Exegese bíblica da Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus.
******************************
"Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus
há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que
escape da minha mão." (Deuteronômio 32:39 - ACF).
De acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de
Deus, esse versículo enfatiza que não há nenhum outro deus além do Senhor como
sendo soberano e controlador absoluto. Ele é o único responsável por todas as
coisas que acontecem na vida das pessoas.
Um Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano
acredita que essa doutrina significa que Deus escolheu quem seria salvo antes
mesmo da criação do mundo. Esses indivíduos são os eleitos ou predestinados
para serem salvos, enquanto outros serão condenados à perdição eterna.
Quando analisamos este versículo nos idiomas originais,
podemos ver uma forte ênfase no fato de que só existe um Deus verdadeiro: "רְאוּ
עַתָה כִי אֲנִי הוׂא וגו' (Re'u ata ki ani hu v'ein elohim imadi)"
- "Veja agora que Eu sou aquele [único] e não há mais Deuses junto
comigo" (tradução livre). O uso repetido do pronome singular
"Eu" também enfatiza ainda mais a unidade divina absoluta.
Além disso, quando se trata da
linguagem usada neste verso para descrever o controle divino sobre todas as
coisas, duas palavras em hebraico são especialmente significativas: ממית
("matando") e מחיה ("dando vida"). Ambas
essas palavras estão no particípio ativo presente contínuo - indicando uma
atividade constante exercida pelo próprio Deus ao longo do tempo. Isso indica
claramente a visão supralapsariana hiper-calvinista de uma pré-ordenação
completa dos destinos individuais pelos quais ninguém pode escapar das mãos
onipotentes de Deus.
Em resumo, este versículo ilustra claramente a ideia central da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus; todos os aspectos da existência humana estão sob o controle supremo deste único Ser Divino sem rival ou igual.
"Bem sei eu que tudo podes, e
que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido." (Jó 42:2 - ACF).
De acordo com a doutrina da soberania exaustiva e absoluta de
Deus, expressada pelo posicionamento presbiteriano ortodoxo, hiper-calvinista e
supralapsariano, esse versículo de Jó enfatiza o controle absoluto que Deus tem
sobre todas as coisas. O texto afirma explicitamente que Deus pode fazer tudo o
que quiser e nenhum dos Seus propósitos pode ser impedido.
A palavra hebraica usada para "poder" é "yakol",
que significa ter a capacidade ou habilidade de realizar algo. Essa palavra
também aparece em outros textos bíblicos como Gênesis 18:14 ("Acaso há
alguma coisa impossível para o Senhor?"), Jeremias 32:17 ("Ah!
Soberano Senhor, tu fizeste os céus e a terra pelo teu grande poder e por teu
braço estendido. Nada é impossível para ti.") E Lucas 1:37 ("Pois
nada é impossível para Deus").
O termo "propósito" usado no verso vem da palavra
hebraica "etzah", que denota um plano ou ideia
deliberada. Esse conceito está presente em outras passagens das Escrituras
Sagradas como Isaías 46:10-11 (“Desde o início anuncio o fim, e desde tempos
remotos, as coisas ainda não realizadas; Eu digo: Meu plano permanecerá firme,
e farei tudo o que me agrada."), Efésios 1:11 (“Nele fomos escolhidos,
tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas
segundo a intenção da sua vontade”) entre outras.
Assim sendo podemos perceber
claramente na leitura do texto original uma forte ênfase na completa
autossuficiência divina no tocante à realização de qualquer objetivo ou
finalidade específicos e próprios dele mesmo sem nenhuma interferência externa.
Dessa forma, podemos concluir que este versículo reforça firmemente a crença central do posicionamento ortodoxo calvinista quanto ao controle total exercido por Deus sobre todos os eventos mundiais e pessoais - incluindo tanto aqueles considerados bons quanto ruins -, garantindo assim Sua absoluta soberania na criação inteira.
“Os teus olhos viram o meu corpo
ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em
continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.” (Salmos 139:16 –
ACF).
De acordo com a Doutrina da Soberania
Exaustiva e Absoluta de Deus, todas as coisas são determinadas pela vontade
divina, incluindo o destino eterno dos indivíduos. Isso significa que Deus tem
controle completo sobre tudo o que acontece no universo, desde os eventos
naturais até as escolhas feitas pelos seres humanos. Como Presbiteriano
Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, entendo que isso se aplica também
à salvação dos indivíduos. Ou seja, a decisão de quem será salvo ou condenado
já foi tomada por Deus antes mesmo da criação do mundo.
No Salmo 139:16 em questão, o autor
reconhece que sua vida
inteira está sob o cuidado de Deus desde seu início ainda informe (ou
"embrionário"). Ele afirma que todas as suas características foram
escritas no livro do Senhor antes mesmo de serem formadas na prática. Isso
demonstra uma compreensão profunda da soberania absoluta de Deus sobre todos os
aspectos da vida humana.
Ao analisar esse versículo nos
idiomas originais – hebraico e grego – podemos observar algumas nuances
interessantes:
- A palavra usada para
"informe" em hebraico é גּוֹלֵם (golem), literalmente significando
algo incompleto ou não acabado. Essa mesma palavra é usada na tradição judaica
para descrever um boneco animado criado pelo poder mágico das palavras
sagradas.
- Em grego, a palavra traduzida como
"continuação" é συνεχῶς (synechos), indicando algo
conectado ou unido sem interrupções. Esse termo sugere uma visão mais dinâmica
do processo criativo descrito no Salmo 139:16.
Esses elementos linguísticos destacam ainda mais a ideia central desse verso: toda a nossa existência está nas mãos de um Deus absolutamente soberano e controlador; nada escapa ao Seu conhecimento ou à Sua vontade.
"Como ribeiros de águas assim é o coração do rei
na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer." (Provérbios 21:1 -
ACF).
Segundo a doutrina da soberania
exaustiva e absoluta de Deus, todas as coisas acontecem conforme o plano e
propósito divino, incluindo as escolhas humanas e seus resultados. Em outras
palavras, o controle total das circunstâncias está nas mãos de Deus.
À luz desse entendimento teológico,
podemos compreender Provérbios 21:1 como uma afirmação da soberania divina
sobre os governantes terrenos. O coração do rei é comparado a ribeiros de água,
que fluem seguindo um curso determinado por sua fonte original. Da mesma forma,
o coração do rei está na mão do Senhor; isto é, sob seu poder absoluto.
O texto bíblico afirma ainda que Deus
"inclina" o coração do rei a todo o seu querer. Isso sugere que mesmo
quando os líderes tomam decisões aparentemente independentes ou contrárias à
vontade divina (como no caso dos faraós egípcios em relação aos hebreus), suas
escolhas são guiadas pelo controle providencial de Deus para cumprir seus
propósitos eternos.
A interpretação deste versículo deve
ser feita com base nos idiomas originais. A palavra hebraica traduzida como
"ribeiros" é "naharot", derivada do termo "nachal",
que significa literalmente “córrego” ou “rio pequeno”. Já a expressão “na mão”,
usada para descrever a posição do coração do rei em relação ao Senhor, vem da
palavra hebraica “yad”, que pode significar tanto mão quanto
poder.
Em resumo: este provérbio ensina que
toda autoridade humana encontra-se sob a soberania absoluta de Deus e serve aos
Seus planos perfeitos - mesmo quando parece estar agindo contra eles - porque
Ele tem todo poder sobre tudo aquilo que foi criado por ele. Como presbiteriano
ortodoxo, hiper-calvinista e supralapsariano eu afirmaria ainda mais
explicitamente essa realidade dizendo:
Deus não só governou antecipadamente todas as coisas antes
delas existirem (supralapsarianismo); como também ordenou todos os eventos
desde sempre com detalhes precisos (Hiper-calvinismo); Cabe lembrar também, que
isso não anula nem diminui nossa responsabilidade moral pelas nossas próprias
escolhas pessoais mas essa responsabilidade jamais irá interferir na liberdade
intrínseca de Deus exercer Seu domínio completo sobre as questões universais
num sentido geral.
"O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Como
pensei, assim sucederá,
e como determinei, assim se efetuará. Quebrantarei a Assíria na minha terra, e
nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte deles e a sua carga se desvie dos seus
ombros. Este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a
mão que está estendida sobre
todas as nações. Porque o Senhor dos Exércitos o
determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará
voltar atrás? (Isaías 14:24-27 - ACF).
De acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e
Absoluta de Deus, este texto deve ser entendido como uma demonstração do
controle absoluto que Deus exerce sobre todas as coisas. O Senhor dos Exércitos
jurou que cumprirá seus propósitos e determinações conforme sua vontade, sem
possibilidade de invalidação ou retorno atrás.
O posicionamento de um Presbiteriano Ortodoxo,
Hiper-calvinista e Supralapsariano reforça ainda mais essa compreensão. Para
esses teólogos, Deus desde antes da fundação do mundo já havia decidido quem
seria salvo e quem não seria, independente das escolhas pessoais ou méritos
humanos. Nesse sentido, o julgamento sobre a Assíria é resultado direto da
soberania divina.
A fundamentação nos idiomas originais pode ajudar a
confirmar essa interpretação. Por exemplo, o verbo "determinado"
(hebraico: חָשַׁב - chashav) usado no versículo 26 enfatiza um
planejamento cuidadoso por parte de Deus. Da mesma forma, o uso da expressão
"mão estendida" (hebraico: יָד – yad) indica poder
ativo para realizar seus propósitos.
Dessa forma conclui-se que Isaías 14:24-27 é uma afirmação clara da soberania absoluta de Deus sobre todas as nações e eventos históricos; em consonância com os pressupostos hiper-calvinistas/supralapsarianos acerca do controle total que Ele exerce sobre todos os aspectos do universo criado à Sua imagem e semelhança!!!
"Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz,
e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas." (Isaías 45:7 - ACF).
A exegese deste versículo, à luz da
doutrina da soberania exaustiva e absoluta de Deus, afirma que tudo o que
acontece no mundo é controlado e governado por Deus. Ele é o criador de todas
as coisas, incluindo a luz e as trevas, bem como a paz e o mal.
Portanto, não há nada fora do controle do conhecimento divino.
Um presbiteriano ortodoxo, hiper-calvinista e supralapsariano
interpretaria esse verso enfatizando ainda mais a totalidade do poder absoluto
de Deus sobre todas as coisas na criação - tanto boas quanto más - em uma
perspectiva da eleição antes mesmo da queda (supralapsarianismo); Esses eventos
são pré-determinados para cumprir sua vontade salvífica desde toda eternidade.
No texto original hebraico encontramos:
אֹור יֹוצֵר וּבֹורֵא חשֶׁךְעשׂה שׁלוߘמ ۖיוٴשׁ מور
ۖיהוَשׁ מלِّيک את-كُل הءِנּى
A palavra "criar" aqui vem do verbo yatsar (יוْצר),
que significa formar ou moldar algo com cuidado; isso implica num ato
intencionalmente planejado pelo Criador. Já a palavra para "fazer", 'asa'
(עשה), significa executar algo completamente dentro dos limites
estabelecidos por Deus segundo Sua perfeita vontade soberana.
Portanto Isaías 45:7 ensina claramente que toda forma de criação está sob o controle completo e onipotente de Deus; Ele é responsável pela existência das trevas assim como da luz; Ele é quem faz toda sorte e eventuais circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis ao ser humano conforme Seus propósitos decretos perfeitos; sendo elas boas ou más diante dEle próprio mas sempre visando um fim último glorioso onde os seus eleitos redimidos O louvarão eternamente pelos feitos realizados através dessas circunstâncias, mesmo que aparentemente, pareçam ruins aos olhos humanos.
"Que anuncio o fim desde o
princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O
meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade." (Isaías 46:10 -
ACF).
Seguindo a Doutrina da Soberania
Exaustiva e Absoluta de Deus, podemos entender que esse verso é uma declaração
clara do controle total de Deus sobre o tempo e o espaço. Ele anuncia o fim desde o
princípio, ou seja, ele tem conhecimento prévio dos eventos futuros antes mesmo
que eles aconteçam.
Além disso, ao declarar "farei
toda a minha vontade", Deus está afirmando sua soberania absoluta sobre
todas as coisas. Isso significa que tudo o que acontece no universo é planejado
por ele e ocorre segundo sua permissão ou direcionamento.
Para um convicto; Presbiteriano
Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano essa exegese fica ainda mais
enfática na predestinação absoluta das coisas. Ou seja: tudo foi determinado
por Deus antes da criação do mundo - inclusive quem seria salvo ou não.
Em relação aos idiomas originais
deste versículo em particular:
- A palavra hebraica para
"anuncio" é מַגִּיד (maggid), que pode ser traduzida
como proclamar.
- "Fim" vem de קֵץ
(qetz) em hebraico, indicando ponto final ou término.
- O termo grego usado para
"conselho" aqui é βουλή (boulé), significando propósito
deliberado.
- E finalmente a expressão "toda a minha vontade" pode ser traduzida diretamente do hebraico חָפְצוֹני kol-mas'êh yadî', referindo-se à satisfação completa de todos os desejos divinos.
"Porventura sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e
não também Deus de longe?" (Jeremias 23:23 - ACF).
De acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de
Deus, a afirmação "Porventura sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e não
também Deus de longe?" pode ser entendida como uma confirmação da
onipresença divina. Isso significa que Deus está presente em todos os lugares
ao mesmo tempo, controlando todas as coisas conforme sua vontade soberana.
Para um convicto; Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, essa
passagem reafirma a crença na totalidade do controle divino sobre tudo o que
acontece no mundo. Segundo esse posicionamento teológico específico; dentro do
calvinismo clássico reformado, Deus predestinou desde antes da criação quem
seria salvo ou condenado - independentemente das escolhas ou atitudes humanas.
Em relação aos idiomas originais utilizados nessa passagem
bíblica podemos confirmar esta verdade:
- No texto hebraico (Jeremias 23:23) temos: "הֲמִמְּקוֹר
אָנֹכִי אֵל וגו". A palavra para "perto" é מקור
(meqor), que pode ter diversos significados dependendo do contexto;
neste caso em particular alguns estudiosos sugerem que se refere à ideia de
proximidade espacial ("estou próximo fisicamente"), enquanto outros
apontam para uma possível interpretação mais abstrata relacionada à percepção
humana ("eu estou muito presente/visível", por exemplo).
Já o termo traduzido como
"longe" é רחוק (rachok), aqui indicando distância
física ou temporal.
- Na Septuaginta (tradução grega do
Antigo Testamento), encontramos: "εἰ δὲ ἐγγὺς εἰμι καὶ οὐχ ᾖ
πόρρωθεν." O verbo utilizado para
"estar próximo" é ἐγγίζω (engizo), enquanto para
"longe" foi usado πόρρωθεν (porrothen).
Embora esses detalhes linguísticos
possam enriquecer nossa compreensão dos textos bíblicos originais, eles não
alteram substancialmente a interpretação geral apresentada acima quanto ao
significado dessa passagem em termos da doutrina calvinista da soberania exaustiva
e absoluta de Deus sobre toda a criação.
Na língua grega utilizada pelos autores do Novo Testamento
Koiné encontramos referências similares no livro dos Atos dos Apóstolos
capítulo 17 versículo 27 onde Lemos ἐν αὐτῷ ζῶμεν καὶ κινούμεθα καὶ ἐσμέν
— “pois nele vivemos, movemo-nos e existimos”. Aqui Paulo utiliza uma forma
poética destacando novamente essa ideia universalista; visto pelo prisma
Cristocêntrico.
Portanto concluímos dessa forma nossa
análise exegética consideradas às principais correntes teológicas mencionadas
anteriormente.
“Porventura da boca do Altíssimo não
sai tanto o mal como o bem?” (Lamentações 3:38 – ACF).
Conforme a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de
Deus, Deus é o soberano absoluto sobre todas as coisas. Ele é o criador e
sustentador do mundo, controlando tudo com sua vontade onipotente. Nada
acontece fora do seu controle ou sem a sua permissão.
Um Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano
defende que Deus escolheu quem ele iria salvar antes mesmo da criação do mundo
(eleição incondicional). Esse grupo também afirma que Adão foi predestinado à
queda (supralapsarianismo), mas não afirma que isso exime os homens da
responsabilidade por seus pecados.
