Exegese bíblica da doutrina da depravação total.
******************************
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a
árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do
mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
(Gênesis 2:16,17 - ACF).
A doutrina da depravação total afirma
que, como resultado do pecado de Adão, a natureza humana foi completamente
corrompida e, portanto, todos os seres humanos são incapazes de alcançar a
salvação sem a graça de Deus. Nesse sentido, a interpretação do texto de
Gênesis 2:16,17 deve estar em conformidade com essa doutrina.
No texto em questão, Deus ordena ao
homem que coma livremente de todas as árvores do jardim, exceto da árvore do
conhecimento do bem e do mal. Deus adverte o homem que, no dia em que ele comer
dessa árvore, certamente morrerá. Essa ordem e advertência deixam claro que
Deus estabeleceu um limite claro para o homem, uma escolha a ser feita: seguir
a vontade divina ou desobedecê-la.
De acordo com a doutrina da
depravação total, o homem, desde a queda de Adão, está em um estado de pecado e
separação de Deus, incapaz de cumprir a vontade divina por conta própria.
Portanto, o homem, sem a graça de Deus, não é capaz de obedecer a essa ordem e
se afasta da vontade divina.
No entanto, essa passagem também
ilustra a justiça de Deus em relação ao pecado. A punição por desobedecer a
ordem de Deus é a morte, mostrando a seriedade do pecado e a necessidade de uma
solução para a condição humana. Essa solução é encontrada na obra redentora de
Cristo, que oferece a graça necessária para superar a depravação total e
restaurar a comunhão com Deus.
A doutrina da depravação total afirma que, como resultado do pecado de Adão, a natureza humana (livre-arbítrio); foi completamente corrompida e, portanto, todos os seres humanos são incapazes de alcançar a salvação sem a graça de Deus. Nesse sentido, a interpretação do texto de Gênesis 2:16,17 deve estar em conformidade com essa doutrina.
“E viu o Senhor que a maldade do
homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de
seu coração era só má continuamente.” (Gênesis 6:5 - ACF).
Este texto é uma descrição da
condição da humanidade antes do Dilúvio, quando a maldade se multiplicou sobre
a terra e a imaginação dos pensamentos dos corações das pessoas era só má
continuamente. Essa passagem apresenta um quadro sombrio e desolador da
natureza humana.
A palavra "maldade" aqui se
refere ao pecado e à rebeldia contra Deus. A multiplicação da maldade indica
que a humanidade estava afundando cada vez mais na corrupção e na
desobediência. A expressão "toda a imaginação dos pensamentos de seu
coração era só má continuamente" significa que a inclinação humana era
totalmente para o mal, e que cada
pensamento e intenção era impulsionado pelo egoísmo e pela avareza.
Esse texto destaca a doutrina da depravação total, ou
seja, a ideia de que a natureza humana está corrompida pelo pecado e que toda
pessoa é incapaz de fazer o bem por si mesma. Isso significa que a humanidade,
sem a intervenção divina, não pode se salvar ou se livrar da maldade que a
assola.
Além disso, esse texto também mostra
a justiça e o juízo de Deus diante do pecado. A passagem sugere que Deus não
pode tolerar o mal e a maldade, e que Ele agirá para julgar e punir a
humanidade por suas transgressões. Essa passagem prepara o terreno para a
narrativa do Dilúvio, onde Deus de fato julga a humanidade e a “purifica
parcialmente” da maldade cometida nos tempos de Noé.
Por fim, essa passagem também aponta para a necessidade de redenção e salvação. A humanidade, como está, é incapaz de se salvar ou mudar sua condição. A solução para a depravação total da humanidade só pode vir de Deus, que em Sua graça e misericórdia, oferece salvação e perdão para aqueles que buscam a Ele.
"E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de
todo o animal limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto sobre o altar.
E o Senhor sentiu o suave cheiro, e o Senhor disse em seu coração: Não tornarei
mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do
homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como
fiz." (Gênesis 8:20,21 - ACF).
Este trecho do livro de Gênesis descreve um momento
significativo na história bíblica - o pós-dilúvio, quando Noé e sua família
saíram da arca após o dilúvio e Noé ofereceu um holocausto a Deus. Através
desta oferta, Noé expressou sua gratidão e adoração a Deus, e Deus respondeu a
isso prometendo não amaldiçoar a terra novamente por causa do homem e não ferir
novamente toda a vida na terra.
A primeira parte do versículo 20
descreve Noé construindo um altar ao Senhor e oferecendo um holocausto de
animais e aves limpos. Essa é uma forma comum de adoração e sacrifício na
cultura bíblica. O objetivo desse sacrifício era mostrar gratidão, obediência e
adoração a Deus.
No versículo 21, Deus responde à
oferta de Noé, prometendo não amaldiçoar a terra novamente por causa do homem.
Esta promessa de Deus é significativa, pois mostra Sua graça e misericórdia
para com a humanidade, mesmo quando somos pecadores e merecedores de punição.
Deus explica a razão para essa
promessa em seguida, afirmando que a imaginação do coração humano é má desde a
sua infância. Isso indica a doutrina da depravação total, que ensina que a
queda de Adão e Eva no pecado afetou toda a humanidade, tornando-nos incapazes
de agradar a Deus por nós mesmos e propensos ao pecado desde o nascimento.
