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Por: Vincent Cheung. Traduzido e adaptado por: Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C. Ph.D Th.D.
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Estamos
continuando nossa discussão sobre o Calvinismo inconsistente, usando A. A.
Hodge como nosso exemplo.
A doutrina do decreto incondicional não apresenta
nenhuma dificuldade. Ela representa Deus como decretando que o pecado ocorreria
como o ato livre do pecador, e não como por qualquer outra co-ação causadora,
nem por qualquer forma de tentação induzindo-o a pecar. (211)
Isto é tanto contra a Escritura como contra os
Reformadores. De fato, até mesmo o termo “co-ação” seria muito fraco para
descrever a determinação ativa de Deus dos atos pecaminosos do homem.
É uma verdade assustadora, mas inegável, mesmo em
países cristãos, que multidões nascem e são criadas em determinadas
circunstâncias e de uma forma em que não há nenhuma mudança provável, nem mesmo
possível, de obter um conhecimento da verdade religiosa, ou um hábito de
conduta moral, mas são treinados desde a infância no erro supersticioso e na
depravação grosseira. O porquê disto ser permitido, nem calvinistas nem
arminianos podem explicar; pelo contrário, por que o Todo-Poderoso não faz
morrer no berço todo o infante cujo futuro ímpio e miserável, se tolerado
crescer, Ele previu, é o que nenhum sistema de religião, natural ou revelada,
será capaz de nos explicar satisfatoriamente. (227).
A questão
assume que o único propósito de Deus para uma pessoa é sua santidade e
felicidade, mas isto não é verdade. Isto é como se esta pessoa fosse
completamente ignorante do que a Escritura
ensina, e do que o Calvinismo ensina. Hodge não escreve este
parágrafo, mas ele está citando o Arcebispo Whately com aprovação. Mas, então,
Whately nunca deve ter ouvido de
um “sistema de religião” chamado CRISTIANISMO, e o que ele diz em Romanos 9 e
outros lugares.
O decreto
de eleição torna certos somente o arrependimento e a fé dos eleitos. Mas a
certeza antecedente de um ato livre não é inconsistente com sua
liberdade, de outra forma, o pré-conhecimento
certo de um ato livre seria impossível. O decreto de eleição não causa a fé, e
ele não interfere com o agente em ação, e certamente não substitui a absoluta
necessidade dela. (228)
Este
parágrafo me fez dar gargalhadas, e não pude fazer outra coisa senão rir, mesmo
ao olhar novamente para ele neste exato momento — o parágrafo é uma falácia
lógica grave. Ele diz que o pré-conhecimento certo deve ser compatível com a
liberdade humana, de outra forma, o pré-conhecimento certo seria impossível.
Assim, a compatibilidade
dos dois não é logicamente demonstrada, mas afirmada por força, porque ele está
indisposto a abrir mão tanto do pré-conhecimento divino como a liberdade
humana. Quanto à “O decreto de eleição não causa a fé”, ou ele tem algo muito
peculiar em mente, o qual ele falha em explicar (eu não posso imaginar o que
seja), ou esta é uma negação completa do Calvinismo.
Há como que uma aparente dificuldade na
reconciliação do pré-conhecimento certo de Deus da impenitência final da grande
maioria daqueles a quem Ele oferece e sobre quem Ele pressiona, por todo
argumento, Seu amor com o fato desta oferta; especialmente
quando refletimos que Ele previu que Suas ofertas aumentariam certamente a
culpa e miséria deles. (229)
Esta é apenas uma forma complicada de admitir que a
doutrina anti-bíblica da “oferta sincera” é incoerente. Visto que Hodge
falsamente pensa que ela é ensina na Escritura, ele é compelido a engoli-la.
Mas esta não é uma “aparente dificuldade” — o problema se chama esquizofrenia.
Para Hodge, a dificuldade é composta quando ele considera que Deus previu que a
rejeição dos não-eleitos do evangelho aumentará a culpa deles.
Mas a doutrina bíblica é direta e coerente. Não há uma “oferta sincera”. Deus ordena a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam — os eleitos obedecerão e serão salvos, mas os réprobos desobedecerão e serão condenados. Além disso, os réprobos já estão condenados e destinados ao inferno, e o ouvir e a rejeição do evangelho aumenta esta culpa, e isto é exatamente o que Deus quer (2 Coríntios 2:14-16). Não há uma “aparente dificuldade”.