Assim sendo, Lamentações 3:38 deve ser entendido dentro deste
contexto teológico específico. A palavra "mal" neste versículo em
hebraico é "ra", que pode ser traduzida como
"desgraça" ou "calamidade". Já a palavra para
"bem" é “tob”, significando aquilo que é bom, benéfico
ou próspero.
Dessa forma, podemos interpretar esse
versículo dizendo que tanto as calamidades quanto os benefícios são enviados
por Deus. Isso significa afirmar a completa soberania Dele sobre todas as
situações na vida dos indivíduos - sejam elas boas ou más -, mostrando assim
uma resposta ao questionamento implícito no texto (“Porventura...?”).
Portanto, nesta perspectiva teológica mais restrita de um convicto; presbiteriano ortodoxo, hiper-calvinista e supralapsariano, Lamentações 3:38 reforça ainda mais essa doutrina tão central. Conclui-se então que Deus tem pleno poder para determinar quais eventos ocorrerão nas vidas das pessoas e cabe ao homem confiar nesse plano divino sabendo sempre reconhecer Sua justiça nos momentos bons e maus desta existência terrena.
"Assim saberão todas as árvores do campo que eu,
o Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde, e
fiz reverdecer a árvore seca; eu, o Senhor, o disse, e o fiz." (Ezequiel
17:24 - ACF).
De acordo com a Doutrina da Soberania
Exaustiva e Absoluta de Deus, todas as coisas que acontecem no mundo são
controladas por Deus, incluindo os eventos naturais e as escolhas humanas.
Nesta passagem em particular, vemos que é o Senhor quem abate a árvore alta e
eleva a árvore baixa.
Um Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano
entenderia esta passagem como uma prova da soberania absoluta de Deus sobre
tudo o que ocorre na natureza. Além disso, essa exegese afirmaria que Deus tem
um propósito para cada coisa criada e age de maneira infalível para cumprir
esse propósito.
No original hebraico do texto bíblico encontramos algumas
informações relevantes. A palavra usada para "árvore" é עֵץ
(ets), cujo significado literal refere-se à madeira ou lenha. Porém, em
diversos contextos bíblicos essa palavra representa também figuras simbólicas
como pessoas ou nações.
O verbo utilizado aqui para "abati" é הִכְנוֹת
(hiknot), que pode ser traduzido como "derrubar", enfatizando
assim ainda mais a ideia de intervenção divina ativa nas situações apresentadas
neste versículo.
Já o termo empregado para
"elevei" é הורדתי (horadeti), onde notamos uma reversão
semântica interessante: ao invés de elevar algo diretamente acima do solo -
sentido primário desta expressão verbal -, ela assume aqui um valor simbólico
representando uma inversão dos papéis sociais previstos pela ordem estabelecida
pelos homens.
Em suma, podemos compreender este versículo como sendo uma mensagem clara do poder absoluto e soberano de Deus sobre todas as coisas existentes; não apenas na sua criação natural, mas mesmo em suas repercussões históricas através das gerações humanas sucessivas.
"Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonosor,
levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse
o Altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é
um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. E todos os
moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com
o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua
mão, e lhe diga: Que fazes?" (Daniel 4:34,35 - ACF).
De acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de
Deus, este trecho bíblico destaca a grandeza do Altíssimo e Sua soberania
absoluta. O texto afirma que todas as coisas estão sob o domínio de Deus, desde
o exército celestial até os habitantes da terra. Os moradores da terra são
considerados como nada em comparação com o poder divino.
Nabucodonosor reconhece essa soberania ao levantar seus olhos
para o céu e louvar ao Senhor pelo entendimento concedido a ele. Nesse sentido,
é importante ressaltar que Nabucodonosor era um rei pagão, mas mesmo assim foi
usado por Deus para cumprir Seus propósitos na história.
Ainda segundo a perspectiva presbiteriana ortodoxa,
hiper-calvinista e supralapsariana, esse trecho bíblico enfatiza que tudo
acontece de acordo com a vontade de Deus; Ele opera conforme lhe agrada tanto
no céu como na terra. Não há quem possa resistir à sua mão poderosa ou
questioná-lo sobre suas obras.
Em relação aos idiomas originais utilizados neste texto
bíblico em particular, no hebraico "domínio" é traduzido como מֶמְשָׁלָה
(memshalah) significando "soberania". Já em “geração” "דוֹר"
(dor), significa literalmente uma volta ou revolução.
Além disso, a palavra "reputados" utilizada na
frase "todos os moradores da terra são reputados em nada", é
traduzida do hebraico לְפָנִין (lefanin), que pode ser traduzido
como "contabilizados" ou "considerados". Isso reforça a
ideia de que, diante da grandeza e soberania absoluta de Deus, qualquer poder
humano é insignificante.
Em resumo, este trecho bíblico enfatiza a soberania exaustiva
e absoluta de Deus sobre todas as coisas. Ele opera conforme Sua vontade tanto
no céu quanto na terra e não há ninguém capaz de resistir à Sua mão poderosa ou
questioná-lo sobre Suas obras.
Portanto, a exegese presbiteriana ortodoxa, hiper-calvinista
e supralapsariana destaca que a vontade de Deus é soberana em todos os aspectos
da vida, inclusive na história humana. Isso se reflete no fato de que mesmo um
rei pagão como Nabucodonosor foi usado por Deus para cumprir Seus propósitos.
Em conclusão, essa passagem bíblica
ressalta o poder supremo e controle absoluto de Deus sobre todas as coisas,
enfatizando Sua soberania inquestionável.
"Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não
estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha
feito?" (Amós 3:6 - ACF).
Primeiramente, é importante destacar que a Doutrina da
Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus ensina que Deus é o soberano absoluto
sobre todas as coisas e não há nada que aconteça sem a sua vontade ou
permissão. Isso significa que até mesmo os eventos aparentemente caóticos do
mundo estão sob o controle divino.
Em relação ao texto em questão, Amós 3:6 afirma claramente
essa doutrina. A primeira parte do versículo questiona se alguém pode tocar uma
trombeta na cidade e o povo não estremecerá. Essa figura retórica enfatiza como
algo tão simples pode causar um impacto significativo nas pessoas.
A segunda parte do verso, por sua vez, faz uma pergunta ainda
mais contundente: será que algum mal pode surgir na cidade sem ter sido feito
pelo Senhor? Aqui vemos claramente a ideia de que nada acontece fora da vontade
ou permissão divinas.
Para fundamentar essa exegese nos idiomas originais,
podemos observar algumas palavras-chave no texto hebraico:
- "Tocar-se-á": a palavra hebraica aqui é "yatab",
cujo sentido básico é "trombetear" ou "tocar corneta". O
verbo está conjugado na forma passiva reflexiva (hitpa'el),
indicando uma ação realizada por si mesma.
- "Estremecerá": em hebraico, temos "harad",
cujo sentido literal é tremer ou agitar-se violentamente.
- "Sucederá": aqui temos o
termo "haya", comum tanto no hebraico bíblico quanto no
moderno. Ele indica existência ou tornar-se.
- "Mal": em hebraico,
usamos a palavra ra', cujo significado varia conforme o contexto.
Pode ser traduzido como calamidade, desastre ou infortúnio em geral.
- Por fim, "Senhor" vem do
tetragrama YHWH – nome sagrado de Deus para os judeus -,
utilizado cerca de 6 mil vezes ao longo do Antigo Testamento.
Essas palavras reforçam ainda mais
nossa interpretação acerca da soberania absoluta e exaustiva de Deus sobre
todas as coisas. Ainda assim devemos lembrar sempre dos cuidados necessários à
leitura das escrituras:
"Cuida bem deste livro; este volume te fará conhecer coisas excelentes e inestimáveis; e ignora quem ignora esta Escritura."
"E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o
que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!" (Lucas
22:22 - ACF).
1) De
acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus, este versículo
afirma que todos os eventos na história são determinados pela vontade soberana
de Deus. Nada acontece por acaso ou fora do controle divino. Jesus afirma que
Ele mesmo está seguindo o plano estabelecido por Deus para Sua vida e
ministério terrenos. Além disso, Jesus também prevê o trágico destino de Judas
Iscariotes, mostrando que mesmo aqueles homens escolhidos pessoalmente pelo
Filho de Deus não estão livres do controle soberano de Deus sobre seus
destinos.
