no momento, mas os outros discípulos, com exceção, de Judas, estavam presentes. Os versos anteriores são importantes. Jesus disse aos Seus discípulos: "Paz seja convosco; assim como meu Pai me enviou, também eu vos envio."

Depois que Ele falou essas palavras, realmente dando aos discípulos sua comissão, Ele soprou sobre eles e lhes disse: "Recebei o Espírito Santo". Em seguida, as palavras do texto são ditas. Em outras palavras, os discípulos não poderiam cumprir sua comissão sem o Espírito Santo que Cristo lhes deu agora. Todos nós conhecemos a afirmação arrogante da Igreja Romana sobre a passagem de Mateus.

Roma afirma que Cristo deu a Pedro e somente a ele o poder na terra para perdoar pecados. Pedro, o primeiro papa, deu esse mesmo poder aos seus sucessores, os bispos de Roma. Assim, todos os bispos de Roma têm o poder aqui na terra para perdoar pecados. Esta é uma afirmação arrogante e absurda. E a afirmação em si nem se sustenta sob a declaração deste texto, pois aqui Cristo está falando a todos os seus discípulos, e não apenas a Pedro.

Mas ouvimos as afirmações jactanciosas e blasfemas de Roma por tempo suficiente e não vamos nos incomodar com elas aqui. Quando Cristo, o Cabeça da igreja, estabelece sua igreja como um instituto eclesiástico no mundo, Ele dá à igreja seu trabalho e chamado. Esse trabalho é: a pregação do evangelho, a administração dos sacramentos, o exercício da disciplina cristã e o cuidado dos pobres.

É interessante notar que, com exceção desta última, a obra que Cristo dá à igreja é composta de três tarefas que são também as marcas da verdadeira igreja por meio das quais a igreja de Cristo pode ser conhecida no mundo. A referência à remissão de pecados em João 20:23 é uma referência ao exercício da disciplina. Este exercício de disciplina é chamado em Mt. 16 de uso das chaves do reino. Esta é uma metáfora impressionante que nosso Senhor usa.

A imagem é da igreja como uma cidade no mundo atacada por muitos inimigos. A cidade é cercada por muros altos com portões de ferro que podem ser trancados. Como em qualquer cidade, os portões podem ser a parte mais vulnerável das muralhas; no entanto, eles são cruciais e nenhuma cidade pode ficar sem eles.

Os portões da cidade que é a igreja são para quatro propósitos, todos os quais exigem que os portões sejam abertos e fechados. Os portões devem ser fechados para manter os ímpios fora da cidade; e eles devem ser fechados para manter o povo de Deus seguro na cidade, pois, é triste dizer, eles às vezes tentam sair. Os portões devem ser abertos para deixar entrar na cidade aquele povo de Deus que nasceu fora da igreja, mas tem que serem trazidos a ela. Embora a pregação da Palavra e o exercício da disciplina sejam o poder-chave, neste versículo de João, a disciplina cristã é especialmente enfatizada.

Portanto, o poder de perdoar pecados é o poder de abrir e fechar as portas. É o poder da disciplina. Os presbíteros da igreja recebem essas chaves; as chaves, por assim dizer, estão penduradas em um prego na sala de reuniões dos anciãos. Eles viram as chaves e abrem e fecham os portões quando pregam o evangelho e exercem a disciplina cristã.

Autor: Rev. Prof. Dr. Herman Hanko. Traduzido e adaptado por: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C.

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