No entanto, apesar da nossa natureza 100% pecaminosa, Deus prometeu não amaldiçoar a terra novamente por causa do homem e não ferir novamente toda a vida. Esta é uma promessa de Sua graça e misericórdia, e uma indicação de que Deus tem um plano para a humanidade, apesar da nossa queda no pecado.
"Quando pecarem contra ti (pois não há homem que
não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares às mãos do inimigo,
de modo que os levem em cativeiro para a terra inimiga, quer longe ou perto
esteja," (1 Reis 8:46 - ACF).
O contexto deste versículo é a dedicação do templo que
Salomão construiu em Jerusalém. Ele pede a Deus que ouça as orações de Seu povo
e perdoe seus pecados, tanto individuais quanto coletivos. O versículo em
questão reconhece a realidade universal do pecado humano, afirmando que não há
homem que não peque. O verbo usado para "pecar" aqui é "chata",
que significa errar o alvo ou falhar em um objetivo, e implica em uma
transgressão moral.
O texto também reconhece a justiça de Deus em disciplinar Seu
povo quando eles pecam. Quando Israel peca, Deus pode permitir que eles sejam
entregues nas mãos do inimigo e levados cativos para uma terra estrangeira.
Isso é uma consequência natural do pecado e da rejeição da aliança de Deus. No
entanto, a disciplina de Deus é sempre com o objetivo de levar Seu povo ao
arrependimento e ao retorno à obediência.
É importante notar que, embora a existência do pecado seja reconhecida, isso não
significa que Deus seja conivente com ele. Pelo contrário, a santidade de Deus
exige que o
pecado seja punido. Mas, como é mencionado no restante do capítulo, a
misericórdia de Deus é infinita e Ele está sempre disposto a perdoar aqueles que se
arrependem e buscam Sua face.
"Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.
Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça
o bem. O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se
havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e
juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.
(Salmos 14:1-3 - ACF).
De acordo com a doutrina da
depravação total, a natureza humana foi corrompida pelo pecado original de Adão
e Eva, resultando em uma condição de total depravação ou perversidade, na qual
o ser humano não tem capacidade para buscar a Deus ou fazer o bem por si mesmo.
O Salmo 14 começa com a afirmação de que o néscio, ou o tolo,
em seu coração diz que não há Deus. Essa é uma descrição daqueles que rejeitam
a existência de Deus, ou que, mesmo admitindo sua existência, vivem como se Ele
não existisse. Em seguida, o salmista afirma que a humanidade se corrompeu e se
tornou abominável em suas obras, indicando que a natureza humana está em um
estado de corrupção moral e espiritual.
O Senhor é descrito como olhando do céu para os filhos dos homens, buscando aqueles
que têm entendimento e buscam a Deus. No entanto, o salmista conclui que todos se desviaram e se tornaram
imundos, não havendo sequer um que faça o bem.
Essa passagem ilustra a doutrina da
depravação total, na qual a humanidade, em sua condição natural, está
completamente corrompida pelo pecado e incapaz de buscar a Deus ou fazer o bem
por si mesma. A salvação é, portanto, um ato exclusivamente divino, realizado
pela graça de Deus através da fé em Jesus Cristo.
Essa passagem do Salmo 14 é frequentemente citada no Novo Testamento, como em Romanos 3:10-12, onde Paulo usa esses versos para mostrar que tanto judeus quanto gentios estão debaixo do pecado e da necessidade de salvação pela graça de Deus. Essa exegese destaca a importância da busca por Deus e a necessidade da graça divina para a salvação.
"Eis que em iniquidade fui
formado, e em pecado me concebeu minha mãe. Eis que amas a verdade no íntimo, e
no oculto me fazes conhecer a sabedoria." (Sal. 51:5,6-ACF).
O Salmo 51 é um salmo de arrependimento, escrito por Davi depois que ele cometeu
adultério com Bate-Seba e matou seu marido Urias. Este verso, em particular,
fala da natureza
pecaminosa de Davi e de como ele reconhece isso diante de Deus.
Davi começa o verso declarando que
ele foi formado em iniquidade e concebido em pecado. Isso não significa que o
ato de conceber um bebê é pecaminoso, mas sim que desde o momento da concepção,
todos nascem com uma natureza pecaminosa. Essa natureza é transmitida pela
linhagem de Adão, que se rebelou contra Deus no jardim do Éden, e desde então
todos os seres humanos nascem com uma inclinação para o pecado.
Davi reconhece que mesmo sendo concebido em pecado, Deus o
ama e o guia para a verdade. Ele reconhece que a sabedoria que Deus lhe
concedeu é uma dádiva, e que Deus o fez conhecer a verdade mesmo em seu coração
oculto. Isso mostra
que, apesar da natureza pecaminosa de Davi, Deus ainda o amava e estava
disposto a perdoá-lo se ele se arrependesse de seus pecados.