2) Um convicto
Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano; acrescentaria ainda
mais camadas a essa interpretação. Eles enfatizam que esta passagem demonstra a
absoluta predestinação dos seres humanos - incluindo Judas - ao seu destino
final no céu ou no inferno antes mesmo da criação do mundo (supralapsarianismo);
Assim como Jesus seguiu o curso estabelecido para ele em sua encarnação humana,
assim também cada pessoa segue um caminho pré-determinado em relação à salvação
eterna ou condenação eterna.
3) Em
termos linguísticos originais, é interessante notar que a palavra traduzida
como "determinado" aqui vem do grego "τεταγμένον"
(tetagmenon), uma forma verbal perfeita passiva participial do verbo τάσσω
(tasso). Essa raiz pode denotar algo colocado em ordem militar ou
organizacional; portanto, há uma sugestão implícita de ordem e propósito neste
versículo.
O uso da palavra grega "ουαι" (ouai),
geralmente traduzida como "ai", carrega uma forte carga emocional
negativa significando lamentação / dor / sofrimento intenso / desgraça iminente
etc., reforçando ainda mais as consequências terríveis dos planos divinos sobre
aquele responsável pela traição futura de Cristo.
Além disso, a construção grega do verso tem uma ordem
interessante: "τοῦ μὲν υἱοῦ τοῦ ἀνθρώπου κατά τό ὃ προσδέδεται"
(tou men huiou tou anthrōpou kata to ho prosdedetai) - literalmente,
"do Filho do Homem de acordo com o que está determinado". A palavra "prosdedetai"
aqui é geralmente traduzida como "é traído", mas na verdade significa
algo mais parecido com "o que foi preordenado ou fixado
antecipadamente". Essa construção gramatical enfatiza ainda mais a ideia
de um plano divino pré-estabelecido para os eventos à frente.
Em resumo, essa passagem ensina que
todas as coisas são governadas pela vontade absoluta e soberana de Deus. Jesus
segue o curso estabelecido por Deus para ele em relação ao seu ministério e
destino final; Judas também segue um caminho pré-determinado em direção à sua
traição e punição eterna. Para aqueles que estão comprometidos com a visão
supralapsariana da salvação, isso serve como um lembrete sombrio da tensão
entre a graça livre de Deus e Sua escolha soberana desde antes da criação do
mundo.
"João respondeu, e disse: O
homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu." (João
3:27 - ACF).
De acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de
Deus, tudo o que acontece na vida humana é determinado por Deus. Nesse
contexto, João 3:27 enfatiza que nada pode ser recebido pelo homem, a menos que
seja dado do céu.
O Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano
entende que essa passagem reforça a doutrina da eleição incondicional. Ou seja,
Deus escolhe aqueles que serão salvos antes mesmo da criação do mundo e
concede-lhes todas as bênçãos espirituais através de sua graça irresistível.
A exegese dessa passagem em seus idiomas originais (grego)
apoia essa interpretação. A palavra grega para "dar" é didómi,
no tempo presente indicativo ativo; isso significa uma ação contínua realizada
por um sujeito (no caso aqui o Pai celestial). Além disso, o verbo recebe forma
passiva - lêvetai -, indicando uma completa dependência em
relação ao sujeito agente (Deus).
Portanto, segundo esta perspectiva teológica específica
dentro do universo protestante reformado – expressamente fundamentada nos
termos originais das Escrituras Sagradas – João 3:27 ressalta não só a
soberania absoluta de Deus sobre todas as coisas, mas também como Ele age
livremente concedendo suas dádivas apenas àqueles aos quais decidiu favorecer
eternamente pela sua vontade infinita e imutável.
Assim sendo, entendemos que João está afirmando aqui a total dependência das pessoas em relação a Deus para receber qualquer coisa relacionada à vida espiritual - desde bênçãos temporais até o dom da salvação eterna. Essa exegese se alinha perfeitamente com os princípios fundamentais da teologia supralapsariana, presbiteriana ortodoxa e hiper-calvinista; sobre a soberania absoluta de Deus na regeneração e eleição dos crentes.
"Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem
sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o
havia de entregar. E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim,
se por meu Pai não lhe for concedido." (João 6:64,65 - ACF).
Exegese conforme a Doutrina da Soberania Exaustiva e
Absoluta de Deus:
Segundo a doutrina da soberania exaustiva e absoluta de Deus,
todas as coisas acontecem segundo o plano divino. Nada escapa do controle de
Deus, que é onipotente, onisciente e onipresente. Assim, quando Jesus afirma
que há alguns que não creem nele, ele está indicando que essa incredulidade faz
parte do plano divino.
De acordo com essa visão teológica, desde o princípio dos
tempos - ou seja, antes mesmo da criação - Deus já sabia quem haveria de crer
em Jesus e quem não haveria. Isso significa dizer que a salvação depende
exclusivamente do querer divino: aqueles a quem foi concedido vir até Cristo
são os escolhidos por Deus para serem salvos.
Portanto, quando Jesus afirma: "Por isso eu vos
disse que ninguém pode vir a mim se por meu Pai não lhe for concedido",
ele está reforçando esse entendimento sobre o papel da vontade divina na
salvação dos homens. Aqueles aos quais foi concedido pelo Pai ter fé em Cristo
serão salvos; os demais estarão condenados à perdição eterna.
Posicionamento Presbiteriano Ortodoxo,
Hiper-calvinista e Supralapsariano:
A interpretação supralapsariana pressupõe uma ordem lógica
inversa no decreto eterno de predestinação elaborado por Deus antes mesmo da
criação do mundo. Segundo essa corrente teológica hiper-calvinista, primeiro
teriam sido escolhidos aqueles indivíduos destinados à graça irresistível (isto
é, aqueles chamados eficazmente ao arrependimento), depois foram criadas as
pessoas na história temporal, e então elas pecaram (lapsus) tornando-se
merecedoras; somente assim lhes foi oferecida misericórdia através das obrigações
cumpridas por Cristo como substituto legal desses Eleitos.
Com base nessa perspectiva teológica específica,
podemos afirmar conforme João 6:64-65:
Jesus conhecia previamente todos os seus seguidores
verdadeiros bem como todos os falsos discípulos. Eram estes últimos indivíduos compostos pelos réprobos" pré-determinados" ou
"não selecionados". Alguns seriam convocados pela voz interna do
Espirito Santo para aceitar
ativamente sua condição miserável diante de um perdoador capaz. Esses eram
selecionáveis antecedentemente pelas circunstâncias históricas nas quais
viveram, portanto, tornavam-se receptivos à influência
sobrenatural providenciada no tempo adequado.
Os outros simplesmente permaneceriam endurecidos, no estado
natural impossibilitado pela depravação total herdada em Adão. Para esses, a
chance seria através das obras meritórias desincumbidas pelo próprio Filho
unigênito numa expiação limitadíssima aplicada apenas aos redimidos, nunca para
toda humanidade.
Fundamentação nos idiomas originais:
No grego original utilizou-se um
termo específico para indicar esse dom gratuito dado pelo Pai: "δεδομένον",
que tem sentido passivo, pode significar tanto algo dado livremente quanto algo
atribuído sem qualquer mérito particular. A palavra empregada aqui denota com
clareza uma atitude unilateral enfatizando o processo interno intratrinitário
dentro dessa relação peculiar entre Pai-Filho-Espírito Santo.
O verbo principal utilizado neste
texto, "ἀπιστούν", significa propriamente falta
completa ou falha total em confiar. Depois vem outro verbo usado
explicitamente: "Εκλεγόμαι" (eleger ou preterir). Nesse
caso, constataremos uma forma verbal usada semanticamente intensificadora (o
prefixo ρχι-) mostrando claramente seu caráter absoluto
incondicional.
Nesses versículos tratamos, portanto,
dum conceito complexo porque envolve simultaneamente decisões livres feitas
pelos seres humanos (julgamentos morais subjetivos) e eventos inevitavelmente
controlável pela Divindade (uma intervenção causal incategorizável). É, de
certa forma; perturbadora a ideia de que, uns já nascem ELEITOS e outros
RÉPROBOS; porém, quem é o barro para questionar DEUS???
Em resumo, a exegese conforme a doutrina da soberania exaustiva e absoluta de Deus interpretaria João 6:64-65 como uma afirmação sobre o papel do Pai na salvação dos homens e sobre a predestinação divina. Já a interpretação supralapsariana, com base em sua perspectiva teológica específica e fundamentada nos idiomas originais, enfatizaria que Jesus já conhecia previamente seus seguidores verdadeiros e os falsos discípulos - estes últimos compostos pelos réprobos não selecionados. Alguns seriam convocados pelo Espírito Santo para aceitar sua condição miserável diante de um perdoador capaz; outros simplesmente permaneceriam endurecidos no estado mental/natural impossibilitado pela depravação total herdada em Adão.
"A este que vos foi entregue pelo determinado
conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos
de injustos;" (Atos 2:23 - ACF).
1. De
acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus, este versículo
afirma que tudo o que acontece na história humana é determinado pelo plano
soberano de Deus. O texto começa dizendo "este", se referindo a Jesus
Cristo, foi entregue pelas mãos dos homens para ser preso, crucificado e morto.
No entanto, isso não significa que os homens são responsáveis por esses atos
em si mesmos. Antes disso, eles foram realizados segundo o conselho prévio e a
presciência divina.
2. Para um
convicto; Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, esse
versículo reforça sua crença na eleição incondicional - ou seja, que Deus
escolheu antes da criação quem seria salvo ou condenado à perdição eterna. Isso
porque mesmo as más ações dos homens fazem parte do grande plano divino para
redimir Seu povo escolhido.
3. A
palavra grega traduzida como "presciência" neste verso é προγνωσις
(prognosis), derivada de duas palavras: προ (pro),
significando "antes", e γινωσκω (ginóskō), significando
"conhecer". Portanto, pode-se entender esta palavra como conhecimento
prévio ou previsão divina sobre o futuro dos eventos humanos.
Além disso, deve-se notar que o verbo utilizado aqui
para descrever as pessoas crucificando Jesus - κατεχειρίζω (katecheirizo)
- tem uma conotação forte de estar sob poder absoluto ou controle total das
mãos que causam essa violência; mais uma vez enfatizando a ideia do domínio
completo de Deus sobre todas as coisas.
Portanto, o tema central desta exegese é mostrar como Atos 2:23 fortalece ainda mais os princípios centrais da teologia reformada hiper-calvinista supralapsariana por meio da ênfase no planejamento soberano e absoluto de Deus em toda história humana.
Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus,
que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os
gentios e os povos de Israel; Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu
conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.” (Atos 4:27,28
– ACF).
A exegese deste texto, conforme a Doutrina da Soberania
Exaustiva e Absoluta de Deus, defendida pelos Presbiterianos Ortodoxos,
Hiper-calvinistas e Supralapsarianos, é que tudo o que acontece na história
humana está sob o controle absoluto de Deus. Neste caso específico, tanto
Herodes, quanto Pôncio Pilatos, os gentios e o povo de Israel foram usados por
Deus para cumprir Seu plano soberano.
O verbo "ajuntaram" no original grego é "συναγωγή"
(synagoge), que significa reunir ou juntar-se. Este termo mostra
claramente que todos estes grupos se uniram em um propósito comum: fazer o que estava
previamente determinado pela vontade divina.
O texto afirma expressamente que tudo isso foi feito
"para fazerem tudo o que a tua mão e teu conselho tinham anteriormente
determinado". Aqui vemos uma declaração inequívoca da providência absoluta
de Deus sobre todas as coisas.
Portanto, podemos concluir desta passagem bíblica em Atos
4:27-28 que nada escapa ao controle soberano do nosso Deus Todo-Poderoso. Ele
usa até mesmo aqueles considerados ímpios para cumprir Sua vontade perfeita.
Além disso, é importante destacar a
ênfase no fato de que Jesus Cristo é o Filho ungido por Deus. O termo
"ungiste" no original grego é "χρίω" (chrio),
que significa ungir ou consagrar com óleo. Este verbo era frequentemente usado
para se referir à unção de reis e sacerdotes no Antigo Testamento.
Assim, a referência ao Filho ungido
sublinha a posição única e especial de Jesus como Rei e Sumo Sacerdote. E mesmo
este Filho amado foi entregue à morte pelos homens ímpios que agiram dentro dos
limites permitidos pela providência divina.
Esta passagem bíblica traz uma mensagem poderosa sobre o controle soberano de Deus acerca tudo o que acontece na história humana. Isso nos leva a confiar em Seu plano perfeito e descansar em Sua vontade suprema, sabendo que Ele trabalha todas as coisas juntas para nosso bem e Sua glória (Romanos 8:28).
"O qual nos tempos passados deixou andar todas as
nações em seus próprios caminhos." (Atos 14:16 - ACF).
1.
Conforme a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus, esse versículo
demonstra que Deus tem total controle sobre todas as nações do mundo,
permitindo-lhes seguir seus próprios caminhos quando Ele decide assim. Isso
significa que mesmo durante os períodos em que uma nação está afastada Dele e
seguindo seu próprio caminho, isso ainda ocorre sob o domínio soberano de Deus.
2. Do
ponto de vista de um convicto; Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e
Supralapsariano, este texto destaca a predestinação divina das nações para
seguirem seus próprios
caminhos. Para esses Presbiterianos Ortodoxos, tudo é determinado por Deus -
desde o destino eterno dos indivíduos até o curso da história mundial.
3. A
tradução literal do grego seria: "O qual nos tempos passados permitiu (εἴασεν)
às nações andarem em seus próprios caminhos". O verbo εἴασεν
pode ser interpretado como "deixar", "permitir" ou
"tolerar". O uso desse termo sugere uma concessão intencional por
parte de Deus no sentido de permitir às nações agirem livremente enquanto
mantém todo controle absoluto sobre elas.
Além disso, a palavra "andar" (περιπατεῖν)
pode ser entendida como uma metáfora para o comportamento moral ou espiritual
de uma nação. Ao permitir que as nações andem em seus próprios caminhos, Deus
está concedendo-lhes liberdade para escolher seu próprio destino em relação à
fé e à moralidade. No entanto, essa liberdade não é absoluta - ainda está
sujeita ao controle soberano de Deus.
Em resumo, este versículo demonstra o domínio absoluto e exaustivo de Deus sobre todas as nações do mundo. Ele permite às nações seguirem seus próprios caminhos enquanto mantém total controle sobre elas. Isso reflete a doutrina calvinista da predestinação divina e reforça a crença dos presbiterianos ortodoxos, hiper-calvinistas e supralapsarianos no poder absoluto de Deus sobre tudo o que acontece no mundo.
"Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me
testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e
contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de
Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são
israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei,
e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo
a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém. Não que a
palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; Nem por
serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a
tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus,
mas os filhos da promessa são contados como descendência. Porque a palavra da
promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho. E não somente
esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque,
não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito
de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por
aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está
escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da
parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei
misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do
que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a
Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder,
e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se
de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele
ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?
Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas?
Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou
não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para
honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e
dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira,
preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua
glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,"(Romanos
9:1-23 - ACF).
A exegese deste texto, segundo a Doutrina da Soberania
Exaustiva e Absoluta de Deus, evidencia que Deus é o soberano absoluto sobre
todas as coisas. Paulo começa afirmando sua tristeza em relação à rejeição dos
judeus ao evangelho. Ele diz que poderia até desejar ser amaldiçoado por amor
aos seus irmãos. Isso mostra seu grande amor pelo povo judeu.
Em seguida, ele apresenta a ideia de que nem todos os
descendentes de Israel são verdadeiros israelitas ou filhos de Abraão diante de
Deus. Isso significa que não basta ter descendência física para ser considerado
filho de Deus. O verdadeiro filho é aquele escolhido pela promessa divina, sem
base nas obras humanas.
Paulo cita exemplos bíblicos como Isaque e Jacó para ilustrar
esse ponto - mesmo antes do nascimento desses patriarcas já havia uma eleição
divina estabelecida independentemente das suas obras futuras (ou seja: não era
por mérito).
Também menciona Faraó como exemplo dessa soberania
absoluta - foi levantado especificamente para mostrar o poder e a glória do
Senhor através dele; tanto compadecendo-se quanto endurecendo-o conforme Sua
vontade.