Esse verso também é uma evidência da doutrina do pecado original, que ensina que todos nascem com uma natureza pecaminosa herdada de Adão. Ele também mostra a necessidade de arrependimento e confissão de pecados, e como Deus é misericordioso e amoroso, disposto a perdoar aqueles que se arrependem e se voltam para ele em busca de salvação e santidade.
"Disse o néscio no seu coração: Não há Deus.
Têm-se corrompido, e cometido abominável iniquidade; não há ninguém que faça o
bem. Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia
algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, e
juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não, nem sequer
um." (Salmos 53:1-3 - ACF).
Este salmo é muito semelhante ao Salmo 14, e ambos refletem a
doutrina bíblica da depravação total do homem. O salmista começa
com a declaração do néscio em seu coração de que não há Deus. Isso mostra a sua
negação da existência de Deus e sua rebeldia contra Ele. Esse tipo de atitude é
uma forma de insensatez, pois negar a existência de Deus é negar a fonte de
toda a sabedoria, justiça e bondade.
Em seguida, o salmista descreve como essa rebeldia contra
Deus tem levado a humanidade à corrupção e à prática de abominações. A
referência à iniquidade é uma indicação da transgressão da lei divina. A
humanidade se afastou dos padrões de justiça e moralidade que Deus estabeleceu
e se entregou a comportamentos perversos e imorais.
O salmista continua declarando que não há ninguém que
faça o bem. Essa declaração é uma afirmação da total depravação do homem. A
queda de Adão afetou a natureza humana como um todo, de modo que ninguém é
capaz de fazer o bem sem a ajuda de Deus. Mesmo aqueles que tentam fazer o bem
acabam caindo em pecado. Isso mostra que a salvação é uma obra exclusiva de
Deus e que o homem é totalmente incapaz de salvar a si mesmo.
Deus olha desde os céus para os filhos dos homens para ver se há alguém que busca a Ele e tem entendimento. Mas a triste realidade é que todos se desviaram e se tornaram imundos. Essa é uma referência ao pecado original e a natureza 100% depravada e pecaminosa herdada por toda a humanidade. A única esperança para o homem é o arrependimento e a fé em Deus, que oferece salvação pela graça através de Jesus Cristo.
"Acaso falais vós, deveras, ó congregação, a
justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens? Antes no coração forjais
iniquidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos. Alienam-se os
ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras."
(Salmos 58:1-3 - ACF).
Este salmo começa com uma série de
perguntas retóricas dirigidas à congregação e aos filhos dos homens. O salmista
questiona se eles realmente falam sobre justiça e se julgam de maneira correta.
A resposta implícita é que não, já que no versículo seguinte é dito que eles
forjam iniquidades em seus corações e pesam a violência de suas mãos sobre a
terra. Ou seja, eles não agem com justiça e retidão.
No versículo 3, o salmista afirma que
os ímpios se alienam desde a madre, indicando que a perversidade e a corrupção
são inerentes à natureza humana. Eles são descritos como errantes desde o
nascimento, falando mentiras. Essa descrição sugere a doutrina da depravação
total, ou seja, a crença de que todos os seres humanos estão corrompidos
pelo pecado original e são incapazes de fazer o bem por conta própria.
O salmo continua com um apelo para que Deus julgue os ímpios
e os castigue por suas más ações. O salmista reconhece que a justiça deve ser
feita e que aqueles que praticam a iniquidade devem ser responsabilizados por
seus atos.
"Ó Senhor, ouve a minha oração, inclina os ouvidos às minhas súplicas; escuta-me segundo a tua verdade, e segundo a tua justiça. E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente." (Salmos 143:1,2 - ACF).
Este salmo é uma oração de Davi, que pede a Deus para ouvir sua súplica e atender a ela com base em Sua verdade e justiça. Davi reconhece sua necessidade de Deus e sua dependência da misericórdia e graça divinas.
No verso 1, Davi clama a Deus para ouvir sua oração e prestar
atenção às suas súplicas. Ele pede a Deus para ouvir com base em Sua verdade,
isto é, de acordo com Sua Palavra, e com base em Sua justiça, que se refere ao
caráter justo de Deus.
No verso 2, Davi pede a Deus para não entrar em juízo com
ele, reconhecendo sua própria falibilidade e pecaminosidade. Ele reconhece que,
à vista de Deus, nenhum ser humano pode ser considerado justo ou perfeito, e,
portanto, ele pede a Deus que seja misericordioso com ele e não o julgue com
base em seus próprios méritos.
Este salmo reflete a compreensão de Davi da natureza de Deus como justo e
misericordioso, e seu próprio reconhecimento de sua pecaminosidade e
dependência da graça divina. Ele reconhece que sua justiça não é suficiente
para ser aceita por Deus, mas ele confia na justiça de Deus para salvá-lo e
guiá-lo em sua vida.
“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas
justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as
nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” (Isaías 64:6 - ACF).
O versículo em questão é parte de uma
oração de confissão de pecados do profeta Isaías, em nome do povo de Israel. O
verso começa com a palavra "mas", que indica uma conexão com o
contexto anterior, no qual Isaías reconhece a santidade e a grandeza de Deus, e
clama por sua misericórdia e salvação.