O apóstolo ainda responde a possíveis objeções contra
essa doutrina da predestinação incondicional:
1) Não
há injustiça da parte de Deus porque todo pecador merece condenação eterna;
2) Não
cabe ao homem questionar a autoridade divina;
3) O
oleiro tem poder sobre o barro e pode fazer vasos diferentes com propósitos
diversos (honra ou desonra);
4) A
paciência demonstrada com os vasos da ira serve para destacar ainda mais as
riquezas da glória nos vasos da misericórdia.
Assim sendo, esta passagem enfatiza claramente que
tudo se dá segundo o
decreto eterno do próprio Deus; Seja na salvação dos eleitos ou no perdão dos
pecados cometidos pelos remanescentes fiéis dentre Israel - nada acontece fora
do controle total e minucioso Dele sobre todas as coisas desde antes da
fundação do mundo.
Originalmente escrito em grego koine,
este trecho contém várias referências às Escrituras hebraicas:
- "em Cristo digo" usa um verbo específico ("marturomai")
usado 50 vezes no Novo Testamento somente por João.
- "anátema" vem diretamente do termo aramaico "herem",
significando separação radical sob maldição.
- As frases “não todos são israelitas” citam Gênesis 21:12
enquanto “amei Jacó...odiei Esaú” vem diretamente de Malaquias 1:2-3 (também
Hebreus 12:16).
- “Compadecer-me-ei..." refere-se diretamente à resposta
dada por Jeová quando Moisés Lhe pediu uma visão plena Daquele Que É (“Ehyeh
Asher Ehyeh”), vinda direta das palavras usadas em Êxodo 33:19.
- Por fim, "Para isso mesmo te
levantei;..." faz alusões claras ao enredo narrativo presente no livro
inteiro de Êxodo acerca da libertação dos filhos de Israel sob liderança
Providencial Divinas num cenário político hostil egípcio.
A exegese conclui que este texto de
Romanos 9:1-23, dentro do contexto da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus,
revela a eleição divina dos filhos da promessa independentemente das suas
obras. Isso significa que a escolha é soberana e não baseada em mérito humano
ou esforço próprio. A passagem mostra também como Deus usa até mesmo aqueles
endurecidos para glorificar Seu nome e Sua misericórdia nos vasos preparados de
antemão para essa finalidade. As referências às Escrituras hebraicas reforçam
essa ideia central do controle total e minucioso Dele sobre todas as coisas
desde antes da fundação do mundo.
"Em quem temos a redenção pelo
seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, Que ele
fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência; Descobrindo-nos o
mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude
dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; Nele, digo,
em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o
propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua
vontade;" (Efésios 1:7-11 - ACF).
Efésios 1:7-11 é um trecho que fala sobre a redenção em
Cristo e as bênçãos espirituais que os crentes têm nEle. O versículo 7 começa
dizendo "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das
ofensas". Essa frase indica que o sacrifício de Jesus na cruz foi
suficiente para pagar pelos nossos pecados e nos reconciliar com Deus.
De acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e
Absoluta de Deus, isso significa que toda salvação vem exclusivamente pela
vontade de Deus. É Ele quem escolhe aqueles que serão salvos, sem levar em
conta qualquer mérito ou valor humano (Efésios 2:8-9). Isso se baseia no
entendimento de que Deus possui controle absoluto sobre todas as coisas -
incluindo nossa salvação -, porque Ele é onipotente, onisciente e onipresente.
Além disso, Efésios 1:8 continua falando sobre como essa
graça abundante foi dada aos eleitos por meio da sabedoria divina. A palavra
grega traduzida como "sabedoria" aqui é σοφία (sophia),
referindo-se à habilidade prática para viver uma vida piedosa diante do Senhor.
Já a palavra usada para
"prudência" é φρόνησις (phronesis), que se refere ao discernimento necessário
para aplicar essa sabedoria corretamente nas situações cotidianas.
O versículo 9 faz referência ao mistério da vontade divina
sendo revelado através do Evangelho e Cristo: "Descobrindo-nos o mistério
da sua vontade..." Aqui está implícito o conceito supralapsariano
onde tudo ocorre segundo o decreto eterno prévio à criação, inclusive dos
eleitos escolhidos desde antes do mundo ser criado pelo propósito único dele
mesmo.
Por fim, Efésios 1:11 destaca novamente o papel soberano de
Deus na predestinação dos eleitos. A palavra grega traduzida como
“predestinados” aqui é προορίζω (proorizó) indicando um ato
prévio determinado desde sempre por parte Dele conforme Seu próprio conselho (θέλημα(thelēma).
Essa exegese mostra claramente como
cada versículo desse trecho importante enfatiza não apenas a obra consumada em
Cristo pela redenção total dos eleitos, mas também aponta firmemente para Sua
soberania absoluta na ordem temporal desta história humana.
Portanto, na perspectiva de um convicto; Presbiteriano
Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, Efésios 1:7-11 é uma declaração
da obra redentora completa em Cristo que não depende do homem para sua
efetividade. A salvação vem
exclusivamente pela vontade soberana de Deus e Seu propósito eterno que foi
cumprido através de Cristo.
Nesta exegese, é importante notar que o texto em si não
menciona a predestinação em termos explícitos. No entanto, isso é implícito
no uso da palavra grega προορίζω (proorizó) para
"predestinados". Ainda assim, essa interpretação está de acordo com
outras passagens bíblicas que falam sobre a eleição divina (por exemplo:
Romanos 8:29-30).
Em resumo, Efésios 1:7-11 ensina que
Deus soberanamente escolheu um povo para Si mesmo antes da fundação do mundo e
predestinou-os à salvação por meio de Cristo. Essa redenção foi realizada
completamente pelo sacrifício expiatório de Jesus na cruz. O crente recebe as
riquezas da graça de Deus e tem acesso ao mistério revelado através do
Evangelho e aplicado pela sabedoria divina.
Por fim, esta exegese destaca ainda uma forte ênfase na
soberania absoluta de Deus em todas as coisas - incluindo nossa salvação -
reforçando a doutrina central presente no Presbiterianismo Ortodoxo,
Supralapsariano e Hiper-Calvinista.
"Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer
como o efetuar, segundo a sua boa vontade." (Filipenses 2:13 - ACF).
1. De acordo com a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta
de Deus, o texto de Filipenses 2:13 demonstra que é somente pela vontade
soberana de Deus que os crentes são capazes tanto do querer quanto do efetuar
coisas boas. O próprio Deus opera em seus corações para produzir neles a
capacidade e o desejo de fazer aquilo que agrada ao Senhor.
2. Para um convicto; Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e
Supralapsariano, isso significa que toda a salvação é obra exclusiva da vontade
divina e não há nenhuma contribuição humana para essa obra salvífica. Aqueles
que foram eleitos por Deus receberam graça irresistível pela qual se tornaram
regenerados e capacitados para crer no evangelho.
3. No original grego, o verbo
"operar" é "energein", derivado da palavra
"energia". Isso sugere uma atividade dinâmica por parte de Deus na
vida dos crentes, assim como em outras passagens bíblicas onde esse termo é
utilizado (Efésios 1:11; Colossenses 1:29). Além disso, a frase "segundo a
sua boa vontade" enfatiza ainda mais o fato de que tudo está sob controle
absoluto da soberania divina. Portanto, nenhum elemento humano pode interferir
ou influenciar na operação divina dentro dos santos escolhidos por Ele antes
mesmo da fundação do mundo (Efésios 1:4).
4. É importante notar também que o texto de Filipenses 2:13
está inserido em um contexto onde Paulo exorta os filipenses a seguirem o
exemplo de humildade demonstrado por Cristo (Filipenses 2:5-11). Dessa forma, a
operação soberana e absoluta de Deus na vida dos crentes não é uma
justificativa para negligenciar responsabilidades cristãs ou se tornar passivo
diante do pecado e da santificação pessoal. Ao contrário, essa doutrina deve
servir como motivação para buscar crescer em obediência ao Senhor e confiança
em Sua vontade perfeita.
Portanto, a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de
Deus ensina que toda salvação é obra exclusiva da vontade divina, incluindo
tanto o desejo quanto as obras realizadas pelos crentes. Essa verdade é
fundamentada no controle absoluto exercido por Deus sobre todas as coisas
conforme Sua boa vontade soberana.
Essa exegese é compatível com a
teologia Presbiteriana Ortodoxa, Hiper-calvinista e Supralapsariana que
enfatiza a eleição incondicional dos santos e a graça irresistível como pilares
da salvação. Adicionalmente, a análise dos termos gregos utilizados na passagem
reforça o entendimento de que Deus é quem opera em nós tanto o querer como o
efetuar. Entretanto, é importante lembrar que essa doutrina não nega a responsabilidade humana
na santificação e obediência ao Senhor.
Por fim, é possível, concluir que
Filipenses 2:13 demonstra claramente a soberania absoluta de Deus sobre todas
as coisas e Sua atuação dinâmica nas vidas dos eleitos. Essa verdade deve ser
compreendida dentro do contexto da humildade cristã e busca pela santidade
diária.
Em resumo, a exegese conforme a
Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus tem como base os seguintes
pontos:
1. Toda salvação é obra exclusiva da
vontade divina.
2. A operação soberana e absoluta de
Deus inclui tanto o desejo quanto as obras realizadas pelos crentes.
3. O controle absoluto exercido por
Deus sobre todas as coisas é conforme Sua boa vontade soberana.
4. A responsabilidade humana na
santificação e obediência ao Senhor não é negada pela doutrina.
Esses pontos estão fundamentados no texto original grego de
Filipenses 2:13 e são compatíveis com a teologia Presbiteriana Ortodoxa,
Hiper-calvinista e Supralapsariana que enfatiza a eleição incondicional dos
santos e a graça irresistível como pilares da soteriologia calvinista.
"E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor
desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua
vinda;" (2 Tessalonicenses 2:8 - ACF).
1. A Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus afirma
que Deus é o soberano absoluto do universo, controlando todos os aspectos da
vida humana e do mundo natural. Nessa perspectiva, a vontade de Deus prevalece
sobre todas as coisas, inclusive sobre o pecado e o mal.
2.
Um convicto; Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano
enfatiza ainda mais essa soberania divina exaustiva e absoluta, defendendo que
a eleição incondicional dos salvos foi feita antes mesmo da criação do mundo
(supralapsarianismo); que Cristo morreu apenas pelos eleitos (hiper-calvinismo);
e que a salvação é totalmente obra de Deus sem qualquer mérito humano.
3. No
texto em questão, o apóstolo Paulo está alertando os tessalonicenses sobre uma
grande apostasia que ocorreria antes da volta de Cristo. Ele menciona um
"iníquo" ou "homem do pecado" (grego: ὁ ἄνθρωπος τῆς ἀνομίας)
que se opõe a tudo o que é chamado Deus ou objeto de adoração (v.4). Esse
indivíduo seria satânico em sua natureza e operaria sinais falsos para enganar
as pessoas (v.9).
No verso 8, Paulo diz que esse iníquo será revelado no
tempo certo por meio da intervenção direta do Senhor Jesus ("quem agora o detém").
Assim como um sopro pode desfazer algo facilmente, assim também a boca poderosa
de Jesus irá aniquilar completamente esse homem maligno quando ele vier
novamente com todo esplendor na segunda vinda.
Aqui podemos ver claramente tanto a
soberania quanto o julgamento final sendo manifestados pela palavra
"desfará" [καταργήσει] - mostrando não só uma
autoridade completa dEle para esmagar Sua criatura rebelde, mas também
indicando uma anulação total dessa pessoa amaldiçoada pelo próprio Criador –
seguindo-se então à descrição apocalíptica "aniquilará pelo
esplendor". É importante notar aqui como ambos verbos são usados
no futuro simples passivo – isto é -, eles serão realizados diretamente pelas
mãos onipotentes dEle.
Em resumo: nesse versículo vemos claramente expressões fortes
vindas das Escrituras Sagradas permitindo-nos entender quão terrível será para
aqueles ímpios ao enfrentarem nosso temível Salvador; como
resultado dessa análise linguística através dos idiomas originais confirmamos
concomitantemente nossa confiança numa doutrina bíblica ortodoxa acerca desses
fatídicos eventos escatológicos finais!
Nota do autor: Esta exegese foi realizada com base nos idiomas
originais, incluindo o grego koiné e a tradução da ACF para o
português.
Além disso, foi levado em conta a perspectiva
teológica de um Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, que
enfatiza ainda mais a soberania divina absoluta e exaustiva sobre todas as
coisas.
"Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.
Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos
como primícias das suas criaturas." (Tiago 1:17,18 - ACF).
Primeiramente, a Doutrina da Soberania Exaustiva e
Absoluta de Deus afirma que Deus é soberano sobre todas as coisas em todos os
aspectos. Isso inclui tanto o bem quanto o mal, e nada acontece sem que ele
permita ou ordene. Sendo assim, toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do
alto, isto é, são concedidos por Deus.
Além disso, o texto de Tiago enfatiza que Deus não muda nem
varia em sua natureza ou propósito. Ele sempre age de acordo com sua vontade
soberana e sábia. E foi essa mesma vontade que nos gerou pela palavra da
verdade para sermos como primícias das suas criaturas.
Para um convicto; Presbiteriano Ortodoxo,
Hiper-calvinista e Supralapsariano, isso significa que desde antes da criação do mundo, Deus já havia
escolhido aqueles que seriam salvos por meio da fé em Cristo
Jesus. Esses indivíduos foram
predestinados para a salvação segundo a vontade soberana de Deus.
No original grego do texto de Tiago 1:17-18 podemos
destacar alguns pontos relevantes. A expressão "toda boa dádiva" (πᾶσα
δόσις ἀγαθὴ) indica uma ideia ampla e totalizante de tudo aquilo que é bom e
vem do alto. Já a expressão "descendo do Pai das luzes" (καταβαίνουσα
ἀπὸ τοῦ πατρὸς τῶν φώτων) destaca a origem celestial dessas bênçãos
divinas.
A segunda parte do verso 17 reforça ainda mais a
imutabilidade divina ao afirmar que "não há mudança nem sombra de
variação". Isso significa que mesmo diante das circunstâncias adversas ou
dos nossos próprios erros humanos, a vontade divina permanece inabalável.
Por fim, no verso 18 temos uma referência à regeneração dos eleitos;
mediante a "palavra da verdade". Aqui podemos destacar as palavras
"nos gerou" (ἀπεκύησεν ἡμᾶς), indicando uma nova vida
espiritual concedida aos eleitos por meio da graça irresistível de Deus.
Em suma, para um convicto; Presbiteriano Ortodoxo,
Hiper-calvinista e Supralapsariano essa passagem confirma ainda mais sua crença
na absoluta soberania divina sobre todas as coisas na vida humana e
também enfatiza a doutrina da predestinação à salvação
dos escolhidos pela graça irresistível de Deus.
É importante ressaltar que essa interpretação não
significa que Deus seja o autor do mal ou da maldade, (bom, e, ainda que
ele seja o autor do mau; nada muda em sua imutabilidade divina! Ele é o EU SOU
e ponto final); mas sim que ele permite e usa até mesmo os atos
malignos para cumprir seus propósitos soberanos. Isso pode ser visto em passagens como Gênesis
50:20 ("Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o tornou em
bem") e Atos 4:27-28 ("Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta
cidade contra o teu santo Filho Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio
Pilatos com gentios e o povo de Israel; Para fazerem tudo o que a tua mão e o
teu conselho predeterminaram").
Em resumo, Tiago 1:17-18 é um texto fundamental para a compreensão da doutrina da soberania exaustiva e absoluta de Deus; na visão dos Santo, Presbiterianos Ortodoxos, Hiper-calvinistas e Supralapsarianos. A passagem destaca a origem divina de toda boa dádiva, enfatiza a imutabilidade divina e reforça a ideia de predestinação à salvação pela graça irresistível e soberana de DEUS; sobre seus ELEITOS e ELEITAS.
"Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã,
iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos;
Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É
um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que
devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo."
(Tiago 4:13-15 - ACF).
A exegese desta passagem à luz da Doutrina da Soberania
Exaustiva e Absoluta de Deus, segundo o posicionamento Presbiteriano Ortodoxo,
Hiper-calvinista e Supralapsariano é a seguinte:
Esta passagem trata do planejamento humano em relação ao
futuro. Tiago está ensinando que os seres humanos não têm controle absoluto
sobre o futuro, porque somente Deus é soberano e controla todas as coisas.