No verso 6, Isaías reconhece a condição pecaminosa não apenas
de si mesmo, mas de todo o povo. Ele usa uma imagem forte para descrever a
condição pecaminosa da humanidade, dizendo que todos são como o imundo. A palavra
"imundo" aqui é uma referência a uma pessoa ou objeto que foi
cerimonialmente impuro de acordo com a lei de Moisés, e que por
isso era considerado incapaz de se aproximar de Deus.
Isaías então compara as "justiças" do povo a trapos
de imundície, indicando que mesmo as melhores obras humanas são insuficientes
para alcançar a pureza e a santidade necessárias para se aproximar de Deus. O
profeta continua dizendo que o povo murcha como a folha e suas iniquidades os
arrastam como um vento, indicando que a transitoriedade e a fragilidade da vida
humana são inevitáveis e que o pecado é algo que nos arrasta para longe de
Deus.
O verso em questão reflete a doutrina bíblica da depravação total, que ensina que a natureza humana é totalmente corrupta e inclinada para o pecado, e que a salvação é possível somente através da graça de Deus. O verso também destaca a importância da confissão de pecados e da dependência da misericórdia de Deus para a salvação.
“Porventura pode o etíope mudar a sua
pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo
ensinados a fazer o mal.” (Jeremias 13:23 - ACF).
O texto de Jeremias 13:23 utiliza uma
linguagem metafórica para expressar a natureza da corrupção humana. O profeta
usa duas imagens poderosas: a primeira é a de um etíope tentando mudar sua
pele, e a segunda é a de um leopardo tentando mudar suas manchas. Ambas são
impossíveis e representam a natureza inerente e imutável do ser humano em seu
estado caído e depravado.
A analogia é usada para mostrar que
assim como é impossível mudar a cor da pele ou as manchas de um animal, é
impossível para a humanidade, em seu próprio esforço e capacidade, mudar sua
natureza corrupta. A corrupção e a inclinação para o mal são inerentes à
natureza humana desde a queda de Adão e Eva.
O versículo final é uma conclusão sombria: "Então
podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal". Isso sugere que
a depravação humana é tão profunda e total que a capacidade de fazer o bem só
pode ser alcançada por meio de uma intervenção divina e transformação
sobrenatural da natureza humana.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9 – ACF).
O versículo em questão, Jeremias
17:9, apresenta uma reflexão sobre a deplorável condição humana, destacando a
profundidade da depravação moral que habita no coração humano. O profeta
Jeremias usa a expressão "enganoso é o coração" para descrever a
natureza pecaminosa do ser humano e a sua tendência para se desviar do caminho da retidão.
A palavra "enganoso" traduzida do hebraico "aqob"
pode ser entendida como "fraudulento", "falso" ou
"enganador". Assim, a afirmação de que o coração é enganoso significa
que ele é capaz de ludibriar e levar o indivíduo a se afastar da verdade e da
justiça. O coração humano é capaz de mascarar a sua verdadeira intenção, agindo
de forma dissimulada, enganando a si mesmo e aos outros.
O texto também destaca a perversidade
do coração, indicando que o mal que habita no coração humano é mais profundo do
que podemos compreender. É uma força que corrompe toda a pessoa, afetando todas as suas ações,
pensamentos e emoções. Por isso, o profeta faz uma pergunta retórica:
"quem o conhecerá?", ou seja, quem poderá entender a profundidade do
mal que habita no coração humano?
Este versículo expressa a necessidade da graça de Deus, que deve transformar o coração do homem e dar-lhe um novo coração, livre do pecado e da perversidade. Sem a ação redentora de Deus, o homem não tem como mudar a si mesmo e se livrar da sua natureza corrompida.
“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os
desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na
verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que
lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” (João 8:44 – ACF).
Este versículo é uma declaração de Jesus aos judeus que
estavam discutindo com ele. Ele acusa esses judeus de terem o diabo como pai e
de desejarem satisfazer seus desejos. Isso é uma condenação grave, pois o diabo
é retratado como um homicida e mentiroso desde o início.
Ao dizer que o diabo é o pai dessas pessoas, Jesus está se
referindo ao fato de que elas estão seguindo a vontade dele, em vez de seguir a
vontade de Deus. Isso é evidente em suas ações, que estão em contraste direto
com a verdade e a justiça. O diabo é apresentado como um homicida e mentiroso,
porque ele é a fonte do mal e da destruição no mundo.
O termo "pai da mentira" também sugere que a
mentira é uma característica central do diabo e daqueles que o seguem. Aqueles
que são enganados pelo diabo estão perpetuando suas mentiras, e isso os leva a
buscar seus próprios desejos egoístas, em vez de seguir a vontade de Deus.
Em resumo, este versículo nos alerta sobre a
influência do diabo em nossas vidas e nos chama a seguir a verdade e a justiça
em vez de seguir nossos próprios desejos 100% depravados, egoístas e as
mentiras do diabo.
“Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira
nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão
debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há
ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente
se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem
um só. A sua garganta é um sepulcro aberto;
Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de
seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são
ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não
conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Ora,
nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para
que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque
pela lei vem o conhecimento do pecado.” (Romanos 3:9-20 – ACF).
Este trecho do livro de Romanos é um dos mais
importantes do Novo Testamento e trata da doutrina da justificação pela fé em
Cristo, que é central para a teologia cristã. Paulo começa afirmando que tanto
judeus como gentios estão debaixo do pecado, demonstrando que ninguém é capaz
de cumprir a Lei de Deus
perfeitamente, e, portanto, todos são culpados diante de Deus. Ele cita as
Escrituras, mostrando que a própria Palavra de Deus afirma que não há um justo
sequer, ninguém que busque a Deus, que todos se extraviaram e se tornaram
inúteis, que suas gargantas são como sepulcros abertos, que suas línguas são
enganosas e suas bocas estão cheias de maldição e amargura. Paulo
usa essas palavras para mostrar que a condição humana é depravada e que todos
precisam de salvação.
Ele continua a afirmar que, de acordo
com a Lei, todas as pessoas são condenáveis diante de Deus, porque a Lei nos
mostra o nosso pecado e nos faz perceber que somos incapazes de cumprir seus
mandamentos perfeitamente. Portanto, ninguém pode ser justificado diante de
Deus pelas obras da Lei.
A solução para o problema da
pecaminosidade humana é a justificação pela fé em Cristo. Paulo continua
explicando que Deus ofereceu a salvação gratuitamente através da fé em Jesus
Cristo, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação.
Todos aqueles que creem em Jesus são justificados diante de Deus e recebem o
perdão dos seus pecados e a vida eterna.
Em resumo, este trecho de Romanos é uma afirmação clara da condição pecaminosa do homem e da necessidade de salvação pela graça através da fé em Jesus Cristo. Paulo mostra que a Lei não pode salvar ninguém, mas que a justificação pela fé em Cristo é a única maneira de sermos aceitos por Deus.
“Mas Deus prova o seu amor para
conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito
mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de
seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua
vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação. Portanto, como por um
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o
pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a
morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à
semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um
morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só
homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa,
por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para
condenação,
Mas o dom gratuito veio de muitas
ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por
esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça,
reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa
veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato
de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. (Romanos
5:8-18 – ACF).
Este trecho de Romanos 5:8-18 é rico
em teologia e fornece uma visão profunda da obra de Cristo na cruz e sua
relação com a humanidade.
O apóstolo Paulo começa o texto afirmando que Deus prova o
seu amor por nós ao enviar seu Filho Jesus Cristo para morrer por nós, mesmo
sendo nós ainda pecadores. Isso demonstra a natureza do amor de Deus, que não é
condicional e não se baseia em nossos méritos ou boas ações. O amor de Deus é
um dom gratuito e incondicional.
Em seguida, Paulo enfatiza que, ao
sermos justificados pelo sangue de Cristo, somos salvos da ira de Deus. Essa
salvação é alcançada somente através da morte de Jesus na cruz. Isso significa
que a salvação é um dom de Deus e não algo que podemos conquistar por nossos
próprios esforços.
Além disso, Paulo destaca que, antes da morte de Cristo,
estávamos em inimizade com Deus, mas através da morte de seu Filho, fomos
reconciliados com Ele. Essa reconciliação não é uma obra que fazemos por nós
mesmos, mas é um ato de
Deus em Cristo. Paulo afirma que, agora que somos reconciliados com Deus,
podemos nos gloriar em Deus através de Jesus Cristo.
Em seguida, Paulo apresenta a conexão entre a queda de Adão e
a salvação em Cristo. Ele afirma que, assim como o pecado e a morte entraram no
mundo por Adão, a vida e a salvação entraram no mundo por meio de Jesus Cristo.
Ele compara a ofensa de Adão com o dom gratuito da justiça de Deus em Cristo,
afirmando que, enquanto o pecado trouxe a morte, a graça de Deus trouxe a
justificação para a vida.
Paulo explica que, através de Adão, o pecado entrou no mundo,
mas antes da Lei, o pecado não era imputado. No entanto, a morte ainda reinava
sobre as pessoas, mesmo aquelas que não haviam pecado como Adão. Mas, através
de Jesus Cristo, a graça de Deus foi abundante sobre muitos, e a
justificação é agora oferecida a todos os homens.
Por fim, Paulo conclui que, assim como a ofensa de Adão
trouxe o juízo sobre todos os homens para condenação, o ato de justiça de Jesus
Cristo trouxe a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Assim,
através da obra de Cristo na cruz, a humanidade é reconciliada com Deus e
recebe a justificação e a vida eterna.
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou
carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero
isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero,
consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço
isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na
minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não
consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero
esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que
habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal
está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas
vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento,
e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem
que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou
graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo
com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” (Romanos
7:14-25 – ACF).
Este trecho de Romanos 7 é conhecido como um dos mais
complexos da Bíblia. Paulo, o autor, está descrevendo sua luta interna entre
sua natureza pecaminosa e seu desejo de seguir a vontade de Deus. Ele começa
afirmando que a lei de Deus é espiritual, mas ele é carnal, vendido sob o
pecado. Em outras palavras, ele reconhece que seu corpo e mente estão
corrompidos pelo pecado e que ele não pode seguir a lei de Deus por conta
própria.