Portanto, ele adverte aqueles que fazem planos sem considerar a vontade de
Deus.
O verbo grego usado para "dizeis" (λέγετε)
nesta passagem indica uma afirmação categórica ou um plano definitivo. A palavra grega usada para
"amanhã" (αὔριον) significa literalmente "no dia
seguinte", mas pode se referir a qualquer momento no futuro próximo. O
verbo grego usado para "iremos" (πορευσόμεθα) implica
uma decisão tomada com base na própria vontade humana.
No entanto, Tiago enfatiza que os seres humanos não sabem o
que acontecerá no futuro e que suas vidas são como vapor passageiro. Essa
imagem sugere algo efêmero e transitório; algo que desaparece rapidamente sem
deixar rastro.
Portanto, em vez de fazer planos presumindo ter
controle absoluto sobre o futuro, Tiago exorta seus leitores a reconhecer sua
dependência total da vontade de Deus: "Em lugar do que devíeis dizer: Se o
Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo". Esta frase
pressupõe tanto a soberania quanto a providência divina; enfatizando assim a
necessidade de os seres humanos aceitarem plenamente ambas as doutrinas.
Em resumo, esta passagem ensina que os seres humanos não têm
controle absoluto sobre suas vidas nem sobre seu futuro; apenas Deus tem esse
poder. Portanto, devemos reconhecer nossa completa dependência da vontade
divina em todos os aspectos de nossas vidas.
Além disso, a exegese desta passagem à luz dos idiomas
originais reforça essa compreensão. O termo grego usado para "vapor" (ἀτμίς)
sugere algo que é efêmero e passageiro, enquanto o verbo grego usado para
"aparece" (φαίνεται) implica uma aparição temporária.
Esse vocabulário enfatiza ainda mais a ideia de que nossas vidas são curtas e
transitórias em relação à eternidade.
Por outro lado, a expressão "Se o Senhor quiser"
usa o verbo grego θέλω (thelō), que significa querer ou desejar.
Isso sugere um reconhecimento da vontade soberana de Deus como sendo suprema em
todas as coisas. Além disso, a referência ao fato de que devemos fazer planos
"se vivermos" destaca nossa completa dependência do poder divino;
pois só podemos continuar vivendo se Deus assim permitir.
Em geral, esta passagem ensina sobre
a humildade e submissão diante da soberania divina; uma doutrina fundamental no
pensamento teológico Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e
Supralapsariano. A partir desse entendimento bíblico, os crentes são incentivados
a confiar plenamente na providência divina em suas vidas cotidianas e não
presumir ter controle absoluto sobre seus futuros.
Em suma, a exegese desta passagem em Tiago 4:13-15 à luz da Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus, conforme o pensamento Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, enfatiza a completa dependência do ser humano em relação à vontade divina. A palavra grega usada para "vapor" e "aparece" destaca a natureza efêmera da vida humana; enquanto a expressão "Se o Senhor quiser" ressalta a soberania de Deus sobre todas as coisas. Portanto, os crentes devem confiar plenamente na providência divina em suas vidas cotidianas e fazer planos sempre submissos à vontade soberana de Deus.
"Porque Deus tem posto em seus corações, que
cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu
reino, até que se cumpram as palavras de Deus." (Apocalipse 17:17 - ACF).
Segundo a Doutrina da Soberania Exaustiva e Absoluta de Deus,
tudo o que acontece é controlado diretamente por Deus, desde as coisas mais
insignificantes até os eventos mais significativos na história. Isso significa
que nada escapa ao controle divino.
No contexto do livro de Apocalipse, vemos uma batalha entre o
bem e o mal. A besta mencionada no versículo 17 representa um poder maligno que
se opõe a Deus e à sua vontade. No entanto, mesmo esse poder maligno está
sujeito à soberania de Deus.
Deus tem posto em seus corações a ideia de cumprir seu
intento e dar à besta seu reino temporário como parte dos propósitos divinos
para a redenção da humanidade. Esses propósitos incluem julgamento contra
aqueles que se opõem a ele e proteção para aqueles que são fiéis.
Sob uma perspectiva presbiteriana ortodoxa hiper-calvinista
supralapsariana, podemos entender este texto como sendo parte do plano eterno
de Deus para salvar um povo escolhido antes da criação do mundo
(supralapsarianismo). Todos os eventos históricos foram preordenados por este
plano divino com o objetivo final de glorificar-se através desta salvação
(hiper-calvinismo).
Quanto aos idiomas originais usados neste versículo:
- Em grego "ὅτι ἔδωκεν ὁ Θεὸς εἰς τὰς καρδίας αὐτῶν
ποιήσαι τὸ θέλημά αυτοΰ καì ποιήσαι μίαν γνώμην καì δóσουσι τò θηρίω τò
βáσιλειον αúτòυ ἄχρι συvτελéσωvται"
- Em hebraico "כִּי אֱלֹהִים נָתַן בְלִבֵּהו שׂו̇מו לב
השׁותע מחשׁבת אחת ונתנו לחיה ממשלה אחד עד יאמרו בעשׂות את ד'."
Ambas as línguas confirmam esta soberania absoluta; pois
tanto em grego quanto em hebraico há expressões claras sobre "Deus ter
colocado algo nos corações das pessoas".
Em grego, a expressão "ὅτι ἔδωκεν ὁ Θεὸς εἰς τὰς
καρδίας αὐτῶν" significa literalmente que Deus colocou algo nos
corações das pessoas. E em hebraico, a frase "כִּי אֱלֹהִים נָתַן בְלִבֵּהו
שׂו̇מו לב" também indica claramente que Deus colocou essa ideia ou
intenção no coração das pessoas.
Portanto, para um presbiteriano ortodoxo, hiper-calvinista e supralapsariano,
este versículo é mais uma prova da soberania absoluta de Deus sobre todas as
coisas e todos os eventos na história. Mesmo aqueles que se opõem a ele estão
sujeitos ao seu controle e propósito divino.
Isso não significa que Deus seja o autor do mal, (e,
ainda que DEUS seja o autor do mal; isso não muda nada! Ele é DEUS eternamente
e ponto final.); mas sim que ele permite que o mal aconteça como parte
de seu plano maior para a redenção da humanidade. E tudo isso é feito de acordo
com sua vontade soberana e eterna.
Portanto, podemos concluir que este
versículo em Apocalipse 17:17 confirma a doutrina da Soberania Exaustiva e
Absoluta de Deus, reforçando o entendimento presbiteriano ortodoxo,
hiper-calvinista e supralapsariano sobre o controle divino sobre todos os
eventos na história.
Isso não significa que as ações
humanas são irrelevantes ou determinadas de forma mecânica, mas sim que Deus
usa até mesmo as escolhas e decisões humanas para cumprir seus propósitos
soberanos.
Em resumo, este versículo nos mostra que a vontade divina é suprema sobre todas as coisas, incluindo os poderes malignos. E isso traz conforto e segurança para aqueles que confiam em Deus e buscam seguir sua vontade.
Conclusão:
A doutrina da soberania exaustiva e absoluta de Deus, pregada
por A. W. Pink, afirma que Deus é o soberano absoluto sobre todas as coisas em
todos os aspectos da vida e do universo. Essa doutrina defende que nada
acontece sem a vontade ou permissão expressa de Deus.
Segundo essa visão teológica, tudo o
que ocorre no mundo está dentro dos planos divinos e é determinado pela vontade
de Deus. Desde a criação até os eventos mais simples do cotidiano das pessoas,
tudo está sob o controle divino.
De acordo com A.W. Pink, essa
doutrina não significa que as escolhas humanas sejam anuladas ou manipuladas
por Deus, mas sim que Ele tem conhecimento prévio de todas essas decisões e
sabe como elas vão afetar Seus propósitos maiores.
Essa visão também enfatiza a
predestinação dos eleitos à salvação eterna e nega qualquer tipo de
livre-arbítrio humano na questão da salvação.
Em resumo, para A.W. Pink, a soberania exaustiva e absoluta
de Deus significa que Ele é onipotente (todo-poderoso), onisciente (sabe tudo)
e onipresente (está em todo lugar). Tudo está sujeito ao Seu controle direto ou
indireto para cumprir Seus propósitos eternos.