Paulo passa então a descrever a
frustração que sente por não conseguir fazer o que deseja e acabar fazendo o
que odeia. Ele entende que a lei de Deus é boa e quer segui-la, mas não
consegue, pois sua carne está presa ao pecado. Ele reconhece que não pode
culpar a lei de Deus, mas sim o pecado que habita em sua carne.
Paulo continua descrevendo a batalha
interna que trava entre o desejo de fazer o bem e a influência do pecado em sua
vida. Ele se sente miserável e pergunta quem o livrará do corpo desta morte. A
resposta é dada no versículo 25: "Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso
Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a
carne à lei do pecado."
Em resumo, Paulo reconhece sua
natureza pecaminosa e sua incapacidade de seguir a lei de Deus por conta
própria. Ele entende que a solução para sua situação não está em si mesmo, mas
em Jesus Cristo, que o liberta do poder do pecado e da morte. Paulo, portanto,
conclui que, embora ele ainda lute contra o pecado em sua vida, ele pode servir
a Deus com sua mente e encontrar paz e libertação em Jesus Cristo.
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe
parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente. (1
Coríntios 2:14 – ACF).
O texto de 1 Coríntios 2:14 fala sobre a diferença
entre o homem natural e o homem espiritual em relação ao entendimento das
coisas de Deus. Paulo começa o capítulo falando que ele mesmo não pregou o
evangelho com palavras persuasivas de sabedoria humana, mas com demonstração do
Espírito e de poder. Ele diz que, ao falar de coisas espirituais, não pode ser
compreendido pelo homem natural, mas apenas pelo homem espiritual.
O termo "homem natural" se refere ao homem que não
é regenerado pelo Espírito Santo, ou seja, aquele que não tem a vida espiritual
em Cristo. Este homem não compreende as coisas de Deus e as considera loucura.
A palavra grega para "loucura" é "moria", que
significa "insensatez", "estupidez" ou "tolice".
Portanto, para aquele que não tem o Espírito Santo, as coisas espirituais são
consideradas como algo sem sentido, sem importância ou mesmo tolo.
A razão pela qual o homem natural não pode compreender as coisas do Espírito de
Deus é que essas coisas são discernidas espiritualmente. Ou seja, a compreensão
das verdades espirituais não depende apenas da razão humana ou do conhecimento intelectual, mas do
Espírito Santo que habita no crente. O Espírito Santo revela as verdades
espirituais e as ilumina para o homem espiritual. Sem o Espírito Santo, a mente
humana é incapaz de entender e aceitar as coisas de Deus.
Porém, isso não significa que a
mensagem do evangelho seja obscura ou incompreensível. Pelo contrário, a
mensagem do evangelho é clara e simples o suficiente para ser entendida por
qualquer pessoa, independentemente de sua formação ou capacidade intelectual. Mas a compreensão
plena do significado e das implicações do evangelho requer a obra do Espírito
Santo na vida da pessoa.
Em resumo, 1 Coríntios 2:14 nos ensina que a compreensão das coisas espirituais requer a iluminação do Espírito Santo e que somente aqueles que têm o Espírito podem entender plenamente as verdades de Deus. O homem natural, sem a obra do Espírito, não pode compreender as coisas espirituais e as considera como loucura.
Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também
todos serão vivificados em Cristo. (1 Coríntios 15:22 – ACF).
Este versículo faz parte do capítulo 15 de 1
Coríntios, onde o apóstolo Paulo discute a ressurreição dos mortos. Nesse
contexto, ele apresenta a ideia de que, assim como a morte veio ao mundo
através do pecado de Adão, a vida vem ao mundo através da justiça de Cristo.
Paulo começa o capítulo 15 explicando a importância da
ressurreição de Cristo e como essa verdade é essencial para a fé cristã. Ele argumenta
que, se Cristo não ressuscitou, a pregação cristã é vã e a
fé dos cristãos é inútil (versículos 13-19).
Em seguida, Paulo explica que, assim como a morte veio
ao mundo por meio do pecado de Adão, a vida vem ao mundo por meio de Cristo.
Todos morrem em Adão, ou seja, todos estão sujeitos à morte física por causa do
pecado original. Mas todos aqueles que estão em Cristo serão vivificados, ou
seja, ressuscitarão para a vida eterna.
Essa ideia é reforçada no versículo 23, onde Paulo
fala sobre a ordem da ressurreição: "Mas cada um por sua ordem: Cristo as
primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda". Isso significa que Cristo é o
primeiro a ressuscitar para a vida eterna e que aqueles que estão em Cristo
também ressuscitarão na sua vinda.
Portanto, o versículo 22 destaca a importância da
ressurreição em Cristo para a vida eterna dos crentes. Através de Cristo, todos
aqueles que estão em Cristo serão vivificados, ou seja, ressuscitarão para a
vida eterna e serão libertados da morte física que veio por causa do pecado
original de Adão.
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e
pecados, Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o
príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da
desobediência; Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da
nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por
natureza filhos da ira, como os outros também.” (Efésios 2:1-3 – ACF).
O trecho de Efésios 2:1-3 descreve a condição
espiritual daqueles que se encontram fora da salvação em Cristo. O apóstolo
Paulo destaca a realidade da morte espiritual que caracteriza a humanidade
decaída e como essa morte resulta em uma vida de pecado e rebelião contra Deus.
Ele começa afirmando que Deus "vos vivificou, estando vós mortos em
ofensas e pecados". Essa frase indica que a condição anterior dos leitores
de Paulo era de morte espiritual - um estado em que eles estavam completamente
incapacitados de buscar ou agradar a Deus.
Paulo continua dizendo que no passado, os leitores
andavam "segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do
ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência". Essa
referência ao "príncipe das potestades do ar" é uma referência a
Satanás, que é visto como um poder espiritual que exerce influência sobre
aqueles que não conhecem a Deus. Paulo sugere que os leitores eram controlados
por essa força espiritual, que os levava a viver em desobediência a Deus. Ele
continua descrevendo a natureza pecaminosa deles: "Entre os quais todos
nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da
carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros
também."
Aqui Paulo enfatiza que todos os
seres humanos estão sujeitos à natureza pecaminosa, e que essa natureza os leva
a seguir seus próprios desejos e vontades, em vez de obedecer a Deus. Paulo
enfatiza ainda que a natureza pecaminosa deles os tornava "filhos da
ira", sujeitos ao julgamento e à condenação divina.
Em resumo, Paulo está mostrando que a humanidade sem Cristo está espiritualmente morta e sob o controle do príncipe das potestades do ar, vivendo em desobediência a Deus e sujeita à condenação divina. A esperança é que Deus, através de Cristo, pode "vivificar" os mortos espirituais e trazer vida nova e eterna para aqueles que creem.
“E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na
incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos
todas as ofensas,” (Col. 2:13 – ACF).
Neste verso, Paulo está falando aos colossenses sobre
a obra de Cristo na vida dos crentes. Ele começa dizendo que eles estavam
mortos nos seus pecados e na incircuncisão da carne, o que significa que
estavam separados de Deus por causa do pecado e que não havia nada que pudessem
fazer para se reconciliar com ele.
No entanto, Paulo apresenta uma esperança ao dizer que
eles foram vivificados juntamente com Cristo. Isso significa que, por meio da
morte e ressurreição de Cristo, eles foram trazidos à vida espiritual e
reconciliados com Deus. É importante notar que Paulo não diz que a ressurreição
de Cristo apenas fez isso possível, mas sim que eles foram vivificados
juntamente com ele, indicando que sua ressurreição é o meio pelo qual eles
foram trazidos à vida espiritual.
Além disso, Paulo destaca que Deus perdoou todas as
ofensas dos crentes. Isso significa que todos os pecados que eles haviam
cometido foram perdoados, não com base em suas próprias obras ou méritos, mas
sim pela graça de Deus. A palavra "todas" é particularmente
significativa, pois indica que não há pecado que seja grande demais para o
perdão de Deus.
Em resumo, este verso destaca a obra completa de
Cristo na vida dos crentes, desde a sua morte até a sua ressurreição, que traz
vida espiritual aos que estavam mortos nos seus pecados. Ele também destaca a
natureza graciosa do perdão de Deus, que perdoa todas as ofensas dos crentes.
“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém
não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o
corpo. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e
conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também as naus que, sendo tão
grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para
onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno
membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo
incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está
posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da
natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas
feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi
domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que
não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” (Tiago 3:2-8 – ACF).
Este trecho de Tiago 3:2-8 trata sobre o poder da
língua e sua capacidade de destruir. O autor começa afirmando que todos nós
tropeçamos em muitas coisas, e em seguida, afirma que aqueles que não tropeçam
em palavra são perfeitos e capazes de controlar todo o corpo. Tiago usa duas
analogias para explicar o poder da língua. A primeira analogia é a dos cavalos,
que precisam de um freio para serem controlados, e com ele, os condutores podem
dirigir todo o corpo do animal. Da mesma forma, a língua é um pequeno membro do
corpo, mas tem um grande poder e pode afetar todo o corpo. A segunda analogia é
a de um pequeno fogo que pode incendiar uma grande floresta. A língua, segundo
Tiago, é como um fogo, um
mundo de iniquidade, que está posta entre os nossos membros e pode contaminar
todo o corpo.
Tiago também afirma que a língua é um
mal que não pode ser controlado. É cheia de veneno mortal e pode inflamar o
curso da natureza, sendo inflamada pelo inferno. Nenhum homem pode domar a
língua, porém devemos nos esforçar para controlá-la, pois ela pode causar muita
destruição.
Em resumo, Tiago está alertando os seus leitores sobre o poder destrutivo da língua, e como ela pode afetar todo o corpo. Ele nos exorta a sermos cuidadosos com o que falamos e a nos esforçarmos para controlar a nossa língua, pois ela tem o poder de causar grande dano.
“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós
mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel
e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se
dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em
nós.” (1 João 1:8-10 – ACF).
Neste trecho, o apóstolo João está abordando a questão do
pecado e do perdão. Ele começa afirmando que, se dissermos que não temos
pecado, estamos nos enganando e não há verdade em nós. Isso significa que
todos, sem exceção, são pecadores e estão sujeitos a cometer erros e
transgredir a lei de
Deus.
No entanto, João também nos apresenta uma solução para o problema do pecado:
confessá-lo. Ele afirma que se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo
para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça. Isso significa que, ao
reconhecermos nossas falhas e erros, e buscarmos o perdão de Deus, podemos ser
restaurados e purificados de nossa culpa e condenação.
Por outro lado, se negarmos nossos
pecados e afirmarmos que não pecamos, estamos nos tornando mentirosos e não
estamos vivendo em consonância com a Palavra de Deus. É importante, portanto,
reconhecermos nossa condição de pecadores e buscarmos o perdão e a purificação
que só podem vir através da graça e misericórdia de Deus.
“Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis
gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam
circuncisão feita pela mão dos homens; Que naquele tempo estáveis sem Cristo,
separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não
tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes
estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.” (Efésios 2:11-13 –
ACF).
Nesse trecho da carta de Paulo aos Efésios, ele relembra aos gentios que, antes de se
tornarem cristãos, estavam distantes de Deus e separados do povo de Israel.
Eles eram considerados "incircuncisos" pelos judeus, que se viam como
o povo escolhido por Deus. Os gentios eram "estranhos às alianças da
promessa", ou seja, não eram herdeiros das promessas feitas por Deus a
Abraão e seus descendentes.
Paulo ressalta que, na época em que os gentios viviam sem
Cristo, eles não tinham esperança e estavam sem Deus no mundo. Eles estavam
perdidos e separados da graça de Deus. No entanto, através do sacrifício de
Cristo na cruz, eles foram reconciliados com Deus e agora têm acesso à
salvação.
O sangue de Cristo, simbolizando sua morte, é o que tornou
possível a reconciliação entre Deus e a humanidade. Agora, aqueles que eram
antes distantes e separados podem se aproximar de Deus e serem considerados
parte de Seu povo. Paulo enfatiza que essa mudança não foi realizada por obras
humanas, como a circuncisão, mas através da fé em Cristo.
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus;” (Romanos 3:23 – ACF).
Romanos 3:23 é um dos versículos mais conhecidos e
citados na Bíblia. Ele é uma das declarações mais enfáticas de Paulo em sua
argumentação teológica sobre a justificação pela fé. Neste versículo, Paulo
afirma que todos, sem exceção, pecaram e estão destituídos da glória de Deus. A
palavra "todos" aqui não se limita a um grupo específico, mas inclui toda a humanidade,
independentemente de raça, nacionalidade, cultura, credo, idade, religião ou
sexo. A palavra "pecado" vem do grego "hamartia",
que significa "errar o alvo" ou "faltar o objetivo". É uma
palavra que sugere a ideia de uma falha moral ou uma transgressão contra a
vontade de Deus.
A ideia de estar "destituído da glória de
Deus" significa estar privado da presença e da comunhão com Deus. A glória
de Deus é a manifestação da sua majestade, poder e beleza. Quando Adão e Eva
pecaram, foram expulsos da presença de Deus e, desde então, toda a humanidade
nasce em um estado de alienação espiritual.
No contexto mais amplo da carta aos Romanos, Paulo
está construindo um argumento para demonstrar a universalidade do pecado e a
necessidade da justificação pela fé em Jesus Cristo. Esse versículo é um ponto
crucial nesse argumento, mostrando que todos precisam da salvação em Cristo e
que ninguém pode se salvar por si mesmo.
Em resumo, Romanos 3:23 afirma que todos pecaram e
estão separados da presença de Deus. Essa é uma verdade universal e
inescapável, mas que também aponta para a necessidade da salvação oferecida por
meio de Jesus Cristo.
Conclusão da doutrina da depravação total:
A doutrina da depravação total é uma das doutrinas
fundamentais da teologia cristã que afirma que todos os seres humanos estão completamente
corrompidos em sua natureza e incapazes de fazer o bem espiritualmente, sem a
intervenção sobrenatural de Deus. Isso significa que a humanidade não pode, por
seus próprios esforços, alcançar a salvação ou fazer algo para merecê-la.
A doutrina da depravação total é baseada na crença bíblica de
que a humanidade foi afetada pelo pecado original de Adão e Eva, e que o pecado
é uma parte intrínseca da natureza humana. A Bíblia ensina que todos os seres
humanos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Romanos 3:23) e que o
coração humano é enganoso e perverso (Jeremias 17:9).
Essa doutrina é muitas vezes associada com a doutrina da
eleição incondicional, que afirma que Deus escolheu, de forma incondicional,
salvar certas pessoas, não por causa de suas próprias obras ou méritos, mas por
Sua graça e misericórdia. Isso significa que a salvação é um dom gratuito de
Deus, concedido aqueles que creem em Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor.
A doutrina da depravação total é uma das doutrinas centrais
da teologia reformada e é enfatizada por teólogos como João Calvino e Martinho
Lutero. Acredita-se que essa doutrina seja essencial para uma compreensão
adequada da natureza da salvação e do papel de Deus na redenção da humanidade.